quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Passeio pelo bairro…

Quem tem medo de D. Carlos? por Paulo Pinto Mascarenhas no blogue Atlântico.

A cultura do Gato por João Gonçalves no Portugal dos Pequeninos

Cerca de vinte junto às campas por Pedro Correia no Corta-fitas.

A cultura em Portugal pelo Jansenista.

Passeio pelo bairro…

Quem tem medo de D. Carlos? por Paulo Pinto Mascarenhas no blogue Atlântico.

A cultura do Gato por João Gonçalves no Portugal dos Pequeninos

Cerca de vinte junto às campas por Pedro Correia no Corta-fitas.

A cultura em Portugal pelo Jansenista.

A inflação, os juros e as algas

Num comentário ao um comentário do Pedro, mais abaixo, escrevi isto:
Não vai ser preciso chegar à taxa de juro O%... a questão é que com mais dinheiro no bolso pela redução dos juros e pela redução dos impostos, os americanos vão poder - ao mesmo tempo - gastar mais dinheiro e aforrar o remanescente ("for a rainy day"), possibilitando ganhos de médio e longo prazo. Os juros altos apenas favorecem os meros especuladores financeiros, que beneficiam de ganhos de curto prazo e secam tudo à volta: é essa a diferença entre o capitalismo empreendedor e o capitalismo especulativo. Por outro lado, actualmente o problema da inflação resulta em larga medida do preço do petróleo e não do preço do dinheiro. Por enquanto, já só os liberais que vêm o mundo como uma espécie de "second life" em que as vidas são virtuais, é que se manifestam contra a intervenção da Fed e do próprio FMI...
Vendo a notícia do Público que o Pedro "linkou" vê-se que - efectivamente - é o petróleo que está a puxar os preços para cima, e que não páram de subir mesmo com o dinheiro caro... Por outro lado, o aumento dos preços dos produtos alimentares também não ajuda, mais a mais com a dupla procura dos cereais alimentares para comida e para biodiesel. Mas isso não se cura com juros altos, cura-se com mais eficiência agrícola.
A solução? Olha, é reduzir os impostos, reduzir as taxas de juro e investir nas algas (1, 2, 3)!!!

A inflação, os juros e as algas

Num comentário ao um comentário do Pedro, mais abaixo, escrevi isto:
Não vai ser preciso chegar à taxa de juro O%... a questão é que com mais dinheiro no bolso pela redução dos juros e pela redução dos impostos, os americanos vão poder - ao mesmo tempo - gastar mais dinheiro e aforrar o remanescente ("for a rainy day"), possibilitando ganhos de médio e longo prazo. Os juros altos apenas favorecem os meros especuladores financeiros, que beneficiam de ganhos de curto prazo e secam tudo à volta: é essa a diferença entre o capitalismo empreendedor e o capitalismo especulativo. Por outro lado, actualmente o problema da inflação resulta em larga medida do preço do petróleo e não do preço do dinheiro. Por enquanto, já só os liberais que vêm o mundo como uma espécie de "second life" em que as vidas são virtuais, é que se manifestam contra a intervenção da Fed e do próprio FMI...
Vendo a notícia do Público que o Pedro "linkou" vê-se que - efectivamente - é o petróleo que está a puxar os preços para cima, e que não páram de subir mesmo com o dinheiro caro... Por outro lado, o aumento dos preços dos produtos alimentares também não ajuda, mais a mais com a dupla procura dos cereais alimentares para comida e para biodiesel. Mas isso não se cura com juros altos, cura-se com mais eficiência agrícola.
A solução? Olha, é reduzir os impostos, reduzir as taxas de juro e investir nas algas (1, 2, 3)!!!

...

Desculpa lá Nuno estar a aborrecer-te com estas coisas mas definitivamente acho que te deves explicar melhor.
Como é que pode haver espaço para o BCE cortar a sua taxa de juro directora se ainda agora se soube que a Inflação na Zona Euro subiu para 3,2 por cento, o valor mais elevado em dez anos, enquanto a confiança na economia da Zona Euro se encontra em mínimos de dois anos. Aliás, dois dados aparentemente contraditórios. Não parecendo difícil compreender o porquê, difícil será sem duvida arranjar profilaxia eficaz para tais maleitas. Sim?

...

Desculpa lá Nuno estar a aborrecer-te com estas coisas mas definitivamente acho que te deves explicar melhor.
Como é que pode haver espaço para o BCE cortar a sua taxa de juro directora se ainda agora se soube que a Inflação na Zona Euro subiu para 3,2 por cento, o valor mais elevado em dez anos, enquanto a confiança na economia da Zona Euro se encontra em mínimos de dois anos. Aliás, dois dados aparentemente contraditórios. Não parecendo difícil compreender o porquê, difícil será sem duvida arranjar profilaxia eficaz para tais maleitas. Sim?

Luto

O Combustões está de luto e faz muito bem.

Luto

O Combustões está de luto e faz muito bem.

Diz José Sócrates para o seu irmão gémeo Pedro Silva Pereira respondendo-lhe este

Diz José Sócrates para o seu irmão gémeo Pedro Silva Pereira respondendo-lhe este

"Monopólio" e vida real

Enquanto nos EUA a Reserva Federal já percebeu que o mais importante é a economia real (pelo menos até à próxima "euforia bolsista"), tendo também percebido que as tensões inflaccionistas resultam em grande parte da alta (artificial) do preço do petróleo, e não do consumo desregrado por parte das pessoas e empresas, o Banco Central Europeu continua a fazer de conta que a vida é um jogo de monopólio.
Enquanto nos EUA a Reserva Federal voltou a cortar a eito nas taxas de juro (agora foi mais 0,5%), na Europa continua-se de costas voltada para a vida real...

"Monopólio" e vida real

Enquanto nos EUA a Reserva Federal já percebeu que o mais importante é a economia real (pelo menos até à próxima "euforia bolsista"), tendo também percebido que as tensões inflaccionistas resultam em grande parte da alta (artificial) do preço do petróleo, e não do consumo desregrado por parte das pessoas e empresas, o Banco Central Europeu continua a fazer de conta que a vida é um jogo de monopólio.
Enquanto nos EUA a Reserva Federal voltou a cortar a eito nas taxas de juro (agora foi mais 0,5%), na Europa continua-se de costas voltada para a vida real...

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

De Rafael Obligado para o mundo?

Confesso que não leio este hooligan no seu cantinho. Por uma simples razão: inveja pura. Não pelo o objecto da sua adoração (que nojo...) mas sim pela forma inteligente com que nos mata com requinte. É uma delicia matar assim, apesar de ninguém gostar de morrer. Mas a inveja tem destas coisas. Por vezes, sublima-nos.
O La Nacion, uma referência argentina que me ficou dos dias de Buenos Aires, publica hoje (ontem) uma pequena entrevista/reportagem com Lizandro Lopez. Licha, como parece por lá ser conhecido, fala da sua vida de sucesso por cá do que nos aproxima e distancia, da nossa humilde grandeza. E de como Portugal é relativo. Convido pois o nosso hooligan preferido a lê-la (e porque não todos os demais) e a dizer de sua justiça.

De Rafael Obligado para o mundo?

Confesso que não leio este hooligan no seu cantinho. Por uma simples razão: inveja pura. Não pelo o objecto da sua adoração (que nojo...) mas sim pela forma inteligente com que nos mata com requinte. É uma delicia matar assim, apesar de ninguém gostar de morrer. Mas a inveja tem destas coisas. Por vezes, sublima-nos.
O La Nacion, uma referência argentina que me ficou dos dias de Buenos Aires, publica hoje (ontem) uma pequena entrevista/reportagem com Lizandro Lopez. Licha, como parece por lá ser conhecido, fala da sua vida de sucesso por cá do que nos aproxima e distancia, da nossa humilde grandeza. E de como Portugal é relativo. Convido pois o nosso hooligan preferido a lê-la (e porque não todos os demais) e a dizer de sua justiça.

Dói Dói, Trim Trim

Sócrates lá apareceu em Belém, já a manhã ia alta, visivelmente cansado e agastado. Mal disposto, respondeu com a meia dúzia de patacoadas da praxe à aborrecida comunicação social. Para que esta possa alimentar, com a reles palha do costume, os burros dos cidadãos que não conseguem entender os esforços fantásticos que este nobre governo faz em prol da pátria. Ninguém o compreende, pobre Primeiro-ministro. Estão todos contra ele, os demagogos. Quase verti uma lágrima…

Com o meu vestido preto, eu nunca me comprometo. No primeiro discurso como ministra da Saúde, Ana Jorge apresentou-se meio constipada e muito rouca. Mau agoiro, quando a detentora da pasta toma posse doente...

E não pensem que isto fica por aqui, o circo chegou à cidade e veio para ficar. Alias, nunca antes isto se pareceu tanto com o PREC: remodelações e novas opurtunidades enquanto populares que contestam encerramentos das urgências manifestam-se em Lisboa.

Dói Dói, Trim Trim

Sócrates lá apareceu em Belém, já a manhã ia alta, visivelmente cansado e agastado. Mal disposto, respondeu com a meia dúzia de patacoadas da praxe à aborrecida comunicação social. Para que esta possa alimentar, com a reles palha do costume, os burros dos cidadãos que não conseguem entender os esforços fantásticos que este nobre governo faz em prol da pátria. Ninguém o compreende, pobre Primeiro-ministro. Estão todos contra ele, os demagogos. Quase verti uma lágrima…

Com o meu vestido preto, eu nunca me comprometo. No primeiro discurso como ministra da Saúde, Ana Jorge apresentou-se meio constipada e muito rouca. Mau agoiro, quando a detentora da pasta toma posse doente...

E não pensem que isto fica por aqui, o circo chegou à cidade e veio para ficar. Alias, nunca antes isto se pareceu tanto com o PREC: remodelações e novas opurtunidades enquanto populares que contestam encerramentos das urgências manifestam-se em Lisboa.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Remodelação da tanga

Quem são os novos ministros? Não sabe? Ninguém sabe.
Terceiríssimas (acho que a palavra não existe, o que só reforça a ideia) linhas, muito provavelmente quintas escolhas. Diz-se que Ana Jorge é Presidente da Assembleia Municipal da Lourinhã e que José António Pinto Ribeiro é um advogado de sucesso e administrador da Fundação Berardo. Quanto a este, diz-se ainda que parece que alguém se terá enganado no número de telefone. Obviamente já ninguém quer ser conotado com esta trapalhada que se chama maioria socialista e é mentira com "m" grande o que diz Vitalino Canas (um homem respeitável antes dos fretes que anda a fazer a Sócrates).
Ao longe já se ouvem os tambores do toque a finados destes governo; o dia de hoje ficará na historia como o principio do fim politico de Sócrates, pelo menos enquanto Primeiro-ministro.
E o mais estranho de tudo isto foi a rapidez com que Sócrates conseguiu desbaratar o capital político que lhe foi concedido pelos eleitores na última noite eleitoral legislativa. Duvido que Pedro Santana Lopes conseguisse pior.

PS: Sabe-se entretanto que a nova ministra da saúde, enquanto presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa (ARS) e Vale do Tejo (entre 1997 e 2000), foi uma das impulsionadoras do serviço de atendimento pediátrico por telefone “Dói Dói, Trim Trim”. Brilhante.

Remodelação da tanga

Quem são os novos ministros? Não sabe? Ninguém sabe.
Terceiríssimas (acho que a palavra não existe, o que só reforça a ideia) linhas, muito provavelmente quintas escolhas. Diz-se que Ana Jorge é Presidente da Assembleia Municipal da Lourinhã e que José António Pinto Ribeiro é um advogado de sucesso e administrador da Fundação Berardo. Quanto a este, diz-se ainda que parece que alguém se terá enganado no número de telefone. Obviamente já ninguém quer ser conotado com esta trapalhada que se chama maioria socialista e é mentira com "m" grande o que diz Vitalino Canas (um homem respeitável antes dos fretes que anda a fazer a Sócrates).
Ao longe já se ouvem os tambores do toque a finados destes governo; o dia de hoje ficará na historia como o principio do fim politico de Sócrates, pelo menos enquanto Primeiro-ministro.
E o mais estranho de tudo isto foi a rapidez com que Sócrates conseguiu desbaratar o capital político que lhe foi concedido pelos eleitores na última noite eleitoral legislativa. Duvido que Pedro Santana Lopes conseguisse pior.

PS: Sabe-se entretanto que a nova ministra da saúde, enquanto presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa (ARS) e Vale do Tejo (entre 1997 e 2000), foi uma das impulsionadoras do serviço de atendimento pediátrico por telefone “Dói Dói, Trim Trim”. Brilhante.

Querida, mudei o ministro

-

www.portugal.gov.pt

Querida, mudei o ministro

-

www.portugal.gov.pt

A rigidez do mercado laboral em Portugal

20,6% do total da população empregada em Portugal é "oficialmente" precária, i.e. têm contratos a prazo (Público).
Sem falar dos falsos recibos verdes e do trabalho temporário. É mesmo a rigidez do mercado laboral a causa do atraso económico e dos baixos salários?...

A rigidez do mercado laboral em Portugal

20,6% do total da população empregada em Portugal é "oficialmente" precária, i.e. têm contratos a prazo (Público).
Sem falar dos falsos recibos verdes e do trabalho temporário. É mesmo a rigidez do mercado laboral a causa do atraso económico e dos baixos salários?...

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Vou pedir a suspensão de alguns dos meus deveres de cidadania

No dia em que se soube que “em três anos, um total de 117 deputados suspenderam o mandato e 37 abandonaram de vez a Assembleia da República, o que quer dizer que apenas um terço dos parlamentares em funções foram eleitos (contas feitas pela Comissão de Ética da Assembleia da República e divulgadas na edição desta segunda-feira do jornal Correio da Manhã)” venho por este meio anunciar que pedirei a mim mesmo a suspensão de alguns dos meus deveres de cidadania entre os quais o direito de voto em especial para eleições legislativas. É legítimo, não é? Para que é que querem os candidatos a deputados o meu voto se fazem do lugar um trampolim para outros melhores voos? Valerá a pena preocupar-me em escolher o melhor candidato a deputado se a probabilidade de ele abandonar o cargo após a eleição é gigantesca?

Vou pedir a suspensão de alguns dos meus deveres de cidadania

No dia em que se soube que “em três anos, um total de 117 deputados suspenderam o mandato e 37 abandonaram de vez a Assembleia da República, o que quer dizer que apenas um terço dos parlamentares em funções foram eleitos (contas feitas pela Comissão de Ética da Assembleia da República e divulgadas na edição desta segunda-feira do jornal Correio da Manhã)” venho por este meio anunciar que pedirei a mim mesmo a suspensão de alguns dos meus deveres de cidadania entre os quais o direito de voto em especial para eleições legislativas. É legítimo, não é? Para que é que querem os candidatos a deputados o meu voto se fazem do lugar um trampolim para outros melhores voos? Valerá a pena preocupar-me em escolher o melhor candidato a deputado se a probabilidade de ele abandonar o cargo após a eleição é gigantesca?

domingo, 27 de janeiro de 2008

Lagartos & Tripeiros...

Regra geral "falar de bola", para mim, é falar do clube do Manto Sagrado. Mas como ontem um bravo Benfica venceu surpreendentemente no Norte hoje, independentemente do resultado, seria sempre a ganhar. Como tal, há excepções clássicas. Vamos por pontos:

1. Com esta já é a segunda vez esta época que vou ao Alvaláxia ver futebol. No longínquo final de verão passado fui lá ver os lags. com o Belém, num fim de semana de verdadeiro PREC emocional para mim. Mas isso são outras estórias. Hoje foi bem mais divertido. Adiante.

2. A lagartagem decidiu vestir o fato-macaco e com um coração vibrante bateu um Porto muito bem organizado, a jogar um futebol superior, mas em ritmo de turismo. Podiam estar lá até agora que nunca conseguiriam meter a bola nas redes contrarias.

3. Dei por mim a juntar a minha voz ao "Cheira a Lisboa" cantado pelos adeptos do rival ainda antes da partida. Acto continuo, dos Super Dragões surge um estandarte "Benfica é sempre Merda". Afinal, e como sempre, estávamos bem presentes. Um clássico.

4. E por falar em merda, no que aos adeptos diz respeito, os lags. continuam a apresentar umas coreografias cheias de plástico e muito arrumadinhas mas no que ao apoio vocal diz respeito são uma sombra do que já foram. Do outro lado, apresentaram-se uns milhares de ultras rufias com uma voz que mete respeito. Um clássico.

5. Em suma, foi um bocado muito bem passado a gozar "o prato" na cama com o inimigo. Foi um "clássico" clássico, com alguns momentos de bom futebol e muita intensidade. No final o mais roubado pelo arbitro foi mesmo o Benfica, pois alguns vermelhos, por jogo verdadeiramente bárbaro, ficaram por mostrar. Um clássico.

6. Nota final: como disse ontem manteigueiro que treina o nosso querido clube, "se o Porto se descuidar…". Infelizmente, já é um clássico.

Lagartos & Tripeiros...

Regra geral "falar de bola", para mim, é falar do clube do Manto Sagrado. Mas como ontem um bravo Benfica venceu surpreendentemente no Norte hoje, independentemente do resultado, seria sempre a ganhar. Como tal, há excepções clássicas. Vamos por pontos:

1. Com esta já é a segunda vez esta época que vou ao Alvaláxia ver futebol. No longínquo final de verão passado fui lá ver os lags. com o Belém, num fim de semana de verdadeiro PREC emocional para mim. Mas isso são outras estórias. Hoje foi bem mais divertido. Adiante.

2. A lagartagem decidiu vestir o fato-macaco e com um coração vibrante bateu um Porto muito bem organizado, a jogar um futebol superior, mas em ritmo de turismo. Podiam estar lá até agora que nunca conseguiriam meter a bola nas redes contrarias.

3. Dei por mim a juntar a minha voz ao "Cheira a Lisboa" cantado pelos adeptos do rival ainda antes da partida. Acto continuo, dos Super Dragões surge um estandarte "Benfica é sempre Merda". Afinal, e como sempre, estávamos bem presentes. Um clássico.

4. E por falar em merda, no que aos adeptos diz respeito, os lags. continuam a apresentar umas coreografias cheias de plástico e muito arrumadinhas mas no que ao apoio vocal diz respeito são uma sombra do que já foram. Do outro lado, apresentaram-se uns milhares de ultras rufias com uma voz que mete respeito. Um clássico.

5. Em suma, foi um bocado muito bem passado a gozar "o prato" na cama com o inimigo. Foi um "clássico" clássico, com alguns momentos de bom futebol e muita intensidade. No final o mais roubado pelo arbitro foi mesmo o Benfica, pois alguns vermelhos, por jogo verdadeiramente bárbaro, ficaram por mostrar. Um clássico.

6. Nota final: como disse ontem manteigueiro que treina o nosso querido clube, "se o Porto se descuidar…". Infelizmente, já é um clássico.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Há concelhos e conselhos...

À espera do início da transmissão do jogo entre o Vitória e o Benfica, assisto ao Jornal Nacional da TVI.
Acabaram de passar uma reportagem sobre um exame de língua portuguesa, em que estrangeiros residentes e trabalhadores devem obter aprovação para renovação das respectivas licenças de permanência.
Ao mesmo tempo que passavam umas declarações do presidente do conselho executivo da escola onde decorria o tal exame, surgia uma legenda que dizia: "concelho executivo"...

Há concelhos e conselhos...

À espera do início da transmissão do jogo entre o Vitória e o Benfica, assisto ao Jornal Nacional da TVI.
Acabaram de passar uma reportagem sobre um exame de língua portuguesa, em que estrangeiros residentes e trabalhadores devem obter aprovação para renovação das respectivas licenças de permanência.
Ao mesmo tempo que passavam umas declarações do presidente do conselho executivo da escola onde decorria o tal exame, surgia uma legenda que dizia: "concelho executivo"...

Separados à nascença..., ou nem tanto

Separados à nascença..., ou nem tanto

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

No dia em que o Rei faz anos

Sessenta e seis. O Rei faz hoje sessenta e seis anos.
Ao ver este vídeo, que me deixa sem palavras e com mais de uma lagrima no canto do olho – pronto já passou… – pergunto-me o que terão sentido aqueles que como o meu tio e o meu pai, viveram de perto as emoções da bola aos pés do Rei. Como será ter um super-homem a comandar uma equipa de guerreiros, que contra os estigmas da época, derrotou um continente inteiro e colocou, para todo o sempre, o nosso querido clube no cume da Europa?
Esqueçamos o triste presente. Eusébio da Silva Ferreira faz hoje sessenta e seis anos. Humilde, sempre humilde, disse há pouco à RTP, “a única coisa que soube fazer na vida foi jogar à bola”. E já foi muito querido Rei – quem nos dera a nós. A seguir, para as câmaras da TVI, humilde, sempre humilde, pediu como prenda…, uma vitória do seu, do nosso, querido clube, este sábado em Guimarães. Que prenda simples, Eusébio. Mas tão difícil de conseguir pelos rapazes que vestem hoje o teu, o nosso, manto sagrado. Deus te conserve com vida e saúde junto de nós por muitos e longos anos, querido Eusébio. Nem que seja para nos ensinar o melhor que a natureza humana tem: a humildade.

No dia em que o Rei faz anos

Sessenta e seis. O Rei faz hoje sessenta e seis anos.
Ao ver este vídeo, que me deixa sem palavras e com mais de uma lagrima no canto do olho – pronto já passou… – pergunto-me o que terão sentido aqueles que como o meu tio e o meu pai, viveram de perto as emoções da bola aos pés do Rei. Como será ter um super-homem a comandar uma equipa de guerreiros, que contra os estigmas da época, derrotou um continente inteiro e colocou, para todo o sempre, o nosso querido clube no cume da Europa?
Esqueçamos o triste presente. Eusébio da Silva Ferreira faz hoje sessenta e seis anos. Humilde, sempre humilde, disse há pouco à RTP, “a única coisa que soube fazer na vida foi jogar à bola”. E já foi muito querido Rei – quem nos dera a nós. A seguir, para as câmaras da TVI, humilde, sempre humilde, pediu como prenda…, uma vitória do seu, do nosso, querido clube, este sábado em Guimarães. Que prenda simples, Eusébio. Mas tão difícil de conseguir pelos rapazes que vestem hoje o teu, o nosso, manto sagrado. Deus te conserve com vida e saúde junto de nós por muitos e longos anos, querido Eusébio. Nem que seja para nos ensinar o melhor que a natureza humana tem: a humildade.

Ir P'rá Fava!

A conversa telefónica múltipla entre o INEM, o bombeiro de Favaios e o bombeiro de Alijó não é surreal, nem foi desencantada de um tesourinho deprimente de um ido arquivo da televisão portuguesa. É a nossa alma, o nosso interior, a nossa ética, a nossa, consequentemente, Polís. Dentre as incapacidades demonstradas pelos dois bombeiros, sobretudo, sem comparação, o de Favaios, revela o estado iníquo e desigual, ou seja, assimétrico, em que se encontra o país. Mais, demonstra também a grande diferença que há entre os megas centros urbanos portugueses (à escala portuguesa naturalmente) e o interior, o profundo intestino da máquina portuguesa. E, estou convencido, vai acompanhar-nos por muito tempo, pois as taxas de abandono escolar continuam elevadas e a qualificação dos adultos não tem efeitos de curto-prazo, para não referir a qualidade do ensino, mas adiante.
Não obstante, o que é revoltante (perdoem-me a ingenuidade), o que julgo ser chocante, mais do que a falta de pessoas, de meios, de habilitações adequadas às funções ou, mesmo, de capacidade para acorrer à emergência suscitada pelo estado da vítima, pior do que tudo isto, para mim, é a manifesta postura irresponsável e insolente do bombeiro de Favaios em não largar o telemóvel enquanto a operadora do INEM, desassossegada, lhe comunicava a emergência médica de Castedo.
Tudo se pode perdoar, no limite, àquele bombeiro de Favaios, e alguns (os portuguesinhos) até dirão «pobre vítima, também ela, daqueles que mandam», mas tal atitude flagrante é inadmissível! É que, nessa postura particular, não se trata de ignorância, escassez (ou inexistência) de recursos ou falta de instrução ou de formação profissional. É uma questão de ética, de educação. A insistência do favaiosiano com a operadora do INEM que estava ao telemóvel em momentos diferentes e espaçados, já depois de aquela lhe ter transmitido a pertinente emergência, é experimentar com todos os fígados o custo da ignorância de que Churchill inteligentemente se queixou.
Não tenhamos ilusões. Na saúde, como na doença, pelos frutos se conhece esta árvore portuguesa.

Ir P'rá Fava!

A conversa telefónica múltipla entre o INEM, o bombeiro de Favaios e o bombeiro de Alijó não é surreal, nem foi desencantada de um tesourinho deprimente de um ido arquivo da televisão portuguesa. É a nossa alma, o nosso interior, a nossa ética, a nossa, consequentemente, Polís. Dentre as incapacidades demonstradas pelos dois bombeiros, sobretudo, sem comparação, o de Favaios, revela o estado iníquo e desigual, ou seja, assimétrico, em que se encontra o país. Mais, demonstra também a grande diferença que há entre os megas centros urbanos portugueses (à escala portuguesa naturalmente) e o interior, o profundo intestino da máquina portuguesa. E, estou convencido, vai acompanhar-nos por muito tempo, pois as taxas de abandono escolar continuam elevadas e a qualificação dos adultos não tem efeitos de curto-prazo, para não referir a qualidade do ensino, mas adiante.
Não obstante, o que é revoltante (perdoem-me a ingenuidade), o que julgo ser chocante, mais do que a falta de pessoas, de meios, de habilitações adequadas às funções ou, mesmo, de capacidade para acorrer à emergência suscitada pelo estado da vítima, pior do que tudo isto, para mim, é a manifesta postura irresponsável e insolente do bombeiro de Favaios em não largar o telemóvel enquanto a operadora do INEM, desassossegada, lhe comunicava a emergência médica de Castedo.
Tudo se pode perdoar, no limite, àquele bombeiro de Favaios, e alguns (os portuguesinhos) até dirão «pobre vítima, também ela, daqueles que mandam», mas tal atitude flagrante é inadmissível! É que, nessa postura particular, não se trata de ignorância, escassez (ou inexistência) de recursos ou falta de instrução ou de formação profissional. É uma questão de ética, de educação. A insistência do favaiosiano com a operadora do INEM que estava ao telemóvel em momentos diferentes e espaçados, já depois de aquela lhe ter transmitido a pertinente emergência, é experimentar com todos os fígados o custo da ignorância de que Churchill inteligentemente se queixou.
Não tenhamos ilusões. Na saúde, como na doença, pelos frutos se conhece esta árvore portuguesa.

Fehér - foi há quatro anos

Faz esta sexta-feira 4 anos. Foi em Guimarães, a 25 de Janeiro de 2004. O Benfica defrontava o Vitória no Estádio D. Afonso Henriques, em jogo da 19.ª jornada da então denominada SuperLiga. Com uma hora de jogo e perante uma chuva torrencial, o treinador José António Camacho fez sair João Pereira para entrar Miklós Fehér, reforçando o ataque da equipa encarnada. Na recarga ao seu remate, aos 90', Fernando Aguiar atirou para o fundo da baliza e o Benfica, nos descontos, somava três pontos.
O Vitória reagiu, tentava o empate, Fehér impede intencionalmente Rogério Matias de proceder a um lançamento lateral. O árbitro Olegário Benquerença exibe-lhe um cartão amarelo. O húngaro sorri, passa a mão esquerda pelo cabelo, curva-se e cai de costas. Assim ficou, aos 24 anos, deixando saudade a todos, mas particularmente à família. (Rádio Renascença)

Fehér - foi há quatro anos

Faz esta sexta-feira 4 anos. Foi em Guimarães, a 25 de Janeiro de 2004. O Benfica defrontava o Vitória no Estádio D. Afonso Henriques, em jogo da 19.ª jornada da então denominada SuperLiga. Com uma hora de jogo e perante uma chuva torrencial, o treinador José António Camacho fez sair João Pereira para entrar Miklós Fehér, reforçando o ataque da equipa encarnada. Na recarga ao seu remate, aos 90', Fernando Aguiar atirou para o fundo da baliza e o Benfica, nos descontos, somava três pontos.
O Vitória reagiu, tentava o empate, Fehér impede intencionalmente Rogério Matias de proceder a um lançamento lateral. O árbitro Olegário Benquerença exibe-lhe um cartão amarelo. O húngaro sorri, passa a mão esquerda pelo cabelo, curva-se e cai de costas. Assim ficou, aos 24 anos, deixando saudade a todos, mas particularmente à família. (Rádio Renascença)

Diz que é uma espécie de reforma do SNS

Diz que é uma espécie de reforma do SNS

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Só aos anjos a lua sorri

A Lua nasceu e cresceu no além
A noite chegou também
Vai dormir meu bebé
Vai dormir e sonhar
Deixa a lua crescer lá no ar

A roca poisou e largou sem chorar
Os olhos vai já fechar
Nada pode impedir
Que o bebé durma bem
Nem papão há-de vir
Nem ninguém

Tu verás meu amor
Como é bom sonhos ter
Deus te dê o melhor que houver
Anjo meu faz ó ó
Que eu velo por ti
Só aos anjos a lua sorri.

Esta canção de embalar foi gravada por uma cantora portuguesa. Alguém sabe quem?
Adenda: aqui está a versão de Cândida Branca Flor, no álbum "Cantigas da minha escola". Mas há mais versões!

Só aos anjos a lua sorri

A Lua nasceu e cresceu no além
A noite chegou também
Vai dormir meu bebé
Vai dormir e sonhar
Deixa a lua crescer lá no ar

A roca poisou e largou sem chorar
Os olhos vai já fechar
Nada pode impedir
Que o bebé durma bem
Nem papão há-de vir
Nem ninguém

Tu verás meu amor
Como é bom sonhos ter
Deus te dê o melhor que houver
Anjo meu faz ó ó
Que eu velo por ti
Só aos anjos a lua sorri.

Esta canção de embalar foi gravada por uma cantora portuguesa. Alguém sabe quem?
Adenda: aqui está a versão de Cândida Branca Flor, no álbum "Cantigas da minha escola". Mas há mais versões!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Creche da Bolsa

-
-

Creche da Bolsa

-
-

A bolsa e a vida V

«Não temos na nossa bússola duas agulhas: uma para a economia real e outra para a inflação. Temos apenas uma agulha que nos indica o que fazer para alcançar a estabilidade de preços» (TSF).

Foi este o argumento que Jean-Claude Trichet apresentou para justificar a não descida imediata da taxa directora do Banco Central Europeu. E acrescentou que o seu mandato é assegurar a estabilização de preços e não (acrescento eu) assegurar que os europeus vivam bem (economia real, i.e. as pessoas, é coisa que não interessa nada). Enfim, espero que, ainda antes de Junho, Trichet venha dar o dito por não dito. A bem do mercado. Claro.

A bolsa e a vida V

«Não temos na nossa bússola duas agulhas: uma para a economia real e outra para a inflação. Temos apenas uma agulha que nos indica o que fazer para alcançar a estabilidade de preços» (TSF).

Foi este o argumento que Jean-Claude Trichet apresentou para justificar a não descida imediata da taxa directora do Banco Central Europeu. E acrescentou que o seu mandato é assegurar a estabilização de preços e não (acrescento eu) assegurar que os europeus vivam bem (economia real, i.e. as pessoas, é coisa que não interessa nada). Enfim, espero que, ainda antes de Junho, Trichet venha dar o dito por não dito. A bem do mercado. Claro.

A bolsa e a vida IV

Petróleo fecha a menos de US$ 90 pela primeira vez desde dezembro. A preocupação e a perspectiva de que a Bolsa de Nova York iniciaria a semana também com fortes quedas influiu para que o preço do WTI baixasse até US$ 86,11 por barril, antes que o Federal Reserve anunciasse um corte de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros.
A preocupação com uma possível diminuição na demanda de petróleo e de combustíveis nos EUA e em outros países favoreceu a baixa dos preços nos mercados de petróleo. (Folha)

A bolsa e a vida IV

Petróleo fecha a menos de US$ 90 pela primeira vez desde dezembro. A preocupação e a perspectiva de que a Bolsa de Nova York iniciaria a semana também com fortes quedas influiu para que o preço do WTI baixasse até US$ 86,11 por barril, antes que o Federal Reserve anunciasse um corte de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros.
A preocupação com uma possível diminuição na demanda de petróleo e de combustíveis nos EUA e em outros países favoreceu a baixa dos preços nos mercados de petróleo. (Folha)

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

A bolsa e a vida III

Convenhamos, nada é tão duradouro como a mudança. A crise financeira que se instalou nos mercados financeiros em 2007 parece não querer, sustentavelmente, regredir. O valor mercantil do petróleo atinge valores históricos na dobrea do ano e o preço do dinheiro está mais caro. Não há como parar esta crise do crédito e de liquidez, dizem uns, não há entendimento sobre a causa principal deste económico annus horribilis, digo eu: deficientes políticas monetárias,liquidez excessiva, instabilidade na economia americana com, sobretudo, excessivos gastos públicos, é só escolher, para a mamã e para o papá.
mas há algo de contraditório nesta história. Se, dizem, há dinheiro no mercado, com destaque para as poupanças e os valores imobiliários, por que os bancos centrais concertadamente injectaram dinheiro no mercado? estará a malta tão farta de dinheiro que até decide investi-lo em poupanças?
estaremos nós perante uma espécie de paradoxo de Pareto: quanto mais se poupar, menor dinheiro se tem?
Estará o mercado a escolher a vida em detrimento da bolsa num mundo tão correctamente capitalista?!

A bolsa e a vida III

Convenhamos, nada é tão duradouro como a mudança. A crise financeira que se instalou nos mercados financeiros em 2007 parece não querer, sustentavelmente, regredir. O valor mercantil do petróleo atinge valores históricos na dobrea do ano e o preço do dinheiro está mais caro. Não há como parar esta crise do crédito e de liquidez, dizem uns, não há entendimento sobre a causa principal deste económico annus horribilis, digo eu: deficientes políticas monetárias,liquidez excessiva, instabilidade na economia americana com, sobretudo, excessivos gastos públicos, é só escolher, para a mamã e para o papá.
mas há algo de contraditório nesta história. Se, dizem, há dinheiro no mercado, com destaque para as poupanças e os valores imobiliários, por que os bancos centrais concertadamente injectaram dinheiro no mercado? estará a malta tão farta de dinheiro que até decide investi-lo em poupanças?
estaremos nós perante uma espécie de paradoxo de Pareto: quanto mais se poupar, menor dinheiro se tem?
Estará o mercado a escolher a vida em detrimento da bolsa num mundo tão correctamente capitalista?!

Arcádia antes de ser blogue

Os mundos escondidos de Arcádia
(Les mondes engloutis de Arcadia)

Suis les mondes engloutis
Jusqu'au creux de la Terre
Enfant pars et vole avec nous
Au fond des univers
Enfant suis les mondes engloutis
Jusqu'au creux de la Terre

Arcádia antes de ser blogue

Os mundos escondidos de Arcádia
(Les mondes engloutis de Arcadia)

Suis les mondes engloutis
Jusqu'au creux de la Terre
Enfant pars et vole avec nous
Au fond des univers
Enfant suis les mondes engloutis
Jusqu'au creux de la Terre

As coisinhas fantásticas que recebemos via e-mail

As coisinhas fantásticas que recebemos via e-mail

A bolsa e a vida II

Os dias têm amanhecido mais bonitos: as bolsas mundiais estão em queda e fazem um barulho que se escreve"crash", como se fossem baratas esmagadas sob uma sola cosida à mão por uma criança de Felgueiras.
"- Por que razão este gajo armado em Fernando Alves está a dizer que os dias andam mais bonitos com a queda da bolsa mundial?"
Caro leitor, passo a explicar:
O crescimento económico do último par de anos deu causa a dois fenómenos, o medo da inflação e a subida do preço do petróleo. Começando por este último, há muito boa gente que defende a artificialidade do preço do barril de crude, e que mesmo que este estivesse a 70 ou 75 dólares, ponderada a oferta e a procura, ainda assim seria um valor excessivo. E essa artificialidade reside no facto de se dizer que o crescimento da economia leva a maiores necessidades de consumo não acompanhadas pela oferta, pelo menos ao mesmo custo. Pois, mas essa é a razão pela qual é aceitável o petróleo não estar cotado a 20 ou 30 dólares, e nunca a 100...
Por outro lado, o crescimento económico faz com que os dirigentes dos bancos centrais adoptem um discurso que alerta para as tensões inflacionistas que resultam desse mesmo crescimento. Como há muito dinheiro em circulação, o seu valor deprecia-se e ainda podemos dar um passo maior que a perna, pelo que toca a atirar água fria para cima da economia.
A água fria tem um nome: taxa de juro.
Os bancos adoram o crescimento económico e tensões inflacionistas, porque lhes confere um poderoso álibi para subir as taxas de juro, ganhando mais dinheiro, em menos tempo, com o mesmo dinheiro que tinham emprestado.
Porém, os rios de mel e leite não correm para todos, e a subida das taxas de juro levou à crise do mercado hipotecário de alto risco norte-americano e esteve quase quase a chegar à Europa. Claro que se evitou a contaminação dos bancos europeus porque o Banco Central Europeu (I, II) esteve-se nas tintas para a inflação que usa como argumento para aumentar a taxa de juro directora e injectou milhares de milhões de euros no "mercado".
Em conclusão, porque é que os dias estão mais bonitos?
É que agora não há alternativa: ou se baixa a taxa de juro e o preço do barril de crude, ou não haverá grande dividendos para distribuir aos accionistas das principais empresas mundiais, e assim as pessoas poderão viver um pouco melhor do que sucederia se a economia estivesse em expansão...

A bolsa e a vida II

Os dias têm amanhecido mais bonitos: as bolsas mundiais estão em queda e fazem um barulho que se escreve"crash", como se fossem baratas esmagadas sob uma sola cosida à mão por uma criança de Felgueiras.
"- Por que razão este gajo armado em Fernando Alves está a dizer que os dias andam mais bonitos com a queda da bolsa mundial?"
Caro leitor, passo a explicar:
O crescimento económico do último par de anos deu causa a dois fenómenos, o medo da inflação e a subida do preço do petróleo. Começando por este último, há muito boa gente que defende a artificialidade do preço do barril de crude, e que mesmo que este estivesse a 70 ou 75 dólares, ponderada a oferta e a procura, ainda assim seria um valor excessivo. E essa artificialidade reside no facto de se dizer que o crescimento da economia leva a maiores necessidades de consumo não acompanhadas pela oferta, pelo menos ao mesmo custo. Pois, mas essa é a razão pela qual é aceitável o petróleo não estar cotado a 20 ou 30 dólares, e nunca a 100...
Por outro lado, o crescimento económico faz com que os dirigentes dos bancos centrais adoptem um discurso que alerta para as tensões inflacionistas que resultam desse mesmo crescimento. Como há muito dinheiro em circulação, o seu valor deprecia-se e ainda podemos dar um passo maior que a perna, pelo que toca a atirar água fria para cima da economia.
A água fria tem um nome: taxa de juro.
Os bancos adoram o crescimento económico e tensões inflacionistas, porque lhes confere um poderoso álibi para subir as taxas de juro, ganhando mais dinheiro, em menos tempo, com o mesmo dinheiro que tinham emprestado.
Porém, os rios de mel e leite não correm para todos, e a subida das taxas de juro levou à crise do mercado hipotecário de alto risco norte-americano e esteve quase quase a chegar à Europa. Claro que se evitou a contaminação dos bancos europeus porque o Banco Central Europeu (I, II) esteve-se nas tintas para a inflação que usa como argumento para aumentar a taxa de juro directora e injectou milhares de milhões de euros no "mercado".
Em conclusão, porque é que os dias estão mais bonitos?
É que agora não há alternativa: ou se baixa a taxa de juro e o preço do barril de crude, ou não haverá grande dividendos para distribuir aos accionistas das principais empresas mundiais, e assim as pessoas poderão viver um pouco melhor do que sucederia se a economia estivesse em expansão...

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

DJ Shadow

"Midnight In A Perfect World" (1996) - DJ Shadow



O gesto é repetido sim senhor, mas como é que esta música pode ter sido feita em 1996?! Já tem mais de uma década e, confirmo na crítica e na blogosfera, que não o tinham onde arrumar na altura. Nem é hip-hop, nem é música electrónica, nem música experimental. É tudo junto. Junta-se-lhe a técnica de "cut-paste", com uma mistura de estilos e "texturas" (está na moda) musicais e parece que esta música é só deste DJ californiano civilmente identificado por Josh Davis, sem concessões ao mainstream. Vale a pena (re)ouvir, sim senhor.

E, já agora, apreciem estes videos:



DJ Shadow

"Midnight In A Perfect World" (1996) - DJ Shadow



O gesto é repetido sim senhor, mas como é que esta música pode ter sido feita em 1996?! Já tem mais de uma década e, confirmo na crítica e na blogosfera, que não o tinham onde arrumar na altura. Nem é hip-hop, nem é música electrónica, nem música experimental. É tudo junto. Junta-se-lhe a técnica de "cut-paste", com uma mistura de estilos e "texturas" (está na moda) musicais e parece que esta música é só deste DJ californiano civilmente identificado por Josh Davis, sem concessões ao mainstream. Vale a pena (re)ouvir, sim senhor.

E, já agora, apreciem estes videos:



CRONOS XXI

"More Than I Can Bear" (1985) - Matt Bianco

CRONOS XXI

"More Than I Can Bear" (1985) - Matt Bianco

Melocádias actualizado

Melocádias actualizado

É um escândalo

Resumo das ideias de esquerda sobre a banca

É um escândalo

Resumo das ideias de esquerda sobre a banca

A bolsa e a vida

Em Portugal, noticiosamente falando, a bolsa é como o trânsito. Só é noticia quando há choques. Claro que existem, para a bolsa, aqueles minutinhos diários nos canais de cabo com um rapaz jovem e engomadinho ou uma menina bonita e bem arranjadinha a dizer uma banalidade qualquer, e para o trânsito, as imagens das câmaras espalhadas pela cidade. Mas isso não é informação, é espectáculo. Medíocre, ainda por cima.
E digo “em Portugal”, porque até o vizinho do lado já tem um canal Bloomberg só para tratar dos seus mercados – disponível na rede tvcabo.
Como já todos sabem a bolsa, hoje, despenhou-se. Novidade? Nenhuma, para quem acompanha com cuidado os mercados. As quedas dos últimos dias assim o prognosticavam e até um (quase) leigo como eu esperava a noticia há dias. Mas nem todos conseguiram sair a tempo e as histórias deprimentes sucedem-se. Aquela que aqui vos trago (sem razões para duvidar da sua veracidade) foi encontrada hoje, um pouco por acaso, num dos fóruns que costumo espreitar.

É com grande desalento que declaro que o valor da minha carteira atingiu os 10% do montante inicial e como era de esperar termina aqui a minha irreflectida incursão nos mercados de capitais. Vendi as posições que me restavam com as perdas óbvias e assim abandono o barco...
(…) neste momento é muito difícil não estar desanimado. Assumirei com dignidade as minhas responsabilidades perante a minha família, contudo foi muito dinheiro perdido e apesar de ser claro desde o início que não aumentaria o valor da carteira, isso não foi cumprido e numa derradeira tentativa de recuperar algum aumentei o capital investido e claro saiu furado. Foi o capital da carteira e grande parte da poupança familiar. Enfim vai ser uma bota muito, muito difícil de descalçar. Desde o início que ouvia histórias destas, mas na realidade o meu ego do orgulho sempre me iludiu e agora perdi tudo. (…)


É um relato sentido e triste mas que deve servir de exemplo a quem deseja uma aventura por esses mares turbulentos dos mercados de capitais. Nem tudo o que luz é ouro e o odor do lucro fácil pode desaguar em tragédia. Tragédia é tragédia!
Entretanto, apesar dos próprios tubarões já estarem aflitos, as quedas deverão continuar. Os ursos quando acordam da hibernação geralmente vêem esfomeados…

A bolsa e a vida

Em Portugal, noticiosamente falando, a bolsa é como o trânsito. Só é noticia quando há choques. Claro que existem, para a bolsa, aqueles minutinhos diários nos canais de cabo com um rapaz jovem e engomadinho ou uma menina bonita e bem arranjadinha a dizer uma banalidade qualquer, e para o trânsito, as imagens das câmaras espalhadas pela cidade. Mas isso não é informação, é espectáculo. Medíocre, ainda por cima.
E digo “em Portugal”, porque até o vizinho do lado já tem um canal Bloomberg só para tratar dos seus mercados – disponível na rede tvcabo.
Como já todos sabem a bolsa, hoje, despenhou-se. Novidade? Nenhuma, para quem acompanha com cuidado os mercados. As quedas dos últimos dias assim o prognosticavam e até um (quase) leigo como eu esperava a noticia há dias. Mas nem todos conseguiram sair a tempo e as histórias deprimentes sucedem-se. Aquela que aqui vos trago (sem razões para duvidar da sua veracidade) foi encontrada hoje, um pouco por acaso, num dos fóruns que costumo espreitar.

É com grande desalento que declaro que o valor da minha carteira atingiu os 10% do montante inicial e como era de esperar termina aqui a minha irreflectida incursão nos mercados de capitais. Vendi as posições que me restavam com as perdas óbvias e assim abandono o barco...
(…) neste momento é muito difícil não estar desanimado. Assumirei com dignidade as minhas responsabilidades perante a minha família, contudo foi muito dinheiro perdido e apesar de ser claro desde o início que não aumentaria o valor da carteira, isso não foi cumprido e numa derradeira tentativa de recuperar algum aumentei o capital investido e claro saiu furado. Foi o capital da carteira e grande parte da poupança familiar. Enfim vai ser uma bota muito, muito difícil de descalçar. Desde o início que ouvia histórias destas, mas na realidade o meu ego do orgulho sempre me iludiu e agora perdi tudo. (…)


É um relato sentido e triste mas que deve servir de exemplo a quem deseja uma aventura por esses mares turbulentos dos mercados de capitais. Nem tudo o que luz é ouro e o odor do lucro fácil pode desaguar em tragédia. Tragédia é tragédia!
Entretanto, apesar dos próprios tubarões já estarem aflitos, as quedas deverão continuar. Os ursos quando acordam da hibernação geralmente vêem esfomeados…

Campo Contra Campo (C)

Quis o destino: cem postagens sobre cinema, cem. Quando iniciei esta rubrica aqui (link) - num post que hoje me soa ultra-lamechas, estava longe de imaginar chegar a tal número. Já que aqui chegámos, brindemos com um clássico. Até porque foi uma vez mais o destino que assim o quis.

Indiana Jones e Os Salteadores da Arca Perdida, ****
O que faz aqui esta velharia, numa rubrica geralmente entregue à pós-modernidade da sétima arte?
O "Campo Contra Campo" não vos fala só sobre sessões no "escurinho do cinema". Eu é que gosto pouco de ver cinema em casa. Desde logo por definição. Passe a redundância: cinema é no cinema. Mas como não há regra sem excepção…
Rezam as crónicas que dois mil e oito nos trará de volta os heróis da meninice. Graças ao Senhor. De Salvação estamos famintos. E para preparar os regressos nada melhor do que rever a matéria dada. E umas boas revisões nunca fizeram mal a ninguém. Quem já não descobriu nessas aulas, às vezes extraordinárias, que "aquela" matéria ficou por estudar? E com sorte até vais sair no exame…! Foi mais ou menos assim que me senti a rever o filme que daria inicio a uma das mais espectaculares e frenéticas sagas de Hollwyood. Os Salteadores da Arca Perdida é um clássico por vários motivos. O mais importante dos quais será, por ventura, o facto de com um único filme apenas Lucas e Spielberg terem cerrado o pano sobre o velhinho cinema de aventuras, alicerçado nas "coboyadas" - algumas divinais - do velho Oeste (delas encontramos enumeras referências neste filme, v.g. a clássica sequência da perseguição que Indy faz à Arca quando esta é levada pelos Nazis) e levantado o véu sobre o novo cinema-aventura que marcaria o final do século passado. De facto, Os Salteadores da Arca Perdida, vem a ser glosado e reinterpretado durante toda a década de oitenta sendo ainda hoje notado em rodapé de muito do cinema espectáculo dos nossos dias. Mas, Os Salteadores da Arca Perdida, não é só emoção - e é aqui que reside o "segredo" do sucesso. É cinema clássico, por vezes de régua e esquadro; são os efeitos especiais originais para a época, e é, acima de tudo, a obra prima (talvez juntamente com Star Wars) do enorme John Williams (vale bem a pena um salto a este local para ter uma pequena ideia da colossal obra do compositor) que assina aqui uma banda sonora arrepiante e fabulosa.
Foi uma delicia rever Os Salteadores da Arca Perdida. É provável que venha a escrever sobre os segundo e terceiro episódios da saga. Sei sim, que todos deviam rever (provavelmente os mais novos ver) um filme que tem tanto de inverosímil como de eterno.

Campo Contra Campo (C)

Quis o destino: cem postagens sobre cinema, cem. Quando iniciei esta rubrica aqui (link) - num post que hoje me soa ultra-lamechas, estava longe de imaginar chegar a tal número. Já que aqui chegámos, brindemos com um clássico. Até porque foi uma vez mais o destino que assim o quis.

Indiana Jones e Os Salteadores da Arca Perdida, ****
O que faz aqui esta velharia, numa rubrica geralmente entregue à pós-modernidade da sétima arte?
O "Campo Contra Campo" não vos fala só sobre sessões no "escurinho do cinema". Eu é que gosto pouco de ver cinema em casa. Desde logo por definição. Passe a redundância: cinema é no cinema. Mas como não há regra sem excepção…
Rezam as crónicas que dois mil e oito nos trará de volta os heróis da meninice. Graças ao Senhor. De Salvação estamos famintos. E para preparar os regressos nada melhor do que rever a matéria dada. E umas boas revisões nunca fizeram mal a ninguém. Quem já não descobriu nessas aulas, às vezes extraordinárias, que "aquela" matéria ficou por estudar? E com sorte até vais sair no exame…! Foi mais ou menos assim que me senti a rever o filme que daria inicio a uma das mais espectaculares e frenéticas sagas de Hollwyood. Os Salteadores da Arca Perdida é um clássico por vários motivos. O mais importante dos quais será, por ventura, o facto de com um único filme apenas Lucas e Spielberg terem cerrado o pano sobre o velhinho cinema de aventuras, alicerçado nas "coboyadas" - algumas divinais - do velho Oeste (delas encontramos enumeras referências neste filme, v.g. a clássica sequência da perseguição que Indy faz à Arca quando esta é levada pelos Nazis) e levantado o véu sobre o novo cinema-aventura que marcaria o final do século passado. De facto, Os Salteadores da Arca Perdida, vem a ser glosado e reinterpretado durante toda a década de oitenta sendo ainda hoje notado em rodapé de muito do cinema espectáculo dos nossos dias. Mas, Os Salteadores da Arca Perdida, não é só emoção - e é aqui que reside o "segredo" do sucesso. É cinema clássico, por vezes de régua e esquadro; são os efeitos especiais originais para a época, e é, acima de tudo, a obra prima (talvez juntamente com Star Wars) do enorme John Williams (vale bem a pena um salto a este local para ter uma pequena ideia da colossal obra do compositor) que assina aqui uma banda sonora arrepiante e fabulosa.
Foi uma delicia rever Os Salteadores da Arca Perdida. É provável que venha a escrever sobre os segundo e terceiro episódios da saga. Sei sim, que todos deviam rever (provavelmente os mais novos ver) um filme que tem tanto de inverosímil como de eterno.

domingo, 20 de janeiro de 2008

É um prazer ler este Senhor

No Público (peço perdão pela 'delação'), hoje, N' A Casa Encantada:

«"A obediência e a lei", por João Bénard da Costa

Vão chuvosas as Janeiras. Sábado passado choveram-me com mais força, e nem sequer me deixaram aparecer no PÚBLICO. Passo a contar.Vão chuvosas as Janeiras. Sábado passado choveram-me com mais força, e nem sequer me deixaram aparecer no PÚBLICO. Passo a contar.
No PÚBLICO desse dia, Francisco Teixeira da Mota, magnífico barómetro, contou a história do genro e da amiga, a que eu prefiro chamar a história do João.
Com a devida vénia, resumo para quem não leu, embora recomende vivamente o original. Era uma vez três: o João; uma rapariga nada de se deitar fora; e um homem casado mas de carne fraca. De comum, o facto de os três trabalharem na mesma empresa. O João como empregado subalterno, a rapariga como quadro médio e o homem como quadro superior, com o picante suplemento de ser marido de uma das sócias-gerentes da tal empresa.
Sucedeu que o João abriu um dia uma porta que aberta não devia ser e viu atrás dela a menina e o senhor enlevados em doces carícias.
O João conheceu nessa tarde o dilema conhecido como o dilema do Conde de Abranhos. Calar-se e ser culpado de cumplicidade com infractores ou denunciá-los corajosamente?
Como a personagem de Eça, o João optou pela segunda. Foi dali contar ao patrão o que vira. E o genro e a amiga, para me servir dos termos rigorosos de Francisco Teixeira da Mota, que até aqui tenho estado a interpretar liberrimamente, o genro e a amiga, dizia eu, foram riscados da empresa perpetuamente. O João teve a merecida promoção. Só que os tempos já não são os de Eça.
Do olho da rua onde os puseram, os despedidos recorreram à lei. O João tinha-os difamado e afectado na sua vida profissional e privada. Na primeira instância, não conseguiram nada, já que o tribunal achou que "o João tinha agido no exercício de um legítimo dever". Recorreram para a Relação, neste caso do Porto.
Teixeira da Mota debruça-se com merecido desvelo sobre o acórdão da Relação.
Recordando, embora, que "nos tempos que correm", do ponto de vista da moral, "os costumes já não são tão rígidos como em tempos o foram", os três desembargadores debruçaram-se sob a magna questão de saber se eram legítimos os interesses que o João servira quando contou a história ao patrão.
E aí acharam que não só eram legítimos como legitimíssimos. Porque: a) o par estava a usar o seu tempo laboral em actividades que de laborais nada tinham. Logo, estava a prejudicar, não só o patrão, como a empresa e os trabalhadores desta, incluindo o João. Se toda a gente, naquela instituição, andasse aos beijos e abraços em vez de trabalhar, a falência não se faria esperar muito e o João, mais dia, menos dia, ficava no desemprego. O que o João viu não foram só beijinhos: foi uma "infracção disciplinar laboral" passível "de ser sancionada disciplinarmente". Calando-se, o João estaria talvez a ser leal com os colegas infractores, mas estaria com certeza a ser desleal para com a entidade patronal. Ora quem põe lealdade com colegas acima da lealdade à instituição, está a cometer erro gravíssimo, senão crime. "O dever de lealdade para com a entidade patronal impunha-lhe que a informasse dos factos que tinha presenciado" e agora estou a citar ipsis verbis a Relação do Porto. Consequentemente, o processo contra o João foi arquivado e este tem na sua frente o brilhante futuro que tão excelso cumprimento do dever certamente lhe assegurará.
Se, para aqueles que leram Teixeira da Mota, e me estão a ler a mim, os fiz perder tempo com uma história que já conheciam, foi porque eu próprio a tive que ler duas vezes até me convencer que, no meu país, a 19 de Dezembro de 2007, três desembargadores da Relação do Porto enalteceram desta forma o "cumprimento do dever de lealdade" por parte do João.
Há 45 anos, nos tempos de Salazar e da Pide, dos informadores e das censuras, o António Alçada Baptista gostava de contar a história do Horácio, que mandou gravar sobre a sua campa o seguinte epitáfio: "Aqui jaz Horácio. Posto perante os dilemas mais difíceis, disse sempre sim com firmeza. A obediência às leis, mesmo as mais injustas, foi timbre do seu carácter. Para servir, tudo sacrificou, até a sua consciência."
Há 45 anos ouvíamos isto e pensávamos que havíamos de ver o dia em que não houvesse nem Horácios nem Joões, em que as consciências se libertassem. Esse dia chegou - diz-se e até eu tantas vezes o disse - há quase 34 anos. Voltámos à mesma? Não convém generalizar, mas quando leio a história do João e dos juízes sobre o comportamento dele, sinto um certo frio nas costas. Do género do que sinto quando me juram que todos os dias a ASAE recebe centenas de chamadas ou mails com os nomes e moradas de infractores à lei do fumo ou da simples suspeita de infracções à lei do fumo. A lei é para se cumprir, dizem-me, com o mesmo timbre do jacente Horácio.
Vi muitos filmes. E vi muitos filmes (sobretudo americanos) em que um só indivíduo, um Senhor Smith qualquer, sob a aparência de Gary Cooper, Henry Fonda ou James Stewart, dedicava a vida a lutar contra uma lei injusta. Ao princípio, quase sem apoios. Depois, com alguns. Muito depois, com muitos. Até que a lei iníqua era revogada e ele tinha dado o seu contributo a algumas frases bonitas dos founding fathers ou de Abraham Lincoln. Situações dessas em Portugal são altamente improváveis. Quer na ditadura, onde por cada resistente havia dez bufos, quer em democracia, onde os chamados "direitos das minorias" foram sempre figura de retórica e onde todos estamos vinculados, de uma maneira ou de outra, "ao dever de respeito para com a entidade patronal", entende-se por respeito, o silêncio, a hipocrisia ou a delação. "Tinha a obrigação de me ter dito" foi e é mandamento muito mais imperioso do que "tinha a obrigação de nada ter dito", sobretudo a mim, seu "legítimo superior", com "legítima faculdade" de punir comportamentos que eu não tinha nada que saber, e sobretudo de saber por terceiros. Mas sempre por terceiros se mandou neste país, e não é na minha vida, e com as histórias do pão nosso de cada dia, que vão mudar os Joões e os patrões dos Joões.

"Vão chuvosas as Janeiras" comecei por dizer, embora fosse nelas que me aconteceu ver muito mais luz que em qualquer outro dia. Mas os milagres que acontecem a cada um não são para aqui chamados, ou são chamados de outra maneira. A verdade é que todos nós sabemos que, a partir da meia-noite de 1 de Janeiro, mais uma prática - legal e legalizada - foi proibida e para alguns (alguns ou muitos não interessa) um pequeno prazer se transformou num novo interdito.
Mas valha a verdade e a objectividade, que temos que reconhecer que a nossa civilização (ao menos no mundo judaico-cristão) se funda sobre uma proibição e sobre uma desobediência à lei.
Milhares ou milhões de livros se tem escrito sobre o chamado "pecado original" e sobre a expiação pela humanidade de umas trincadelas numa maçã, dadas por um casal de nudistas. Mas, para mim, o maior mistério nem é esse. O maior mistério é que Deus, após ter criado varão e varoa e os ter posto na horta do Éden com "várias árvores desejáveis à vista e boas para comida" lhes tenha dito: "De toda a árvore da horta comendo comerás. Porém, da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, morrendo morrerás" (Gen, II, 16-17).
No seguinte capítulo desta mesma história, diz-se que a serpente "por ser mais astuta" é que começou a espicaçar a mulher. Não vejo necessidade dessa astúcia. Se não tivesse havido uma proibição, ela não seria necessária. Quando Deus exceptuou, dos frutos de todas as árvores daquela horta, os da árvore que estava no meio dela, criou a primeira proibição - a proibição primordial - e consequentemente o desejo de a transgredir. "E viu a mulher que aquela árvore era boa para comer e um prazer aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; pelo que tomou do seu fruto e comeu; e deu também a seu marido, e comeu com ele" (Gen, III, 6).
Se Deus nada tivesse dito...? Se Deus não tivesse aberto a excepção...? O livre arbítrio e tudo o resto? Sim sim, pois pois. Só que o arbítrio não me parece tão livre quando está condicionado, quando é dado tudo menos uma coisa, quando tudo é permitido menos uma coisa.
Como é sabido, não foi só no Génesis que esse interdito fundamental e fundador se pronunciou. Quase todas as mitologias conhecidas contam uma história equivalente. Por proibições semelhantes ficou Prometeu agrilhoado com os fígados à mercê da águia, ou consentiu Epimeteu na abertura da caixa de Pandora.
Se da origem das religiões passarmos para as do nosso "inconsciente colectivo" e dos contos de espantar com que se encantaram as crianças desde que o mundo é mundo até que deixe de o ser, em todos eles encontramos esse malfadado tabu. Generoso, o Barba Azul confiava às sucessivas mulheres os mil aposentos do seu castelo e as mil chaves que os abriam. "Só neste quarto não poderás entrar. Só nesta chave não poderás tocar." Invariavelmente, era esse o quarto e era essa a chave que cada mulher queria ver e queria usar. E assim se perderam todas, como Orfeu perdeu Eurídice por ter olhado para ela quando não podia olhar, como Eco perdeu Narciso porque só podia fazer brevíssimo uso da voz, como Isolda perdeu Tristão ao beber do filtro, como Lohengrin voltou ao cisne quando Elsa o obrigou a dizer-lhe como se chamava.
Cem mil vezes ou cem mil milhões de vezes, em todas estas histórias e em milhões de outras que são variações da mesma, nos perguntamos porque é que, perante o quase tudo, todas ou todos quiseram, mais do que o tudo, esse quase que lhes era vedado. Mas perguntamo-nos também que quase foi esse, que mereceu castigos tão incomparáveis com o delito. As interpretações correntes apontam para a desobediência, para a falta de fé na lei divina ou humana (Abraão como figura contrapolar de Adão, aceitando tudo de Deus, mesmo o mais inverosímil). Mas o mistério maior está na excepção à regra, excepção imposta por uma vontade que com ser vontade se bastou. Proibido proibir, dizia-se há 40 anos, nos idos de 68. Se esse fosse o mandamento constitutivo da nossa espécie, a história desta mesma espécie seria bem diferente.
É melhor (ou é pior) que nos fiquemos pelos Joões, tão longínquos frutos dela?»

É um prazer ler este Senhor

No Público (peço perdão pela 'delação'), hoje, N' A Casa Encantada:

«"A obediência e a lei", por João Bénard da Costa

Vão chuvosas as Janeiras. Sábado passado choveram-me com mais força, e nem sequer me deixaram aparecer no PÚBLICO. Passo a contar.Vão chuvosas as Janeiras. Sábado passado choveram-me com mais força, e nem sequer me deixaram aparecer no PÚBLICO. Passo a contar.
No PÚBLICO desse dia, Francisco Teixeira da Mota, magnífico barómetro, contou a história do genro e da amiga, a que eu prefiro chamar a história do João.
Com a devida vénia, resumo para quem não leu, embora recomende vivamente o original. Era uma vez três: o João; uma rapariga nada de se deitar fora; e um homem casado mas de carne fraca. De comum, o facto de os três trabalharem na mesma empresa. O João como empregado subalterno, a rapariga como quadro médio e o homem como quadro superior, com o picante suplemento de ser marido de uma das sócias-gerentes da tal empresa.
Sucedeu que o João abriu um dia uma porta que aberta não devia ser e viu atrás dela a menina e o senhor enlevados em doces carícias.
O João conheceu nessa tarde o dilema conhecido como o dilema do Conde de Abranhos. Calar-se e ser culpado de cumplicidade com infractores ou denunciá-los corajosamente?
Como a personagem de Eça, o João optou pela segunda. Foi dali contar ao patrão o que vira. E o genro e a amiga, para me servir dos termos rigorosos de Francisco Teixeira da Mota, que até aqui tenho estado a interpretar liberrimamente, o genro e a amiga, dizia eu, foram riscados da empresa perpetuamente. O João teve a merecida promoção. Só que os tempos já não são os de Eça.
Do olho da rua onde os puseram, os despedidos recorreram à lei. O João tinha-os difamado e afectado na sua vida profissional e privada. Na primeira instância, não conseguiram nada, já que o tribunal achou que "o João tinha agido no exercício de um legítimo dever". Recorreram para a Relação, neste caso do Porto.
Teixeira da Mota debruça-se com merecido desvelo sobre o acórdão da Relação.
Recordando, embora, que "nos tempos que correm", do ponto de vista da moral, "os costumes já não são tão rígidos como em tempos o foram", os três desembargadores debruçaram-se sob a magna questão de saber se eram legítimos os interesses que o João servira quando contou a história ao patrão.
E aí acharam que não só eram legítimos como legitimíssimos. Porque: a) o par estava a usar o seu tempo laboral em actividades que de laborais nada tinham. Logo, estava a prejudicar, não só o patrão, como a empresa e os trabalhadores desta, incluindo o João. Se toda a gente, naquela instituição, andasse aos beijos e abraços em vez de trabalhar, a falência não se faria esperar muito e o João, mais dia, menos dia, ficava no desemprego. O que o João viu não foram só beijinhos: foi uma "infracção disciplinar laboral" passível "de ser sancionada disciplinarmente". Calando-se, o João estaria talvez a ser leal com os colegas infractores, mas estaria com certeza a ser desleal para com a entidade patronal. Ora quem põe lealdade com colegas acima da lealdade à instituição, está a cometer erro gravíssimo, senão crime. "O dever de lealdade para com a entidade patronal impunha-lhe que a informasse dos factos que tinha presenciado" e agora estou a citar ipsis verbis a Relação do Porto. Consequentemente, o processo contra o João foi arquivado e este tem na sua frente o brilhante futuro que tão excelso cumprimento do dever certamente lhe assegurará.
Se, para aqueles que leram Teixeira da Mota, e me estão a ler a mim, os fiz perder tempo com uma história que já conheciam, foi porque eu próprio a tive que ler duas vezes até me convencer que, no meu país, a 19 de Dezembro de 2007, três desembargadores da Relação do Porto enalteceram desta forma o "cumprimento do dever de lealdade" por parte do João.
Há 45 anos, nos tempos de Salazar e da Pide, dos informadores e das censuras, o António Alçada Baptista gostava de contar a história do Horácio, que mandou gravar sobre a sua campa o seguinte epitáfio: "Aqui jaz Horácio. Posto perante os dilemas mais difíceis, disse sempre sim com firmeza. A obediência às leis, mesmo as mais injustas, foi timbre do seu carácter. Para servir, tudo sacrificou, até a sua consciência."
Há 45 anos ouvíamos isto e pensávamos que havíamos de ver o dia em que não houvesse nem Horácios nem Joões, em que as consciências se libertassem. Esse dia chegou - diz-se e até eu tantas vezes o disse - há quase 34 anos. Voltámos à mesma? Não convém generalizar, mas quando leio a história do João e dos juízes sobre o comportamento dele, sinto um certo frio nas costas. Do género do que sinto quando me juram que todos os dias a ASAE recebe centenas de chamadas ou mails com os nomes e moradas de infractores à lei do fumo ou da simples suspeita de infracções à lei do fumo. A lei é para se cumprir, dizem-me, com o mesmo timbre do jacente Horácio.
Vi muitos filmes. E vi muitos filmes (sobretudo americanos) em que um só indivíduo, um Senhor Smith qualquer, sob a aparência de Gary Cooper, Henry Fonda ou James Stewart, dedicava a vida a lutar contra uma lei injusta. Ao princípio, quase sem apoios. Depois, com alguns. Muito depois, com muitos. Até que a lei iníqua era revogada e ele tinha dado o seu contributo a algumas frases bonitas dos founding fathers ou de Abraham Lincoln. Situações dessas em Portugal são altamente improváveis. Quer na ditadura, onde por cada resistente havia dez bufos, quer em democracia, onde os chamados "direitos das minorias" foram sempre figura de retórica e onde todos estamos vinculados, de uma maneira ou de outra, "ao dever de respeito para com a entidade patronal", entende-se por respeito, o silêncio, a hipocrisia ou a delação. "Tinha a obrigação de me ter dito" foi e é mandamento muito mais imperioso do que "tinha a obrigação de nada ter dito", sobretudo a mim, seu "legítimo superior", com "legítima faculdade" de punir comportamentos que eu não tinha nada que saber, e sobretudo de saber por terceiros. Mas sempre por terceiros se mandou neste país, e não é na minha vida, e com as histórias do pão nosso de cada dia, que vão mudar os Joões e os patrões dos Joões.

"Vão chuvosas as Janeiras" comecei por dizer, embora fosse nelas que me aconteceu ver muito mais luz que em qualquer outro dia. Mas os milagres que acontecem a cada um não são para aqui chamados, ou são chamados de outra maneira. A verdade é que todos nós sabemos que, a partir da meia-noite de 1 de Janeiro, mais uma prática - legal e legalizada - foi proibida e para alguns (alguns ou muitos não interessa) um pequeno prazer se transformou num novo interdito.
Mas valha a verdade e a objectividade, que temos que reconhecer que a nossa civilização (ao menos no mundo judaico-cristão) se funda sobre uma proibição e sobre uma desobediência à lei.
Milhares ou milhões de livros se tem escrito sobre o chamado "pecado original" e sobre a expiação pela humanidade de umas trincadelas numa maçã, dadas por um casal de nudistas. Mas, para mim, o maior mistério nem é esse. O maior mistério é que Deus, após ter criado varão e varoa e os ter posto na horta do Éden com "várias árvores desejáveis à vista e boas para comida" lhes tenha dito: "De toda a árvore da horta comendo comerás. Porém, da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, morrendo morrerás" (Gen, II, 16-17).
No seguinte capítulo desta mesma história, diz-se que a serpente "por ser mais astuta" é que começou a espicaçar a mulher. Não vejo necessidade dessa astúcia. Se não tivesse havido uma proibição, ela não seria necessária. Quando Deus exceptuou, dos frutos de todas as árvores daquela horta, os da árvore que estava no meio dela, criou a primeira proibição - a proibição primordial - e consequentemente o desejo de a transgredir. "E viu a mulher que aquela árvore era boa para comer e um prazer aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; pelo que tomou do seu fruto e comeu; e deu também a seu marido, e comeu com ele" (Gen, III, 6).
Se Deus nada tivesse dito...? Se Deus não tivesse aberto a excepção...? O livre arbítrio e tudo o resto? Sim sim, pois pois. Só que o arbítrio não me parece tão livre quando está condicionado, quando é dado tudo menos uma coisa, quando tudo é permitido menos uma coisa.
Como é sabido, não foi só no Génesis que esse interdito fundamental e fundador se pronunciou. Quase todas as mitologias conhecidas contam uma história equivalente. Por proibições semelhantes ficou Prometeu agrilhoado com os fígados à mercê da águia, ou consentiu Epimeteu na abertura da caixa de Pandora.
Se da origem das religiões passarmos para as do nosso "inconsciente colectivo" e dos contos de espantar com que se encantaram as crianças desde que o mundo é mundo até que deixe de o ser, em todos eles encontramos esse malfadado tabu. Generoso, o Barba Azul confiava às sucessivas mulheres os mil aposentos do seu castelo e as mil chaves que os abriam. "Só neste quarto não poderás entrar. Só nesta chave não poderás tocar." Invariavelmente, era esse o quarto e era essa a chave que cada mulher queria ver e queria usar. E assim se perderam todas, como Orfeu perdeu Eurídice por ter olhado para ela quando não podia olhar, como Eco perdeu Narciso porque só podia fazer brevíssimo uso da voz, como Isolda perdeu Tristão ao beber do filtro, como Lohengrin voltou ao cisne quando Elsa o obrigou a dizer-lhe como se chamava.
Cem mil vezes ou cem mil milhões de vezes, em todas estas histórias e em milhões de outras que são variações da mesma, nos perguntamos porque é que, perante o quase tudo, todas ou todos quiseram, mais do que o tudo, esse quase que lhes era vedado. Mas perguntamo-nos também que quase foi esse, que mereceu castigos tão incomparáveis com o delito. As interpretações correntes apontam para a desobediência, para a falta de fé na lei divina ou humana (Abraão como figura contrapolar de Adão, aceitando tudo de Deus, mesmo o mais inverosímil). Mas o mistério maior está na excepção à regra, excepção imposta por uma vontade que com ser vontade se bastou. Proibido proibir, dizia-se há 40 anos, nos idos de 68. Se esse fosse o mandamento constitutivo da nossa espécie, a história desta mesma espécie seria bem diferente.
É melhor (ou é pior) que nos fiquemos pelos Joões, tão longínquos frutos dela?»

Ainda a barbárie

Concordo em absoluto que a língua é um ente vivo, e que a ortografia evolui.
Porém, uma coisa é evolução, por exemplo, através da introdução de novas palavras como "futebol", "andebol", "golo", "penálti", "equipa", "time", "líder", "dossiê", "sutiã", etc., etc.
Outra coisa, absolutamente diferente, é não saber escrever, o que assume particular gravidade quando se escreve para o "grande público".
As SMS criaram um monstro: a convicção que se pode "escrever" assim em qualquer situação. Isto aliado à moda de meter palavras em inglês em todas as frases (porque "é bem") dá causa a textos absolutamente indecifráveis, dando cabo do seu fundamento: comunicar.Apenas podemos comunicar entre nós com convenções. Se as convenções forem desrespeitadas... a comunicação torna-se impossível...
k axas Pdr? E o ppl?

Ainda a barbárie

Concordo em absoluto que a língua é um ente vivo, e que a ortografia evolui.
Porém, uma coisa é evolução, por exemplo, através da introdução de novas palavras como "futebol", "andebol", "golo", "penálti", "equipa", "time", "líder", "dossiê", "sutiã", etc., etc.
Outra coisa, absolutamente diferente, é não saber escrever, o que assume particular gravidade quando se escreve para o "grande público".
As SMS criaram um monstro: a convicção que se pode "escrever" assim em qualquer situação. Isto aliado à moda de meter palavras em inglês em todas as frases (porque "é bem") dá causa a textos absolutamente indecifráveis, dando cabo do seu fundamento: comunicar.Apenas podemos comunicar entre nós com convenções. Se as convenções forem desrespeitadas... a comunicação torna-se impossível...
k axas Pdr? E o ppl?

Sertanense!

Tendo eu uma costela de Sartago Sternit Sartagine Hostes, i.e. da vila da Sertã, não posso deixar de assinalar o feito do seu clube de futebol, que passou aos oitavos-de-final da Taça de Portugal!foto Record

Sertanense!

Tendo eu uma costela de Sartago Sternit Sartagine Hostes, i.e. da vila da Sertã, não posso deixar de assinalar o feito do seu clube de futebol, que passou aos oitavos-de-final da Taça de Portugal!foto Record

“A barbárie”.., ou nem tanto

Ao terminar de escrever o seguinte comentário a este post do NSS, decidi eleva-lo a essa mesma condição.

Num tempo onde tudo se simplifica e minimiza seria anacrónico não compreender que o mesmo também se passará, mais tarde ou mais cedo, com a língua falada e escrita. Não sei se são boas ou más as mudanças que vão acontecendo. Sei, sim, que a pressão é enorme e que os conservadores que defendem a imutabilidade da língua (como se a língua fosse uma coisa morta, sem tempo nem espaço para respirar o “ar dos tempos”) vão ter um enorme trabalho pela frente.
Ke fike bm claro q. eu tb. Aki me sinto 1 konservador, apesar de ainda não estar totalmente satisfeito com o que sei da língua portuguesa e os erros continuarem a ser embaraçosos – com a diferença que não escrevo ou edito livros infanto-juvenis. Mas isso – o erro, como diz o outro, é um privilégio dos activos.

“A barbárie”.., ou nem tanto

Ao terminar de escrever o seguinte comentário a este post do NSS, decidi eleva-lo a essa mesma condição.

Num tempo onde tudo se simplifica e minimiza seria anacrónico não compreender que o mesmo também se passará, mais tarde ou mais cedo, com a língua falada e escrita. Não sei se são boas ou más as mudanças que vão acontecendo. Sei, sim, que a pressão é enorme e que os conservadores que defendem a imutabilidade da língua (como se a língua fosse uma coisa morta, sem tempo nem espaço para respirar o “ar dos tempos”) vão ter um enorme trabalho pela frente.
Ke fike bm claro q. eu tb. Aki me sinto 1 konservador, apesar de ainda não estar totalmente satisfeito com o que sei da língua portuguesa e os erros continuarem a ser embaraçosos – com a diferença que não escrevo ou edito livros infanto-juvenis. Mas isso – o erro, como diz o outro, é um privilégio dos activos.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Quero ver este filme

"The Diving Bell and The Butterfly" - de Julian Schnabel

Quero ver este filme

"The Diving Bell and The Butterfly" - de Julian Schnabel

Momentos Bodyboard 2007

Circuito Mundial de Bodyboard, Praia Grande, Sintra:


Sumol Nazaré Special Edition:


Parece impossível alguém ficar indiferente.

Momentos Bodyboard 2007

Circuito Mundial de Bodyboard, Praia Grande, Sintra:


Sumol Nazaré Special Edition:


Parece impossível alguém ficar indiferente.

Intervalo publicitário

Tenho um amigo que é comunista (aliás, tenho vários) que se farta de “bissnar”, como ele diz. Funcionário Público num antigo feudo do PC, nas (muitas) horas vagas entretêm-se a ganhar uns valentes cobres comprando e vendendo automóveis. Varias vezes interpelado por mim (e não só) do porquê dessa vida de pequeno burguês defendia-se, dizendo, que era anti-capitalista mas enquanto ele por cá andasse (o capitalismo, claro) iria aproveitar até ao tutano. E ainda gozava connosco, os capitalistas liberais...

Veio o bom do meu amigo P. à minha memória, depois desta pérola encontrada entre posts no Arrastão do nosso (salvo seja) Daniel Oliveira.
Queres publicidade no teu blogue, então toma!