domingo, 31 de julho de 2005
Magníficos Dias Atlânticos (IX)
PSL
Magníficos Dias Atlânticos (IX)
PSL
sábado, 30 de julho de 2005
Effígie (0)
Effígie significa imagem na "nossa" língua morta.
Effígie porque uma imagem vale mais que mil palavras, sendo que algumas daquelas valem pelo menos um milhão destas. Effígie porque elas, as imagens, tomam cada vez mais conta do ARCADIA.
Effígie terá os seus dias…, e noites. Recuperando momentos passados; soltando emoções; vivendo o presente que passou à pouco mas que se recusa a ficar enterrado no passado. Effíge porque sim.
Cá vai.
Esta é a historia de um sábado de verão atípico. Pelo menos para mim.
De manhã, o pão nosso de cada dia…
…seguido do surripar de uma imagem surpreendentemente fresca e actual (espero que os senhores da Magnun e do CCB não se zanguem muito comigo…, já para não falar do autor)
E nem tudo é triste em Lisboa…
…em especial a noite que se avizinha.
PSL
Effígie (0)
Effígie significa imagem na "nossa" língua morta.
Effígie porque uma imagem vale mais que mil palavras, sendo que algumas daquelas valem pelo menos um milhão destas. Effígie porque elas, as imagens, tomam cada vez mais conta do ARCADIA.
Effígie terá os seus dias…, e noites. Recuperando momentos passados; soltando emoções; vivendo o presente que passou à pouco mas que se recusa a ficar enterrado no passado. Effíge porque sim.
Cá vai.
Esta é a historia de um sábado de verão atípico. Pelo menos para mim.
De manhã, o pão nosso de cada dia…
…seguido do surripar de uma imagem surpreendentemente fresca e actual (espero que os senhores da Magnun e do CCB não se zanguem muito comigo…, já para não falar do autor)
E nem tudo é triste em Lisboa…
…em especial a noite que se avizinha.
PSL
sexta-feira, 29 de julho de 2005
DIA-MENTOS IV
Não são imagens de Marte, nem do vaivém Discovery, e tampouco de uma obra de arte. É simplesmente uma foto... o resto fica para quem a vê.
NCR
DIA-MENTOS IV
Não são imagens de Marte, nem do vaivém Discovery, e tampouco de uma obra de arte. É simplesmente uma foto... o resto fica para quem a vê.
NCR
Campo Contra Campo (XXII)
Tanta, tanta “bolinha” em sito de “estrelinha” levou me ao King para ver “9 Songs”. Não acreditava que pudesse ser assim tão mau.
Vamos ao que interessa e rápido, pois não há tempo a perder. O filme em causa é uma merda e parece pretender inaugurar um novo conceito de filme “porno-hardcore-pos-moderno”.
Boy mets girl na noite de Londres e em seguida – durante um verão ou lá o que é, pois sol não há... - bebem, fumam, snifam uma linha ou outra, vão a concertos e fornicam.
Ora isto merece um filme?
Talvez, se houvesse arte na lente de um tal Michael Winterbottom, do qual não vi "24 Hour Party People".
Exceptuando algumas sequências bem filmadas logo no inicio da quente relação do jovem casal, o filme é um “arrastão” de quecas e “rockalhada”. Por falar na banda sonora..., também esta..., enfim. Há quem diga que para gostar do filme será necessário gostar da musica. Para mim não é esse o problema. O importante seria, haver musica de qualidade no filme, independentemente de gostarmos ou não dela. A banda sonora está em paralelo com o “escarro” cinematográfico.
Ora a má noticia é que “9 Songs” é pior do que a pronografia feita em Ofir ou Esposende. Mas nem tudo é mau. A boa noticia é que o filme tem pouco mais de uma hora. 71 minutos.
PSL
Campo Contra Campo (XXII)
Tanta, tanta “bolinha” em sito de “estrelinha” levou me ao King para ver “9 Songs”. Não acreditava que pudesse ser assim tão mau.
Vamos ao que interessa e rápido, pois não há tempo a perder. O filme em causa é uma merda e parece pretender inaugurar um novo conceito de filme “porno-hardcore-pos-moderno”.
Boy mets girl na noite de Londres e em seguida – durante um verão ou lá o que é, pois sol não há... - bebem, fumam, snifam uma linha ou outra, vão a concertos e fornicam.
Ora isto merece um filme?
Talvez, se houvesse arte na lente de um tal Michael Winterbottom, do qual não vi "24 Hour Party People".
Exceptuando algumas sequências bem filmadas logo no inicio da quente relação do jovem casal, o filme é um “arrastão” de quecas e “rockalhada”. Por falar na banda sonora..., também esta..., enfim. Há quem diga que para gostar do filme será necessário gostar da musica. Para mim não é esse o problema. O importante seria, haver musica de qualidade no filme, independentemente de gostarmos ou não dela. A banda sonora está em paralelo com o “escarro” cinematográfico.
Ora a má noticia é que “9 Songs” é pior do que a pronografia feita em Ofir ou Esposende. Mas nem tudo é mau. A boa noticia é que o filme tem pouco mais de uma hora. 71 minutos.
PSL
Pedimos desculpa por esta interrupção (IV)
PSL
Pedimos desculpa por esta interrupção (IV)
PSL
Pedimos desculpa por esta interrupção (III)
PSL
Pedimos desculpa por esta interrupção (III)
PSL
quinta-feira, 28 de julho de 2005
Pedimos desculpa por esta interrupção (II)
PSL
Pedimos desculpa por esta interrupção (II)
PSL
Pedimos desculpa por esta interrupção (I)
Não? Leiam Pacheco Pereira no Publico de ontem.
PSL
Pedimos desculpa por esta interrupção (I)
Não? Leiam Pacheco Pereira no Publico de ontem.
PSL
DIA-MENTOS III
The Box!
by David Troyer
Troyer chama-lhe A Caixa, e que nome tão sugestivo para um tubo de surf!
As fotografias de Troyer deixam quaisquer olhos em maiúsculas!
Em consonância, portanto, com o próprio desporto.
E temos de a ver no original.
Total Display!
NCR
DIA-MENTOS III
The Box!
by David Troyer
Troyer chama-lhe A Caixa, e que nome tão sugestivo para um tubo de surf!
As fotografias de Troyer deixam quaisquer olhos em maiúsculas!
Em consonância, portanto, com o próprio desporto.
E temos de a ver no original.
Total Display!
NCR
Motores de busca
Ehhhh?
Nós por cá é tudo à grande, e em vez de um temos dois motores de busca dois:
Aqui e aqui.
PSL
Motores de busca
Ehhhh?
Nós por cá é tudo à grande, e em vez de um temos dois motores de busca dois:
Aqui e aqui.
PSL
Olha, olha...
Quem quer comprar o ARCADIA? Sim quem?
Eu não sabia, mas afinal parece que este blogue está à venda. Vale pouco, é certo, mas olhem que é uma excelente oportunidade de investimento. Digo eu!
Não acreditam? Vejam aqui (link) a bolsa, e aqui (link) a informação detalhada deste vosso blogue.
E surpresa das surpresas...,, estão muitos mais. Já viram quanto vale o vosso blogue?
Claro que "BlogShares is a fantasy stock market for weblogs". Apenas um jogo.
PS: Descoberta via Polegadas (link).
PSL
Olha, olha...
Quem quer comprar o ARCADIA? Sim quem?
Eu não sabia, mas afinal parece que este blogue está à venda. Vale pouco, é certo, mas olhem que é uma excelente oportunidade de investimento. Digo eu!
Não acreditam? Vejam aqui (link) a bolsa, e aqui (link) a informação detalhada deste vosso blogue.
E surpresa das surpresas...,, estão muitos mais. Já viram quanto vale o vosso blogue?
Claro que "BlogShares is a fantasy stock market for weblogs". Apenas um jogo.
PS: Descoberta via Polegadas (link).
PSL
quarta-feira, 27 de julho de 2005
Os blogues são (muito) piores que as cerejas
Por hoje basta. Mas..., amanhã bem cedo saiba quanto pode custar este blogue. Sim este, o ARCADIA.
PSL
Os blogues são (muito) piores que as cerejas
Por hoje basta. Mas..., amanhã bem cedo saiba quanto pode custar este blogue. Sim este, o ARCADIA.
PSL
O que é feito do Reinaldo?
E agora pergunto eu: O que é que é feito do Reinaldo?
Entre a Cais e a Egoista, talvez o 24 horas o consiga achar, ou então perguntamos à doce “torpedeada”? Que é que acham? Laura Diogo, não era?
A muito provável “historia” do Reinaldo era contada..., andava eu na escola primária..., e de facto parece ter ficado perdida no tempo.
Recordar é viver..., talvez um monumento ao mito..., feito pelo Cargaleiro para substituir o “instrumento” murcho do alto do parque..., Eduardo VII.
Só para lembrar que a Oxigénio, tal como o Sudueste, é para baixo e para a direita, podendo também ser para cima ou para a esquerda. Depende. Sendo certo que onde se ouve bem é em 102.6.
PSL
O que é feito do Reinaldo?
E agora pergunto eu: O que é que é feito do Reinaldo?
Entre a Cais e a Egoista, talvez o 24 horas o consiga achar, ou então perguntamos à doce “torpedeada”? Que é que acham? Laura Diogo, não era?
A muito provável “historia” do Reinaldo era contada..., andava eu na escola primária..., e de facto parece ter ficado perdida no tempo.
Recordar é viver..., talvez um monumento ao mito..., feito pelo Cargaleiro para substituir o “instrumento” murcho do alto do parque..., Eduardo VII.
Só para lembrar que a Oxigénio, tal como o Sudueste, é para baixo e para a direita, podendo também ser para cima ou para a esquerda. Depende. Sendo certo que onde se ouve bem é em 102.6.
PSL
E a resposta é!
A culpa, como juízo ético de censura, só poderá ser imputada ao Estado, na pessoa colectiva legislador. Este é em todos os sentidos um legislador ordinário, por se deixar pressionar e enganar de forma tão infantil.
PSL
E a resposta é!
A culpa, como juízo ético de censura, só poderá ser imputada ao Estado, na pessoa colectiva legislador. Este é em todos os sentidos um legislador ordinário, por se deixar pressionar e enganar de forma tão infantil.
PSL
Por falar em esperar...
PSL
Por falar em esperar...
PSL
Hoje, amanhã e depois
E naturalmente estou feliz porque as ondas estão de regresso..., mesmo que tenha de esperar por amanhã.
A minha mãe tinha razão quando me dizia que esperar é uma virtude.
Mesmo que longa se torne a espera.
E depois: esperarei.
PSL
Hoje, amanhã e depois
E naturalmente estou feliz porque as ondas estão de regresso..., mesmo que tenha de esperar por amanhã.
A minha mãe tinha razão quando me dizia que esperar é uma virtude.
Mesmo que longa se torne a espera.
E depois: esperarei.
PSL
terça-feira, 26 de julho de 2005
Não esquecer nunca, Sarajevo
A bullet and shell-scarred portrait of Jesus at an Orthodox Christian church near the frontline, Sarajevo, Bosnia and Herzegovina, January 1996.
A young woman runs to avoid being shot by a Serb sniper during the siege of the city, Sarajevo, Bosnia and Herzegovina, April 1993.
Infelizmente estas não são as imagens mais fortes do portfólio, mas são sem duvida as mais iconoclastas...
PSL
Não esquecer nunca, Sarajevo
A bullet and shell-scarred portrait of Jesus at an Orthodox Christian church near the frontline, Sarajevo, Bosnia and Herzegovina, January 1996.
A young woman runs to avoid being shot by a Serb sniper during the siege of the city, Sarajevo, Bosnia and Herzegovina, April 1993.
Infelizmente estas não são as imagens mais fortes do portfólio, mas são sem duvida as mais iconoclastas...
PSL
Brevemente...
Já tardava a discussão (ler aqui) do Surf Artificial - especialmente designado por Surf Indoor. Como em muitas coisas da nossa vida, a mente e o ambiente são mutáveis e assim será enquanto o homem continuar a sobreviver no seu habitat natural.
Mais uma vez, como em muitos outros mundos deste Mundo, os extremos confrontar-se-ão, desde os puristas conservadores aos neófitos pós-modernistas.
Como a Sócrates é devido por este Mundo pelo facto de o ter pensado em perene e constante dialéctica!
NCR
P.S. - A maior piscina portuguesa de ondas artificiais fica na Praia das Rocas, em Castanheira de Pera (distrito de Leiria). A piscina é circular e tem 7.000 m2 com uma ilha no meio, e outra de ondas com 2.100 m2 numa área aquática de 9.100 m2.
Se pudesse, ia surfar lá sempre que as ondas marítimas, os afazares e a vontade deixassem. Quando não se pode ter a perfeição ou a excel~encia, o importante é surfar.
Brevemente...
Já tardava a discussão (ler aqui) do Surf Artificial - especialmente designado por Surf Indoor. Como em muitas coisas da nossa vida, a mente e o ambiente são mutáveis e assim será enquanto o homem continuar a sobreviver no seu habitat natural.
Mais uma vez, como em muitos outros mundos deste Mundo, os extremos confrontar-se-ão, desde os puristas conservadores aos neófitos pós-modernistas.
Como a Sócrates é devido por este Mundo pelo facto de o ter pensado em perene e constante dialéctica!
NCR
P.S. - A maior piscina portuguesa de ondas artificiais fica na Praia das Rocas, em Castanheira de Pera (distrito de Leiria). A piscina é circular e tem 7.000 m2 com uma ilha no meio, e outra de ondas com 2.100 m2 numa área aquática de 9.100 m2.
Se pudesse, ia surfar lá sempre que as ondas marítimas, os afazares e a vontade deixassem. Quando não se pode ter a perfeição ou a excel~encia, o importante é surfar.
segunda-feira, 25 de julho de 2005
Bis
«Mare Nostrum (local) vs. Mare Liberum (global)
O bodyboard, juntamente com o ténis, são os meus desportos de eleição, daí que quando leio, oiço ou vejo o seu espírito desportivo a ser atacado ou amesquinhado, algo me impele a reflectir e a responder na medida das minhas possibilidades.
Foi o que aconteceu quando li o último número da revista VERT, uma das minhas revistas preferidas de bodyboard, portuguesa por sinal, que leio e releio há alguns anos. Na verdade, fiquei (e continuo) estupefacto com as afirmações de certos bodyboarders e colunistas da VERT (revista de bodyboard) - com responsabilidade portanto na revista, assim como na pedagogia do espírito deste desporto - e das declarações de um bodyboarder supostamente conceituado, com 27 anos de idade e 14 de prática desta modalidade, ambas sobre um tema muito caro, sobretudo a quem tem espírito desportivo: o localismo ou, a sua pior dimensão, o abutrismo.
Seguindo as regras da legitimidade e transparência da crítica construtiva, refira-se que comecei a praticar bodyboard aos 16 anos, em 1987. No passado recente dia 16, fiz mais um aniversário da compra da minha primeira prancha digna desse nome, uma Mach 7-SS desenhada por Mike Stewart, da marca Morey Boogie. Comecei por surfar na Ericeira (terra que já na barriga de minha mãe frequentava, até hoje), desde S. Julião – passando, entre outras, pelo Lizandro, Abutre, Sul, Baleia, Peixe, Norte, Moita, S. Sebastião, Pedra Branca, Backdoor, Reef, Ribeira d’Ilhas, Pontinha, Coxos – até S. Lourenço, entre outros locais como Areia Branca, Consolação, Peniche, Furadouro, etc., etc., para chegar à zona de praias onde mais entro, actualmente, que é a da Costa da Caparica.
Voltando ao que importa, é de facto aterrador, em termos desportivos, o que leio neste número da VERT sobre o tema já citado: o localismo, que não se restringe ao boogiesport(refiro-o em homenagem a Tom Morey – actualmente conhecido por Y -, considerado o Pai deste desporto, fundador da Morey Boogie, a primeira marca de pranchas de bodyboard, apesar de ter sempre recusado esta designação bodyboard, preferindo boogieboard).
Ora leiam isto:
João Godinho, no seu Editorial de adjunto (pág. 78), depois de chamar aos cultores do localismo (e a si próprio) de «pandilha», «imberbes», «leões» e «bárbaros», após enunciar algumas das suas práticas, como «brandir de tacos de basebol», «pedras arremessadas do molhe contra os que ousavam invadir aquelas que considerávamos as nossas águas», ou recorrer «às ameaças para demarcar o seu território» ou a consciência de que «tudo aquilo não passou de uma daquelas manias de afirmação que acompanham os putos na adolescência», depois, ainda, de considerar a sua prática como meras «criancice» ou «atrocidades», a final, sossega-nos e diz o seguinte: «Mas estejam descansados que nunca matámos ninguém e raramente – arriscaria mesmo dizer nenhuma – chegámos a vias de facto» (jocandi causa, duas coisas se impõem dizer: uma, como diria Shakespeare, «too much ado about nothing», outra, mais prosaica, que raio de adolescência é esta que depois de tantas «histórias que davam para escrever um livro – daqueles bem grossos!» [sic] nunca chegou a vias de facto?!)
Na 4.ª coluna do seu artigo, João Godinho concretiza a grande confusão e contradição entre o imberbe e o adulto (com «mais de 16 anos» de surfada). Aliás, não é por acaso que a coluna começa com um «Mas», explicitamente adivinhava-se a soltura do «leão», depois de um discurso parece-nos ingenuamente incorrecto («uns fumam ‘ganzas’, nós éramos localistas»). João Godinho arremata a sua escrita com a seguinte tese: o localismo «mais do que uma lei» (!) «é um costume»! E, continua, «já diz o Direito que os costumes se sobrepõem às leis»!
De facto, é uma a seguir à outra. Sou jurista (e advogado) e professor de Direito, e não me lembro de ter aprendido tal coisa de forma tão dogmática. Julgava que os usos só eram juridicamente atendíveis se (e quando) a lei assim o determinasse e que as normas prevaleciam sobre os usos, mas devem-me ter ensinado outro Direito (talvez o de Hamurabi, onde era uso o afogamento ou a empalação dos escravos que se banhavam nos mares contra a vontade dos homens-livres) ou comprei o meu Código Civil com gralhas.
João Godinho finaliza, at last, com este primor:
«Racionalmente, deveriam ser eles [os ‘estrangeiros’, gíria que gosta de repetir] os primeiros a perceber que as honras são sempre para os da casa. Em última instância, em vez do habitual sinal da cruz, uma espécie de superstição entre a classe – crentes e descrentes -, o surfista ou bodyboarder deveria começar cada surfada em pico alheio a interiorizar a frase : “Jesus disse: se não nasceste aqui, então as melhores não são para ti.” Tudo em prol de um mundo melhor» (sic)!
Leiam agora, com a máxima objectividade que conseguirem, esta passagem da entrevista de Filipe Cardoso (FC), local de Supertubos:
«VERT: És conhecido como um dos abutres locais nos Super. São apenas bocas ou tens algo a dizer sobre isso?
FC: Sim, é verdade que quando estou na água tenho cara de poucos amigos, principalmente se estiver nos Super. (...) Não tenho por hábito dropinar, gosto de fazer as minhas ondas sozinho. Quando remo para uma onda e outra pessoa que não é local também o faz, eu só lhe digo que eu vou. Se ele insistir em ir eu não considero que o estou a dropinar, mas essa pessoa vai ter que me ouvir porque em em Peniche só faço ondas sozinho. Se isto se passar com um local aí tento simplesmente chegar primeiro. Quando estou na água não estendo a passadeira vermelha para ninguém, só não vou nas melhores ondas se não puder. Há pessoal que vem de fora para surfar os Super que tem que ter consciência que, como em qualquer outra onda de qualidade, existem locais que estão sempre lá quando esta funciona. É preciso, acima de tudo, saber respeitá-los [!] e só desta maneira é que poderão pensar [pensar, não é surfar] em apanhar umas quantas ondas do set.» (a brincar, apetece dizer, Obrigadinho pá, pela esmolinha! És um gajo bacano!).
Com afirmações destas quase não sobra nenhum ateu no mundo! São, na verdade, declarações surpreendentes. Confesso que quando acabei de ler isto pela primeira vez fiquei chocado! Ao mesmo tempo, duvidei da minha ingenuidade. Como é que é possível, já no século XXI, existir esta mentalidade territorialmente xenófoba e ideologicamente fundamentalista. Sendo o mar um bem de todos (ou não?!), público portanto, e sendo este país, um país livre (ou não?!), porque carga de água o apanhar das ondas deve ter outros critérios para além do mérito?
A incoerência e a contradição são dos maiores cancros do campo da discussão.
Este discurso, também extensível a alguns colegas meus (inclusive amigos) é assaz contraditório com o que defendem: exultam o desenvolvimento do bodyboard, apela-se ao fortalecimento e presença da dinâmica organizativa no bodyboard, queixa-se da falta de novos apoios publicitários e patrocínios para a modalidade assente, sobretudo, no crescimento da modalidade, endeusa-se o vício e o prazer das ondas e dos mares, paternaliza-se os «jovens miúdos» bodyboarders nos line-ups das nossas praias, reivindica-se uma não discriminação deste desporto («não tentem discriminá-lo como fazem há anos»), exulta-se a comunhão de valores e a coesão no bodyboard («somos na realidade uma praga assumida e unidos pelos mesmos valores», António Fonseca, p. 8) -e, no entanto, fazem-se declarações com a substância e o estilo de um tal radicalismo em relação à afectação dessa mesma liberdade e união da modalidade, que só deveria ter lugar nas manobras do nosso desporto.
Verificada esta tendência, não admira que a prática regular e competitiva do bodyboard esteja em declínio em todo o mundo (nos EUA o debate está bastante aceso por várias razões, entre as quais, o fecho de muitas publicações desta modalidade, o facto de a cultura não se diferenciar do surf e o discurso e imagem não serem apelativos às novas gerações, a acrescer o rápido e impressionante crescimento da modalidade do handboard, afiliada no bodyboard: pratica-se com duas pequenas pranchas, uma em cada mão e barbatanas-pato).
Um dos grandes problemas dos desportos radicais e dos seus praticantes é o défice de democraticidade e de cultura ou mentalidade abertas, factores condicionantes do desenvolvimento democrático. A naturalidade e o hábito de alguns comportamentos levam, por vezes, à involuntária implementação de regras restritivas ao acesso e funcionamento de qualquer disciplina. Acontece assim em todas as actividades humanas, profissionais e lúdicas, por conseguinte, e infelizmente, o bodyboard não escapa à regra.
Tenho esperança nas novas gerações, como o Miguel Contreras (Lisboa) e o Ricardo Ribeiro (Espinho) que, na pág. 10 da VERT fazem afirmações lúcidas e pedagógicas sobre o localismo. Quanto à velha geração (a minha), espero que um dia mudem de ideias e façam recuar o passado das suas acções através do seu novo ensinamento aos seus filhos, baseados nos princípios do desportivismo, da boa-fé, do mérito e da liberdade de surfar, seja em prancha de surf ou de bodyboard.
Como é que se respeita um desporto, sem respeitar os seus praticantes? Respeitá-lo não é baseá-lo numa lógica de local vs. estrangeiro, nobre vs. vassalo, senhorio vs. inquilino, entre outros exemplos picturais.
Ao contrário do que alguns argumentam, a supremacia que deriva do nível de manobras não é localismo, é saber, é técnica, é perícia. O localismo não tem (nem deve ter) nada a ver com experiência, até porque o localismo simplesmente não devia existir. Se um atleta for iniciado, independentemente de onde venha, seja da zona, de Portugal, do resto da Europa ou do Mundo, se atingir o pico primeiro, e segundo as regras desportivas, tem este atleta todo o direito de surfar a onda. Não vislumbro outro valor de regulação aplicável à prática do bodyboard ou no surf. O valor segundo o Direito (regras e princípios) e a Democracia (liberdade de acesso e de exercício), sem discriminações. As únicas discriminações que são admissíveis são as positivas, ou seja, aquelas que beneficiam ou o interesse geral de todo o desporto (por exemplo, ocupar uma praia para a realização de uma prova competitiva) ou os mais jovens ou iniciados na modalidade (para que não passem uma manhã inteira sem apanhar ondas, é de fair play solidário deixá-los, com alguma frequência, apanhar ondas, ou então ensinar-lhes como se devem posicionar próximo do pico ou no outside).
No desporto não há hierarquias, antes níveis diferentes de prática desportiva. E no desporto, ganha quem chega primeiro (no caso do bodyboard, à onda). Não é assim em todos os desportos? No bodyboard, o facto de se ser um dos melhores – se é que existem nos desportos náuticos - para além da maior probabilidade de se chegar ao pico ou de apanhar a onda em primeiro lugar, só dá para ganhar provas e campeonatos!
Não se pense que a questão do localismo não é ideológica ou que não tem sentido no campo das ideias, porque esta questão divide os boogieboarders, precisamente entre localistas vs. globalistas.
Os localistas são territorialmente limitados, com cariz egocêntrico, de cultura fechada e não liberal, adepta de uma hierarquia de comportamentos, em estrutura piramidal, atravessada por uma relação de domínio. São praticantes de zona, estáticos e conservadores no que respeita às regras que melhor servem o seu interesse pessoal. Defendem uma lógica desportiva assente, preferencialmente, na experiência do desporto e na antiguidade da naturalidade do local da(s) praia(s). Advogam a subalternização dos não locais, por cima da supremacia física e da perícia desportiva dos estrangeiros. Os localistas são tendencialmente mais sectários e corporativistas no que respeita ao desporto, daí que enfrentem o seguinte paradoxo: reclamar direitos e liberdades para a modalidade e, simultaneamente, defender a sua restrição para os seus praticantes, com base em critérios de mobilidade/naturalidade geográfica, revogatórios, deste modo, da liberdade de circulação e de exercício da modalidade. Por último, normalmente um local diz «a onda é minha!» (sucessor do mare nostrum), quando não é, e «respeitinho por quem é daqui!», sintoma de insegurança interior e de dificuldades em lidar com a concorrência e a adversidade desportivas.
Os globalistas defendem a liberdade de surfar acima de qualquer outro valor, uma liberdade colectiva exercida individualmente, pertencente a todos os indivíduos, como factor de promoção da dignidade humana, da igualdade de oportunidades e do desenvolvimento da modalidade. Consideram as praias e as ondas um bem público, explorável por todos, afirmando-se contra a atribuição de privilégios ou prerrogativas de utilização dos mares seja a quem for. Para os globalistas, a concorrência para a disputa da onda e a competição entre os praticantes da modalidade, mais do que bem-vindas, fazem parte da essência desportiva do bodyboard, quando praticada pelas regras e princípios de regulação da exploração das ondas e convivência dos bodyboarders, designadamente, os princípios da igualdade (proibição da discriminação, de hierarquias e do livre arbítrio), da liberdade responsável, do mérito, da solidariedade e entreajuda (sobretudo, com os praticantes de nível desportivo inferior, sobretudo os mais jovens e os mais velhotes), do bom senso e do revezar na disputa da onda quando se torna difícil clarificar o melhor posicionado segundo as regras gerais de prioridade, da convivência pacífica, racional e dinamizadora de todos os que surfam ondas (bodyboarders, surfistas no sentido restrito, entre outros). Os globalistas sublimam o prazer individual na viagem da onda, sem prejuízo de consideração da onda como um bem que não é propriedade de ninguém e, assim, nem do seu rider.
Esta divisão não é nenhuma separação entre o Mal e o Bem, nem uma diabolização dos localistas ou uma angelicalização dos globalistas. Ambas as correntes têm as suas vantagens (por exemplo, o localismo potencia o sentimento de protecção ambiental e de ordenamento da(s) praia(s)) e deméritos (no que respeita ao globalismo, a não fixação territorial pode implicar desvantagens financeiras e comerciais para a localidade ou desvalorização do património local) e muito menos não comportam excepções, porquanto não há liberdades ou direitos absolutos, todos os direitos e liberdades têm limites, tese que todos os anos insisto, e repito, em transmitir aos meus alunos. Ora, mas um direito ou liberdade só pode ser restringida em prole da consecução de um valor, direito ou liberdade de importância igual ou superior e de natureza geral e abstracta. Estes requisitos não vislumbro como possam ser aplicados ao localismo, quando um surfista, servindo o seu interesse individual e concreto, restringe a liberdade a outro surfista segundo regras limitativas que visam prosseguir satisfações individuais e temporárias.
Na Alemanha, porventura traumatizada pelo período ditatorial nazi que viveu e a que sobreviveu, ao nível da discussão jurídico-constitucional, defende-se que «não deve haver liberdade para os inimigos da liberdade», como princípio de protecção de uma ordem democrática, livre e de direitos fundamentais. Pessoalmente, não defendo este princípio, soa-me a radicalismo destemperado, sou avesso a radicalismo ideológicos, talvez seja por isso que faço bodyboard, para compensar a minha falta de radicalismo ideológico. Julgo que o caminho deve antes passar pela discussão e
Ideias, culturas e mentalidades que restrinjam a liberdade e o seu justo e igual desfrutar, não obrigado! Era só o que faltava, ainda por cima vindo de quem vem (muitos sem experiência de vida alguma), quando há décadas a Europa já proclama a liberdade de circulação (e fixação) de pessoas e bens por todo o espaço europeu, ter agora que cedê-la e anulá-la perante uns pseudo-desportistas, mimados pelo tempo e espaço do mar que ocupam há anos. Penso mesmo que, acima de tudo, é uma questão de bom senso e de senso comum. Que legitimidade terá quem ensina a vida baseada no mérito e na liberdade, perante os seus filhos, se alguma vez defendesse que em determinados bens públicos (o mar, as ondas) é defensável e admissível obliterar a liberdade dos outros (dropinar), independentemente do mérito das suas capacidades (abutrismo)?
E já que João Godinho gosta tanto da tradição e dos usos, sugiro-lhe (e a todos os que pensem como ele e, também, aos localistas extremistas) o estudo e a análise da política do Mare Liberum, sublimada pelos portugueses no tempo dos Descobrimentos, uma doutrina defendida pelos luso-navegadores, apesar do domínio destes e apesar de Portugal (juntamente com a Espanha), ser a maior potência marítima do mundo! Estes sim, são abutres dos mares, no sentido de grandiosidade, para quem o respeito vem de cima. Aquela sim, é a autêntica tradição e o verdadeiro costume portugueses, respeitante à fruição de um mar de liberdade, de que todos os que surfam o mar são legítimos aspirantes a sucessores dos daqueles navegadores e exploradores marítimos de outrora.
Esta sucessão não se pode ficar pelo espírito ao nível da garganta. Há que realizar o espírito de aventura, de descoberta e de liberdade, todos os dias, em cada praia, em cada onda, em cada manobra. E, acima de tudo, em cada comportamento relacional com os colegas exploradores de ondas, sejam do bodyboard ou do surf, sejam do caiaque ou do kite-surf.
O desporto é globalista. Parafraseando João Godinho (infelizmente com outro contexto), tudo em prol de um mundo melhor! Mas um mundo melhor, é um mundo colectivo, pacífico e tolerante, com pessoas e ideias diversas e adversas, não é um mundo só nosso. Não há vitórias sem adversários, nem prazer em ondas furtadas. Carl Lewis, considerado o melhor atleta de todos os tempos, dizia «I’m number one when I’ am alone». Somos sempre os melhores quando estamos sozinhos... até numa onda.
Que a discussão, neste país amorfo, (re)comece...
NCR
P.S. - Agradeço à VERT (e aos seus editores) sem a qual, provavelmente, nunca teria escrito o que escrevi.»
Bis
«Mare Nostrum (local) vs. Mare Liberum (global)
O bodyboard, juntamente com o ténis, são os meus desportos de eleição, daí que quando leio, oiço ou vejo o seu espírito desportivo a ser atacado ou amesquinhado, algo me impele a reflectir e a responder na medida das minhas possibilidades.
Foi o que aconteceu quando li o último número da revista VERT, uma das minhas revistas preferidas de bodyboard, portuguesa por sinal, que leio e releio há alguns anos. Na verdade, fiquei (e continuo) estupefacto com as afirmações de certos bodyboarders e colunistas da VERT (revista de bodyboard) - com responsabilidade portanto na revista, assim como na pedagogia do espírito deste desporto - e das declarações de um bodyboarder supostamente conceituado, com 27 anos de idade e 14 de prática desta modalidade, ambas sobre um tema muito caro, sobretudo a quem tem espírito desportivo: o localismo ou, a sua pior dimensão, o abutrismo.
Seguindo as regras da legitimidade e transparência da crítica construtiva, refira-se que comecei a praticar bodyboard aos 16 anos, em 1987. No passado recente dia 16, fiz mais um aniversário da compra da minha primeira prancha digna desse nome, uma Mach 7-SS desenhada por Mike Stewart, da marca Morey Boogie. Comecei por surfar na Ericeira (terra que já na barriga de minha mãe frequentava, até hoje), desde S. Julião – passando, entre outras, pelo Lizandro, Abutre, Sul, Baleia, Peixe, Norte, Moita, S. Sebastião, Pedra Branca, Backdoor, Reef, Ribeira d’Ilhas, Pontinha, Coxos – até S. Lourenço, entre outros locais como Areia Branca, Consolação, Peniche, Furadouro, etc., etc., para chegar à zona de praias onde mais entro, actualmente, que é a da Costa da Caparica.
Voltando ao que importa, é de facto aterrador, em termos desportivos, o que leio neste número da VERT sobre o tema já citado: o localismo, que não se restringe ao boogiesport(refiro-o em homenagem a Tom Morey – actualmente conhecido por Y -, considerado o Pai deste desporto, fundador da Morey Boogie, a primeira marca de pranchas de bodyboard, apesar de ter sempre recusado esta designação bodyboard, preferindo boogieboard).
Ora leiam isto:
João Godinho, no seu Editorial de adjunto (pág. 78), depois de chamar aos cultores do localismo (e a si próprio) de «pandilha», «imberbes», «leões» e «bárbaros», após enunciar algumas das suas práticas, como «brandir de tacos de basebol», «pedras arremessadas do molhe contra os que ousavam invadir aquelas que considerávamos as nossas águas», ou recorrer «às ameaças para demarcar o seu território» ou a consciência de que «tudo aquilo não passou de uma daquelas manias de afirmação que acompanham os putos na adolescência», depois, ainda, de considerar a sua prática como meras «criancice» ou «atrocidades», a final, sossega-nos e diz o seguinte: «Mas estejam descansados que nunca matámos ninguém e raramente – arriscaria mesmo dizer nenhuma – chegámos a vias de facto» (jocandi causa, duas coisas se impõem dizer: uma, como diria Shakespeare, «too much ado about nothing», outra, mais prosaica, que raio de adolescência é esta que depois de tantas «histórias que davam para escrever um livro – daqueles bem grossos!» [sic] nunca chegou a vias de facto?!)
Na 4.ª coluna do seu artigo, João Godinho concretiza a grande confusão e contradição entre o imberbe e o adulto (com «mais de 16 anos» de surfada). Aliás, não é por acaso que a coluna começa com um «Mas», explicitamente adivinhava-se a soltura do «leão», depois de um discurso parece-nos ingenuamente incorrecto («uns fumam ‘ganzas’, nós éramos localistas»). João Godinho arremata a sua escrita com a seguinte tese: o localismo «mais do que uma lei» (!) «é um costume»! E, continua, «já diz o Direito que os costumes se sobrepõem às leis»!
De facto, é uma a seguir à outra. Sou jurista (e advogado) e professor de Direito, e não me lembro de ter aprendido tal coisa de forma tão dogmática. Julgava que os usos só eram juridicamente atendíveis se (e quando) a lei assim o determinasse e que as normas prevaleciam sobre os usos, mas devem-me ter ensinado outro Direito (talvez o de Hamurabi, onde era uso o afogamento ou a empalação dos escravos que se banhavam nos mares contra a vontade dos homens-livres) ou comprei o meu Código Civil com gralhas.
João Godinho finaliza, at last, com este primor:
«Racionalmente, deveriam ser eles [os ‘estrangeiros’, gíria que gosta de repetir] os primeiros a perceber que as honras são sempre para os da casa. Em última instância, em vez do habitual sinal da cruz, uma espécie de superstição entre a classe – crentes e descrentes -, o surfista ou bodyboarder deveria começar cada surfada em pico alheio a interiorizar a frase : “Jesus disse: se não nasceste aqui, então as melhores não são para ti.” Tudo em prol de um mundo melhor» (sic)!
Leiam agora, com a máxima objectividade que conseguirem, esta passagem da entrevista de Filipe Cardoso (FC), local de Supertubos:
«VERT: És conhecido como um dos abutres locais nos Super. São apenas bocas ou tens algo a dizer sobre isso?
FC: Sim, é verdade que quando estou na água tenho cara de poucos amigos, principalmente se estiver nos Super. (...) Não tenho por hábito dropinar, gosto de fazer as minhas ondas sozinho. Quando remo para uma onda e outra pessoa que não é local também o faz, eu só lhe digo que eu vou. Se ele insistir em ir eu não considero que o estou a dropinar, mas essa pessoa vai ter que me ouvir porque em em Peniche só faço ondas sozinho. Se isto se passar com um local aí tento simplesmente chegar primeiro. Quando estou na água não estendo a passadeira vermelha para ninguém, só não vou nas melhores ondas se não puder. Há pessoal que vem de fora para surfar os Super que tem que ter consciência que, como em qualquer outra onda de qualidade, existem locais que estão sempre lá quando esta funciona. É preciso, acima de tudo, saber respeitá-los [!] e só desta maneira é que poderão pensar [pensar, não é surfar] em apanhar umas quantas ondas do set.» (a brincar, apetece dizer, Obrigadinho pá, pela esmolinha! És um gajo bacano!).
Com afirmações destas quase não sobra nenhum ateu no mundo! São, na verdade, declarações surpreendentes. Confesso que quando acabei de ler isto pela primeira vez fiquei chocado! Ao mesmo tempo, duvidei da minha ingenuidade. Como é que é possível, já no século XXI, existir esta mentalidade territorialmente xenófoba e ideologicamente fundamentalista. Sendo o mar um bem de todos (ou não?!), público portanto, e sendo este país, um país livre (ou não?!), porque carga de água o apanhar das ondas deve ter outros critérios para além do mérito?
A incoerência e a contradição são dos maiores cancros do campo da discussão.
Este discurso, também extensível a alguns colegas meus (inclusive amigos) é assaz contraditório com o que defendem: exultam o desenvolvimento do bodyboard, apela-se ao fortalecimento e presença da dinâmica organizativa no bodyboard, queixa-se da falta de novos apoios publicitários e patrocínios para a modalidade assente, sobretudo, no crescimento da modalidade, endeusa-se o vício e o prazer das ondas e dos mares, paternaliza-se os «jovens miúdos» bodyboarders nos line-ups das nossas praias, reivindica-se uma não discriminação deste desporto («não tentem discriminá-lo como fazem há anos»), exulta-se a comunhão de valores e a coesão no bodyboard («somos na realidade uma praga assumida e unidos pelos mesmos valores», António Fonseca, p. 8) -e, no entanto, fazem-se declarações com a substância e o estilo de um tal radicalismo em relação à afectação dessa mesma liberdade e união da modalidade, que só deveria ter lugar nas manobras do nosso desporto.
Verificada esta tendência, não admira que a prática regular e competitiva do bodyboard esteja em declínio em todo o mundo (nos EUA o debate está bastante aceso por várias razões, entre as quais, o fecho de muitas publicações desta modalidade, o facto de a cultura não se diferenciar do surf e o discurso e imagem não serem apelativos às novas gerações, a acrescer o rápido e impressionante crescimento da modalidade do handboard, afiliada no bodyboard: pratica-se com duas pequenas pranchas, uma em cada mão e barbatanas-pato).
Um dos grandes problemas dos desportos radicais e dos seus praticantes é o défice de democraticidade e de cultura ou mentalidade abertas, factores condicionantes do desenvolvimento democrático. A naturalidade e o hábito de alguns comportamentos levam, por vezes, à involuntária implementação de regras restritivas ao acesso e funcionamento de qualquer disciplina. Acontece assim em todas as actividades humanas, profissionais e lúdicas, por conseguinte, e infelizmente, o bodyboard não escapa à regra.
Tenho esperança nas novas gerações, como o Miguel Contreras (Lisboa) e o Ricardo Ribeiro (Espinho) que, na pág. 10 da VERT fazem afirmações lúcidas e pedagógicas sobre o localismo. Quanto à velha geração (a minha), espero que um dia mudem de ideias e façam recuar o passado das suas acções através do seu novo ensinamento aos seus filhos, baseados nos princípios do desportivismo, da boa-fé, do mérito e da liberdade de surfar, seja em prancha de surf ou de bodyboard.
Como é que se respeita um desporto, sem respeitar os seus praticantes? Respeitá-lo não é baseá-lo numa lógica de local vs. estrangeiro, nobre vs. vassalo, senhorio vs. inquilino, entre outros exemplos picturais.
Ao contrário do que alguns argumentam, a supremacia que deriva do nível de manobras não é localismo, é saber, é técnica, é perícia. O localismo não tem (nem deve ter) nada a ver com experiência, até porque o localismo simplesmente não devia existir. Se um atleta for iniciado, independentemente de onde venha, seja da zona, de Portugal, do resto da Europa ou do Mundo, se atingir o pico primeiro, e segundo as regras desportivas, tem este atleta todo o direito de surfar a onda. Não vislumbro outro valor de regulação aplicável à prática do bodyboard ou no surf. O valor segundo o Direito (regras e princípios) e a Democracia (liberdade de acesso e de exercício), sem discriminações. As únicas discriminações que são admissíveis são as positivas, ou seja, aquelas que beneficiam ou o interesse geral de todo o desporto (por exemplo, ocupar uma praia para a realização de uma prova competitiva) ou os mais jovens ou iniciados na modalidade (para que não passem uma manhã inteira sem apanhar ondas, é de fair play solidário deixá-los, com alguma frequência, apanhar ondas, ou então ensinar-lhes como se devem posicionar próximo do pico ou no outside).
No desporto não há hierarquias, antes níveis diferentes de prática desportiva. E no desporto, ganha quem chega primeiro (no caso do bodyboard, à onda). Não é assim em todos os desportos? No bodyboard, o facto de se ser um dos melhores – se é que existem nos desportos náuticos - para além da maior probabilidade de se chegar ao pico ou de apanhar a onda em primeiro lugar, só dá para ganhar provas e campeonatos!
Não se pense que a questão do localismo não é ideológica ou que não tem sentido no campo das ideias, porque esta questão divide os boogieboarders, precisamente entre localistas vs. globalistas.
Os localistas são territorialmente limitados, com cariz egocêntrico, de cultura fechada e não liberal, adepta de uma hierarquia de comportamentos, em estrutura piramidal, atravessada por uma relação de domínio. São praticantes de zona, estáticos e conservadores no que respeita às regras que melhor servem o seu interesse pessoal. Defendem uma lógica desportiva assente, preferencialmente, na experiência do desporto e na antiguidade da naturalidade do local da(s) praia(s). Advogam a subalternização dos não locais, por cima da supremacia física e da perícia desportiva dos estrangeiros. Os localistas são tendencialmente mais sectários e corporativistas no que respeita ao desporto, daí que enfrentem o seguinte paradoxo: reclamar direitos e liberdades para a modalidade e, simultaneamente, defender a sua restrição para os seus praticantes, com base em critérios de mobilidade/naturalidade geográfica, revogatórios, deste modo, da liberdade de circulação e de exercício da modalidade. Por último, normalmente um local diz «a onda é minha!» (sucessor do mare nostrum), quando não é, e «respeitinho por quem é daqui!», sintoma de insegurança interior e de dificuldades em lidar com a concorrência e a adversidade desportivas.
Os globalistas defendem a liberdade de surfar acima de qualquer outro valor, uma liberdade colectiva exercida individualmente, pertencente a todos os indivíduos, como factor de promoção da dignidade humana, da igualdade de oportunidades e do desenvolvimento da modalidade. Consideram as praias e as ondas um bem público, explorável por todos, afirmando-se contra a atribuição de privilégios ou prerrogativas de utilização dos mares seja a quem for. Para os globalistas, a concorrência para a disputa da onda e a competição entre os praticantes da modalidade, mais do que bem-vindas, fazem parte da essência desportiva do bodyboard, quando praticada pelas regras e princípios de regulação da exploração das ondas e convivência dos bodyboarders, designadamente, os princípios da igualdade (proibição da discriminação, de hierarquias e do livre arbítrio), da liberdade responsável, do mérito, da solidariedade e entreajuda (sobretudo, com os praticantes de nível desportivo inferior, sobretudo os mais jovens e os mais velhotes), do bom senso e do revezar na disputa da onda quando se torna difícil clarificar o melhor posicionado segundo as regras gerais de prioridade, da convivência pacífica, racional e dinamizadora de todos os que surfam ondas (bodyboarders, surfistas no sentido restrito, entre outros). Os globalistas sublimam o prazer individual na viagem da onda, sem prejuízo de consideração da onda como um bem que não é propriedade de ninguém e, assim, nem do seu rider.
Esta divisão não é nenhuma separação entre o Mal e o Bem, nem uma diabolização dos localistas ou uma angelicalização dos globalistas. Ambas as correntes têm as suas vantagens (por exemplo, o localismo potencia o sentimento de protecção ambiental e de ordenamento da(s) praia(s)) e deméritos (no que respeita ao globalismo, a não fixação territorial pode implicar desvantagens financeiras e comerciais para a localidade ou desvalorização do património local) e muito menos não comportam excepções, porquanto não há liberdades ou direitos absolutos, todos os direitos e liberdades têm limites, tese que todos os anos insisto, e repito, em transmitir aos meus alunos. Ora, mas um direito ou liberdade só pode ser restringida em prole da consecução de um valor, direito ou liberdade de importância igual ou superior e de natureza geral e abstracta. Estes requisitos não vislumbro como possam ser aplicados ao localismo, quando um surfista, servindo o seu interesse individual e concreto, restringe a liberdade a outro surfista segundo regras limitativas que visam prosseguir satisfações individuais e temporárias.
Na Alemanha, porventura traumatizada pelo período ditatorial nazi que viveu e a que sobreviveu, ao nível da discussão jurídico-constitucional, defende-se que «não deve haver liberdade para os inimigos da liberdade», como princípio de protecção de uma ordem democrática, livre e de direitos fundamentais. Pessoalmente, não defendo este princípio, soa-me a radicalismo destemperado, sou avesso a radicalismo ideológicos, talvez seja por isso que faço bodyboard, para compensar a minha falta de radicalismo ideológico. Julgo que o caminho deve antes passar pela discussão e
Ideias, culturas e mentalidades que restrinjam a liberdade e o seu justo e igual desfrutar, não obrigado! Era só o que faltava, ainda por cima vindo de quem vem (muitos sem experiência de vida alguma), quando há décadas a Europa já proclama a liberdade de circulação (e fixação) de pessoas e bens por todo o espaço europeu, ter agora que cedê-la e anulá-la perante uns pseudo-desportistas, mimados pelo tempo e espaço do mar que ocupam há anos. Penso mesmo que, acima de tudo, é uma questão de bom senso e de senso comum. Que legitimidade terá quem ensina a vida baseada no mérito e na liberdade, perante os seus filhos, se alguma vez defendesse que em determinados bens públicos (o mar, as ondas) é defensável e admissível obliterar a liberdade dos outros (dropinar), independentemente do mérito das suas capacidades (abutrismo)?
E já que João Godinho gosta tanto da tradição e dos usos, sugiro-lhe (e a todos os que pensem como ele e, também, aos localistas extremistas) o estudo e a análise da política do Mare Liberum, sublimada pelos portugueses no tempo dos Descobrimentos, uma doutrina defendida pelos luso-navegadores, apesar do domínio destes e apesar de Portugal (juntamente com a Espanha), ser a maior potência marítima do mundo! Estes sim, são abutres dos mares, no sentido de grandiosidade, para quem o respeito vem de cima. Aquela sim, é a autêntica tradição e o verdadeiro costume portugueses, respeitante à fruição de um mar de liberdade, de que todos os que surfam o mar são legítimos aspirantes a sucessores dos daqueles navegadores e exploradores marítimos de outrora.
Esta sucessão não se pode ficar pelo espírito ao nível da garganta. Há que realizar o espírito de aventura, de descoberta e de liberdade, todos os dias, em cada praia, em cada onda, em cada manobra. E, acima de tudo, em cada comportamento relacional com os colegas exploradores de ondas, sejam do bodyboard ou do surf, sejam do caiaque ou do kite-surf.
O desporto é globalista. Parafraseando João Godinho (infelizmente com outro contexto), tudo em prol de um mundo melhor! Mas um mundo melhor, é um mundo colectivo, pacífico e tolerante, com pessoas e ideias diversas e adversas, não é um mundo só nosso. Não há vitórias sem adversários, nem prazer em ondas furtadas. Carl Lewis, considerado o melhor atleta de todos os tempos, dizia «I’m number one when I’ am alone». Somos sempre os melhores quando estamos sozinhos... até numa onda.
Que a discussão, neste país amorfo, (re)comece...
NCR
P.S. - Agradeço à VERT (e aos seus editores) sem a qual, provavelmente, nunca teria escrito o que escrevi.»
Desafio
Alguém por ai me saberá explicar a quem interessa manter o tempo de espera de dois anos – que na pratica se materializam em dois anos e meio -, para ser possível concorrer ao Centro de Estudos Judiciários?
Sendo certo que (quase) todos concordam que tal tempo de espera é nefasto para a escolha dos melhores, quem impede uma alteração que tem estado em cima da mesa da ultima “mão cheia” de Ministros da Justiça?
PSL
Desafio
Alguém por ai me saberá explicar a quem interessa manter o tempo de espera de dois anos – que na pratica se materializam em dois anos e meio -, para ser possível concorrer ao Centro de Estudos Judiciários?
Sendo certo que (quase) todos concordam que tal tempo de espera é nefasto para a escolha dos melhores, quem impede uma alteração que tem estado em cima da mesa da ultima “mão cheia” de Ministros da Justiça?
PSL
domingo, 24 de julho de 2005
Magníficos Dias Atlânticos (VIII)
Tão lesto que a silly season desliza sobre as aguas com as velas enfunadas. Ou a todo o vapor conforma a perspectiva.
Foi divertido o fim de semana, apesar da falta de sol no domingo.
Alias, bastava passar os olhos pelos jornais para nos rirmos a bandeiras despregadas.
No sábado o Público jurava na primeira pagina que Manuel Alegre era candidato a Presidente da Republica (PR). Logo ao lado no Expresso podíamos ler que afinal o alegre candidato da esquerda era o ex-PR Soares. Bom, em que ficamos?
No domingo o Público esclarece, deixando entender que Sócrates considera Soares o “Pai da Pátria”, afinal o alegre candidato não é o Manuel mas sim o Mário.
Hoje o auge.
Enquanto na edição on line o Público continua a dizer que Soares vais reflectir na candidatura, a edição papel diz que Soares formaliza a candidatura em Setembro. Diversão e boa disposição é o que não falta à rapaziada de Picoas.
Uma coisa é certa, com Alegre ou com Soares é desta que o Rato Mickey ganharia uma eleição se concorresse. Cavaco não precisa de se aborrecer muito para vencer as Presidenciais de 2006.
A cereja no topo: antes de tais eleições - embora para a histérica comunicação social portuguesa não pareça - teremos as autárquicas. Já a seguir, em Outubro.
PSL
Magníficos Dias Atlânticos (VIII)
Tão lesto que a silly season desliza sobre as aguas com as velas enfunadas. Ou a todo o vapor conforma a perspectiva.
Foi divertido o fim de semana, apesar da falta de sol no domingo.
Alias, bastava passar os olhos pelos jornais para nos rirmos a bandeiras despregadas.
No sábado o Público jurava na primeira pagina que Manuel Alegre era candidato a Presidente da Republica (PR). Logo ao lado no Expresso podíamos ler que afinal o alegre candidato da esquerda era o ex-PR Soares. Bom, em que ficamos?
No domingo o Público esclarece, deixando entender que Sócrates considera Soares o “Pai da Pátria”, afinal o alegre candidato não é o Manuel mas sim o Mário.
Hoje o auge.
Enquanto na edição on line o Público continua a dizer que Soares vais reflectir na candidatura, a edição papel diz que Soares formaliza a candidatura em Setembro. Diversão e boa disposição é o que não falta à rapaziada de Picoas.
Uma coisa é certa, com Alegre ou com Soares é desta que o Rato Mickey ganharia uma eleição se concorresse. Cavaco não precisa de se aborrecer muito para vencer as Presidenciais de 2006.
A cereja no topo: antes de tais eleições - embora para a histérica comunicação social portuguesa não pareça - teremos as autárquicas. Já a seguir, em Outubro.
PSL
sexta-feira, 22 de julho de 2005
No surender, no surender...
Esta imagem, que faz hoje a capa em diversos matutinos Londrinos (destaque para o The Times), só nos faz apetecer gritar como um bom adepto do “football association”.
PSL
No surender, no surender...
Esta imagem, que faz hoje a capa em diversos matutinos Londrinos (destaque para o The Times), só nos faz apetecer gritar como um bom adepto do “football association”.
PSL
Urge ler
Por estes tempos que correm, urge ler o sexto tema ai apresentado pelo Professor Figueiredo Dias: o direito penal na "sociedade do risco".
Só como aperitivo..., do que está para vir. Claro.
PSL
Urge ler
Por estes tempos que correm, urge ler o sexto tema ai apresentado pelo Professor Figueiredo Dias: o direito penal na "sociedade do risco".
Só como aperitivo..., do que está para vir. Claro.
PSL
Magníficos Dias Atlânticos (VII)
Por este andar e se nos descuidamos, ainda vamos parar a Agosto. Lá chegados lá teremos de ir por essa estrada fora. E iremos, e iremos...., à procura da Europa dos Mouros. Mouros outros que não do Rif ou do Atlas. Mouros a serio, de outras paragens que por cá (Europa) ficaram até hoje.
Enquanto não chega esse tempo, tempo há para fazer o que não foi feito durante todo um Inverno..., dai a pausa nos MDA. Que regressam hoje, cheios de vento. Magníficos não sei se serão os próximos dias. Mas atlânticos, e bem atlânticos serão de certeza.
PSL
Magníficos Dias Atlânticos (VII)
Por este andar e se nos descuidamos, ainda vamos parar a Agosto. Lá chegados lá teremos de ir por essa estrada fora. E iremos, e iremos...., à procura da Europa dos Mouros. Mouros outros que não do Rif ou do Atlas. Mouros a serio, de outras paragens que por cá (Europa) ficaram até hoje.
Enquanto não chega esse tempo, tempo há para fazer o que não foi feito durante todo um Inverno..., dai a pausa nos MDA. Que regressam hoje, cheios de vento. Magníficos não sei se serão os próximos dias. Mas atlânticos, e bem atlânticos serão de certeza.
PSL
quinta-feira, 21 de julho de 2005
Serviço Público II
Luís Campos e Cunha*
A qualidade da despesa pública está relacionada com todos os aspectos da despesa, mas, em particular, com o investimento. A ideia de que o investimento é sempre algo de bom é errada. (...) Hoje viveríamos melhor se certos investimentos não tivessem sido realizados.
Os últimos dez dias foram férteis em notícias económicas para o nosso país: o anúncio do Plano de Investimentos em Infra-estruturas Prioritárias (PIIP) (dia 3); a aprovação do Orçamento Rectificativo (dia 4); a resolução do Ecofin sobre o Programa de Estabilidade e as previsões do Banco de Portugal (dia 12); o relatório da missão do FMI (dia 14). Vale a pena fazer uma reflexão conjunta.
1 - O Ecofin - Conselho dos 25 Ministros das Finanças da União Europeia - apreciou o Programa de Estabilidade e Crescimento (Prec) para Portugal à luz das regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) e fez um conjunto de recomendações a Portugal.
Dessas recomendações podem retirar-se as seguintes ideias centrais: (i) importância da redução do défice de forma rápida; (ii) dever de evitar operações financeiras que aumentem a dívida; (iii) controlo da despesa, melhorando a sua qualidade; (iv) garantia da sustentabilidade a longo prazo das finanças públicas.
No "novo" PEC o limite de 60 por cento para a dívida passou a ter um papel mais central, a par do limite de 3 por cento para o défice.
Estas ideias traduzem-se em políticas concretas que todos podem entender facilmente.
2 - A rapidez da redução do défice implica que o ajustamento previsto no Prec seja visto por Bruxelas como o ajustamento mínimo necessário. Tal impõe especiais responsabilidades num contexto de crescimento mais fraco. O Banco de Portugal e o BCE acabaram de tornar públicas as suas previsões económicas para 2005 e 2006, para Portugal e para a zona euro, que estão abaixo das anteriores, por razões de todos conhecidas. Assim, impõe-se uma cautela ainda mais vigilante na disciplina orçamental, o que pode implicar mais medidas de contenção da despesa, possivelmente já para 2006.
3 - A sustentabilidade a longo prazo das finanças públicas assenta em três aspectos: a Segurança Social, a Saúde e os investimentos públicos.
A evolução demográfica mostra um envelhecimento acelerado da população portuguesa, ou seja, as despesas da Segurança Social e da Saúde têm uma tendência natural para crescer muito acima do PIB nominal.
4 - A Saúde tem vindo a desenvolver acções e programas de contenção da despesa e de melhor gestão dos recursos e das unidades de saúde; contudo, a tendência natural para o crescimento de tais despesas implicará medidas adicionais de contenção dentro de parâmetros que conciliem os objectivos orçamentais com imperativos de serviço público e de justiça social.
5 - A Segurança Social, no que se refere aos Funcionários Públicos (vulgo CGA/ADSE e outros regimes), tem um vasto e difícil programa de reformas que permitem poupanças significativas nos próximos anos, imprescindíveis à sua sustentabilidade financeira de longo prazo. Na Segurança Social (regime geral) estão ainda em fase de estudo as medidas que, analogamente, se destinam a concorrer para o mesmo objectivo, única forma de se manter a viabilidade do Estado Social.
6 - A qualidade da despesa pública está relacionada com todos os aspectos da despesa, mas, em particular, com o investimento. A ideia de que o investimento é sempre algo de bom é errada. Mesmo na economia familiar, cada um de nós já fez certamente investimentos de que se arrependeu. Hoje viveríamos melhor se certos investimentos não tivessem sido realizados.
Consequentemente, uma boa decisão de investimento impõe a necessidade de uma análise prévia de rendibilidade. Por exemplo, quando se investe numa frota de carros de aluguer (despesa de investimento) não podemos esquecer que, no futuro, devemos fazer a sua manutenção (despesa corrente futura) e ter clientes que suportem a despesa corrente e a amortização do investimento (qualidade do projecto de investimento). Este simples exemplo chama a atenção para a difícil mas necessária selecção dos projectos de investimento. Caso contrário, hipotecamos, gastando em investimento, o presente e comprometemos o futuro com prejuízos de exploração.
7 - O mesmo se passa com o investimento público. A qualidade da despesa pública passa pela criteriosa e apertada selecção dos investimentos. Caso contrário, temos, hoje e no futuro, menos benefícios do Estado ou mais impostos.
Note-se a este propósito que, historicamente, o crescimento económico tem uma vaga relação com a quantidade do investimento público realizado.
Portugal, nas décadas de 1981-90, de 1991-00 e, mais recentemente, nos períodos de 1995-04 e 2000-04, teve esforços de investimento público praticamente constantes e rondando os 3,7 por cento do PIB. No entanto, o crescimento anual médio da economia não parou de cair de valores acima dos 3 por cento para cerca de 1 por cento!
Pelo contrário, a Suécia, para os mesmos períodos, baixou drasticamente (para menos de um terço) o esforço de investimento público, tendo aumentado o seu crescimento para valores acima de 2,5 por cento. Certamente que melhorou a qualidade do investimento. Estes casos são exemplares, mas outros poderiam ser citados a este propósito.
8 - O investimento público é muito importante, mas a sua qualidade é o elemento crucial para contribuir para o crescimento económico sem pôr em causa a redução da dívida pública. Como é referido pelo FMI, o investimento público deve dar prioridade aos projectos com a maior rendibilidade económico-social possível. Naturalmente, na concretização do PIIP não deixará de se ter em conta estes aspectos.
A boa qualidade do investimento público é fundamental para que este seja parte da solução da crise das finanças públicas e não parte do problema, ou seja, que promova efectivamente a retoma económica.
9 - O crescimento económico depende ainda, crucialmente, de vários factores como sejam a qualidade das leis, o funcionamento da justiça, a estabilidade das leis fiscais (só possível com finanças públicas em ordem) ou o nível de educação científica e técnica.
Portugal enfrenta desafios urgentes. Em causa está o seu desenvolvimento e a necessária manutenção do Estado Social. Resolver o problema das contas públicas é apenas a condição necessária. Mas não é suficiente!
*Ex-ministro das Finanças
Serviço Público II
Luís Campos e Cunha*
A qualidade da despesa pública está relacionada com todos os aspectos da despesa, mas, em particular, com o investimento. A ideia de que o investimento é sempre algo de bom é errada. (...) Hoje viveríamos melhor se certos investimentos não tivessem sido realizados.
Os últimos dez dias foram férteis em notícias económicas para o nosso país: o anúncio do Plano de Investimentos em Infra-estruturas Prioritárias (PIIP) (dia 3); a aprovação do Orçamento Rectificativo (dia 4); a resolução do Ecofin sobre o Programa de Estabilidade e as previsões do Banco de Portugal (dia 12); o relatório da missão do FMI (dia 14). Vale a pena fazer uma reflexão conjunta.
1 - O Ecofin - Conselho dos 25 Ministros das Finanças da União Europeia - apreciou o Programa de Estabilidade e Crescimento (Prec) para Portugal à luz das regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) e fez um conjunto de recomendações a Portugal.
Dessas recomendações podem retirar-se as seguintes ideias centrais: (i) importância da redução do défice de forma rápida; (ii) dever de evitar operações financeiras que aumentem a dívida; (iii) controlo da despesa, melhorando a sua qualidade; (iv) garantia da sustentabilidade a longo prazo das finanças públicas.
No "novo" PEC o limite de 60 por cento para a dívida passou a ter um papel mais central, a par do limite de 3 por cento para o défice.
Estas ideias traduzem-se em políticas concretas que todos podem entender facilmente.
2 - A rapidez da redução do défice implica que o ajustamento previsto no Prec seja visto por Bruxelas como o ajustamento mínimo necessário. Tal impõe especiais responsabilidades num contexto de crescimento mais fraco. O Banco de Portugal e o BCE acabaram de tornar públicas as suas previsões económicas para 2005 e 2006, para Portugal e para a zona euro, que estão abaixo das anteriores, por razões de todos conhecidas. Assim, impõe-se uma cautela ainda mais vigilante na disciplina orçamental, o que pode implicar mais medidas de contenção da despesa, possivelmente já para 2006.
3 - A sustentabilidade a longo prazo das finanças públicas assenta em três aspectos: a Segurança Social, a Saúde e os investimentos públicos.
A evolução demográfica mostra um envelhecimento acelerado da população portuguesa, ou seja, as despesas da Segurança Social e da Saúde têm uma tendência natural para crescer muito acima do PIB nominal.
4 - A Saúde tem vindo a desenvolver acções e programas de contenção da despesa e de melhor gestão dos recursos e das unidades de saúde; contudo, a tendência natural para o crescimento de tais despesas implicará medidas adicionais de contenção dentro de parâmetros que conciliem os objectivos orçamentais com imperativos de serviço público e de justiça social.
5 - A Segurança Social, no que se refere aos Funcionários Públicos (vulgo CGA/ADSE e outros regimes), tem um vasto e difícil programa de reformas que permitem poupanças significativas nos próximos anos, imprescindíveis à sua sustentabilidade financeira de longo prazo. Na Segurança Social (regime geral) estão ainda em fase de estudo as medidas que, analogamente, se destinam a concorrer para o mesmo objectivo, única forma de se manter a viabilidade do Estado Social.
6 - A qualidade da despesa pública está relacionada com todos os aspectos da despesa, mas, em particular, com o investimento. A ideia de que o investimento é sempre algo de bom é errada. Mesmo na economia familiar, cada um de nós já fez certamente investimentos de que se arrependeu. Hoje viveríamos melhor se certos investimentos não tivessem sido realizados.
Consequentemente, uma boa decisão de investimento impõe a necessidade de uma análise prévia de rendibilidade. Por exemplo, quando se investe numa frota de carros de aluguer (despesa de investimento) não podemos esquecer que, no futuro, devemos fazer a sua manutenção (despesa corrente futura) e ter clientes que suportem a despesa corrente e a amortização do investimento (qualidade do projecto de investimento). Este simples exemplo chama a atenção para a difícil mas necessária selecção dos projectos de investimento. Caso contrário, hipotecamos, gastando em investimento, o presente e comprometemos o futuro com prejuízos de exploração.
7 - O mesmo se passa com o investimento público. A qualidade da despesa pública passa pela criteriosa e apertada selecção dos investimentos. Caso contrário, temos, hoje e no futuro, menos benefícios do Estado ou mais impostos.
Note-se a este propósito que, historicamente, o crescimento económico tem uma vaga relação com a quantidade do investimento público realizado.
Portugal, nas décadas de 1981-90, de 1991-00 e, mais recentemente, nos períodos de 1995-04 e 2000-04, teve esforços de investimento público praticamente constantes e rondando os 3,7 por cento do PIB. No entanto, o crescimento anual médio da economia não parou de cair de valores acima dos 3 por cento para cerca de 1 por cento!
Pelo contrário, a Suécia, para os mesmos períodos, baixou drasticamente (para menos de um terço) o esforço de investimento público, tendo aumentado o seu crescimento para valores acima de 2,5 por cento. Certamente que melhorou a qualidade do investimento. Estes casos são exemplares, mas outros poderiam ser citados a este propósito.
8 - O investimento público é muito importante, mas a sua qualidade é o elemento crucial para contribuir para o crescimento económico sem pôr em causa a redução da dívida pública. Como é referido pelo FMI, o investimento público deve dar prioridade aos projectos com a maior rendibilidade económico-social possível. Naturalmente, na concretização do PIIP não deixará de se ter em conta estes aspectos.
A boa qualidade do investimento público é fundamental para que este seja parte da solução da crise das finanças públicas e não parte do problema, ou seja, que promova efectivamente a retoma económica.
9 - O crescimento económico depende ainda, crucialmente, de vários factores como sejam a qualidade das leis, o funcionamento da justiça, a estabilidade das leis fiscais (só possível com finanças públicas em ordem) ou o nível de educação científica e técnica.
Portugal enfrenta desafios urgentes. Em causa está o seu desenvolvimento e a necessária manutenção do Estado Social. Resolver o problema das contas públicas é apenas a condição necessária. Mas não é suficiente!
*Ex-ministro das Finanças
A Análise de Pacheco Pereira
É incrível a capacidade e a qualidade analíticas e intuitivas de Pacheco Pereira. Para quem (ou)viu a sua opinião na "Quadratura do Círculo" ontem na SIC sobre o artigo de Campos e Cunha no Público, que foi gravado antes da demissão deste, põde comprovar a excelência do seu raciocínio e o exame acutilante e sistemático sobre os factos políticos. Deveras impressionante.
NCR
A Análise de Pacheco Pereira
É incrível a capacidade e a qualidade analíticas e intuitivas de Pacheco Pereira. Para quem (ou)viu a sua opinião na "Quadratura do Círculo" ontem na SIC sobre o artigo de Campos e Cunha no Público, que foi gravado antes da demissão deste, põde comprovar a excelência do seu raciocínio e o exame acutilante e sistemático sobre os factos políticos. Deveras impressionante.
NCR
Bora lá bombardear Meca
…o congressista Norte Americano (republicano) que numa entrevista radiofónica (link), sugeriu a hipótese extrema de destruir locais sagrados do Islão.
A coisa vale o que vale…, e só pode ser interpretada como “fruta da época”..., ainda assim..., recomendamos a Campos e Cunha – que decidiu entrar de ferias mais cedo, ou será que foi “mandado” de férias mais cedo - não viajar para locais sagrados do Islão.
Nunca se sabe quando vem lá uma bomba...
PSL
Bora lá bombardear Meca
…o congressista Norte Americano (republicano) que numa entrevista radiofónica (link), sugeriu a hipótese extrema de destruir locais sagrados do Islão.
A coisa vale o que vale…, e só pode ser interpretada como “fruta da época”..., ainda assim..., recomendamos a Campos e Cunha – que decidiu entrar de ferias mais cedo, ou será que foi “mandado” de férias mais cedo - não viajar para locais sagrados do Islão.
Nunca se sabe quando vem lá uma bomba...
PSL
quarta-feira, 20 de julho de 2005
Campo Contra Campo (XXI)
Aqui (link) podemos ler – desculpem o “Brasileires”: Star War Revelations é um filme de curta-metragem com 47 minutos e 19 segundos, feitos por profissionais fãs de Star Wars. Ele foi feito de forma colaborativa por uma equipe de cerca de 200 pessoas e levou três anos para ser concluído, sob a orientação da pequena empresa Panic Struck Productions.
Os profissionais que trabalharam no filme, incluindo técnicos, diretor e atores participaram do projeto sem receber nenhum salário. Muitas das despesas do filme, como por exemplo, as roupas das personagens, tiveram que ser custeadas pelos próprios atores. O trabalho foi feito em fins de semana, em horários em que as pessoas envolvidas estavam de folga e livres de suas verdadeiras atividades profissionais.
A história de Star Wars - Revelations se passa depois de Star Wars Episode III - The Revenge of the Sith. O Templo Jedi foi destruído, o Imperador Palpatine ascendeu ao poder ajudado por Darth Vader. Quase todos os cavaleiros Jedi foram eliminados pelo Império e os poucos sobreviventes são fugitivos caçados.
No filme há uma nova vilã: Zahana, a "Mão do Imperador". Ela e Darth Vader, em sua tradicional armadura negra, procuram conquistar a confiança do Imperador através da eliminação dos últimos Jedi.
A heroína do filme é Taryn Anwar, uma rebelde que conseguiu escapar do controle imperial e que procura por um artefato Jedi antigo que poderia ser usado para destruir o Império.
Podem tentar o download aqui (link). Boa sorte.
PSL
Campo Contra Campo (XXI)
Aqui (link) podemos ler – desculpem o “Brasileires”: Star War Revelations é um filme de curta-metragem com 47 minutos e 19 segundos, feitos por profissionais fãs de Star Wars. Ele foi feito de forma colaborativa por uma equipe de cerca de 200 pessoas e levou três anos para ser concluído, sob a orientação da pequena empresa Panic Struck Productions.
Os profissionais que trabalharam no filme, incluindo técnicos, diretor e atores participaram do projeto sem receber nenhum salário. Muitas das despesas do filme, como por exemplo, as roupas das personagens, tiveram que ser custeadas pelos próprios atores. O trabalho foi feito em fins de semana, em horários em que as pessoas envolvidas estavam de folga e livres de suas verdadeiras atividades profissionais.
A história de Star Wars - Revelations se passa depois de Star Wars Episode III - The Revenge of the Sith. O Templo Jedi foi destruído, o Imperador Palpatine ascendeu ao poder ajudado por Darth Vader. Quase todos os cavaleiros Jedi foram eliminados pelo Império e os poucos sobreviventes são fugitivos caçados.
No filme há uma nova vilã: Zahana, a "Mão do Imperador". Ela e Darth Vader, em sua tradicional armadura negra, procuram conquistar a confiança do Imperador através da eliminação dos últimos Jedi.
A heroína do filme é Taryn Anwar, uma rebelde que conseguiu escapar do controle imperial e que procura por um artefato Jedi antigo que poderia ser usado para destruir o Império.
Podem tentar o download aqui (link). Boa sorte.
PSL
O FIM DO PETRÓLEO: A grande tragédia do século XXI (IV)
Com tais níveis de consumo, os especialistas dividem-se. Para uns o pico de produção será atingido nos próximos meses, para outros daqui por poucos anos. No meio estará por certo a virtude. E porquê? Porque é impossível encontrar mais petróleo no nosso planeta. Este é o grande problema. Não há mais. Acabou!
Nos últimos anos tem sido descobertas enorme jazidas. Na Arábia Saudita foi descoberta uma enorme reserva, totalmente por explorar. No mar Cáspio, foi descoberta uma reserva calculável em cerca de três por cento do total mundial. Noutros pontos do globo, v.g. Nigéria, Golfo do México, São Tomé, Angola; há muito ouro negro por extrair. Tais descobertas fizeram o petróleo ser algo relativamente barato durante os últimos anos. Entretanto…, o consumo nos EUA, e o crescimento económico a Oriente vieram por fim aos "dias de festa".
O preço não sobe porque há guerra no Golfo, nem porque há um ditador de esquerda na Venezuela e muito menos porque as tempestades tropicais se transformam em ciclones ou furacões. O preço sobe, porque o mercado sabe que acabou o produto que negoceia.
E depois do adeus?
O modo de vida até aqui conhecido terá de ser totalmente alterado.
Outra ideia feita, mas falsa é que no mercado dos veículos automóveis ainda não se encontrou solução para o petróleo porque não se quis. É falso. Não há solução à vista para os veículos motorizados do nosso dia a dia. Mas mesmo que houvesse isso seria "uma gota num oceano" de desolação.
Para alem do consumo nos milhares de milhões de motores de explosão que existem por esse Mundo fora, outra grande parte do petróleo consumido, vai directamente para criar outras fontes de energia, especialmente electricidade. Para escrever este post, para ver TV, para ouvir musica, mas sobretudo para alimentar as maquinas gastadoras que temos em casa. Maquinas de lavar e secar roupa, maquinas de ar condicionado.
E as aeronaves? Faz o leitor ideia de quanto barris de petróleo são consumidos pelas milhares de aeronaves que diariamente cobrem o planeta? Em termos relativos o consumo de carros e motos comparado com o consumo dos aviões chega a é ridículo.
PSL
O FIM DO PETRÓLEO: A grande tragédia do século XXI (IV)
Com tais níveis de consumo, os especialistas dividem-se. Para uns o pico de produção será atingido nos próximos meses, para outros daqui por poucos anos. No meio estará por certo a virtude. E porquê? Porque é impossível encontrar mais petróleo no nosso planeta. Este é o grande problema. Não há mais. Acabou!
Nos últimos anos tem sido descobertas enorme jazidas. Na Arábia Saudita foi descoberta uma enorme reserva, totalmente por explorar. No mar Cáspio, foi descoberta uma reserva calculável em cerca de três por cento do total mundial. Noutros pontos do globo, v.g. Nigéria, Golfo do México, São Tomé, Angola; há muito ouro negro por extrair. Tais descobertas fizeram o petróleo ser algo relativamente barato durante os últimos anos. Entretanto…, o consumo nos EUA, e o crescimento económico a Oriente vieram por fim aos "dias de festa".
O preço não sobe porque há guerra no Golfo, nem porque há um ditador de esquerda na Venezuela e muito menos porque as tempestades tropicais se transformam em ciclones ou furacões. O preço sobe, porque o mercado sabe que acabou o produto que negoceia.
E depois do adeus?
O modo de vida até aqui conhecido terá de ser totalmente alterado.
Outra ideia feita, mas falsa é que no mercado dos veículos automóveis ainda não se encontrou solução para o petróleo porque não se quis. É falso. Não há solução à vista para os veículos motorizados do nosso dia a dia. Mas mesmo que houvesse isso seria "uma gota num oceano" de desolação.
Para alem do consumo nos milhares de milhões de motores de explosão que existem por esse Mundo fora, outra grande parte do petróleo consumido, vai directamente para criar outras fontes de energia, especialmente electricidade. Para escrever este post, para ver TV, para ouvir musica, mas sobretudo para alimentar as maquinas gastadoras que temos em casa. Maquinas de lavar e secar roupa, maquinas de ar condicionado.
E as aeronaves? Faz o leitor ideia de quanto barris de petróleo são consumidos pelas milhares de aeronaves que diariamente cobrem o planeta? Em termos relativos o consumo de carros e motos comparado com o consumo dos aviões chega a é ridículo.
PSL
terça-feira, 19 de julho de 2005
O maior filósofo de sempre
1 - Karl Marx: 27.93%
2 - David Hume: 12.67%
3 - Ludwig Wittgenstein: 6.80%
4 - Friedrich Nietzsche: 6.49%
5 - Platão: 5.65%
6 - Immanuel Kant: 5.61%
7 - São Tomás de Aquino: 4.83%
8 - Sócrates: 4.82%
9 - Aristóteles: 4.52%
10 - Karl popper: 4.20%
A minha lista seria esta:
1 - Immanuel Kant
2 - Karl Popper
3 - Sócrates
4 - Aristóteles
5 - Locke
6 - Marx
7 - Nietzsche
8 - Platão
9 - Spinoza
10 - Kierkgaard
NCR
O maior filósofo de sempre
1 - Karl Marx: 27.93%
2 - David Hume: 12.67%
3 - Ludwig Wittgenstein: 6.80%
4 - Friedrich Nietzsche: 6.49%
5 - Platão: 5.65%
6 - Immanuel Kant: 5.61%
7 - São Tomás de Aquino: 4.83%
8 - Sócrates: 4.82%
9 - Aristóteles: 4.52%
10 - Karl popper: 4.20%
A minha lista seria esta:
1 - Immanuel Kant
2 - Karl Popper
3 - Sócrates
4 - Aristóteles
5 - Locke
6 - Marx
7 - Nietzsche
8 - Platão
9 - Spinoza
10 - Kierkgaard
NCR
ESPUMAS X
NCR
ESPUMAS X
NCR
Manhãs FM..., manhas FM
A excepção está mesmo aqui ao lado em 102.6.
Algo sóbria, sem patetices, sem um caudal de informação inútil e com muita, muita musica para respirar. E também com um blog (link).
PSL
Manhãs FM..., manhas FM
A excepção está mesmo aqui ao lado em 102.6.
Algo sóbria, sem patetices, sem um caudal de informação inútil e com muita, muita musica para respirar. E também com um blog (link).
PSL
segunda-feira, 18 de julho de 2005
Façam o favor…
E se bem repararem o vento está rodar para Leste. Vai fazer muito calor nos próximos dias.
PSL
Façam o favor…
E se bem repararem o vento está rodar para Leste. Vai fazer muito calor nos próximos dias.
PSL
Campo Contra Campo (XIX)
É mais uma deliciosa surpresa “made by Tim Burton”.
Burton é provavelmente o único realizador genial do momento. Em todo o Mundo.
Link roubado no CineBlog.
PSL
Campo Contra Campo (XIX)
É mais uma deliciosa surpresa “made by Tim Burton”.
Burton é provavelmente o único realizador genial do momento. Em todo o Mundo.
Link roubado no CineBlog.
PSL
domingo, 17 de julho de 2005
Magníficos Dias Atlânticos (VI)
E pelo meio..., umas caipirinhas naquele que podia muito bem ser o Café del Mar Português.
E ainda deu tempo para ir à Luz ver “fruta da época”. Duas equipas em (re)construção, ainda indolentes (como o tempo), mas a prometer vitorias e com sorte bom futebol.
PSL