Mostrar mensagens com a etiqueta no país dos Cro-Magnons. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta no país dos Cro-Magnons. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 16 de março de 2009

Da natureza de alguns humanos

Tem sido um fartar vilanagem. Se por cada magnifico dia atlântico tivesse escrito um post, provavelmente já alguém tinha proposto a mudança de nome deste blogue.
Manhãs sublimes de perfeitas paredes azuis claras, quilómetros de húmido prazer, horas de espuma cristalina. Uma ode aos sentidos. Um hino à paixão. Pura liberdade.

Mas tal como toda a moeda não é só cara, todo o momento hedonista traz consigo a sua antítese. Isto de saltitar de praia em praia em busca do mais perfeito trapézio, também nos demonstra que apesar de haver outros como nós, os há ainda absoluta e terrivelmente mais miseráveis que nós.

De facto, nas últimas semanas não tenho encontrado apenas dezenas de ondas perfeitas; tenho ainda encontrado vários exemplares desse género patético que julgava em profunda crise, em inequívocas vias de extinção: os “bad locals”.

A actividade que em “surfês” se convencionou apelidar de localismo – sublinho, têm sido diários os conflitos verbais, alguns deles por pouco não alastram ao confronto físico - é de muito longe, a pior face de uma momento privilegiado que é o doce, simples e belo movimento de namorar uma onda.
Todavia, o localismo tem contornos, digamos, curiosos. Ainda esta manhã, tive de partilhar “O” prazer, com um pobre diabo que quando desliza na superfície húmida da cor do céu no seu quintal, “mete na ordem” tudo o que mexe; mas, hoje, fora do seu habitat natural, o anteriormente abutre mais parecia uma galinha merdosa (ou seria um pinto da costa?), a ver os outros impor o seu surf, enquanto, ávido, desnorteado, esperava intranquilamente que estes lhe deixassem umas míseras migalhas para debicar.

Vem esta lengalenga toda a propósito da curta que se exibe já aqui por baixo. Kooks - selecção oficial da última edição do NY Surf Film Festival - capta de forma perfeita a essência da estupidez humana plasmada nessa aberração que nos chegou dos tempos medievais que é o localismo.

Da natureza de alguns humanos

Tem sido um fartar vilanagem. Se por cada magnifico dia atlântico tivesse escrito um post, provavelmente já alguém tinha proposto a mudança de nome deste blogue.
Manhãs sublimes de perfeitas paredes azuis claras, quilómetros de húmido prazer, horas de espuma cristalina. Uma ode aos sentidos. Um hino à paixão. Pura liberdade.

Mas tal como toda a moeda não é só cara, todo o momento hedonista traz consigo a sua antítese. Isto de saltitar de praia em praia em busca do mais perfeito trapézio, também nos demonstra que apesar de haver outros como nós, os há ainda absoluta e terrivelmente mais miseráveis que nós.

De facto, nas últimas semanas não tenho encontrado apenas dezenas de ondas perfeitas; tenho ainda encontrado vários exemplares desse género patético que julgava em profunda crise, em inequívocas vias de extinção: os “bad locals”.

A actividade que em “surfês” se convencionou apelidar de localismo – sublinho, têm sido diários os conflitos verbais, alguns deles por pouco não alastram ao confronto físico - é de muito longe, a pior face de uma momento privilegiado que é o doce, simples e belo movimento de namorar uma onda.
Todavia, o localismo tem contornos, digamos, curiosos. Ainda esta manhã, tive de partilhar “O” prazer, com um pobre diabo que quando desliza na superfície húmida da cor do céu no seu quintal, “mete na ordem” tudo o que mexe; mas, hoje, fora do seu habitat natural, o anteriormente abutre mais parecia uma galinha merdosa (ou seria um pinto da costa?), a ver os outros impor o seu surf, enquanto, ávido, desnorteado, esperava intranquilamente que estes lhe deixassem umas míseras migalhas para debicar.

Vem esta lengalenga toda a propósito da curta que se exibe já aqui por baixo. Kooks - selecção oficial da última edição do NY Surf Film Festival - capta de forma perfeita a essência da estupidez humana plasmada nessa aberração que nos chegou dos tempos medievais que é o localismo.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Efervescências (V) - o Papa belhelhas e o herói sem honra

Acabo de ver Pinto da Costa, no único canal de televisão em português minimamente suportável. Está velho. Caquéctico. Baralha-se, engana-se, solta perdigotos e parece não saber cuspir pois quase se baba. Há velhice mais digna. Mas é verão e tudo serve para "encher" chouriços. Filipe Vieira parece ter razão. O morto estrebucha. Mas ainda assim faz algum ruído. Só isso. Ruído.
Enganei-me. Queria desligar o aparelho e mudo para a RTP 1. A tal do serviço publico. Eu gosto muito de toiros. A serio. Adoro toiros. Mas ver o Bastinhas ao pulos em cima do cavalo enfurece-me. A seguir vem um pobre campino com coragem de Cruzado pegar o boi pelos cornos; literalmente. Aleija-se num olho à primeira. Mas a coragem vence o medo e volta a atirar-se ao focinho do animal. Palminhas…, palminhas da casa cheia. A mesma que se ri com as chocas indignas que levam o verdadeiro herói da festa, o toiro, cambaleante para os curros.
É este o meu país. Aquele onde a gloria é dos vilãos e os heróis vão morrer longe, sem dignidade. Ao povo cabe o papel de bobo.
Dizem-me que Roma também caiu assim.

Efervescências (V) - o Papa belhelhas e o herói sem honra

Acabo de ver Pinto da Costa, no único canal de televisão em português minimamente suportável. Está velho. Caquéctico. Baralha-se, engana-se, solta perdigotos e parece não saber cuspir pois quase se baba. Há velhice mais digna. Mas é verão e tudo serve para "encher" chouriços. Filipe Vieira parece ter razão. O morto estrebucha. Mas ainda assim faz algum ruído. Só isso. Ruído.
Enganei-me. Queria desligar o aparelho e mudo para a RTP 1. A tal do serviço publico. Eu gosto muito de toiros. A serio. Adoro toiros. Mas ver o Bastinhas ao pulos em cima do cavalo enfurece-me. A seguir vem um pobre campino com coragem de Cruzado pegar o boi pelos cornos; literalmente. Aleija-se num olho à primeira. Mas a coragem vence o medo e volta a atirar-se ao focinho do animal. Palminhas…, palminhas da casa cheia. A mesma que se ri com as chocas indignas que levam o verdadeiro herói da festa, o toiro, cambaleante para os curros.
É este o meu país. Aquele onde a gloria é dos vilãos e os heróis vão morrer longe, sem dignidade. Ao povo cabe o papel de bobo.
Dizem-me que Roma também caiu assim.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

O nauseabundo caso Madeleine McCann

Como podem verificar clicando na etiqueta infra, raramente por aqui se tem falado da menina Madalena. O momento presente volta a ser excepção.
Sem calor digno desse nome, sem os fogos a ele associados, com o pais a banhos de gente lá para o desagradável Algarve, não seria necessário ser bruxo ou vidente para saber que no auge da época pateta a miúda voltaria a figurar nas primeiras páginas inglesas e portuguesas. Cada vez se escreve mais, cada vez se fala mais e cada vez mais lixo é enviado para as diferentes esferas comunicativas. As patetices são tamanhas que até de “cães farejadores de sangue” já ouvimos falar. Ora, tal monstro pura e simplesmente não existe. A menos que estejamos a falar de outra criatura fantástica: um vampiro.
O problema é que a fantástica historinha de tais bichos é apenas uma entre muitas outras das imagens que ilustram o chorrilho de asneirada nauseabunda, tornando ainda mais primário o bando de cro-magnons em que se vem tornando a sociedade portuguesa.
É caso para dizer com toda a arrogância: meninos e meninas vão morrer longe, por favor.

O nauseabundo caso Madeleine McCann

Como podem verificar clicando na etiqueta infra, raramente por aqui se tem falado da menina Madalena. O momento presente volta a ser excepção.
Sem calor digno desse nome, sem os fogos a ele associados, com o pais a banhos de gente lá para o desagradável Algarve, não seria necessário ser bruxo ou vidente para saber que no auge da época pateta a miúda voltaria a figurar nas primeiras páginas inglesas e portuguesas. Cada vez se escreve mais, cada vez se fala mais e cada vez mais lixo é enviado para as diferentes esferas comunicativas. As patetices são tamanhas que até de “cães farejadores de sangue” já ouvimos falar. Ora, tal monstro pura e simplesmente não existe. A menos que estejamos a falar de outra criatura fantástica: um vampiro.
O problema é que a fantástica historinha de tais bichos é apenas uma entre muitas outras das imagens que ilustram o chorrilho de asneirada nauseabunda, tornando ainda mais primário o bando de cro-magnons em que se vem tornando a sociedade portuguesa.
É caso para dizer com toda a arrogância: meninos e meninas vão morrer longe, por favor.