Percebo a angústia do Daniel Oliveira quanto à deriva proibicionista do tabaco em locais fechados. Mas eu prefiro ver a coisa por outro lado:
O primado do direito à saúde sobre o direito a fumar.
Julgo, por isso, que não colhe o argumento segundo o qual o não-fumador pode escolher entrar ou não num local onde se fuma.
Neste sentido temos outras obrigações/proibições sobre opções individuais que afectam (primariamente) apenas aqueles que as tomam, mas que podem (causalmente) afectar terceiros:
v.g. o uso de cinto de segurança nos automóveis, a vacinação, etc.
Sei que o exemplo da vacinação pode ser mal interpretado, por isso explico: a vacinação obrigatória destina-se a impedir epidemias (mal geral) que possam resultar da doença de uma pessoa (mal individual). No caso da proibição do fumo, pretende-se - mutatis mutandis - impedir um mal geral (o cancro do pulmão e outras doenças resultantes do fumo passivo) através do impedimento de um mal particular (a concretização do acto de fumar em local fechado).
Em conclusão: cada um é livre de fumar, desde que com isso não possa por em causa a saúde de terceiros.
p.s. Acho que não deixei claro: no que respeita a estabelecimentos comerciais (v.g. restaurantes, bares, etc.) acho que deve ser dada a possibilidade de optarem por serem livres de fumo ou não.
ah, então as mãos de pianista são do NCR!...belas mãos.
ResponderEliminarafinal qual dos Nunos arcadianos escrevia na rúbrica Arcadia do extinto suplemento 6ª?