"Ever tried. Ever failed. No matter. Try Again. Fail again. Fail better."
Where I am, I don't know, I'll never know, in the silence you don't know, you must go on, I can't go on, I'll go on."
Samuel Beckett
segunda-feira, 31 de outubro de 2005
PALETA DE PALAVRAS XXXII
PALETA DE PALAVRAS XXXII
"Ever tried. Ever failed. No matter. Try Again. Fail again. Fail better."
Where I am, I don't know, I'll never know, in the silence you don't know, you must go on, I can't go on, I'll go on."
Samuel Beckett
Where I am, I don't know, I'll never know, in the silence you don't know, you must go on, I can't go on, I'll go on."
Samuel Beckett
Campo Contra Campo (XXVI)
Para alem de outras coisas mais..., ficou este fim de semana marcado pelo regresso à muy amada sétima arte.
Alice, ***
Sexta foi noite de Alice.
Para um final de semana deprimente nada melhor do que um filme a condizer. Nem que seja para nos recordar que há tragédias de vida muito piores que a nossa vida por momentos trágica.
Alice é um grande filme. Quase tudo já foi dito e escrito. Basta acrescentar que às excelentes interpretações de Batarada e Melo se soma uma fotografia impar e um registo de sonoplastia que para mim vale por todo o filme. Os sons da cidade irrompem no espaço sem apelo nem agravo sublinhando ainda mais a dor e o sofrimento. Em Alice, o som é um filme dentro de outro. Ele marca o compasso das imagens, despertando ainda a nossa memória para lugares mais ou menos familiares.
E já agora..., se há coisa que eu gosto no cinema é ver a minha terra nos 35 mm. E também ai Marco Martins fez um trabalho único. Não me lembro de planos tão audazes no cinema “de Lisboa”, íngremes e “flutuantes”. Na Rua Augusta, no Rossio, na Fontes Pereira de Melo a câmara voga e mostra-nos uma cidade que pensamos ser nossa conhecida. Brilhante!
Mas não foi só de choro o fim de semana, também ouve tempo para rir com os bonecos de Bristol. A seguir...
PSL
Alice, ***
Sexta foi noite de Alice.
Para um final de semana deprimente nada melhor do que um filme a condizer. Nem que seja para nos recordar que há tragédias de vida muito piores que a nossa vida por momentos trágica.
Alice é um grande filme. Quase tudo já foi dito e escrito. Basta acrescentar que às excelentes interpretações de Batarada e Melo se soma uma fotografia impar e um registo de sonoplastia que para mim vale por todo o filme. Os sons da cidade irrompem no espaço sem apelo nem agravo sublinhando ainda mais a dor e o sofrimento. Em Alice, o som é um filme dentro de outro. Ele marca o compasso das imagens, despertando ainda a nossa memória para lugares mais ou menos familiares.
E já agora..., se há coisa que eu gosto no cinema é ver a minha terra nos 35 mm. E também ai Marco Martins fez um trabalho único. Não me lembro de planos tão audazes no cinema “de Lisboa”, íngremes e “flutuantes”. Na Rua Augusta, no Rossio, na Fontes Pereira de Melo a câmara voga e mostra-nos uma cidade que pensamos ser nossa conhecida. Brilhante!
Mas não foi só de choro o fim de semana, também ouve tempo para rir com os bonecos de Bristol. A seguir...
PSL
Campo Contra Campo (XXVI)
Para alem de outras coisas mais..., ficou este fim de semana marcado pelo regresso à muy amada sétima arte.
Alice, ***
Sexta foi noite de Alice.
Para um final de semana deprimente nada melhor do que um filme a condizer. Nem que seja para nos recordar que há tragédias de vida muito piores que a nossa vida por momentos trágica.
Alice é um grande filme. Quase tudo já foi dito e escrito. Basta acrescentar que às excelentes interpretações de Batarada e Melo se soma uma fotografia impar e um registo de sonoplastia que para mim vale por todo o filme. Os sons da cidade irrompem no espaço sem apelo nem agravo sublinhando ainda mais a dor e o sofrimento. Em Alice, o som é um filme dentro de outro. Ele marca o compasso das imagens, despertando ainda a nossa memória para lugares mais ou menos familiares.
E já agora..., se há coisa que eu gosto no cinema é ver a minha terra nos 35 mm. E também ai Marco Martins fez um trabalho único. Não me lembro de planos tão audazes no cinema “de Lisboa”, íngremes e “flutuantes”. Na Rua Augusta, no Rossio, na Fontes Pereira de Melo a câmara voga e mostra-nos uma cidade que pensamos ser nossa conhecida. Brilhante!
Mas não foi só de choro o fim de semana, também ouve tempo para rir com os bonecos de Bristol. A seguir...
PSL
Alice, ***
Sexta foi noite de Alice.
Para um final de semana deprimente nada melhor do que um filme a condizer. Nem que seja para nos recordar que há tragédias de vida muito piores que a nossa vida por momentos trágica.
Alice é um grande filme. Quase tudo já foi dito e escrito. Basta acrescentar que às excelentes interpretações de Batarada e Melo se soma uma fotografia impar e um registo de sonoplastia que para mim vale por todo o filme. Os sons da cidade irrompem no espaço sem apelo nem agravo sublinhando ainda mais a dor e o sofrimento. Em Alice, o som é um filme dentro de outro. Ele marca o compasso das imagens, despertando ainda a nossa memória para lugares mais ou menos familiares.
E já agora..., se há coisa que eu gosto no cinema é ver a minha terra nos 35 mm. E também ai Marco Martins fez um trabalho único. Não me lembro de planos tão audazes no cinema “de Lisboa”, íngremes e “flutuantes”. Na Rua Augusta, no Rossio, na Fontes Pereira de Melo a câmara voga e mostra-nos uma cidade que pensamos ser nossa conhecida. Brilhante!
Mas não foi só de choro o fim de semana, também ouve tempo para rir com os bonecos de Bristol. A seguir...
PSL
Para breve...
...o regeresso de Campo Contra Campo.
PSL
PSL
Para breve...
...o regeresso de Campo Contra Campo.
PSL
PSL
domingo, 30 de outubro de 2005
N PERGUNTAS XI
ONDE ESTÁ A P_ _ _ _ _ _ _ EM P_ _ _ _ _ _ _, V. EXA. SABE?
ncr
ncr
N PERGUNTAS XI
ONDE ESTÁ A P_ _ _ _ _ _ _ EM P_ _ _ _ _ _ _, V. EXA. SABE?
ncr
ncr
ESPUMAS XVIII
Há objectos sociais de fuga para os nossos objectivos, paradoxalmente, essenciais para nós os cumprirmos, e deles saímos, voltando ao ponto zero, antes de partir, com a satisfação de uma chegada, muitas vezes sentida surpreendidamente como uma resposta vitoriosa…
- O que queremos fazer da vida, desta pequena, curta, valorada e eminente vida? Qual é a nossa estratégia para ela? Será que traçam alguma? Alguém desenha uma estratégia para a função vital? As empresas, fazem-na, as associações, os serviços, os partidos, os governos, as organizações concebem uma, e tu? Já pensaste nisto? Afinal, o que queres ser, fazer ou ter na vida? Achas importante possuir uma estratégia?
- Bolas, estás a deixar-me preocupado!
- Ah, isso é mau sinal. Se estás preocupado é porque não tens estratégia.
- Sim, é verdade, mas vou vivendo, sou feliz assim. Sou médico, tenha família e amigos que adoro, gosto do que faço, tenho mais ou menos tudo o que quis, falta-me coisas por realizar, mas só com o tempo poderei atingi-las. Quero ter filhos, casar-me.
- Talvez sejas feliz assim, mas a pergunta é se achas que devemos ter uma estratégia para a nossa vida? E casar e ter filhos, é estratégia? Será que é estratégia uma empresa prosseguir os lucros? Ou a um partido político ganhar eleições? Ou a um governo desejar o bem para o seu povo? Isso não é algo de inerente à essência da entidade?
- É um bom princípio…
- Sim, sem dúvida, concordo com isso… mas satisfaz-me pouco.
- Se queres saber, também acho essa postura um bom princípio. E confesso que nunca tinha pensado a minha vida nesses termos de planeamento.
- De vez em quando, pensar nesta questão é uma angústia para mim. Gostava de saber qual é o melhor princípio, viver cumprindo uma determinada estratégia, devidamente actualizada, ou viver ao sabor da nossa permanente e inconstante vontade.
- Pensas bem, mas hoje é Domingo, que tal irmos beber um copo para começar?
- Ora aí está um belo instrumento estratégico!
- Sem liquidez, não há bons resultados!
…e quando chegamos ao ponto zero da introspecção, sentimo-nos que não estamos sós no mundo.
NCR
ESPUMAS XVIII
Há objectos sociais de fuga para os nossos objectivos, paradoxalmente, essenciais para nós os cumprirmos, e deles saímos, voltando ao ponto zero, antes de partir, com a satisfação de uma chegada, muitas vezes sentida surpreendidamente como uma resposta vitoriosa…
- O que queremos fazer da vida, desta pequena, curta, valorada e eminente vida? Qual é a nossa estratégia para ela? Será que traçam alguma? Alguém desenha uma estratégia para a função vital? As empresas, fazem-na, as associações, os serviços, os partidos, os governos, as organizações concebem uma, e tu? Já pensaste nisto? Afinal, o que queres ser, fazer ou ter na vida? Achas importante possuir uma estratégia?
- Bolas, estás a deixar-me preocupado!
- Ah, isso é mau sinal. Se estás preocupado é porque não tens estratégia.
- Sim, é verdade, mas vou vivendo, sou feliz assim. Sou médico, tenha família e amigos que adoro, gosto do que faço, tenho mais ou menos tudo o que quis, falta-me coisas por realizar, mas só com o tempo poderei atingi-las. Quero ter filhos, casar-me.
- Talvez sejas feliz assim, mas a pergunta é se achas que devemos ter uma estratégia para a nossa vida? E casar e ter filhos, é estratégia? Será que é estratégia uma empresa prosseguir os lucros? Ou a um partido político ganhar eleições? Ou a um governo desejar o bem para o seu povo? Isso não é algo de inerente à essência da entidade?
- É um bom princípio…
- Sim, sem dúvida, concordo com isso… mas satisfaz-me pouco.
- Se queres saber, também acho essa postura um bom princípio. E confesso que nunca tinha pensado a minha vida nesses termos de planeamento.
- De vez em quando, pensar nesta questão é uma angústia para mim. Gostava de saber qual é o melhor princípio, viver cumprindo uma determinada estratégia, devidamente actualizada, ou viver ao sabor da nossa permanente e inconstante vontade.
- Pensas bem, mas hoje é Domingo, que tal irmos beber um copo para começar?
- Ora aí está um belo instrumento estratégico!
- Sem liquidez, não há bons resultados!
…e quando chegamos ao ponto zero da introspecção, sentimo-nos que não estamos sós no mundo.
NCR
PALETA DE PALAVRAS XXXI
PALETA DE PALAVRAS XXXI
sexta-feira, 28 de outubro de 2005
Ah ah ah...
TC chumbou proposta de convocação de um novo referendo ao aborto
Afinal ainda existe alguém com bom senso nesta barca à deriva.
PSL
Afinal ainda existe alguém com bom senso nesta barca à deriva.
PSL
Ah ah ah...
TC chumbou proposta de convocação de um novo referendo ao aborto
Afinal ainda existe alguém com bom senso nesta barca à deriva.
PSL
Afinal ainda existe alguém com bom senso nesta barca à deriva.
PSL
+ tempo para a farra!
Mudança de hora na madrugada de domingo.
Os relógios devem ser atrasados 60 minutos às 02h00 em Portugal continental e na Madeira e à 01h00 nos Açores.
PSL
Os relógios devem ser atrasados 60 minutos às 02h00 em Portugal continental e na Madeira e à 01h00 nos Açores.
PSL
+ tempo para a farra!
Mudança de hora na madrugada de domingo.
Os relógios devem ser atrasados 60 minutos às 02h00 em Portugal continental e na Madeira e à 01h00 nos Açores.
PSL
Os relógios devem ser atrasados 60 minutos às 02h00 em Portugal continental e na Madeira e à 01h00 nos Açores.
PSL
O divertimento do dia...
...é ler a entrevista de José Manuel Barreiros a O Independente.
Quando Adriana Vale pergunta ao conhecido causídico se ele terá perfil para ser ministro da justiça este responde:
“Quiseram para ministro quem eu não quis para director de serviços. São critérios. Mas o problema não é ele ser ministro agora. O problema é ele ter sido deputado, ministro da Administração Interna e sei lá mais o quê(...).”
PSL
Quando Adriana Vale pergunta ao conhecido causídico se ele terá perfil para ser ministro da justiça este responde:
“Quiseram para ministro quem eu não quis para director de serviços. São critérios. Mas o problema não é ele ser ministro agora. O problema é ele ter sido deputado, ministro da Administração Interna e sei lá mais o quê(...).”
PSL
O divertimento do dia...
...é ler a entrevista de José Manuel Barreiros a O Independente.
Quando Adriana Vale pergunta ao conhecido causídico se ele terá perfil para ser ministro da justiça este responde:
“Quiseram para ministro quem eu não quis para director de serviços. São critérios. Mas o problema não é ele ser ministro agora. O problema é ele ter sido deputado, ministro da Administração Interna e sei lá mais o quê(...).”
PSL
Quando Adriana Vale pergunta ao conhecido causídico se ele terá perfil para ser ministro da justiça este responde:
“Quiseram para ministro quem eu não quis para director de serviços. São critérios. Mas o problema não é ele ser ministro agora. O problema é ele ter sido deputado, ministro da Administração Interna e sei lá mais o quê(...).”
PSL
quinta-feira, 27 de outubro de 2005
Pregar aos peixes
Jorge Sampaio apela à qualificação e modernização das empresas
É para isto que queremos um Chefe de Estado?
É para isto que serve um Chefe de Estado?
E o senhor que se segue... prepara-se para seguir o mesmo caminho!
Apelar, apelar, apelar, apelar, apelar, apelar...
PSL
É para isto que queremos um Chefe de Estado?
É para isto que serve um Chefe de Estado?
E o senhor que se segue... prepara-se para seguir o mesmo caminho!
Apelar, apelar, apelar, apelar, apelar, apelar...
PSL
Pregar aos peixes
Jorge Sampaio apela à qualificação e modernização das empresas
É para isto que queremos um Chefe de Estado?
É para isto que serve um Chefe de Estado?
E o senhor que se segue... prepara-se para seguir o mesmo caminho!
Apelar, apelar, apelar, apelar, apelar, apelar...
PSL
É para isto que queremos um Chefe de Estado?
É para isto que serve um Chefe de Estado?
E o senhor que se segue... prepara-se para seguir o mesmo caminho!
Apelar, apelar, apelar, apelar, apelar, apelar...
PSL
Cá para mim...
...o inferno deve ser assim!
PSL
Cá para mim...
...o inferno deve ser assim!
PSL
quarta-feira, 26 de outubro de 2005
PALETA DE PALAVRAS XXX
À contemporaneidade:
«A verdade permanece sepultada sob as máximas de uma falsa delicadeza. Chama-se saber viver à arte de viver com baixeza. Não se põe diferença entre conhecer o mundo e enganá-lo; e a cerimónia, que deveria ater-se inteiramente ao exterior, introduz-se nos nossos costumes mesmos.
A ingenuidade deixa aos espíritos pequenos, como uma marca da sua imbecilidade. A franqueza é olhada como um vício na educação. Nada de pedir que o coração saiba manter o seu lugar; basta que façamos como os outros. É como nos retratos, aos quais não se exige mais do que parecença.»
e foi escrito no século XVIII, por Montesquieu, no livro "Elogio da Sinceridade", Fenda Edições, p. 15.
NCR
«A verdade permanece sepultada sob as máximas de uma falsa delicadeza. Chama-se saber viver à arte de viver com baixeza. Não se põe diferença entre conhecer o mundo e enganá-lo; e a cerimónia, que deveria ater-se inteiramente ao exterior, introduz-se nos nossos costumes mesmos.
A ingenuidade deixa aos espíritos pequenos, como uma marca da sua imbecilidade. A franqueza é olhada como um vício na educação. Nada de pedir que o coração saiba manter o seu lugar; basta que façamos como os outros. É como nos retratos, aos quais não se exige mais do que parecença.»
e foi escrito no século XVIII, por Montesquieu, no livro "Elogio da Sinceridade", Fenda Edições, p. 15.
NCR
PALETA DE PALAVRAS XXX
À contemporaneidade:
«A verdade permanece sepultada sob as máximas de uma falsa delicadeza. Chama-se saber viver à arte de viver com baixeza. Não se põe diferença entre conhecer o mundo e enganá-lo; e a cerimónia, que deveria ater-se inteiramente ao exterior, introduz-se nos nossos costumes mesmos.
A ingenuidade deixa aos espíritos pequenos, como uma marca da sua imbecilidade. A franqueza é olhada como um vício na educação. Nada de pedir que o coração saiba manter o seu lugar; basta que façamos como os outros. É como nos retratos, aos quais não se exige mais do que parecença.»
e foi escrito no século XVIII, por Montesquieu, no livro "Elogio da Sinceridade", Fenda Edições, p. 15.
NCR
«A verdade permanece sepultada sob as máximas de uma falsa delicadeza. Chama-se saber viver à arte de viver com baixeza. Não se põe diferença entre conhecer o mundo e enganá-lo; e a cerimónia, que deveria ater-se inteiramente ao exterior, introduz-se nos nossos costumes mesmos.
A ingenuidade deixa aos espíritos pequenos, como uma marca da sua imbecilidade. A franqueza é olhada como um vício na educação. Nada de pedir que o coração saiba manter o seu lugar; basta que façamos como os outros. É como nos retratos, aos quais não se exige mais do que parecença.»
e foi escrito no século XVIII, por Montesquieu, no livro "Elogio da Sinceridade", Fenda Edições, p. 15.
NCR
Ora cá está algo de imprescindível
...estado do mar, das ondas e da costa marítima portuguesa, aqui e aqui, do Instituto de Meteorologia.
NCR
NCR
Ora cá está algo de imprescindível
...estado do mar, das ondas e da costa marítima portuguesa, aqui e aqui, do Instituto de Meteorologia.
NCR
NCR
Para quem pensa votar Soares
«Confusões do candidato
Mário Soares fez evidentes confusões nalgumas respostas dadas, ontem, no salão nobre do Hotel Ritz, na conferência de imprensa que se seguiu à apresentação do manifesto.
Uma delas, e porventura aquela em que maior desconhecimento o candidato revelou sobre a actualidade, surgiu a propósito da questão relativa ao referendo à despenalização do aborto - actualmente dependente de uma iminente decisão do Tribunal Constitucional.
Soares afirmou que "a questão está neste momento a ser discutida na Assembleia da República" - o que não acontece - e que "não se sabe se o Presidente da República manda ou não manda [o diploma] para o Tribunal Constitucional" - quando, de facto, Jorge Sampaio enviou há mais de quinze dias o diploma para o TC, cujo acórdão está para muito breve.
Numa outra situação, ficou por perceber se afinal Mário Soares tem ou não o cartão de militante do PS. O candidato a Presidente da República começou por dizer que tinha entregue o seu cartão de militante ao presidente do PS, na altura em que este partido era dirigido por António Macedo [há cerca de 20 anos] e que mais tarde, quando regressou à vida civil e António Guterres, numa cerimónia pública, lho quis entregar de novo, não o aceitara.
"Eu não aceitei. Não vale a pena, disse", recordou Soares, para logo a seguir afirmar: "Não voltei à militância, mas conservo o cartão que me deram, que é agora o de militante número um [por falecimento de António Macedo]. E se vier a ser eleito, como espero, nessa altura devolverei o cartão."
Também o tempo que permaneceu à frente do Partido Socialista ficou por esclarecer. Se numa primeira intervenção Soares disse ter sido secretário-geral do PS durante onze anos, mais adiante esse período estendeu-se a 13 anos.
Alguma dificuldade de concentração ficou patente, quando uma jornalista colocou ao candidato duas questões diversas. A primeira foi se iria suspender a militância no PS e a segunda por que razão pensava que os portugueses iriam desta vez pôr todos os ovos no mesmo cesto, retomando aliás uma expressão que em tempos foi usada pelo próprio Soares. Por três vezes, o candidato pediu: "Pode repetir a pergunta?"
Por lapso, o candidato confundiu as funções de Nuno Severiano Teixeira, chamando-lhe mandatário, quando o ex-ministro da Administração Interna é, na realidade, seu porta-voz de campanha. O seu mandatário é Vasco Vieira de Almeida, que estava sentado um pouco atrás.»
in, Jornal O Público de hoje.
Mário Soares fez evidentes confusões nalgumas respostas dadas, ontem, no salão nobre do Hotel Ritz, na conferência de imprensa que se seguiu à apresentação do manifesto.
Uma delas, e porventura aquela em que maior desconhecimento o candidato revelou sobre a actualidade, surgiu a propósito da questão relativa ao referendo à despenalização do aborto - actualmente dependente de uma iminente decisão do Tribunal Constitucional.
Soares afirmou que "a questão está neste momento a ser discutida na Assembleia da República" - o que não acontece - e que "não se sabe se o Presidente da República manda ou não manda [o diploma] para o Tribunal Constitucional" - quando, de facto, Jorge Sampaio enviou há mais de quinze dias o diploma para o TC, cujo acórdão está para muito breve.
Numa outra situação, ficou por perceber se afinal Mário Soares tem ou não o cartão de militante do PS. O candidato a Presidente da República começou por dizer que tinha entregue o seu cartão de militante ao presidente do PS, na altura em que este partido era dirigido por António Macedo [há cerca de 20 anos] e que mais tarde, quando regressou à vida civil e António Guterres, numa cerimónia pública, lho quis entregar de novo, não o aceitara.
"Eu não aceitei. Não vale a pena, disse", recordou Soares, para logo a seguir afirmar: "Não voltei à militância, mas conservo o cartão que me deram, que é agora o de militante número um [por falecimento de António Macedo]. E se vier a ser eleito, como espero, nessa altura devolverei o cartão."
Também o tempo que permaneceu à frente do Partido Socialista ficou por esclarecer. Se numa primeira intervenção Soares disse ter sido secretário-geral do PS durante onze anos, mais adiante esse período estendeu-se a 13 anos.
Alguma dificuldade de concentração ficou patente, quando uma jornalista colocou ao candidato duas questões diversas. A primeira foi se iria suspender a militância no PS e a segunda por que razão pensava que os portugueses iriam desta vez pôr todos os ovos no mesmo cesto, retomando aliás uma expressão que em tempos foi usada pelo próprio Soares. Por três vezes, o candidato pediu: "Pode repetir a pergunta?"
Por lapso, o candidato confundiu as funções de Nuno Severiano Teixeira, chamando-lhe mandatário, quando o ex-ministro da Administração Interna é, na realidade, seu porta-voz de campanha. O seu mandatário é Vasco Vieira de Almeida, que estava sentado um pouco atrás.»
in, Jornal O Público de hoje.
Para quem pensa votar Soares
«Confusões do candidato
Mário Soares fez evidentes confusões nalgumas respostas dadas, ontem, no salão nobre do Hotel Ritz, na conferência de imprensa que se seguiu à apresentação do manifesto.
Uma delas, e porventura aquela em que maior desconhecimento o candidato revelou sobre a actualidade, surgiu a propósito da questão relativa ao referendo à despenalização do aborto - actualmente dependente de uma iminente decisão do Tribunal Constitucional.
Soares afirmou que "a questão está neste momento a ser discutida na Assembleia da República" - o que não acontece - e que "não se sabe se o Presidente da República manda ou não manda [o diploma] para o Tribunal Constitucional" - quando, de facto, Jorge Sampaio enviou há mais de quinze dias o diploma para o TC, cujo acórdão está para muito breve.
Numa outra situação, ficou por perceber se afinal Mário Soares tem ou não o cartão de militante do PS. O candidato a Presidente da República começou por dizer que tinha entregue o seu cartão de militante ao presidente do PS, na altura em que este partido era dirigido por António Macedo [há cerca de 20 anos] e que mais tarde, quando regressou à vida civil e António Guterres, numa cerimónia pública, lho quis entregar de novo, não o aceitara.
"Eu não aceitei. Não vale a pena, disse", recordou Soares, para logo a seguir afirmar: "Não voltei à militância, mas conservo o cartão que me deram, que é agora o de militante número um [por falecimento de António Macedo]. E se vier a ser eleito, como espero, nessa altura devolverei o cartão."
Também o tempo que permaneceu à frente do Partido Socialista ficou por esclarecer. Se numa primeira intervenção Soares disse ter sido secretário-geral do PS durante onze anos, mais adiante esse período estendeu-se a 13 anos.
Alguma dificuldade de concentração ficou patente, quando uma jornalista colocou ao candidato duas questões diversas. A primeira foi se iria suspender a militância no PS e a segunda por que razão pensava que os portugueses iriam desta vez pôr todos os ovos no mesmo cesto, retomando aliás uma expressão que em tempos foi usada pelo próprio Soares. Por três vezes, o candidato pediu: "Pode repetir a pergunta?"
Por lapso, o candidato confundiu as funções de Nuno Severiano Teixeira, chamando-lhe mandatário, quando o ex-ministro da Administração Interna é, na realidade, seu porta-voz de campanha. O seu mandatário é Vasco Vieira de Almeida, que estava sentado um pouco atrás.»
in, Jornal O Público de hoje.
Mário Soares fez evidentes confusões nalgumas respostas dadas, ontem, no salão nobre do Hotel Ritz, na conferência de imprensa que se seguiu à apresentação do manifesto.
Uma delas, e porventura aquela em que maior desconhecimento o candidato revelou sobre a actualidade, surgiu a propósito da questão relativa ao referendo à despenalização do aborto - actualmente dependente de uma iminente decisão do Tribunal Constitucional.
Soares afirmou que "a questão está neste momento a ser discutida na Assembleia da República" - o que não acontece - e que "não se sabe se o Presidente da República manda ou não manda [o diploma] para o Tribunal Constitucional" - quando, de facto, Jorge Sampaio enviou há mais de quinze dias o diploma para o TC, cujo acórdão está para muito breve.
Numa outra situação, ficou por perceber se afinal Mário Soares tem ou não o cartão de militante do PS. O candidato a Presidente da República começou por dizer que tinha entregue o seu cartão de militante ao presidente do PS, na altura em que este partido era dirigido por António Macedo [há cerca de 20 anos] e que mais tarde, quando regressou à vida civil e António Guterres, numa cerimónia pública, lho quis entregar de novo, não o aceitara.
"Eu não aceitei. Não vale a pena, disse", recordou Soares, para logo a seguir afirmar: "Não voltei à militância, mas conservo o cartão que me deram, que é agora o de militante número um [por falecimento de António Macedo]. E se vier a ser eleito, como espero, nessa altura devolverei o cartão."
Também o tempo que permaneceu à frente do Partido Socialista ficou por esclarecer. Se numa primeira intervenção Soares disse ter sido secretário-geral do PS durante onze anos, mais adiante esse período estendeu-se a 13 anos.
Alguma dificuldade de concentração ficou patente, quando uma jornalista colocou ao candidato duas questões diversas. A primeira foi se iria suspender a militância no PS e a segunda por que razão pensava que os portugueses iriam desta vez pôr todos os ovos no mesmo cesto, retomando aliás uma expressão que em tempos foi usada pelo próprio Soares. Por três vezes, o candidato pediu: "Pode repetir a pergunta?"
Por lapso, o candidato confundiu as funções de Nuno Severiano Teixeira, chamando-lhe mandatário, quando o ex-ministro da Administração Interna é, na realidade, seu porta-voz de campanha. O seu mandatário é Vasco Vieira de Almeida, que estava sentado um pouco atrás.»
in, Jornal O Público de hoje.
terça-feira, 25 de outubro de 2005
Nunca digas nunca...
...mais leio este autor.
E não é que "este" está a ser uma excelente surpresa!?
"(...)Quando um satélite da NASA descobre um estranho objecto enterrado nas profundezas do gelo do Árctico, a agência espacial vangloria-se de uma nova vitória de que muito necessita – uma vitória com profundas repercussões para a sua política interna e para a futura eleição presidencial. Por agora temos ficção assente em episódio real e polémico em doses iguais: a descoberta, em 1996, do meteorito ALH8400 1que, segundo a NASA, continha vestígios fósseis de vida microbiana extraterrestre...
Curiosamente, a história acaba de ganhar nova actualidade, uma vez que foi identificado o seu provável local de origem como sendo ‘Eos Chasma’, parte de um sistema de desfiladeiros em Marte.(...)"
PSL
E não é que "este" está a ser uma excelente surpresa!?
"(...)Quando um satélite da NASA descobre um estranho objecto enterrado nas profundezas do gelo do Árctico, a agência espacial vangloria-se de uma nova vitória de que muito necessita – uma vitória com profundas repercussões para a sua política interna e para a futura eleição presidencial. Por agora temos ficção assente em episódio real e polémico em doses iguais: a descoberta, em 1996, do meteorito ALH8400 1que, segundo a NASA, continha vestígios fósseis de vida microbiana extraterrestre...
Curiosamente, a história acaba de ganhar nova actualidade, uma vez que foi identificado o seu provável local de origem como sendo ‘Eos Chasma’, parte de um sistema de desfiladeiros em Marte.(...)"
PSL
Nunca digas nunca...
...mais leio este autor.
E não é que "este" está a ser uma excelente surpresa!?
"(...)Quando um satélite da NASA descobre um estranho objecto enterrado nas profundezas do gelo do Árctico, a agência espacial vangloria-se de uma nova vitória de que muito necessita – uma vitória com profundas repercussões para a sua política interna e para a futura eleição presidencial. Por agora temos ficção assente em episódio real e polémico em doses iguais: a descoberta, em 1996, do meteorito ALH8400 1que, segundo a NASA, continha vestígios fósseis de vida microbiana extraterrestre...
Curiosamente, a história acaba de ganhar nova actualidade, uma vez que foi identificado o seu provável local de origem como sendo ‘Eos Chasma’, parte de um sistema de desfiladeiros em Marte.(...)"
PSL
E não é que "este" está a ser uma excelente surpresa!?
"(...)Quando um satélite da NASA descobre um estranho objecto enterrado nas profundezas do gelo do Árctico, a agência espacial vangloria-se de uma nova vitória de que muito necessita – uma vitória com profundas repercussões para a sua política interna e para a futura eleição presidencial. Por agora temos ficção assente em episódio real e polémico em doses iguais: a descoberta, em 1996, do meteorito ALH8400 1que, segundo a NASA, continha vestígios fósseis de vida microbiana extraterrestre...
Curiosamente, a história acaba de ganhar nova actualidade, uma vez que foi identificado o seu provável local de origem como sendo ‘Eos Chasma’, parte de um sistema de desfiladeiros em Marte.(...)"
PSL
segunda-feira, 24 de outubro de 2005
Menino não entra ?
...ou talvez não!
Bemmmmm...,é dos blogues mais deliciosos que conheci nos últimos tempos...
...vá lá saber-se porquê...
...aqui (link) Maria Lua e o seu Sol de Londres.
Uma rapariga lá fora a lutar pela vida....
...e começam a ser tantas nesta Blogosfera Lusa....
...que até dá [ainda muito mais] vontade de ir daqui para fora...
...rapidamente e em força!
PSL
Bemmmmm...,é dos blogues mais deliciosos que conheci nos últimos tempos...
...vá lá saber-se porquê...
...aqui (link) Maria Lua e o seu Sol de Londres.
Uma rapariga lá fora a lutar pela vida....
...e começam a ser tantas nesta Blogosfera Lusa....
...que até dá [ainda muito mais] vontade de ir daqui para fora...
...rapidamente e em força!
PSL
Menino não entra ?
...ou talvez não!
Bemmmmm...,é dos blogues mais deliciosos que conheci nos últimos tempos...
...vá lá saber-se porquê...
...aqui (link) Maria Lua e o seu Sol de Londres.
Uma rapariga lá fora a lutar pela vida....
...e começam a ser tantas nesta Blogosfera Lusa....
...que até dá [ainda muito mais] vontade de ir daqui para fora...
...rapidamente e em força!
PSL
Bemmmmm...,é dos blogues mais deliciosos que conheci nos últimos tempos...
...vá lá saber-se porquê...
...aqui (link) Maria Lua e o seu Sol de Londres.
Uma rapariga lá fora a lutar pela vida....
...e começam a ser tantas nesta Blogosfera Lusa....
...que até dá [ainda muito mais] vontade de ir daqui para fora...
...rapidamente e em força!
PSL
sexta-feira, 21 de outubro de 2005
quinta-feira, 20 de outubro de 2005
World Press Photo 2005
"Estas fotografias cheiram a flores e a pólvora. Tocará na pele macia dos bebés e sentirá fome. Ouvirá o rugido da natureza e o silêncio da dor. E talvez, apenas talvez, fique mais perto de compreender quem somos, a derradeira questão."
Quem foi ver a exposição, com certeza que se lembra desta frase de Diego Goldberg, presidente do júri deste ano da WPP, inscrita no painel frontal à entrada da mesma, onde constava os "credits" da selecção deste ano.
É uma bonita e tocante frase, ao contrário do conjunto de fotografias seleccionado. Não que tenha sido uma decepção, antes direi que já pressentia uma certa banalização em quase todas as fotos. Todas demonstram talento e qualidade (escreve o leigo na sua óptica obviamente), mas nenhuma me fez pensar sobre «a derradeira questão». E até estava bem disposto para isso.
A parte portuguesa então, nem me quero pronunciar. Ou melhor, direi sim que se aquelas fotos são as melhores de 2004, como se costuma dizer, vou ali e já venho, que é o mesmo que afirmar, não volto! E não é por não haver fotógrafos e fotogrsfias portugueses de excepção (basta ir ao www.olhares.com ou www.thousandimages.com para descobrirmos fotografias fantásticas), simplesmente talvez haja pouca iniciativa e meios para estar nos sítios certos, à hora certa.
Apesar de tudo isto, valeu a pena. Vale sempre a pena, nem que seja para relembrar a dor, a alienação e a pobreza de tantos milhões de pessoas, em sintonia com a penúria cultural e infelicidade em geral portuguesas, neste país onde (quase) tudo é feito «em capelinhas, de costas para as outras aldeias, em nome de uma fé maior». Portugal devia ganhar uma menção honrosa na rubrica "Maldição"... o país está tão mal que mesmo assim o povo não se levanta contra ele, pobre coitado!
...Estou na ironia, se é que ainda não perceberam.
NCR
Quem foi ver a exposição, com certeza que se lembra desta frase de Diego Goldberg, presidente do júri deste ano da WPP, inscrita no painel frontal à entrada da mesma, onde constava os "credits" da selecção deste ano.
É uma bonita e tocante frase, ao contrário do conjunto de fotografias seleccionado. Não que tenha sido uma decepção, antes direi que já pressentia uma certa banalização em quase todas as fotos. Todas demonstram talento e qualidade (escreve o leigo na sua óptica obviamente), mas nenhuma me fez pensar sobre «a derradeira questão». E até estava bem disposto para isso.
A parte portuguesa então, nem me quero pronunciar. Ou melhor, direi sim que se aquelas fotos são as melhores de 2004, como se costuma dizer, vou ali e já venho, que é o mesmo que afirmar, não volto! E não é por não haver fotógrafos e fotogrsfias portugueses de excepção (basta ir ao www.olhares.com ou www.thousandimages.com para descobrirmos fotografias fantásticas), simplesmente talvez haja pouca iniciativa e meios para estar nos sítios certos, à hora certa.
Apesar de tudo isto, valeu a pena. Vale sempre a pena, nem que seja para relembrar a dor, a alienação e a pobreza de tantos milhões de pessoas, em sintonia com a penúria cultural e infelicidade em geral portuguesas, neste país onde (quase) tudo é feito «em capelinhas, de costas para as outras aldeias, em nome de uma fé maior». Portugal devia ganhar uma menção honrosa na rubrica "Maldição"... o país está tão mal que mesmo assim o povo não se levanta contra ele, pobre coitado!
...Estou na ironia, se é que ainda não perceberam.
NCR
World Press Photo 2005
"Estas fotografias cheiram a flores e a pólvora. Tocará na pele macia dos bebés e sentirá fome. Ouvirá o rugido da natureza e o silêncio da dor. E talvez, apenas talvez, fique mais perto de compreender quem somos, a derradeira questão."
Quem foi ver a exposição, com certeza que se lembra desta frase de Diego Goldberg, presidente do júri deste ano da WPP, inscrita no painel frontal à entrada da mesma, onde constava os "credits" da selecção deste ano.
É uma bonita e tocante frase, ao contrário do conjunto de fotografias seleccionado. Não que tenha sido uma decepção, antes direi que já pressentia uma certa banalização em quase todas as fotos. Todas demonstram talento e qualidade (escreve o leigo na sua óptica obviamente), mas nenhuma me fez pensar sobre «a derradeira questão». E até estava bem disposto para isso.
A parte portuguesa então, nem me quero pronunciar. Ou melhor, direi sim que se aquelas fotos são as melhores de 2004, como se costuma dizer, vou ali e já venho, que é o mesmo que afirmar, não volto! E não é por não haver fotógrafos e fotogrsfias portugueses de excepção (basta ir ao www.olhares.com ou www.thousandimages.com para descobrirmos fotografias fantásticas), simplesmente talvez haja pouca iniciativa e meios para estar nos sítios certos, à hora certa.
Apesar de tudo isto, valeu a pena. Vale sempre a pena, nem que seja para relembrar a dor, a alienação e a pobreza de tantos milhões de pessoas, em sintonia com a penúria cultural e infelicidade em geral portuguesas, neste país onde (quase) tudo é feito «em capelinhas, de costas para as outras aldeias, em nome de uma fé maior». Portugal devia ganhar uma menção honrosa na rubrica "Maldição"... o país está tão mal que mesmo assim o povo não se levanta contra ele, pobre coitado!
...Estou na ironia, se é que ainda não perceberam.
NCR
Quem foi ver a exposição, com certeza que se lembra desta frase de Diego Goldberg, presidente do júri deste ano da WPP, inscrita no painel frontal à entrada da mesma, onde constava os "credits" da selecção deste ano.
É uma bonita e tocante frase, ao contrário do conjunto de fotografias seleccionado. Não que tenha sido uma decepção, antes direi que já pressentia uma certa banalização em quase todas as fotos. Todas demonstram talento e qualidade (escreve o leigo na sua óptica obviamente), mas nenhuma me fez pensar sobre «a derradeira questão». E até estava bem disposto para isso.
A parte portuguesa então, nem me quero pronunciar. Ou melhor, direi sim que se aquelas fotos são as melhores de 2004, como se costuma dizer, vou ali e já venho, que é o mesmo que afirmar, não volto! E não é por não haver fotógrafos e fotogrsfias portugueses de excepção (basta ir ao www.olhares.com ou www.thousandimages.com para descobrirmos fotografias fantásticas), simplesmente talvez haja pouca iniciativa e meios para estar nos sítios certos, à hora certa.
Apesar de tudo isto, valeu a pena. Vale sempre a pena, nem que seja para relembrar a dor, a alienação e a pobreza de tantos milhões de pessoas, em sintonia com a penúria cultural e infelicidade em geral portuguesas, neste país onde (quase) tudo é feito «em capelinhas, de costas para as outras aldeias, em nome de uma fé maior». Portugal devia ganhar uma menção honrosa na rubrica "Maldição"... o país está tão mal que mesmo assim o povo não se levanta contra ele, pobre coitado!
...Estou na ironia, se é que ainda não perceberam.
NCR
quarta-feira, 19 de outubro de 2005
Uma estrela nasceu, ontem, no El Madrigal
Quase ninguém sabia que o “nosso” terceiro guarda redes era um jovem de enormes qualidades há espera do seu momento.
O Rui está no Benfica desde menino. Nunca vestiu outra camisola nunca soube o que era outra cor. Nunca ouviu outro grito!
O Rui há muito que nasceu para o futebol, mas só explodiu como fulminante super-nova num dia quente de Junho de 2004 (andávamos todos ocupados com a saga do Europeu) numa terra ao Norte chamada Olival, junto a Gaia. Nesse dia o Rui e o Manuel (o rapaz que ontem marcou aquele golo gigante) brilharam e trouxeram para o Glorioso o 22º Campeonato de Juniores batendo o FC Porto e deixando na tristeza profunda as mais de 5000 pessoas que impávidas e pouco serenas assistiram à consagração de um jovem grupo de jogadores que muito ira (já está) dar que falar.
Para o desatentos fica aqui um excerto do que se escreveu então no excelente Terceiro Anel.
“(...)Na segunda parte os lisboetas fecharam-se no meio-campo, dando lugar a um "festival" com protagonismo para a barra e para o guarda-redes Rui Nereu, que esteve impecável na defesa das suas redes e com um punhado de excelentes intervenções não permitiu que o FC Porto ganhasse (...)”
PSL
O Rui está no Benfica desde menino. Nunca vestiu outra camisola nunca soube o que era outra cor. Nunca ouviu outro grito!
O Rui há muito que nasceu para o futebol, mas só explodiu como fulminante super-nova num dia quente de Junho de 2004 (andávamos todos ocupados com a saga do Europeu) numa terra ao Norte chamada Olival, junto a Gaia. Nesse dia o Rui e o Manuel (o rapaz que ontem marcou aquele golo gigante) brilharam e trouxeram para o Glorioso o 22º Campeonato de Juniores batendo o FC Porto e deixando na tristeza profunda as mais de 5000 pessoas que impávidas e pouco serenas assistiram à consagração de um jovem grupo de jogadores que muito ira (já está) dar que falar.
Para o desatentos fica aqui um excerto do que se escreveu então no excelente Terceiro Anel.
“(...)Na segunda parte os lisboetas fecharam-se no meio-campo, dando lugar a um "festival" com protagonismo para a barra e para o guarda-redes Rui Nereu, que esteve impecável na defesa das suas redes e com um punhado de excelentes intervenções não permitiu que o FC Porto ganhasse (...)”
PSL
Uma estrela nasceu, ontem, no El Madrigal
Quase ninguém sabia que o “nosso” terceiro guarda redes era um jovem de enormes qualidades há espera do seu momento.
O Rui está no Benfica desde menino. Nunca vestiu outra camisola nunca soube o que era outra cor. Nunca ouviu outro grito!
O Rui há muito que nasceu para o futebol, mas só explodiu como fulminante super-nova num dia quente de Junho de 2004 (andávamos todos ocupados com a saga do Europeu) numa terra ao Norte chamada Olival, junto a Gaia. Nesse dia o Rui e o Manuel (o rapaz que ontem marcou aquele golo gigante) brilharam e trouxeram para o Glorioso o 22º Campeonato de Juniores batendo o FC Porto e deixando na tristeza profunda as mais de 5000 pessoas que impávidas e pouco serenas assistiram à consagração de um jovem grupo de jogadores que muito ira (já está) dar que falar.
Para o desatentos fica aqui um excerto do que se escreveu então no excelente Terceiro Anel.
“(...)Na segunda parte os lisboetas fecharam-se no meio-campo, dando lugar a um "festival" com protagonismo para a barra e para o guarda-redes Rui Nereu, que esteve impecável na defesa das suas redes e com um punhado de excelentes intervenções não permitiu que o FC Porto ganhasse (...)”
PSL
O Rui está no Benfica desde menino. Nunca vestiu outra camisola nunca soube o que era outra cor. Nunca ouviu outro grito!
O Rui há muito que nasceu para o futebol, mas só explodiu como fulminante super-nova num dia quente de Junho de 2004 (andávamos todos ocupados com a saga do Europeu) numa terra ao Norte chamada Olival, junto a Gaia. Nesse dia o Rui e o Manuel (o rapaz que ontem marcou aquele golo gigante) brilharam e trouxeram para o Glorioso o 22º Campeonato de Juniores batendo o FC Porto e deixando na tristeza profunda as mais de 5000 pessoas que impávidas e pouco serenas assistiram à consagração de um jovem grupo de jogadores que muito ira (já está) dar que falar.
Para o desatentos fica aqui um excerto do que se escreveu então no excelente Terceiro Anel.
“(...)Na segunda parte os lisboetas fecharam-se no meio-campo, dando lugar a um "festival" com protagonismo para a barra e para o guarda-redes Rui Nereu, que esteve impecável na defesa das suas redes e com um punhado de excelentes intervenções não permitiu que o FC Porto ganhasse (...)”
PSL
A imagem (já) vale mais do que mil realidades
...é assim em quase tudo, no amor, no sucesso profissional, nas relações de vizinhança, na postura e beleza corporais em ambientes sociais, nas conversas com desconhecidos, conhecidos e amigos, a imagem, a imagem... as pessoas agarram-se a ela cada vez mais, julgam os outros por ela, ajuízam o seu carácter por um conjunto delas e, muitas vezes, preterem a realidade do que vivem e sentem em nome da má imagem!, da incompreensível, que imagem?!, da incapacidade de traduzir o que se sente e o que se quer, por imagens! E muitas pessoas, todos nós de alguma forma ou em algum momento, quando assim fazem, perdem um pouco do seu futuro.
NCR
A propósito de, A janela da Internet
de Eduardo Prado Coelho, hoje no O Público, para ler e pensar:
«Na publicação Dia D nova iniciativa do PÚBLICO, através da qual aparece um tratamento inovador dos problemas económicos, encontramos a seguinte frase no número da semana passada: "Após consultar todas as manhãs o sítio wwxmaps.org, Carmona Rodrigues decide se a sua deslocação até à autarquia será de moto ou de carro. O site serve também para o autarca programar os seus fins-de-semana." A pergunta mais óbvia poderá ser esta: não seria melhor ir à janela? Esta seria a solução que utilizaríamos em tempos antigos. Hoje as coisas são diferentes. Diremos: estou a olhar para a janela, vou ver se chove.
Não pretendo com isto fazer humor. O comportamento de Carmona Rodrigues é absolutamente normal. E é o equivalente de uma situação em que a Internet se sobrepõe à realidade nas ruas em que andamos.
De certo modo, isto corresponde àquela situação de uma história conhecida em que alguém vai na rua a passear o filho e encontra uma pessoa amiga. O amigo diz-lhe: "A criança é extremamente bonita." E o pai comenta: "É, não é? Não quer ver a fotografia?" Por outras palavras, a realidade foi desvitalizada e o que ganhou importância foi a imagem.
De certo modo, esta é a situação que define o mundo contemporâneo. Consideramos que o mundo é feito de imagens e que essas imagens são mais importantes do que as próprias coisas.
Há hoje um conjunto de elementos que fazem uma espécie de sistema. Compramos todo os modelos de telemóveis e neste domínio temos a obsessão de estarmos actualizados: queremos sempre adquirir o modelo mais recente, porque doutro modo sentimo-nos um pobre diabo a quem ninguém dá qualquer importância. A grande consagração consiste em termos o uso tecnologicamente exaltante da associação dos telemóveis à dos ecrãs de televisão.
Tudo isto, dizia eu, faz sistema. Isto tudo é hoje uma certa ideia de vida. É ainda o sucesso e ordenados compensadores. É ler as revistas de negócios e falar sobre o tema às refeições em restaurantes de qualidade mais ou menos compensadora. É ter viagens ao estrangeiro, congressos que não se sabe muito bem para que é que servem, promoções e carreiras de prestígio. É comprar revistas de economia, em que não é propriamente de economia que se trata, mas da forma mais rápida e eficiente de subir na vida. Nada disto é negativo ou condenável. De certo modo, foi esta imagem do quotidiano que apareceu na ideologia implícita de Cavaco Silva. Porque há aqui uma ideologia que se define pela ausência de ideologia. Há um discurso silencioso e inconsciente, que passa pelas massagens, um pouco de SPA (que é certamente a grande moda) e uma grande confiança naquilo que se está a fazer. É em certa medida o domínio da economia, mas de uma "economia soft". A fotografia da criança é mais interessante do que a própria criança. É a fotografia que enriquece e não a realidade. O mundo das coisas que se tocam e vêem é cada vez mais longínquo. Vivemos numa sociedade de sucesso. Será que chove? Vou ver à Internet.»
NCR
A propósito de, A janela da Internet
de Eduardo Prado Coelho, hoje no O Público, para ler e pensar:
«Na publicação Dia D nova iniciativa do PÚBLICO, através da qual aparece um tratamento inovador dos problemas económicos, encontramos a seguinte frase no número da semana passada: "Após consultar todas as manhãs o sítio wwxmaps.org, Carmona Rodrigues decide se a sua deslocação até à autarquia será de moto ou de carro. O site serve também para o autarca programar os seus fins-de-semana." A pergunta mais óbvia poderá ser esta: não seria melhor ir à janela? Esta seria a solução que utilizaríamos em tempos antigos. Hoje as coisas são diferentes. Diremos: estou a olhar para a janela, vou ver se chove.
Não pretendo com isto fazer humor. O comportamento de Carmona Rodrigues é absolutamente normal. E é o equivalente de uma situação em que a Internet se sobrepõe à realidade nas ruas em que andamos.
De certo modo, isto corresponde àquela situação de uma história conhecida em que alguém vai na rua a passear o filho e encontra uma pessoa amiga. O amigo diz-lhe: "A criança é extremamente bonita." E o pai comenta: "É, não é? Não quer ver a fotografia?" Por outras palavras, a realidade foi desvitalizada e o que ganhou importância foi a imagem.
De certo modo, esta é a situação que define o mundo contemporâneo. Consideramos que o mundo é feito de imagens e que essas imagens são mais importantes do que as próprias coisas.
Há hoje um conjunto de elementos que fazem uma espécie de sistema. Compramos todo os modelos de telemóveis e neste domínio temos a obsessão de estarmos actualizados: queremos sempre adquirir o modelo mais recente, porque doutro modo sentimo-nos um pobre diabo a quem ninguém dá qualquer importância. A grande consagração consiste em termos o uso tecnologicamente exaltante da associação dos telemóveis à dos ecrãs de televisão.
Tudo isto, dizia eu, faz sistema. Isto tudo é hoje uma certa ideia de vida. É ainda o sucesso e ordenados compensadores. É ler as revistas de negócios e falar sobre o tema às refeições em restaurantes de qualidade mais ou menos compensadora. É ter viagens ao estrangeiro, congressos que não se sabe muito bem para que é que servem, promoções e carreiras de prestígio. É comprar revistas de economia, em que não é propriamente de economia que se trata, mas da forma mais rápida e eficiente de subir na vida. Nada disto é negativo ou condenável. De certo modo, foi esta imagem do quotidiano que apareceu na ideologia implícita de Cavaco Silva. Porque há aqui uma ideologia que se define pela ausência de ideologia. Há um discurso silencioso e inconsciente, que passa pelas massagens, um pouco de SPA (que é certamente a grande moda) e uma grande confiança naquilo que se está a fazer. É em certa medida o domínio da economia, mas de uma "economia soft". A fotografia da criança é mais interessante do que a própria criança. É a fotografia que enriquece e não a realidade. O mundo das coisas que se tocam e vêem é cada vez mais longínquo. Vivemos numa sociedade de sucesso. Será que chove? Vou ver à Internet.»
A imagem (já) vale mais do que mil realidades
...é assim em quase tudo, no amor, no sucesso profissional, nas relações de vizinhança, na postura e beleza corporais em ambientes sociais, nas conversas com desconhecidos, conhecidos e amigos, a imagem, a imagem... as pessoas agarram-se a ela cada vez mais, julgam os outros por ela, ajuízam o seu carácter por um conjunto delas e, muitas vezes, preterem a realidade do que vivem e sentem em nome da má imagem!, da incompreensível, que imagem?!, da incapacidade de traduzir o que se sente e o que se quer, por imagens! E muitas pessoas, todos nós de alguma forma ou em algum momento, quando assim fazem, perdem um pouco do seu futuro.
NCR
A propósito de, A janela da Internet
de Eduardo Prado Coelho, hoje no O Público, para ler e pensar:
«Na publicação Dia D nova iniciativa do PÚBLICO, através da qual aparece um tratamento inovador dos problemas económicos, encontramos a seguinte frase no número da semana passada: "Após consultar todas as manhãs o sítio wwxmaps.org, Carmona Rodrigues decide se a sua deslocação até à autarquia será de moto ou de carro. O site serve também para o autarca programar os seus fins-de-semana." A pergunta mais óbvia poderá ser esta: não seria melhor ir à janela? Esta seria a solução que utilizaríamos em tempos antigos. Hoje as coisas são diferentes. Diremos: estou a olhar para a janela, vou ver se chove.
Não pretendo com isto fazer humor. O comportamento de Carmona Rodrigues é absolutamente normal. E é o equivalente de uma situação em que a Internet se sobrepõe à realidade nas ruas em que andamos.
De certo modo, isto corresponde àquela situação de uma história conhecida em que alguém vai na rua a passear o filho e encontra uma pessoa amiga. O amigo diz-lhe: "A criança é extremamente bonita." E o pai comenta: "É, não é? Não quer ver a fotografia?" Por outras palavras, a realidade foi desvitalizada e o que ganhou importância foi a imagem.
De certo modo, esta é a situação que define o mundo contemporâneo. Consideramos que o mundo é feito de imagens e que essas imagens são mais importantes do que as próprias coisas.
Há hoje um conjunto de elementos que fazem uma espécie de sistema. Compramos todo os modelos de telemóveis e neste domínio temos a obsessão de estarmos actualizados: queremos sempre adquirir o modelo mais recente, porque doutro modo sentimo-nos um pobre diabo a quem ninguém dá qualquer importância. A grande consagração consiste em termos o uso tecnologicamente exaltante da associação dos telemóveis à dos ecrãs de televisão.
Tudo isto, dizia eu, faz sistema. Isto tudo é hoje uma certa ideia de vida. É ainda o sucesso e ordenados compensadores. É ler as revistas de negócios e falar sobre o tema às refeições em restaurantes de qualidade mais ou menos compensadora. É ter viagens ao estrangeiro, congressos que não se sabe muito bem para que é que servem, promoções e carreiras de prestígio. É comprar revistas de economia, em que não é propriamente de economia que se trata, mas da forma mais rápida e eficiente de subir na vida. Nada disto é negativo ou condenável. De certo modo, foi esta imagem do quotidiano que apareceu na ideologia implícita de Cavaco Silva. Porque há aqui uma ideologia que se define pela ausência de ideologia. Há um discurso silencioso e inconsciente, que passa pelas massagens, um pouco de SPA (que é certamente a grande moda) e uma grande confiança naquilo que se está a fazer. É em certa medida o domínio da economia, mas de uma "economia soft". A fotografia da criança é mais interessante do que a própria criança. É a fotografia que enriquece e não a realidade. O mundo das coisas que se tocam e vêem é cada vez mais longínquo. Vivemos numa sociedade de sucesso. Será que chove? Vou ver à Internet.»
NCR
A propósito de, A janela da Internet
de Eduardo Prado Coelho, hoje no O Público, para ler e pensar:
«Na publicação Dia D nova iniciativa do PÚBLICO, através da qual aparece um tratamento inovador dos problemas económicos, encontramos a seguinte frase no número da semana passada: "Após consultar todas as manhãs o sítio wwxmaps.org, Carmona Rodrigues decide se a sua deslocação até à autarquia será de moto ou de carro. O site serve também para o autarca programar os seus fins-de-semana." A pergunta mais óbvia poderá ser esta: não seria melhor ir à janela? Esta seria a solução que utilizaríamos em tempos antigos. Hoje as coisas são diferentes. Diremos: estou a olhar para a janela, vou ver se chove.
Não pretendo com isto fazer humor. O comportamento de Carmona Rodrigues é absolutamente normal. E é o equivalente de uma situação em que a Internet se sobrepõe à realidade nas ruas em que andamos.
De certo modo, isto corresponde àquela situação de uma história conhecida em que alguém vai na rua a passear o filho e encontra uma pessoa amiga. O amigo diz-lhe: "A criança é extremamente bonita." E o pai comenta: "É, não é? Não quer ver a fotografia?" Por outras palavras, a realidade foi desvitalizada e o que ganhou importância foi a imagem.
De certo modo, esta é a situação que define o mundo contemporâneo. Consideramos que o mundo é feito de imagens e que essas imagens são mais importantes do que as próprias coisas.
Há hoje um conjunto de elementos que fazem uma espécie de sistema. Compramos todo os modelos de telemóveis e neste domínio temos a obsessão de estarmos actualizados: queremos sempre adquirir o modelo mais recente, porque doutro modo sentimo-nos um pobre diabo a quem ninguém dá qualquer importância. A grande consagração consiste em termos o uso tecnologicamente exaltante da associação dos telemóveis à dos ecrãs de televisão.
Tudo isto, dizia eu, faz sistema. Isto tudo é hoje uma certa ideia de vida. É ainda o sucesso e ordenados compensadores. É ler as revistas de negócios e falar sobre o tema às refeições em restaurantes de qualidade mais ou menos compensadora. É ter viagens ao estrangeiro, congressos que não se sabe muito bem para que é que servem, promoções e carreiras de prestígio. É comprar revistas de economia, em que não é propriamente de economia que se trata, mas da forma mais rápida e eficiente de subir na vida. Nada disto é negativo ou condenável. De certo modo, foi esta imagem do quotidiano que apareceu na ideologia implícita de Cavaco Silva. Porque há aqui uma ideologia que se define pela ausência de ideologia. Há um discurso silencioso e inconsciente, que passa pelas massagens, um pouco de SPA (que é certamente a grande moda) e uma grande confiança naquilo que se está a fazer. É em certa medida o domínio da economia, mas de uma "economia soft". A fotografia da criança é mais interessante do que a própria criança. É a fotografia que enriquece e não a realidade. O mundo das coisas que se tocam e vêem é cada vez mais longínquo. Vivemos numa sociedade de sucesso. Será que chove? Vou ver à Internet.»
terça-feira, 18 de outubro de 2005
Ainda o sentido e o valor...
Já há uns dias que tinha deixado aqui (link) a seguinte pergunta: Qual o sentido e o valor de (e para) procurar o sentido e o valor do ser e de todas as outras coisas?
Entretanto fiz a pergunta (aparentemente) na sede própria e a resposta foi vaga, esguia, escorregadia, académica. Vazia.
Tudo aquilo que não o é o comentário nesse post deixado pelo nosso amigo Filipe Paixão, que pela sua oportunidade e sagacidade aqui e agora se eleva à condição de post
Bem, a pergunta é daquelas sem resposta. Bem, pelo menos sem uma resposta com que todos possamos concordar. Pensando bem, tirando aos raciocínios puros, haverá respostas universais?
Certamente que não. Quando nos interrogamos nunca estamos à espera de ficar a saber a resposta, mas sim na procura encontrar novas perguntas.
Pode-se dizer que a vida é uma sucessão de perguntas para as quais a única resposta é a morte.
Este tipo de abordagem, pseudo filosófica, está fora de moda, num mundo prático, onde se apenas busca a satisfação do imediato, frequentemente caímos no facilitismo de não nos preocuparmos com “essas coisas” que são relegadas para uma forma de pensar “de alguém que anda na lua” ou é “esotérico”.
O homem fez um grande caminho desde o dia em que teve consciência de si próprio, “do ser” e do mundo, “as outras coisas”. Facilmente nos esquecemos que o mundo não existe. É uma abstracção criada pelo homem, uma vez que as coisas que existem, existem por si só. Para serem um conjunto, ou seja, para haver duas coisas, três, milhões de coisas (o mundo), tem de existir um homem que as agrupe na sua mente e com elas forme assim um conjunto que apenas existe na sua cabeça, uma vez que as coisas facticamente o são de forma isolada (uma pedra e outra pedra, só são duas, um conjunto, se alguém assim as associar).
Pois é, pensado bem, afinal, lá no fundo, hoje em dia somos todos “esotéricos”, porque nunca se falou tanto do mundo como na actualidade.
Pensar no ser e nas coisas é o mesmo que pensar no seu valor. Valor não será o termo mais correcto, talvez sentido, porque o ser é! E o mundo é aquilo que o ser acha que ele é.....
Assim e partindo da premissa que o ser e o mundo (as coisas) não têm valor (entenda-se avaloráveis) há que tentar encontrar o valor, o beneficio, a mais valia que poderá haver em procurar o seu sentido.
É importante fazer bem a pergunta, porque se a resposta que se procura for daquelas de que se precisa para resolver algum problema concreto, será uma má pergunta, já que como anteriormente afirmado, a resposta encontrada serão mais perguntas....
Perguntar para ter mais perguntas, porquê? Pergunto eu?
Parece um exercício de inutilidade com o único objectivo de divertir ou irritar alguém.
Não, se pensarmos bem, a consciência humana é uma sucessão de perguntas. Ser humano é interrogar a razão do ser, da vida, dos outros, do mundo, enfim de tudo. Um bebé sem interrogações não aprende, não cresce, um homem sem perguntas não vive.
Facilmente se poderá concordar com o afirmado, que é necessário perguntar, uma vez que homem fez “avançar” o mundo através da sua imensa curiosidade, “instinto nato” com que criou a ciência, a técnica, a arte o direito, a política e todas as coisas que hoje há e supostamente nos fazem muita falta. Com isto é fácil concordar e ao mesmo tempo discordar da necessidade de se perguntar acerca do valor da interrogação, acerca do sentido do ser e das coisas...
Bem se não vale a pena perguntar isso, valerá a pena perguntar o resto?! Pergunto eu?
Obviamente que não, porquê construir um carro se não se sabe para onde se vai com ele. E é assim que nós vamos neste inicio de milénio, num mundo construído de sofisticação e elevado sentido de estética em que ninguém sabe muito bem para onde se vai, ou melhor em que todos sabemos para onde vamos (o abismo) mas que ninguém quer saber, ou seja, acha que não vale o esforço de fazer a interrogação.
O homem vai cego, cego de futuro e de soluções, porque se deixou de interrogar acerca de si e da sua criação o mundo!
Posto isto não resisto a deixar ao Felipe uma pequena grande (enorme!) provocação. Então.., qual é o destino? E já agora qual o caminho para lá chegar?
PSL
Entretanto fiz a pergunta (aparentemente) na sede própria e a resposta foi vaga, esguia, escorregadia, académica. Vazia.
Tudo aquilo que não o é o comentário nesse post deixado pelo nosso amigo Filipe Paixão, que pela sua oportunidade e sagacidade aqui e agora se eleva à condição de post
Bem, a pergunta é daquelas sem resposta. Bem, pelo menos sem uma resposta com que todos possamos concordar. Pensando bem, tirando aos raciocínios puros, haverá respostas universais?
Certamente que não. Quando nos interrogamos nunca estamos à espera de ficar a saber a resposta, mas sim na procura encontrar novas perguntas.
Pode-se dizer que a vida é uma sucessão de perguntas para as quais a única resposta é a morte.
Este tipo de abordagem, pseudo filosófica, está fora de moda, num mundo prático, onde se apenas busca a satisfação do imediato, frequentemente caímos no facilitismo de não nos preocuparmos com “essas coisas” que são relegadas para uma forma de pensar “de alguém que anda na lua” ou é “esotérico”.
O homem fez um grande caminho desde o dia em que teve consciência de si próprio, “do ser” e do mundo, “as outras coisas”. Facilmente nos esquecemos que o mundo não existe. É uma abstracção criada pelo homem, uma vez que as coisas que existem, existem por si só. Para serem um conjunto, ou seja, para haver duas coisas, três, milhões de coisas (o mundo), tem de existir um homem que as agrupe na sua mente e com elas forme assim um conjunto que apenas existe na sua cabeça, uma vez que as coisas facticamente o são de forma isolada (uma pedra e outra pedra, só são duas, um conjunto, se alguém assim as associar).
Pois é, pensado bem, afinal, lá no fundo, hoje em dia somos todos “esotéricos”, porque nunca se falou tanto do mundo como na actualidade.
Pensar no ser e nas coisas é o mesmo que pensar no seu valor. Valor não será o termo mais correcto, talvez sentido, porque o ser é! E o mundo é aquilo que o ser acha que ele é.....
Assim e partindo da premissa que o ser e o mundo (as coisas) não têm valor (entenda-se avaloráveis) há que tentar encontrar o valor, o beneficio, a mais valia que poderá haver em procurar o seu sentido.
É importante fazer bem a pergunta, porque se a resposta que se procura for daquelas de que se precisa para resolver algum problema concreto, será uma má pergunta, já que como anteriormente afirmado, a resposta encontrada serão mais perguntas....
Perguntar para ter mais perguntas, porquê? Pergunto eu?
Parece um exercício de inutilidade com o único objectivo de divertir ou irritar alguém.
Não, se pensarmos bem, a consciência humana é uma sucessão de perguntas. Ser humano é interrogar a razão do ser, da vida, dos outros, do mundo, enfim de tudo. Um bebé sem interrogações não aprende, não cresce, um homem sem perguntas não vive.
Facilmente se poderá concordar com o afirmado, que é necessário perguntar, uma vez que homem fez “avançar” o mundo através da sua imensa curiosidade, “instinto nato” com que criou a ciência, a técnica, a arte o direito, a política e todas as coisas que hoje há e supostamente nos fazem muita falta. Com isto é fácil concordar e ao mesmo tempo discordar da necessidade de se perguntar acerca do valor da interrogação, acerca do sentido do ser e das coisas...
Bem se não vale a pena perguntar isso, valerá a pena perguntar o resto?! Pergunto eu?
Obviamente que não, porquê construir um carro se não se sabe para onde se vai com ele. E é assim que nós vamos neste inicio de milénio, num mundo construído de sofisticação e elevado sentido de estética em que ninguém sabe muito bem para onde se vai, ou melhor em que todos sabemos para onde vamos (o abismo) mas que ninguém quer saber, ou seja, acha que não vale o esforço de fazer a interrogação.
O homem vai cego, cego de futuro e de soluções, porque se deixou de interrogar acerca de si e da sua criação o mundo!
Posto isto não resisto a deixar ao Felipe uma pequena grande (enorme!) provocação. Então.., qual é o destino? E já agora qual o caminho para lá chegar?
PSL
Ainda o sentido e o valor...
Já há uns dias que tinha deixado aqui (link) a seguinte pergunta: Qual o sentido e o valor de (e para) procurar o sentido e o valor do ser e de todas as outras coisas?
Entretanto fiz a pergunta (aparentemente) na sede própria e a resposta foi vaga, esguia, escorregadia, académica. Vazia.
Tudo aquilo que não o é o comentário nesse post deixado pelo nosso amigo Filipe Paixão, que pela sua oportunidade e sagacidade aqui e agora se eleva à condição de post
Bem, a pergunta é daquelas sem resposta. Bem, pelo menos sem uma resposta com que todos possamos concordar. Pensando bem, tirando aos raciocínios puros, haverá respostas universais?
Certamente que não. Quando nos interrogamos nunca estamos à espera de ficar a saber a resposta, mas sim na procura encontrar novas perguntas.
Pode-se dizer que a vida é uma sucessão de perguntas para as quais a única resposta é a morte.
Este tipo de abordagem, pseudo filosófica, está fora de moda, num mundo prático, onde se apenas busca a satisfação do imediato, frequentemente caímos no facilitismo de não nos preocuparmos com “essas coisas” que são relegadas para uma forma de pensar “de alguém que anda na lua” ou é “esotérico”.
O homem fez um grande caminho desde o dia em que teve consciência de si próprio, “do ser” e do mundo, “as outras coisas”. Facilmente nos esquecemos que o mundo não existe. É uma abstracção criada pelo homem, uma vez que as coisas que existem, existem por si só. Para serem um conjunto, ou seja, para haver duas coisas, três, milhões de coisas (o mundo), tem de existir um homem que as agrupe na sua mente e com elas forme assim um conjunto que apenas existe na sua cabeça, uma vez que as coisas facticamente o são de forma isolada (uma pedra e outra pedra, só são duas, um conjunto, se alguém assim as associar).
Pois é, pensado bem, afinal, lá no fundo, hoje em dia somos todos “esotéricos”, porque nunca se falou tanto do mundo como na actualidade.
Pensar no ser e nas coisas é o mesmo que pensar no seu valor. Valor não será o termo mais correcto, talvez sentido, porque o ser é! E o mundo é aquilo que o ser acha que ele é.....
Assim e partindo da premissa que o ser e o mundo (as coisas) não têm valor (entenda-se avaloráveis) há que tentar encontrar o valor, o beneficio, a mais valia que poderá haver em procurar o seu sentido.
É importante fazer bem a pergunta, porque se a resposta que se procura for daquelas de que se precisa para resolver algum problema concreto, será uma má pergunta, já que como anteriormente afirmado, a resposta encontrada serão mais perguntas....
Perguntar para ter mais perguntas, porquê? Pergunto eu?
Parece um exercício de inutilidade com o único objectivo de divertir ou irritar alguém.
Não, se pensarmos bem, a consciência humana é uma sucessão de perguntas. Ser humano é interrogar a razão do ser, da vida, dos outros, do mundo, enfim de tudo. Um bebé sem interrogações não aprende, não cresce, um homem sem perguntas não vive.
Facilmente se poderá concordar com o afirmado, que é necessário perguntar, uma vez que homem fez “avançar” o mundo através da sua imensa curiosidade, “instinto nato” com que criou a ciência, a técnica, a arte o direito, a política e todas as coisas que hoje há e supostamente nos fazem muita falta. Com isto é fácil concordar e ao mesmo tempo discordar da necessidade de se perguntar acerca do valor da interrogação, acerca do sentido do ser e das coisas...
Bem se não vale a pena perguntar isso, valerá a pena perguntar o resto?! Pergunto eu?
Obviamente que não, porquê construir um carro se não se sabe para onde se vai com ele. E é assim que nós vamos neste inicio de milénio, num mundo construído de sofisticação e elevado sentido de estética em que ninguém sabe muito bem para onde se vai, ou melhor em que todos sabemos para onde vamos (o abismo) mas que ninguém quer saber, ou seja, acha que não vale o esforço de fazer a interrogação.
O homem vai cego, cego de futuro e de soluções, porque se deixou de interrogar acerca de si e da sua criação o mundo!
Posto isto não resisto a deixar ao Felipe uma pequena grande (enorme!) provocação. Então.., qual é o destino? E já agora qual o caminho para lá chegar?
PSL
Entretanto fiz a pergunta (aparentemente) na sede própria e a resposta foi vaga, esguia, escorregadia, académica. Vazia.
Tudo aquilo que não o é o comentário nesse post deixado pelo nosso amigo Filipe Paixão, que pela sua oportunidade e sagacidade aqui e agora se eleva à condição de post
Bem, a pergunta é daquelas sem resposta. Bem, pelo menos sem uma resposta com que todos possamos concordar. Pensando bem, tirando aos raciocínios puros, haverá respostas universais?
Certamente que não. Quando nos interrogamos nunca estamos à espera de ficar a saber a resposta, mas sim na procura encontrar novas perguntas.
Pode-se dizer que a vida é uma sucessão de perguntas para as quais a única resposta é a morte.
Este tipo de abordagem, pseudo filosófica, está fora de moda, num mundo prático, onde se apenas busca a satisfação do imediato, frequentemente caímos no facilitismo de não nos preocuparmos com “essas coisas” que são relegadas para uma forma de pensar “de alguém que anda na lua” ou é “esotérico”.
O homem fez um grande caminho desde o dia em que teve consciência de si próprio, “do ser” e do mundo, “as outras coisas”. Facilmente nos esquecemos que o mundo não existe. É uma abstracção criada pelo homem, uma vez que as coisas que existem, existem por si só. Para serem um conjunto, ou seja, para haver duas coisas, três, milhões de coisas (o mundo), tem de existir um homem que as agrupe na sua mente e com elas forme assim um conjunto que apenas existe na sua cabeça, uma vez que as coisas facticamente o são de forma isolada (uma pedra e outra pedra, só são duas, um conjunto, se alguém assim as associar).
Pois é, pensado bem, afinal, lá no fundo, hoje em dia somos todos “esotéricos”, porque nunca se falou tanto do mundo como na actualidade.
Pensar no ser e nas coisas é o mesmo que pensar no seu valor. Valor não será o termo mais correcto, talvez sentido, porque o ser é! E o mundo é aquilo que o ser acha que ele é.....
Assim e partindo da premissa que o ser e o mundo (as coisas) não têm valor (entenda-se avaloráveis) há que tentar encontrar o valor, o beneficio, a mais valia que poderá haver em procurar o seu sentido.
É importante fazer bem a pergunta, porque se a resposta que se procura for daquelas de que se precisa para resolver algum problema concreto, será uma má pergunta, já que como anteriormente afirmado, a resposta encontrada serão mais perguntas....
Perguntar para ter mais perguntas, porquê? Pergunto eu?
Parece um exercício de inutilidade com o único objectivo de divertir ou irritar alguém.
Não, se pensarmos bem, a consciência humana é uma sucessão de perguntas. Ser humano é interrogar a razão do ser, da vida, dos outros, do mundo, enfim de tudo. Um bebé sem interrogações não aprende, não cresce, um homem sem perguntas não vive.
Facilmente se poderá concordar com o afirmado, que é necessário perguntar, uma vez que homem fez “avançar” o mundo através da sua imensa curiosidade, “instinto nato” com que criou a ciência, a técnica, a arte o direito, a política e todas as coisas que hoje há e supostamente nos fazem muita falta. Com isto é fácil concordar e ao mesmo tempo discordar da necessidade de se perguntar acerca do valor da interrogação, acerca do sentido do ser e das coisas...
Bem se não vale a pena perguntar isso, valerá a pena perguntar o resto?! Pergunto eu?
Obviamente que não, porquê construir um carro se não se sabe para onde se vai com ele. E é assim que nós vamos neste inicio de milénio, num mundo construído de sofisticação e elevado sentido de estética em que ninguém sabe muito bem para onde se vai, ou melhor em que todos sabemos para onde vamos (o abismo) mas que ninguém quer saber, ou seja, acha que não vale o esforço de fazer a interrogação.
O homem vai cego, cego de futuro e de soluções, porque se deixou de interrogar acerca de si e da sua criação o mundo!
Posto isto não resisto a deixar ao Felipe uma pequena grande (enorme!) provocação. Então.., qual é o destino? E já agora qual o caminho para lá chegar?
PSL
O que é a morte para VPV?
Domingo no Público, Vasco Pulido Valente escrevia entre outras coisas bem mais interessantes que a SEDES está morta.
A relatividade é lixada!
PSL
A relatividade é lixada!
PSL
O que é a morte para VPV?
Domingo no Público, Vasco Pulido Valente escrevia entre outras coisas bem mais interessantes que a SEDES está morta.
A relatividade é lixada!
PSL
A relatividade é lixada!
PSL
segunda-feira, 17 de outubro de 2005
Isto é...
...alegria, amor e coragem!
Vale a pena dar “um salto” ao Fotoblog (link) do Megafone (link) de onde esta foto foi retirada.
Actualização: Estava difícil de ver a foto não era? Pois..., gosto tanto tanto tanto dela que não resisti a “rouba-la” para que viva aqui no ARCADIA.
PSL
Vale a pena dar “um salto” ao Fotoblog (link) do Megafone (link) de onde esta foto foi retirada.
Actualização: Estava difícil de ver a foto não era? Pois..., gosto tanto tanto tanto dela que não resisti a “rouba-la” para que viva aqui no ARCADIA.
PSL
Isto é...
...alegria, amor e coragem!
Vale a pena dar “um salto” ao Fotoblog (link) do Megafone (link) de onde esta foto foi retirada.
Actualização: Estava difícil de ver a foto não era? Pois..., gosto tanto tanto tanto dela que não resisti a “rouba-la” para que viva aqui no ARCADIA.
PSL
Vale a pena dar “um salto” ao Fotoblog (link) do Megafone (link) de onde esta foto foi retirada.
Actualização: Estava difícil de ver a foto não era? Pois..., gosto tanto tanto tanto dela que não resisti a “rouba-la” para que viva aqui no ARCADIA.
PSL
Mototurismo de verão no Outono
Na MOTOCILCISMO deste mês de Outubro, podem encontrar algumas linhas sobre a minha viagem à Eslovénia, Croácia e Bósnia. Mais que uma historia pretendeu-se dar algumas dicas que possam ser úteis a futuros viajantes por aquelas paragens.
Também podem encontrar algumas das fotos que por aqui têm aparecido. E outras um pouco diferentes
A MOTOCICLISMO, como o nome indica, é uma publicação mensal especializada nas duas rodas com motor.
PSL
Também podem encontrar algumas das fotos que por aqui têm aparecido. E outras um pouco diferentes
A MOTOCICLISMO, como o nome indica, é uma publicação mensal especializada nas duas rodas com motor.
PSL
Mototurismo de verão no Outono
Na MOTOCILCISMO deste mês de Outubro, podem encontrar algumas linhas sobre a minha viagem à Eslovénia, Croácia e Bósnia. Mais que uma historia pretendeu-se dar algumas dicas que possam ser úteis a futuros viajantes por aquelas paragens.
Também podem encontrar algumas das fotos que por aqui têm aparecido. E outras um pouco diferentes
A MOTOCICLISMO, como o nome indica, é uma publicação mensal especializada nas duas rodas com motor.
PSL
Também podem encontrar algumas das fotos que por aqui têm aparecido. E outras um pouco diferentes
A MOTOCICLISMO, como o nome indica, é uma publicação mensal especializada nas duas rodas com motor.
PSL
Antony, Antony, Antony, Antony, Antony, Antony
Fistful Of Love
Antony, Antony, Antony, Antony, Antony, Antony
Fistful Of Love
You're My Sister
Hope There's Someone
Spiralling
The Lake
River Of Sorrow
Adorem-no ou detestem-no! Não há lugar para "meias-tintas"!
NCR
You're My Sister
Hope There's Someone
Spiralling
The Lake
River Of Sorrow
Adorem-no ou detestem-no! Não há lugar para "meias-tintas"!
NCR
domingo, 16 de outubro de 2005
GRAXAS I*
Portugal é um caso maior de vaidade. Diria mesmo, de vaidade mundial. Somos os maiores no futebol, no atletismo e no hóquei em patins, os melhores na manha, na esperteza e no desenrascanço, o país dos cafezinhos, dos centros comercias e das lojas do euro e meio, fazemos edifícios públicos e estádios de futebol como se fossem moradias privadas, temos os mais bonitos senectos bigodes femininos, as vivendas mais bonitas da Europa e as mais belas curvas masculinas da felicidade. Somos ainda uns craques ao volante, batemos qualquer recorde de virilidade e morrer todos os dias na estrada é sinal de enorme preparação para qualquer guerra civil e de grande resistência psicológica e urbana. A nossa vaidade é brutal! E, por isso, exigimos o máximo, a perfeição, a impoluta moralidade e a genialidade a todos, sobretudo aos políticos, essa gente que nem ao povo pertence! Portugal é o máximo! Vaidade, exigência e, claro, amizade! Portugal é a terra onde há mais amigos por metro quadrado. Toda a gente conhece toda a gente, mesmo quando desconhece. Em Portugal, todos somos compinchas, amigalhaços e os melhores amigos dos nossos amigos. E o que não fazemos pelo nosso melhor amigo? Amigo do nosso amigo, nosso amigo é. E que se lixem os outros, que ninguém sabe quem são. São os outros, os vizinhos, os contribuintes, os que se andam também a amanhar à nossa conta, sobretudo os políticos! Há, assim, em Portugal, amizade para dar, vender e trocar, sobretudo para trocar! Seja ‘jovem’, ‘chefe’, ‘caro amigo’ ou menino’ ou ‘menina, somos todos grandes no ‘abraço’ e no ‘favor’ amigo. É um país nosso, feito de aldeias e aldeãos. O país do povo de peito feito. Somos os maiores, ponto final, para quê repeti-lo! Os políticos…ah...esses malfeitores, é que parece que não são de cá! Somos os maiores em tudo, menos em política, porque será?! Ou será que assim não é?!
NCR
* Começo hoje, e aqui, esta nova rubrica influenciada pela 'anbiência' nacional. O GRAXAS parte de fora para dentro, porque a piada, a ironia, o escárnio, a chacota e o deleite são uma autêntica riqueza nacional. Se contasse para efeitos do PIB, seríamos o país mais rico da Europa. Basta ver a TV (Contra-Informação, Malucos do Riso, Batanetes, Levanta-te e Ri, Gato Fedorento, Tudo Sobre, etc.) ou o sucesso de personagens como Herman José, António Feio, Ricardo Araújo Pereira, Nilton, entre outras. A história contemporânea de Portugal poderia ser feita de comédia. O GRAXAS também surge porque escrever, rir e sorrir, até de nós próprios, não pagam imposto. E, por último, porque não gosto de graxistas.
NCR
* Começo hoje, e aqui, esta nova rubrica influenciada pela 'anbiência' nacional. O GRAXAS parte de fora para dentro, porque a piada, a ironia, o escárnio, a chacota e o deleite são uma autêntica riqueza nacional. Se contasse para efeitos do PIB, seríamos o país mais rico da Europa. Basta ver a TV (Contra-Informação, Malucos do Riso, Batanetes, Levanta-te e Ri, Gato Fedorento, Tudo Sobre, etc.) ou o sucesso de personagens como Herman José, António Feio, Ricardo Araújo Pereira, Nilton, entre outras. A história contemporânea de Portugal poderia ser feita de comédia. O GRAXAS também surge porque escrever, rir e sorrir, até de nós próprios, não pagam imposto. E, por último, porque não gosto de graxistas.
GRAXAS I*
Portugal é um caso maior de vaidade. Diria mesmo, de vaidade mundial. Somos os maiores no futebol, no atletismo e no hóquei em patins, os melhores na manha, na esperteza e no desenrascanço, o país dos cafezinhos, dos centros comercias e das lojas do euro e meio, fazemos edifícios públicos e estádios de futebol como se fossem moradias privadas, temos os mais bonitos senectos bigodes femininos, as vivendas mais bonitas da Europa e as mais belas curvas masculinas da felicidade. Somos ainda uns craques ao volante, batemos qualquer recorde de virilidade e morrer todos os dias na estrada é sinal de enorme preparação para qualquer guerra civil e de grande resistência psicológica e urbana. A nossa vaidade é brutal! E, por isso, exigimos o máximo, a perfeição, a impoluta moralidade e a genialidade a todos, sobretudo aos políticos, essa gente que nem ao povo pertence! Portugal é o máximo! Vaidade, exigência e, claro, amizade! Portugal é a terra onde há mais amigos por metro quadrado. Toda a gente conhece toda a gente, mesmo quando desconhece. Em Portugal, todos somos compinchas, amigalhaços e os melhores amigos dos nossos amigos. E o que não fazemos pelo nosso melhor amigo? Amigo do nosso amigo, nosso amigo é. E que se lixem os outros, que ninguém sabe quem são. São os outros, os vizinhos, os contribuintes, os que se andam também a amanhar à nossa conta, sobretudo os políticos! Há, assim, em Portugal, amizade para dar, vender e trocar, sobretudo para trocar! Seja ‘jovem’, ‘chefe’, ‘caro amigo’ ou menino’ ou ‘menina, somos todos grandes no ‘abraço’ e no ‘favor’ amigo. É um país nosso, feito de aldeias e aldeãos. O país do povo de peito feito. Somos os maiores, ponto final, para quê repeti-lo! Os políticos…ah...esses malfeitores, é que parece que não são de cá! Somos os maiores em tudo, menos em política, porque será?! Ou será que assim não é?!
NCR
* Começo hoje, e aqui, esta nova rubrica influenciada pela 'anbiência' nacional. O GRAXAS parte de fora para dentro, porque a piada, a ironia, o escárnio, a chacota e o deleite são uma autêntica riqueza nacional. Se contasse para efeitos do PIB, seríamos o país mais rico da Europa. Basta ver a TV (Contra-Informação, Malucos do Riso, Batanetes, Levanta-te e Ri, Gato Fedorento, Tudo Sobre, etc.) ou o sucesso de personagens como Herman José, António Feio, Ricardo Araújo Pereira, Nilton, entre outras. A história contemporânea de Portugal poderia ser feita de comédia. O GRAXAS também surge porque escrever, rir e sorrir, até de nós próprios, não pagam imposto. E, por último, porque não gosto de graxistas.
NCR
* Começo hoje, e aqui, esta nova rubrica influenciada pela 'anbiência' nacional. O GRAXAS parte de fora para dentro, porque a piada, a ironia, o escárnio, a chacota e o deleite são uma autêntica riqueza nacional. Se contasse para efeitos do PIB, seríamos o país mais rico da Europa. Basta ver a TV (Contra-Informação, Malucos do Riso, Batanetes, Levanta-te e Ri, Gato Fedorento, Tudo Sobre, etc.) ou o sucesso de personagens como Herman José, António Feio, Ricardo Araújo Pereira, Nilton, entre outras. A história contemporânea de Portugal poderia ser feita de comédia. O GRAXAS também surge porque escrever, rir e sorrir, até de nós próprios, não pagam imposto. E, por último, porque não gosto de graxistas.
sexta-feira, 14 de outubro de 2005
?
Qual o sentido?
Qual o valor?
Post powered by Miguel Costa (link), descoberto na Encosta do Mar (link).
PSL
Qual o valor?
Post powered by Miguel Costa (link), descoberto na Encosta do Mar (link).
PSL
?
Qual o sentido?
Qual o valor?
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PSL
Qual o valor?
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PSL
Modelo bang-bang
«Pernas ao Ar!..., perdão, Mãos ao Ar!» Θ
NCR
Modelo bang-bang
«Pernas ao Ar!..., perdão, Mãos ao Ar!» Θ
NCR
PALETA DE PALAVRAS XXIX
PALETA DE PALAVRAS XXIX
quinta-feira, 13 de outubro de 2005
Esplanar
É de ler a crítica sagaz e incisiva à escrita/obra de Margarida Rebelo Pinto por João Pedro George no seu blogue Esplanar, que conheci por via do Boas Intenções.
Lendo o blogue pela primeira vez, adorei. E a entrevista ao Luiz Pacheco é deliciosa, proporcionando grandes momentos de profunda risada. Reparem só neste excerto quando uma visita, o Armindo, interrompe o decurso da entrevista e bate à porta do quarto:
Visita: “Boa tarde”
Pacheco: “Quem é?”
Visita: “Pacheco?”
Pacheco: “Quem fala?”
Visita: “Aqui é o Armindo”
Pacheco: “É o…?”
Visita: “O Armindo”
Pacheco: “Quem é o Armindo?”
Armindo: “Já não te lembras de mim, pá?”
Pacheco: “O Armindo?”
Armindo: “Estivémos preso no Limoeiro”
Pacheco: “Eu sei lá quem é o Armindo, pá…”
Armindo: “Como é que não sabes…? já não te lembras…?”
Pacheco: “Não, filho, não estive preso contigo, nem com a tua avó...”
Armindo: “Também, com esta escuridão… [no quarto do Pacheco]… eu era um miúdo”
Pacheco: “Olha, vai dar uma volta…”
Armindo: “Vou…?”
Pacheco: “Vai dar uma volta e vem cá amanhã… que estamos a gravar… tu está a ficar aqui gravado, podes ser preso outra vez…”
Armindo: “Está bem pronto, O.K. Agora que estive a dizer que estive preso e tudo… isso é uma reportagem?”
Pacheco: “É, é… é uma reportagem… mas não é da televisão…”
Armindo: “É da TSF?”
Pacheco: “Vem cá amanhã filho e não sejas preso hoje,
Armindo: “Não, eu aliás já me deixei disso”
Pacheco: “Aguenta-te cá fora, vem cá amanhã, mais cedo, que a esta hora já estou a dormir, se não fosse este maluco já estava a dormir…
Armindo: “Como me disseram-me que andavas aqui nas tascas, aqui de roda, de vez em quando…”
Pacheco: “Vai dar uma volta…”
Armindo: “Tchau, adeus… isso fica para a reportagem?
Pacheco: “Fica…”
Pacheco para o entrevistador: “Não sei quem é, nem tenho óculos… Sei lá quem é esse gajo… Quem será este cabrão, nem vi a cara dele… Armindo? Puta que o pariu. Se ele esteve no Limoeiro deve ser um grande fodido, ainda me rouba… Eu estive no Limoeiro com milhares de gajos, porra, olha o que faltava agora era aparecer-me aqui a tropa toda, milhares de gajos... eu estive lá 3 vezes, imagina o que não era… o director do Limoeiro, um gajo chamado Castelo Branco, quando eu estive lá da terceira vez ele era o director, era muito novo, muito inexperiente, depois ficou pior... este jornal, o 24h, anda a publicar umas coisas sobre o terrorismo de direita, de esquerda, agora é sobre os FP’s 25 de Abril... ora este gajo morava na Lapa, mesmo ao pé de onde eu morava, mesmo ao fim da Rua Buenos Aires… e acho que já tinha prendido muita gente das FP e ele deu ordem para haver um rigor especial nas prisões… os presos condenaram-no à morte… o gajo tinha dois seguranças mas um dia estava em casa, mandou os seguranças embora, estava à espera de uns amigos para jantar, como os amigos gostavam de um determinado queijo, o estúpido foi à rua comprar o queijo para os amigos, estavam dois gajos na rua a vigiar, deram-lhe um tiro na cabeça e despacharam-no… ficou como o queijo, todo furado de chumbo...”
Fantástico.
NCR
Lendo o blogue pela primeira vez, adorei. E a entrevista ao Luiz Pacheco é deliciosa, proporcionando grandes momentos de profunda risada. Reparem só neste excerto quando uma visita, o Armindo, interrompe o decurso da entrevista e bate à porta do quarto:
Visita: “Boa tarde”
Pacheco: “Quem é?”
Visita: “Pacheco?”
Pacheco: “Quem fala?”
Visita: “Aqui é o Armindo”
Pacheco: “É o…?”
Visita: “O Armindo”
Pacheco: “Quem é o Armindo?”
Armindo: “Já não te lembras de mim, pá?”
Pacheco: “O Armindo?”
Armindo: “Estivémos preso no Limoeiro”
Pacheco: “Eu sei lá quem é o Armindo, pá…”
Armindo: “Como é que não sabes…? já não te lembras…?”
Pacheco: “Não, filho, não estive preso contigo, nem com a tua avó...”
Armindo: “Também, com esta escuridão… [no quarto do Pacheco]… eu era um miúdo”
Pacheco: “Olha, vai dar uma volta…”
Armindo: “Vou…?”
Pacheco: “Vai dar uma volta e vem cá amanhã… que estamos a gravar… tu está a ficar aqui gravado, podes ser preso outra vez…”
Armindo: “Está bem pronto, O.K. Agora que estive a dizer que estive preso e tudo… isso é uma reportagem?”
Pacheco: “É, é… é uma reportagem… mas não é da televisão…”
Armindo: “É da TSF?”
Pacheco: “Vem cá amanhã filho e não sejas preso hoje,
Armindo: “Não, eu aliás já me deixei disso”
Pacheco: “Aguenta-te cá fora, vem cá amanhã, mais cedo, que a esta hora já estou a dormir, se não fosse este maluco já estava a dormir…
Armindo: “Como me disseram-me que andavas aqui nas tascas, aqui de roda, de vez em quando…”
Pacheco: “Vai dar uma volta…”
Armindo: “Tchau, adeus… isso fica para a reportagem?
Pacheco: “Fica…”
Pacheco para o entrevistador: “Não sei quem é, nem tenho óculos… Sei lá quem é esse gajo… Quem será este cabrão, nem vi a cara dele… Armindo? Puta que o pariu. Se ele esteve no Limoeiro deve ser um grande fodido, ainda me rouba… Eu estive no Limoeiro com milhares de gajos, porra, olha o que faltava agora era aparecer-me aqui a tropa toda, milhares de gajos... eu estive lá 3 vezes, imagina o que não era… o director do Limoeiro, um gajo chamado Castelo Branco, quando eu estive lá da terceira vez ele era o director, era muito novo, muito inexperiente, depois ficou pior... este jornal, o 24h, anda a publicar umas coisas sobre o terrorismo de direita, de esquerda, agora é sobre os FP’s 25 de Abril... ora este gajo morava na Lapa, mesmo ao pé de onde eu morava, mesmo ao fim da Rua Buenos Aires… e acho que já tinha prendido muita gente das FP e ele deu ordem para haver um rigor especial nas prisões… os presos condenaram-no à morte… o gajo tinha dois seguranças mas um dia estava em casa, mandou os seguranças embora, estava à espera de uns amigos para jantar, como os amigos gostavam de um determinado queijo, o estúpido foi à rua comprar o queijo para os amigos, estavam dois gajos na rua a vigiar, deram-lhe um tiro na cabeça e despacharam-no… ficou como o queijo, todo furado de chumbo...”
Fantástico.
NCR
Esplanar
É de ler a crítica sagaz e incisiva à escrita/obra de Margarida Rebelo Pinto por João Pedro George no seu blogue Esplanar, que conheci por via do Boas Intenções.
Lendo o blogue pela primeira vez, adorei. E a entrevista ao Luiz Pacheco é deliciosa, proporcionando grandes momentos de profunda risada. Reparem só neste excerto quando uma visita, o Armindo, interrompe o decurso da entrevista e bate à porta do quarto:
Visita: “Boa tarde”
Pacheco: “Quem é?”
Visita: “Pacheco?”
Pacheco: “Quem fala?”
Visita: “Aqui é o Armindo”
Pacheco: “É o…?”
Visita: “O Armindo”
Pacheco: “Quem é o Armindo?”
Armindo: “Já não te lembras de mim, pá?”
Pacheco: “O Armindo?”
Armindo: “Estivémos preso no Limoeiro”
Pacheco: “Eu sei lá quem é o Armindo, pá…”
Armindo: “Como é que não sabes…? já não te lembras…?”
Pacheco: “Não, filho, não estive preso contigo, nem com a tua avó...”
Armindo: “Também, com esta escuridão… [no quarto do Pacheco]… eu era um miúdo”
Pacheco: “Olha, vai dar uma volta…”
Armindo: “Vou…?”
Pacheco: “Vai dar uma volta e vem cá amanhã… que estamos a gravar… tu está a ficar aqui gravado, podes ser preso outra vez…”
Armindo: “Está bem pronto, O.K. Agora que estive a dizer que estive preso e tudo… isso é uma reportagem?”
Pacheco: “É, é… é uma reportagem… mas não é da televisão…”
Armindo: “É da TSF?”
Pacheco: “Vem cá amanhã filho e não sejas preso hoje,
Armindo: “Não, eu aliás já me deixei disso”
Pacheco: “Aguenta-te cá fora, vem cá amanhã, mais cedo, que a esta hora já estou a dormir, se não fosse este maluco já estava a dormir…
Armindo: “Como me disseram-me que andavas aqui nas tascas, aqui de roda, de vez em quando…”
Pacheco: “Vai dar uma volta…”
Armindo: “Tchau, adeus… isso fica para a reportagem?
Pacheco: “Fica…”
Pacheco para o entrevistador: “Não sei quem é, nem tenho óculos… Sei lá quem é esse gajo… Quem será este cabrão, nem vi a cara dele… Armindo? Puta que o pariu. Se ele esteve no Limoeiro deve ser um grande fodido, ainda me rouba… Eu estive no Limoeiro com milhares de gajos, porra, olha o que faltava agora era aparecer-me aqui a tropa toda, milhares de gajos... eu estive lá 3 vezes, imagina o que não era… o director do Limoeiro, um gajo chamado Castelo Branco, quando eu estive lá da terceira vez ele era o director, era muito novo, muito inexperiente, depois ficou pior... este jornal, o 24h, anda a publicar umas coisas sobre o terrorismo de direita, de esquerda, agora é sobre os FP’s 25 de Abril... ora este gajo morava na Lapa, mesmo ao pé de onde eu morava, mesmo ao fim da Rua Buenos Aires… e acho que já tinha prendido muita gente das FP e ele deu ordem para haver um rigor especial nas prisões… os presos condenaram-no à morte… o gajo tinha dois seguranças mas um dia estava em casa, mandou os seguranças embora, estava à espera de uns amigos para jantar, como os amigos gostavam de um determinado queijo, o estúpido foi à rua comprar o queijo para os amigos, estavam dois gajos na rua a vigiar, deram-lhe um tiro na cabeça e despacharam-no… ficou como o queijo, todo furado de chumbo...”
Fantástico.
NCR
Lendo o blogue pela primeira vez, adorei. E a entrevista ao Luiz Pacheco é deliciosa, proporcionando grandes momentos de profunda risada. Reparem só neste excerto quando uma visita, o Armindo, interrompe o decurso da entrevista e bate à porta do quarto:
Visita: “Boa tarde”
Pacheco: “Quem é?”
Visita: “Pacheco?”
Pacheco: “Quem fala?”
Visita: “Aqui é o Armindo”
Pacheco: “É o…?”
Visita: “O Armindo”
Pacheco: “Quem é o Armindo?”
Armindo: “Já não te lembras de mim, pá?”
Pacheco: “O Armindo?”
Armindo: “Estivémos preso no Limoeiro”
Pacheco: “Eu sei lá quem é o Armindo, pá…”
Armindo: “Como é que não sabes…? já não te lembras…?”
Pacheco: “Não, filho, não estive preso contigo, nem com a tua avó...”
Armindo: “Também, com esta escuridão… [no quarto do Pacheco]… eu era um miúdo”
Pacheco: “Olha, vai dar uma volta…”
Armindo: “Vou…?”
Pacheco: “Vai dar uma volta e vem cá amanhã… que estamos a gravar… tu está a ficar aqui gravado, podes ser preso outra vez…”
Armindo: “Está bem pronto, O.K. Agora que estive a dizer que estive preso e tudo… isso é uma reportagem?”
Pacheco: “É, é… é uma reportagem… mas não é da televisão…”
Armindo: “É da TSF?”
Pacheco: “Vem cá amanhã filho e não sejas preso hoje,
Armindo: “Não, eu aliás já me deixei disso”
Pacheco: “Aguenta-te cá fora, vem cá amanhã, mais cedo, que a esta hora já estou a dormir, se não fosse este maluco já estava a dormir…
Armindo: “Como me disseram-me que andavas aqui nas tascas, aqui de roda, de vez em quando…”
Pacheco: “Vai dar uma volta…”
Armindo: “Tchau, adeus… isso fica para a reportagem?
Pacheco: “Fica…”
Pacheco para o entrevistador: “Não sei quem é, nem tenho óculos… Sei lá quem é esse gajo… Quem será este cabrão, nem vi a cara dele… Armindo? Puta que o pariu. Se ele esteve no Limoeiro deve ser um grande fodido, ainda me rouba… Eu estive no Limoeiro com milhares de gajos, porra, olha o que faltava agora era aparecer-me aqui a tropa toda, milhares de gajos... eu estive lá 3 vezes, imagina o que não era… o director do Limoeiro, um gajo chamado Castelo Branco, quando eu estive lá da terceira vez ele era o director, era muito novo, muito inexperiente, depois ficou pior... este jornal, o 24h, anda a publicar umas coisas sobre o terrorismo de direita, de esquerda, agora é sobre os FP’s 25 de Abril... ora este gajo morava na Lapa, mesmo ao pé de onde eu morava, mesmo ao fim da Rua Buenos Aires… e acho que já tinha prendido muita gente das FP e ele deu ordem para haver um rigor especial nas prisões… os presos condenaram-no à morte… o gajo tinha dois seguranças mas um dia estava em casa, mandou os seguranças embora, estava à espera de uns amigos para jantar, como os amigos gostavam de um determinado queijo, o estúpido foi à rua comprar o queijo para os amigos, estavam dois gajos na rua a vigiar, deram-lhe um tiro na cabeça e despacharam-no… ficou como o queijo, todo furado de chumbo...”
Fantástico.
NCR
quarta-feira, 12 de outubro de 2005
Para acabar com a dilação processual...
...e claro, a bem da dignidade humana.
Deve esta portaria (link) entrar em vigor rapidamente e em força.
PSL
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PSL
Para acabar com a dilação processual...
...e claro, a bem da dignidade humana.
Deve esta portaria (link) entrar em vigor rapidamente e em força.
PSL
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PSL
Sigur Rós
Poderia declarar que são a melhor banda do mundo, poderia afirmar que compõem a música dos meus sonhos e dos meus silêncios, poderia clamar que cantam as mais belas músicas que alguma vez ouvi, poderia bradar que tocam a música que eu amava tocar se tivesse talento, poderia dizer tudo isto, mas não digo, falta-me a coragem de cair no ridículo. Porquê? Porque a música é o som do momento, de momentos, do passado, presente e futuro. Por isso, não sabemos o quanto este tipo de adorações se situa exclusivamente em nós. O que eu posso dizer, falando estritamente da minha pessoa, é que desde que ouvi pela primeira vez os Sigur Rós, em 2000, que colecciono os seus álbuns (quatro com o último, “Takk”) entre outros singles (cinco). Não sou fã, no sentido que a ideia comum dá da palavra, simplesmente sigo as ‘composição e sinfonia’ desta banda e dos seus membros, sempre que possível.
E porquê esta adoração? Não conheço noutros grupos nenhuma sonoridade igual. A música dos Sigur Rós destaca-se dos cardápios de melodias, descobre-se por uma sílaba de Jón þor Birgisson, reconhece-se num segundo de acorde dentre a panóplia de meios de radiodifusão musical. Julgo que não estou a exagerar, talvez apenas quem conheça os Sigur Rós poderá afirmá-lo, sem necessidade de ouvir intensivamente todos os álbuns, pois nos priemiros momentos de uma música reconheço a música ou a sonoridade dos Sigur Rós. Tanto assim é que parece algo inverosímil o modo como descobri os The Album Leaf, de Jimmy LaValle, na FNAC: estava em escuta o álbum deste grupo In a Safe Place (julgo não estar enganado, pois não o tenho aqui) e assim que ouvi a primeira música achei que aquela música era bastante próxima da dos Sigur Rós, diria mesmo, a mais análogo que já tinha ouvido, e estava fascinado com aquela descoberta. Depois, em casa, abrindo a caixa do CD e lendo as features, descubro que no álbum participam os músicos dos Sigur Rós. Aqui está uma boa história comprovativa do toque siguriano. naturalmente, existem grupos com música semelhante, para além do já referido The Album Leaf, podemos mencionar Mogwai, Spirtualized, Tristeza, entre outros, estando contuddo longe de ser confundidos com o trio islandês.
E como é a música dos Sigur Rós? A melhor resposta é mesmo a de haver resposta alguma, simplesmente porque somos esmagados pela sua simplicidade, naturalidade, minimalismo e pelo mundo onírico para o qual nos transporta em colo de brinquedo, ora ao som de caixinhas de música infantis, ora rebentando com a letargia e os preconceitos das nossas profundezas triunfadoras em comodismos, afazeres e rotinas, levando-nos para ambientes musicais arrasadores de qualquer estado de insensibilidade ou de desilusão.
Toda esta singeleza e sobriedade se estende às capas dos cd’s, às raras ou inexistentes palavras e fotografias no álbum, aos títulos das músicas por vezes sem nome e aos álbuns sem uma única letra na sua música (como no álbum “()”), ao traço dos desenhos inconfundíveis que inspira esta banda, com nome de Rosa Vitória, proveniente da Islândia. Takk (Obrigado) Sigur Rós.
Aqui podem ver o video Glósóli (disponível no site oficial www.sigur-ros.is).
NCR
P.S. - Ah, e não se esqueçam, eles vão estar em Portugal para um concerto no dia 20 de Novembro. Têm tudo a perder, se não forem.
Sigur Rós
Poderia declarar que são a melhor banda do mundo, poderia afirmar que compõem a música dos meus sonhos e dos meus silêncios, poderia clamar que cantam as mais belas músicas que alguma vez ouvi, poderia bradar que tocam a música que eu amava tocar se tivesse talento, poderia dizer tudo isto, mas não digo, falta-me a coragem de cair no ridículo. Porquê? Porque a música é o som do momento, de momentos, do passado, presente e futuro. Por isso, não sabemos o quanto este tipo de adorações se situa exclusivamente em nós. O que eu posso dizer, falando estritamente da minha pessoa, é que desde que ouvi pela primeira vez os Sigur Rós, em 2000, que colecciono os seus álbuns (quatro com o último, “Takk”) entre outros singles (cinco). Não sou fã, no sentido que a ideia comum dá da palavra, simplesmente sigo as ‘composição e sinfonia’ desta banda e dos seus membros, sempre que possível.
E porquê esta adoração? Não conheço noutros grupos nenhuma sonoridade igual. A música dos Sigur Rós destaca-se dos cardápios de melodias, descobre-se por uma sílaba de Jón þor Birgisson, reconhece-se num segundo de acorde dentre a panóplia de meios de radiodifusão musical. Julgo que não estou a exagerar, talvez apenas quem conheça os Sigur Rós poderá afirmá-lo, sem necessidade de ouvir intensivamente todos os álbuns, pois nos priemiros momentos de uma música reconheço a música ou a sonoridade dos Sigur Rós. Tanto assim é que parece algo inverosímil o modo como descobri os The Album Leaf, de Jimmy LaValle, na FNAC: estava em escuta o álbum deste grupo In a Safe Place (julgo não estar enganado, pois não o tenho aqui) e assim que ouvi a primeira música achei que aquela música era bastante próxima da dos Sigur Rós, diria mesmo, a mais análogo que já tinha ouvido, e estava fascinado com aquela descoberta. Depois, em casa, abrindo a caixa do CD e lendo as features, descubro que no álbum participam os músicos dos Sigur Rós. Aqui está uma boa história comprovativa do toque siguriano. naturalmente, existem grupos com música semelhante, para além do já referido The Album Leaf, podemos mencionar Mogwai, Spirtualized, Tristeza, entre outros, estando contuddo longe de ser confundidos com o trio islandês.
E como é a música dos Sigur Rós? A melhor resposta é mesmo a de haver resposta alguma, simplesmente porque somos esmagados pela sua simplicidade, naturalidade, minimalismo e pelo mundo onírico para o qual nos transporta em colo de brinquedo, ora ao som de caixinhas de música infantis, ora rebentando com a letargia e os preconceitos das nossas profundezas triunfadoras em comodismos, afazeres e rotinas, levando-nos para ambientes musicais arrasadores de qualquer estado de insensibilidade ou de desilusão.
Toda esta singeleza e sobriedade se estende às capas dos cd’s, às raras ou inexistentes palavras e fotografias no álbum, aos títulos das músicas por vezes sem nome e aos álbuns sem uma única letra na sua música (como no álbum “()”), ao traço dos desenhos inconfundíveis que inspira esta banda, com nome de Rosa Vitória, proveniente da Islândia. Takk (Obrigado) Sigur Rós.
Aqui podem ver o video Glósóli (disponível no site oficial www.sigur-ros.is).
NCR
P.S. - Ah, e não se esqueçam, eles vão estar em Portugal para um concerto no dia 20 de Novembro. Têm tudo a perder, se não forem.
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