segunda-feira, 30 de abril de 2007
Esta tudo dito...
Esta tudo dito...
Haka (-algias)
Ter saudades do rugby, em termos físicos, não é um estado muito animador, pois significa lembrar os end-off (murros) na cabeça e no tronco, as dolorosas e, muitas vezes, 'invisíveis' gravatas (paragem, ou tentativa de, do adversário pelo pescoço- conduta sujeita a penalização), os pontapés nas pernas, os apertos nos tomates, as pisadelas maldosas. Como em tudo, há sempre um lado positivo, por isso as coisas boas eram mesmo muito boas, como a satisfação 'orgásmica' de marcar um ensaio após várias fintas corporais assentes nos pés, a sensação de coragem dos embates físicos, o controlo necessário para não se perder o domínio da bola e da jogada, a camaradagem como condição essencial para a vitória, o cheiro da terra húmida, o som dos pitons, a evasão da terra nos cantos mais recônditos do corpo através de um banho celestial e purificador e, por fim, ou talvez não, a festa na noite do jogo. O rugby afastou-me muito do futebol, do jogado e do visto. Nos fins-de-semana, de espectador no estádio da Luz (desde quase bébé) passei a jogador nos seus respectivos campos anexos e de outros, sobretudo no estádio universitário e nacional. Em vez de um jogo de futebol, preferia mil vezes ver um de rugby. Preterindo um jogo de rugby, que nos finais dos anos 80 só se via na RTP 2 ( aos Sábados e Domingos à tarde, onde a emissão, de manhã à noite, era dominada pelo desporto), só mesmo imagens e (raríssimas) reportagens sobre surf (o bodyboard nestes tempos não tinha ainda visibilidade relevante). Velhos tempos. Hoje, reina o futebol. Diria mais, absolutiza. Naqueles tempos, era slogan na comunidade do rugby dizer-se que «a diferença entre o futebol e o rugby é que o futebol é um jogo de cavalheiros jogado por brutos, enquanto o rugby é um jogo de brutos jogado por cavalheiros». Tempos finais ou sinal dos tempos?
Por todas estas lembranças levou-me esta dança, que tem tanto de bela, quanto de misteriosa e invisível.
A História está aqui e aqui.
Para apreciarem e terem um cheirinho do aqui vos disse, vejam esta parte de um jogo brilhante, aqui.
Haka (-algias)
Ter saudades do rugby, em termos físicos, não é um estado muito animador, pois significa lembrar os end-off (murros) na cabeça e no tronco, as dolorosas e, muitas vezes, 'invisíveis' gravatas (paragem, ou tentativa de, do adversário pelo pescoço- conduta sujeita a penalização), os pontapés nas pernas, os apertos nos tomates, as pisadelas maldosas. Como em tudo, há sempre um lado positivo, por isso as coisas boas eram mesmo muito boas, como a satisfação 'orgásmica' de marcar um ensaio após várias fintas corporais assentes nos pés, a sensação de coragem dos embates físicos, o controlo necessário para não se perder o domínio da bola e da jogada, a camaradagem como condição essencial para a vitória, o cheiro da terra húmida, o som dos pitons, a evasão da terra nos cantos mais recônditos do corpo através de um banho celestial e purificador e, por fim, ou talvez não, a festa na noite do jogo. O rugby afastou-me muito do futebol, do jogado e do visto. Nos fins-de-semana, de espectador no estádio da Luz (desde quase bébé) passei a jogador nos seus respectivos campos anexos e de outros, sobretudo no estádio universitário e nacional. Em vez de um jogo de futebol, preferia mil vezes ver um de rugby. Preterindo um jogo de rugby, que nos finais dos anos 80 só se via na RTP 2 ( aos Sábados e Domingos à tarde, onde a emissão, de manhã à noite, era dominada pelo desporto), só mesmo imagens e (raríssimas) reportagens sobre surf (o bodyboard nestes tempos não tinha ainda visibilidade relevante). Velhos tempos. Hoje, reina o futebol. Diria mais, absolutiza. Naqueles tempos, era slogan na comunidade do rugby dizer-se que «a diferença entre o futebol e o rugby é que o futebol é um jogo de cavalheiros jogado por brutos, enquanto o rugby é um jogo de brutos jogado por cavalheiros». Tempos finais ou sinal dos tempos?
Por todas estas lembranças levou-me esta dança, que tem tanto de bela, quanto de misteriosa e invisível.
A História está aqui e aqui.
Para apreciarem e terem um cheirinho do aqui vos disse, vejam esta parte de um jogo brilhante, aqui.
sábado, 28 de abril de 2007
Escrita Livre e Crítica com rosto
O Nuno (Cunha Rolo) já lá está - no canto superior direito. O outro Nuno e eu vamos a caminho...
Escrita Livre e Crítica com rosto
O Nuno (Cunha Rolo) já lá está - no canto superior direito. O outro Nuno e eu vamos a caminho...
Campo Contra Campo (LXXXVII)
Ver aqui (link) todos os premiados.
Campo Contra Campo (LXXXVII)
Ver aqui (link) todos os premiados.
Campo Contra Campo (LXXXVI)
Sunshine - Missão Solar, ***
"No fundo, todo o cinema se resume ao contraste entre luz e escuridão". Quem o afirma compreende na plenitude a essência do cinema. Quem o afirma é o realizador de Missão Solar, Danny Boyle. No imenso deserto escuro que é neste momento a exibição cinematográfica em Portugal - com excepção da programação do IndieLisboa - existe uma estrela que brilha "fininho"; o suficiente, ainda, para iluminar o céu da nossa noite.
Gostei bastante de Missão Solar. Gostei da cinematografia de Boyle, da forma como dança no sabor dos contrates da luz solar, não fazendo letra morta da afirmação que abre este post. Também gostei do ritmo da acção, da transposição de emoções e do assumido "sampling" que faz de outras obras (das primas às de serie B). Mas gostei, mais do que tudo, da coragem de trazer a filosofia para os 70mm. O episódio do "ultimo homem" que marca indelevelmente este filme não se trata de uma vitoria cinematográfica da ciência sobre a religião como erradamente afirmam alguns críticos da nossa praça. Nem de perto. Muito menos de longe. Aquilo é questionar radicalmente a razão de ser, estar e viver do homem e da humanidade. É a questão fundamental. Questão metafísica; para lá da ciência, para lá da religião. Só isto bastaria para vos convidar a verem Missão Solar.
PSL
Campo Contra Campo (LXXXVI)
Sunshine - Missão Solar, ***
"No fundo, todo o cinema se resume ao contraste entre luz e escuridão". Quem o afirma compreende na plenitude a essência do cinema. Quem o afirma é o realizador de Missão Solar, Danny Boyle. No imenso deserto escuro que é neste momento a exibição cinematográfica em Portugal - com excepção da programação do IndieLisboa - existe uma estrela que brilha "fininho"; o suficiente, ainda, para iluminar o céu da nossa noite.
Gostei bastante de Missão Solar. Gostei da cinematografia de Boyle, da forma como dança no sabor dos contrates da luz solar, não fazendo letra morta da afirmação que abre este post. Também gostei do ritmo da acção, da transposição de emoções e do assumido "sampling" que faz de outras obras (das primas às de serie B). Mas gostei, mais do que tudo, da coragem de trazer a filosofia para os 70mm. O episódio do "ultimo homem" que marca indelevelmente este filme não se trata de uma vitoria cinematográfica da ciência sobre a religião como erradamente afirmam alguns críticos da nossa praça. Nem de perto. Muito menos de longe. Aquilo é questionar radicalmente a razão de ser, estar e viver do homem e da humanidade. É a questão fundamental. Questão metafísica; para lá da ciência, para lá da religião. Só isto bastaria para vos convidar a verem Missão Solar.
PSL
sexta-feira, 27 de abril de 2007
Estrelas de pó
«Into Dust
Still falling
Breathless and on again
Inside today
Beside me today
Around broken in two
'Till you eyes shed
Into dust
Like two strangers
Turning into dust
'Till my hand shook with the way I fear
I could possibly be fading
Or have something more to gain
I could feel myself growing colder
I could feel myself under your fate
Under your fate
It was you breathless and tall
I could feel my eyes turning into dust
And two strangers turning into dust
Turning into dust»
Há músicas e músicas e músicas que nos libertam das rotinas e agonias do dia-a-dia, que nos fazem sonhar para além de uma noite bem dormida, para além dos desejos feitos no primeiro dia do ano, dos sentimentos que sentimos e desejávamos possuir, de preferência recíprocos. Os dias passam pela vida, por todos os dias-a-dias, percorrem-nos vorazmente até à coroa de flores última no relvado funerário mais perto de casa. E o que não é nada incrível reconhecer é que estes dias, cheios de flores e de companhia, podem ser os dias mais importantes da nossa vida, porque são decisivos para valorizar o passado e começar o futuro. Antes do pó.
Estrelas de pó
«Into Dust
Still falling
Breathless and on again
Inside today
Beside me today
Around broken in two
'Till you eyes shed
Into dust
Like two strangers
Turning into dust
'Till my hand shook with the way I fear
I could possibly be fading
Or have something more to gain
I could feel myself growing colder
I could feel myself under your fate
Under your fate
It was you breathless and tall
I could feel my eyes turning into dust
And two strangers turning into dust
Turning into dust»
Há músicas e músicas e músicas que nos libertam das rotinas e agonias do dia-a-dia, que nos fazem sonhar para além de uma noite bem dormida, para além dos desejos feitos no primeiro dia do ano, dos sentimentos que sentimos e desejávamos possuir, de preferência recíprocos. Os dias passam pela vida, por todos os dias-a-dias, percorrem-nos vorazmente até à coroa de flores última no relvado funerário mais perto de casa. E o que não é nada incrível reconhecer é que estes dias, cheios de flores e de companhia, podem ser os dias mais importantes da nossa vida, porque são decisivos para valorizar o passado e começar o futuro. Antes do pó.
Parece que é um "pilas"
Parece que é um "pilas"
As mãos que escrevem este blogue
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quinta-feira, 26 de abril de 2007
Campo Contra Campo (LXXXV)
Zeep, *****
A historia de um velho e simpático camponês ("agora chamam-lhes agricultores") Alemão que perde a mulher nas vésperas da sua viagem de sonho à Islândia e decide empreender uma "cruzada" para encontrar uma substituta para a defunta. Moritz Laube, o realizador, não esconde a influencia Lynchiana de "Uma historia simples". E ainda bem. O que encanta nesta curta é a maturidade de todos os elementos, da direcção de actores à realização. O produto final é linear mas grandioso. Emocionante e desconcertante. Vai ganhar alguma coisa neste festival.
Plac, ****
Uma curta experimental de apenas dez minutos que chega da Croácia e nos mostra um dia no mercado de Zagreb. Não há muito a dizer: montagem perfeita num filme que está a meio caminho da instalação. Delicioso.
Kitty & Júlio, *****
Da jovem realizadora portuguesa Claudia Rita Oliveira esta é também uma curta experimental que parte do pressuposto metodológico separação temporal de som e imagem. O som é Kitty (e Praga). A imagem é Júlio (e Praga). E estava difícil o reencontro… Apelando aos sentidos é surpreendente e quase perfeito. Melhor compreendido por quem já viveu os sons curiosos da capital Checa.
Voyage en sol majeur, *****
Provavelmente o filme mais emotivo do festival. Na quarta feira foi recebido com duas enormes salvas de palmas e muito assoar típico da lagrima ao canto do olho. Georgi Lazarevski com uma pequena câmara de vídeo filma o sonho nonagenário do seu avô: uma viagem de carro a Marrocos. A avó, já meia "maluquinha", fica em casa; mas funciona como a antítese perfeita de uma tese de noventa e um anos. Nesta viagem, o que falta em cinematografia há de sobra em pragmatismo. "Se eu acreditasse no paraíso desejaria que ele fosse um palmeiral". Soberbo!
Duas notas finais. Quem não viu dificilmente poderá ver estes filmes a não ser que esteja muito atento à programação do Onda Curta da 2:. As cinco estrelas que em regra nestes "Campo Contra Campo" guardo apenas para as obras-primas devem aqui ser entendidas "cum grano salis"; pois estamos perante obras de jovens estudantes de cinema que normalmente filmam sem orçamento e com o que vão encontrando no seu percurso como aprendizes de feiticeiro.
Campo Contra Campo (LXXXV)
Zeep, *****
A historia de um velho e simpático camponês ("agora chamam-lhes agricultores") Alemão que perde a mulher nas vésperas da sua viagem de sonho à Islândia e decide empreender uma "cruzada" para encontrar uma substituta para a defunta. Moritz Laube, o realizador, não esconde a influencia Lynchiana de "Uma historia simples". E ainda bem. O que encanta nesta curta é a maturidade de todos os elementos, da direcção de actores à realização. O produto final é linear mas grandioso. Emocionante e desconcertante. Vai ganhar alguma coisa neste festival.
Plac, ****
Uma curta experimental de apenas dez minutos que chega da Croácia e nos mostra um dia no mercado de Zagreb. Não há muito a dizer: montagem perfeita num filme que está a meio caminho da instalação. Delicioso.
Kitty & Júlio, *****
Da jovem realizadora portuguesa Claudia Rita Oliveira esta é também uma curta experimental que parte do pressuposto metodológico separação temporal de som e imagem. O som é Kitty (e Praga). A imagem é Júlio (e Praga). E estava difícil o reencontro… Apelando aos sentidos é surpreendente e quase perfeito. Melhor compreendido por quem já viveu os sons curiosos da capital Checa.
Voyage en sol majeur, *****
Provavelmente o filme mais emotivo do festival. Na quarta feira foi recebido com duas enormes salvas de palmas e muito assoar típico da lagrima ao canto do olho. Georgi Lazarevski com uma pequena câmara de vídeo filma o sonho nonagenário do seu avô: uma viagem de carro a Marrocos. A avó, já meia "maluquinha", fica em casa; mas funciona como a antítese perfeita de uma tese de noventa e um anos. Nesta viagem, o que falta em cinematografia há de sobra em pragmatismo. "Se eu acreditasse no paraíso desejaria que ele fosse um palmeiral". Soberbo!
Duas notas finais. Quem não viu dificilmente poderá ver estes filmes a não ser que esteja muito atento à programação do Onda Curta da 2:. As cinco estrelas que em regra nestes "Campo Contra Campo" guardo apenas para as obras-primas devem aqui ser entendidas "cum grano salis"; pois estamos perante obras de jovens estudantes de cinema que normalmente filmam sem orçamento e com o que vão encontrando no seu percurso como aprendizes de feiticeiro.
PALETA DE PALAVRAS LX
«Antes também já referi, arriscando a minha reputação e talvez pecando por frivolidade, que este é um país frequentemente hipócrita. Levamos quase um mês a discutir o título académico de Sócrates e as eventuais irregularidades que rodeiam a sua licenciatura, despendendo bastante mais energia do que a necessária. Portugal é um país católico. Os políticos mentem mais do que falam - como se comenta em Espanha. Mas a nossa religião já resolveu este dilema. Primeiro mente-se, depois confessamo-nos fazendo actos de contrição, e o padre absolve-nos dos nossos pecados livrando-nos da penitência; se formos perseverantes comungamos, e depois voltamos a mentir porque a natureza humana não tem remédio, gozando a política de uma insanidade muito maior. Com tudo isto pretendo dizer que em Portugal, à semelhança do que acontece em Espanha, a mentira é um pecado venial e perfeitamente corrigível - uma situação completamente diferente da que se vive no mundo anglo-saxónico.»
Miguel Angel Belloso, in Diário Económico, aqui.
PALETA DE PALAVRAS LX
«Antes também já referi, arriscando a minha reputação e talvez pecando por frivolidade, que este é um país frequentemente hipócrita. Levamos quase um mês a discutir o título académico de Sócrates e as eventuais irregularidades que rodeiam a sua licenciatura, despendendo bastante mais energia do que a necessária. Portugal é um país católico. Os políticos mentem mais do que falam - como se comenta em Espanha. Mas a nossa religião já resolveu este dilema. Primeiro mente-se, depois confessamo-nos fazendo actos de contrição, e o padre absolve-nos dos nossos pecados livrando-nos da penitência; se formos perseverantes comungamos, e depois voltamos a mentir porque a natureza humana não tem remédio, gozando a política de uma insanidade muito maior. Com tudo isto pretendo dizer que em Portugal, à semelhança do que acontece em Espanha, a mentira é um pecado venial e perfeitamente corrigível - uma situação completamente diferente da que se vive no mundo anglo-saxónico.»
Miguel Angel Belloso, in Diário Económico, aqui.
A Liberdade na crise da meia idade? (II)
A Liberdade na crise da meia idade? (II)
A Liberdade na crise da meia idade?
2. Ontem, dia 25 de Abril de 2007, um autocarro com marginais foi impedido de entrar na cidade de Lisboa. Os seus ocupantes fazem parte de um grupo organizado de arruaceiros e putativos criminosos denominado super-dragões que desejava assistir a um jogo de hóquei em patins. Parados às portas da cidade, foram obrigados a regressar a casa como se fazia na idade média como bandos de pulhas e desordeiros
3. Ontem, dia 25 de Abril de 2007, um grupo de bandidos pós-modernos recorrendo às novas tecnologias da comunicação decidiu organizar uma marcha Chiado acima com propósitos anti-fascistas. Como de fazia na idade média foram corridos à paulada (hoje bastonada) pelas tropas de choque do principie (hoje a policia de segurança publica).
4. Ontem, dia 25 de Abril de 2007, um deputado da oposição (Paulo Rangel) fazendo-se valer do seu estatuto, gritou bem alto do púlpito parlamentar que Portugal vive tempo de "claustrofobia democrática" e num "ambiente de condicionamento da liberdade".
Hoje, podemos ver nas paginas 2 e 3 do Público o que o príncipe pensa destas palavras. Sócrates e o seu pagem António Costa sorriem perante as palavras de Rangel. É uma foto magnifica, um daqueles registos que faz juz ao chavão que diz valer mais uma imagem do que mil palavras. Sócrates e Costa deixam escapar um ar de desdém, de escárnio, de gozo. Sócrates e Costa mais não representam nessa imagem do que os canalhas, os sacanas, os calhordas que diariamente ajudam a destruir o que de maravilhoso tem uma sociedade demo-liberal.
5. Liberdade é liberdade, liberdade não é livre arbítrio como tão bem ensinou Kant. Liberdade não é livre arbítrio para viajar trezentos quilómetros e ao chegar a outra cidade fazer tudo para alterar a ordem publica. Liberdade não é livre arbítrio para combinar uma desordem violenta em tempo real via sms e destruir tudo à volta. Liberdade não é livre arbítrio para na posse de uma maioria parlamentar concentrar a força policial nas mãos do primeiro ministro, tentar abafar as vozes dissonantes da sociedade civil, e tentar controlar os meios de comunicação social.
6. Portugal enfrenta hoje uma preocupante deriva ilebral sem precedentes na nossa historia recente. A democracia não é fundadora ou garante da liberdade. É sim da liberdade que nasce a democracia. É sim a liberdade que garante a democracia.
7. A liberdade em Portugal não entrou (nem está) na crise da meia idade. A liberdade em Portugal entrou em coma profundo.
8. O regime democrático constitucional erguido após 1975 está em colapso eminente. Só não vê quem não quer.
PSL
A Liberdade na crise da meia idade?
2. Ontem, dia 25 de Abril de 2007, um autocarro com marginais foi impedido de entrar na cidade de Lisboa. Os seus ocupantes fazem parte de um grupo organizado de arruaceiros e putativos criminosos denominado super-dragões que desejava assistir a um jogo de hóquei em patins. Parados às portas da cidade, foram obrigados a regressar a casa como se fazia na idade média como bandos de pulhas e desordeiros
3. Ontem, dia 25 de Abril de 2007, um grupo de bandidos pós-modernos recorrendo às novas tecnologias da comunicação decidiu organizar uma marcha Chiado acima com propósitos anti-fascistas. Como de fazia na idade média foram corridos à paulada (hoje bastonada) pelas tropas de choque do principie (hoje a policia de segurança publica).
4. Ontem, dia 25 de Abril de 2007, um deputado da oposição (Paulo Rangel) fazendo-se valer do seu estatuto, gritou bem alto do púlpito parlamentar que Portugal vive tempo de "claustrofobia democrática" e num "ambiente de condicionamento da liberdade".
Hoje, podemos ver nas paginas 2 e 3 do Público o que o príncipe pensa destas palavras. Sócrates e o seu pagem António Costa sorriem perante as palavras de Rangel. É uma foto magnifica, um daqueles registos que faz juz ao chavão que diz valer mais uma imagem do que mil palavras. Sócrates e Costa deixam escapar um ar de desdém, de escárnio, de gozo. Sócrates e Costa mais não representam nessa imagem do que os canalhas, os sacanas, os calhordas que diariamente ajudam a destruir o que de maravilhoso tem uma sociedade demo-liberal.
5. Liberdade é liberdade, liberdade não é livre arbítrio como tão bem ensinou Kant. Liberdade não é livre arbítrio para viajar trezentos quilómetros e ao chegar a outra cidade fazer tudo para alterar a ordem publica. Liberdade não é livre arbítrio para combinar uma desordem violenta em tempo real via sms e destruir tudo à volta. Liberdade não é livre arbítrio para na posse de uma maioria parlamentar concentrar a força policial nas mãos do primeiro ministro, tentar abafar as vozes dissonantes da sociedade civil, e tentar controlar os meios de comunicação social.
6. Portugal enfrenta hoje uma preocupante deriva ilebral sem precedentes na nossa historia recente. A democracia não é fundadora ou garante da liberdade. É sim da liberdade que nasce a democracia. É sim a liberdade que garante a democracia.
7. A liberdade em Portugal não entrou (nem está) na crise da meia idade. A liberdade em Portugal entrou em coma profundo.
8. O regime democrático constitucional erguido após 1975 está em colapso eminente. Só não vê quem não quer.
PSL
N PUBLICIDADE IX
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quarta-feira, 25 de abril de 2007
CRONOS XIII
Para os menos familiarizados, ver outras músicas, ambas de 1985: Rock Me Amadeus ou Jeanny (que foi um grande escândalo musical na época, devido à letra mencionar uma intenção de violação).
CRONOS XIII
Para os menos familiarizados, ver outras músicas, ambas de 1985: Rock Me Amadeus ou Jeanny (que foi um grande escândalo musical na época, devido à letra mencionar uma intenção de violação).
Campo Contra Campo (LXXXIV)
Mais um filme da competição oficial. Realizado na Alemanha por Stefan Krohmer, Summer 04, pareceu-me fortemente inspirado por uma obra maior do Austríaco Michel Hanecke - o magnifico "Funny Games". Ao nível do argumento está lá quase tudo: um tempo de ferias junto a um lago, o vento e as velas, uma família da classe media surpreendida por visitas inesperadas, as partidas da vida que se sucedem. Falta contudo a tensão e o drama profundo magnificamente encenado e filmado pelo Austríaco. Summer 04 fica-se pelo (improvável?) drama de um mulher sensual na casa dos quarenta e por meia dúzia de sequenciais bem dirigidas e filmadas nos frios lagos do verão germânico. Repete hoje às 17h45 e sexta às 22, sempre no King.
Campo Contra Campo (LXXXIV)
Mais um filme da competição oficial. Realizado na Alemanha por Stefan Krohmer, Summer 04, pareceu-me fortemente inspirado por uma obra maior do Austríaco Michel Hanecke - o magnifico "Funny Games". Ao nível do argumento está lá quase tudo: um tempo de ferias junto a um lago, o vento e as velas, uma família da classe media surpreendida por visitas inesperadas, as partidas da vida que se sucedem. Falta contudo a tensão e o drama profundo magnificamente encenado e filmado pelo Austríaco. Summer 04 fica-se pelo (improvável?) drama de um mulher sensual na casa dos quarenta e por meia dúzia de sequenciais bem dirigidas e filmadas nos frios lagos do verão germânico. Repete hoje às 17h45 e sexta às 22, sempre no King.
Discursos no 25 de Abril
- Verdes, Comunistas e Bloquistas iguais a si mesmos: está tudo mal e não têm culpa nenhuma;
- Populares iguais a si mesmos: estaria tudo melhor se não fossem os gajos indicados em "1.";
- Social-democratas diferentes do costume: com um discurso muito bom, pecando aqui e ali por alfinetadas pessoais a Sócrates;
- Socialistas diferentes do costume: com um discurso fraquinho, fraquinho, fraquinho, um imenso vazio decorado com toneladas de citações;
- Um cidadão estrangeiro (ao que parece, brasileiro), que não conseguiu discursar até ao fim.
Todos os discursos formais, cheios de fórmulas bafientas: dirigem-se primeiro ao Presidente da República, depois chegam ao dirigente de uma religião do médio oriente, e por fim aos portugueses e portuguesas, ou caros concidadãos.
É sempre a mesma coisa: parecem esquecer que o 25 de Abril foi feito para os portugueses, contra o Presidente da República, contra o Presidente do Conselho e contra o Cardeal Patriarca.
Parecem esquecer que o 25 de Abril foi feito contra Comités Centrais de comunas e fachos, contra mangas de alpaca e capatazes.
Parecem esquecer o 25 de Abril.
Discursos no 25 de Abril
- Verdes, Comunistas e Bloquistas iguais a si mesmos: está tudo mal e não têm culpa nenhuma;
- Populares iguais a si mesmos: estaria tudo melhor se não fossem os gajos indicados em "1.";
- Social-democratas diferentes do costume: com um discurso muito bom, pecando aqui e ali por alfinetadas pessoais a Sócrates;
- Socialistas diferentes do costume: com um discurso fraquinho, fraquinho, fraquinho, um imenso vazio decorado com toneladas de citações;
- Um cidadão estrangeiro (ao que parece, brasileiro), que não conseguiu discursar até ao fim.
Todos os discursos formais, cheios de fórmulas bafientas: dirigem-se primeiro ao Presidente da República, depois chegam ao dirigente de uma religião do médio oriente, e por fim aos portugueses e portuguesas, ou caros concidadãos.
É sempre a mesma coisa: parecem esquecer que o 25 de Abril foi feito para os portugueses, contra o Presidente da República, contra o Presidente do Conselho e contra o Cardeal Patriarca.
Parecem esquecer que o 25 de Abril foi feito contra Comités Centrais de comunas e fachos, contra mangas de alpaca e capatazes.
Parecem esquecer o 25 de Abril.
terça-feira, 24 de abril de 2007
Campo Contra Campo (LXXXIII)
Afinal eles vivem!
Ontem, pelas dez da noite aterrou um ovni bem no centro de Lisboa, na Avenida da Liberdade. E foi visto, calculo eu a olhometro, por mais de uma centena de pessoas.
Devo conhecer pouco de cinema…, pois a única interpretação que tenho para o filme minimal de Thomas Bangalter e de Guy-Manuel de Homem-Christo (sim esses, os Daft Punk) aponta para um manifesto estético irrepreensível.
Sem diálogos; com muita boa musica; misto de "road movie" e "desert movie" (se é que isto existe) Electroma bate com a mesma alma que a musica do duo francês. Complexo, genial a espaços. Absurdo também e até banal, o filme destaca-se por algumas cenas de antologia que não chegam, contudo, para fazer dele uma obra maior. Uma obra estranha, mas que se entranha. Rapazes, não desistam. Continuem a fazer os "trabalhos de casa". Depois logo de verá o que dá.
Campo Contra Campo (LXXXIII)
Afinal eles vivem!
Ontem, pelas dez da noite aterrou um ovni bem no centro de Lisboa, na Avenida da Liberdade. E foi visto, calculo eu a olhometro, por mais de uma centena de pessoas.
Devo conhecer pouco de cinema…, pois a única interpretação que tenho para o filme minimal de Thomas Bangalter e de Guy-Manuel de Homem-Christo (sim esses, os Daft Punk) aponta para um manifesto estético irrepreensível.
Sem diálogos; com muita boa musica; misto de "road movie" e "desert movie" (se é que isto existe) Electroma bate com a mesma alma que a musica do duo francês. Complexo, genial a espaços. Absurdo também e até banal, o filme destaca-se por algumas cenas de antologia que não chegam, contudo, para fazer dele uma obra maior. Uma obra estranha, mas que se entranha. Rapazes, não desistam. Continuem a fazer os "trabalhos de casa". Depois logo de verá o que dá.
Incoerência
Incoerência
segunda-feira, 23 de abril de 2007
o gangue do prepúcio
o gangue do prepúcio
Campo Contra Campo (LXXXII)
Excursão, ****
Em 24 minutos Leonor Noivo oferece-nos uma viagem documental ao passado. Ou não. Leonor atira-nos para o seio de um grupo de reformados excursionista que pagou cerca de quinze euros por duas refeições e uma sessão de venda de "banha da cobra". E com este singelo truque faz-nos embarcar numa viagem que nunca faríamos, que desconhecemos de todo, mas que está lá, existe. E o que está lá também é Portugal. É parte do país real. É Portugal de 2006 mas podia ser o de 1976 ou mesmo de 1946. Mais bem arreado, é certo. Sendo certo também que a "banha da cobra" vem hoje com sotaque tropical. E evangélico. Um retracto confrangedor, triste. Quase angustiante. Mas que talvez ajude a compreender muito do que somos. Leonor conhece o cinema. Sabe o que é filmar. Fiquem atentos.
""EX"", ***
Outro retracto documental de um país desconhecido. O alvo de Miguel Clara Vasconcelos são aqueles que dizem ver (ou gostariam de…) objectos voadores não identificados. Há mesmo quem jure - e apresente documentos probatórios - que foi raptado por aliens. Entre o tom serio e o tom à beira da doença mental há de tudo. Sendo que esse tudo está junto à nossa porta. O realizador arrisca muito na recolha dos depoimentos, em especial no ultimo com estrutura para abalar a fé de milhões (?). Mas a câmara não acompanha a palavra. Chega a ser banal, quase de reportagem para o "jornal das oito". Esperávamos mais, depois de ouvir o realizador no sábado passado no "Fala com ela" da Radar.
Analog Days, ****
Na competição Internacional esta primeira longa do norte americano Mike Ott surpreende pela frescura. Um grupo de amigos de varias idades mas todos na complexa fronteira da adolescência para a idade adulta é filmado com classe clássica mas dinâmica e bem disposta. São varias as boas surpresas: excelente fotografia, "indie" banda sonora mas sobretudo a forma de harmónio como o filme chega até nós. Aqui Ott apresenta uma maturidade cinematográfica rara mas vigorosa. Gostei muito.
Repete quarta-feira às 19h. no Fórum Lisboa.
PSL
Campo Contra Campo (LXXXII)
Excursão, ****
Em 24 minutos Leonor Noivo oferece-nos uma viagem documental ao passado. Ou não. Leonor atira-nos para o seio de um grupo de reformados excursionista que pagou cerca de quinze euros por duas refeições e uma sessão de venda de "banha da cobra". E com este singelo truque faz-nos embarcar numa viagem que nunca faríamos, que desconhecemos de todo, mas que está lá, existe. E o que está lá também é Portugal. É parte do país real. É Portugal de 2006 mas podia ser o de 1976 ou mesmo de 1946. Mais bem arreado, é certo. Sendo certo também que a "banha da cobra" vem hoje com sotaque tropical. E evangélico. Um retracto confrangedor, triste. Quase angustiante. Mas que talvez ajude a compreender muito do que somos. Leonor conhece o cinema. Sabe o que é filmar. Fiquem atentos.
""EX"", ***
Outro retracto documental de um país desconhecido. O alvo de Miguel Clara Vasconcelos são aqueles que dizem ver (ou gostariam de…) objectos voadores não identificados. Há mesmo quem jure - e apresente documentos probatórios - que foi raptado por aliens. Entre o tom serio e o tom à beira da doença mental há de tudo. Sendo que esse tudo está junto à nossa porta. O realizador arrisca muito na recolha dos depoimentos, em especial no ultimo com estrutura para abalar a fé de milhões (?). Mas a câmara não acompanha a palavra. Chega a ser banal, quase de reportagem para o "jornal das oito". Esperávamos mais, depois de ouvir o realizador no sábado passado no "Fala com ela" da Radar.
Analog Days, ****
Na competição Internacional esta primeira longa do norte americano Mike Ott surpreende pela frescura. Um grupo de amigos de varias idades mas todos na complexa fronteira da adolescência para a idade adulta é filmado com classe clássica mas dinâmica e bem disposta. São varias as boas surpresas: excelente fotografia, "indie" banda sonora mas sobretudo a forma de harmónio como o filme chega até nós. Aqui Ott apresenta uma maturidade cinematográfica rara mas vigorosa. Gostei muito.
Repete quarta-feira às 19h. no Fórum Lisboa.
PSL
Esta sim, é a questão
Esta sim, é a questão
Avaliação de desempenho e mobilidade
Um dos exemplos mais caricatos da perversidade deste tipo de regras vem do ministério da Agricultura, onde os funcionários estão a ser colocados em listas de despedimento (há quem lhes chame de mobilidade, o que faz sentido pois será mobilidade para o “olho da rua”) com base no seu desempenho nos anos anteriores. Só que naquele ministério (o tal onde o actual secretário de Estado dos Assuntos Fiscais se fez assessor do ministro da Agricultura de Santana Lopes num tempo em que ficou sem cargo de importância) o PSD reinava e abusava. Resultado: aqueles que o PSD avaliou negativamente por serem do PS são agora os candidatos ao despedimento. Ou seja, o PSD está a tratar o cão com o pêlo do próprio cão, em Santiago do Cacém os homens daquele partido que chefiam os serviços locais do ministério da Agricultura vão para a cervejaria divertir-se porque graças ao Sócrates vão despedir os do PS, incluindo o único presidente de uma junta de freguesia do PS naquele concelho.in: Jumento
Avaliação de desempenho e mobilidade
Um dos exemplos mais caricatos da perversidade deste tipo de regras vem do ministério da Agricultura, onde os funcionários estão a ser colocados em listas de despedimento (há quem lhes chame de mobilidade, o que faz sentido pois será mobilidade para o “olho da rua”) com base no seu desempenho nos anos anteriores. Só que naquele ministério (o tal onde o actual secretário de Estado dos Assuntos Fiscais se fez assessor do ministro da Agricultura de Santana Lopes num tempo em que ficou sem cargo de importância) o PSD reinava e abusava. Resultado: aqueles que o PSD avaliou negativamente por serem do PS são agora os candidatos ao despedimento. Ou seja, o PSD está a tratar o cão com o pêlo do próprio cão, em Santiago do Cacém os homens daquele partido que chefiam os serviços locais do ministério da Agricultura vão para a cervejaria divertir-se porque graças ao Sócrates vão despedir os do PS, incluindo o único presidente de uma junta de freguesia do PS naquele concelho.in: Jumento
Em busca da Esmeralda perdida
Em busca da Esmeralda perdida
domingo, 22 de abril de 2007
Campo Contra Campo (LXXXI)
A única coisa que sei a este respeito é que sempre disse que Lisboa merecia ter um. Lisboa tem salas, tem dias e noites. Bom clima. E público. Lisboa tem público até para um festival internacional de cinema independente.
Razões muitas fizeram-me ignorar durante três anos o IndieLisboa. Finalmente à quarta edição pude saber o que é um festival de cinema. Confesso que foi com alguma emoção infantil que ontem comprei os meus primeiros bilhetes para um festival de cinema. E logo para uma sessão no São Jorge, uma sala (onde não ia seguramente há mais de uma década) que faz parte da minha infância e adolescência. Estava tudo a correr tão bem…
Day Night Day Night, **
Decidi oferecer-me uma estreia em grande. Logo assim, de repetente, directamente à cabeça que é como quem diz com um filme que luta na competição oficial.
A provar que a coisa absorve em pleno o espirito "independente" a sessão saiu prejudicada devido à copia em 35mm ter ficado retida na…, Macedonia. Ficámos por uma versão beta com um som medíocre.
Day Night Day Night é um filme escrito e realizado pela Americana Julia Loktev e tenta retractar uma jovem (de que nada saberemos, nem sequer o nome) que decide imolar-se em plena Times Square.
A tentativa (?) de dialogo com "O Paraíso Agora!" de Hany Abu-Assad falha. E falha, porque é mais do mesmo. Loktev tenta jogar com o absurdo iminente. Quem vai morrer? Quando? Porquê? Poderíamos ser nós uma das vitimas. Pois podíamos, já sabemos. Sabemos também que a próxima tragédia do género pode ser agora, amanhã ou depois. Matar é matar, não importa a raça ou credo do assassino. Também já nos tinham dito.
Day Night Day Night repete amanhã às 16h15 no mesmo local e vale pelo trabalho debutante e prometedor (perfeito!) de Luisa Williams. Ainda haveremos de ouvir falar dela.
Entretanto…
Vou continuar a "encher a barrigudinha" com o IndieLisboa. Hoje há excursões e OVNI´s, made in Portugal, para ver na competição curtas e outro filme da competição oficial. Nos próximos dias haverá muito, muito mais. Gostava de vos falar um pouco de cada filme que verei…, mas será difícil. O IndieLisboa dura até ao próximo domingo e ainda podem escolher entre uns cento e cinquenta filmes. Vão ao Indie, pois ele merece. Para casa, trazem uma historia para contar. Bons filmes
Campo Contra Campo (LXXXI)
A única coisa que sei a este respeito é que sempre disse que Lisboa merecia ter um. Lisboa tem salas, tem dias e noites. Bom clima. E público. Lisboa tem público até para um festival internacional de cinema independente.
Razões muitas fizeram-me ignorar durante três anos o IndieLisboa. Finalmente à quarta edição pude saber o que é um festival de cinema. Confesso que foi com alguma emoção infantil que ontem comprei os meus primeiros bilhetes para um festival de cinema. E logo para uma sessão no São Jorge, uma sala (onde não ia seguramente há mais de uma década) que faz parte da minha infância e adolescência. Estava tudo a correr tão bem…
Day Night Day Night, **
Decidi oferecer-me uma estreia em grande. Logo assim, de repetente, directamente à cabeça que é como quem diz com um filme que luta na competição oficial.
A provar que a coisa absorve em pleno o espirito "independente" a sessão saiu prejudicada devido à copia em 35mm ter ficado retida na…, Macedonia. Ficámos por uma versão beta com um som medíocre.
Day Night Day Night é um filme escrito e realizado pela Americana Julia Loktev e tenta retractar uma jovem (de que nada saberemos, nem sequer o nome) que decide imolar-se em plena Times Square.
A tentativa (?) de dialogo com "O Paraíso Agora!" de Hany Abu-Assad falha. E falha, porque é mais do mesmo. Loktev tenta jogar com o absurdo iminente. Quem vai morrer? Quando? Porquê? Poderíamos ser nós uma das vitimas. Pois podíamos, já sabemos. Sabemos também que a próxima tragédia do género pode ser agora, amanhã ou depois. Matar é matar, não importa a raça ou credo do assassino. Também já nos tinham dito.
Day Night Day Night repete amanhã às 16h15 no mesmo local e vale pelo trabalho debutante e prometedor (perfeito!) de Luisa Williams. Ainda haveremos de ouvir falar dela.
Entretanto…
Vou continuar a "encher a barrigudinha" com o IndieLisboa. Hoje há excursões e OVNI´s, made in Portugal, para ver na competição curtas e outro filme da competição oficial. Nos próximos dias haverá muito, muito mais. Gostava de vos falar um pouco de cada filme que verei…, mas será difícil. O IndieLisboa dura até ao próximo domingo e ainda podem escolher entre uns cento e cinquenta filmes. Vão ao Indie, pois ele merece. Para casa, trazem uma historia para contar. Bons filmes
Post dominical 3
Post dominical 3
Post dominical 2
Post dominical 2
sábado, 21 de abril de 2007
Há Liberdade (LXIV)
Há Liberdade (LXIV)
sexta-feira, 20 de abril de 2007
Nesta altura era tudo mais simples
Lá em cima há planícies sem fim Há estrelas que parecem correr Há o Sol e o dia a nascer E nós aqui sem parar numa Terra a girar
Lá em cima há um céu de cetim Há cometas, há planetas sem fim Galileu teve um sonho assim Há uma nave no espaço a subir passo a passo
Lá em cima pode ser o futuro Alegria, vamos saltar o Mundo E a rir, unidos num abraço Vamos contar uma história Era uma vez o Espaço
Lá em cima já não há sentinelas Sinfonia toda feita em estrelas Uma casa sem portas nem janelas É estender um braço e tu estás no Espaço!
Nesta altura era tudo mais simples
Lá em cima há planícies sem fim Há estrelas que parecem correr Há o Sol e o dia a nascer E nós aqui sem parar numa Terra a girar
Lá em cima há um céu de cetim Há cometas, há planetas sem fim Galileu teve um sonho assim Há uma nave no espaço a subir passo a passo
Lá em cima pode ser o futuro Alegria, vamos saltar o Mundo E a rir, unidos num abraço Vamos contar uma história Era uma vez o Espaço
Lá em cima já não há sentinelas Sinfonia toda feita em estrelas Uma casa sem portas nem janelas É estender um braço e tu estás no Espaço!
De derrota em derrota…
Boa cama faz que nela se há-de deitar…
De derrota em derrota…
Boa cama faz que nela se há-de deitar…
Sócrates não sabe chorar
O PS, hoje, já não é apenas um partido fragilizado É um partido assustado e diminuído. Quem diria, passados que estão pouco mais de dois anos da esmagadora vitoria absoluta.
No ano passado, para comemorar o seu trigésimo aniversário, o PS fez uma “private party”; pudera, andava inchado como um balão de hidrogénio e não fazia sentido perder altitude. Ontem, para comemorar o trigésimo quarto aniversário, o PS tentou fazer uma festa de arromba. Os pobres militantes, sempre prontos para aparecerem nas fotos ao redor do seu querido líder encheram a casa.
O “paizinho” Soares foi convidado a discursar. Com o peso da derrota “dez por cento” Soares lá foi debitando palermices. Comparou o “Sócratesgate” ao “caso casa pia”, Sócrates a Ferro Rodrigues. A direita odiada pelo “paizinho” agradeceu o tiro no pé. Venham mais cinco…
Com a mão trémula da idade que não perdoa, o cadáver político em que Soares se tornou, directamente do caixote do lixo da Historia, lá continuou a debitar o arrazoado do costume, que já ninguém ouve e muito menos acredita. E ninguém é ninguém. Sócrates inclusive. Este, bem tentou verter uma lágrima. Bem tentou emocionar-se. Nada. Zero. Sócrates não sabe chorar. Limitou-se a falar em decência…
Hoje ao PS resta-lhe uma maioria. E uma maioria, uma hipocrisia. Uma maioria absoluta, uma absoluta hipocrisia.
PSL
Sócrates não sabe chorar
O PS, hoje, já não é apenas um partido fragilizado É um partido assustado e diminuído. Quem diria, passados que estão pouco mais de dois anos da esmagadora vitoria absoluta.
No ano passado, para comemorar o seu trigésimo aniversário, o PS fez uma “private party”; pudera, andava inchado como um balão de hidrogénio e não fazia sentido perder altitude. Ontem, para comemorar o trigésimo quarto aniversário, o PS tentou fazer uma festa de arromba. Os pobres militantes, sempre prontos para aparecerem nas fotos ao redor do seu querido líder encheram a casa.
O “paizinho” Soares foi convidado a discursar. Com o peso da derrota “dez por cento” Soares lá foi debitando palermices. Comparou o “Sócratesgate” ao “caso casa pia”, Sócrates a Ferro Rodrigues. A direita odiada pelo “paizinho” agradeceu o tiro no pé. Venham mais cinco…
Com a mão trémula da idade que não perdoa, o cadáver político em que Soares se tornou, directamente do caixote do lixo da Historia, lá continuou a debitar o arrazoado do costume, que já ninguém ouve e muito menos acredita. E ninguém é ninguém. Sócrates inclusive. Este, bem tentou verter uma lágrima. Bem tentou emocionar-se. Nada. Zero. Sócrates não sabe chorar. Limitou-se a falar em decência…
Hoje ao PS resta-lhe uma maioria. E uma maioria, uma hipocrisia. Uma maioria absoluta, uma absoluta hipocrisia.
PSL
extrema-direita
- há suspeita de skinheads envolvidos em tráfico ilegal de armas? Investigue-se;
- há suspeita de membros do bloco de esquerda envolvidos em tráfico de droga? Investigue-se;
- há suspeita de comunistas propagarem ideologias totalitárias? Investigue-se;
- há suspeita de grupos de brancos e grupos de pretos defenderem violência racial? Investigue-se!
extrema-direita
- há suspeita de skinheads envolvidos em tráfico ilegal de armas? Investigue-se;
- há suspeita de membros do bloco de esquerda envolvidos em tráfico de droga? Investigue-se;
- há suspeita de comunistas propagarem ideologias totalitárias? Investigue-se;
- há suspeita de grupos de brancos e grupos de pretos defenderem violência racial? Investigue-se!
As vezes ainda me espanto
Ouvir José Falcão ou um fundamentalista islâmico educado numa qualquer madrasa do Afeganistão é a mesma coisa. Quem ouve o rapazola fica com a ideia da necessidade de prender todos os maus (os brancos fascistas, os brancos que gostam de futebol, quem não gosta de pretos, amarelos e de imigrantes) e soltar todos os bons (os pretos que traficam droga, os pretos que roubam e matam, os pretos que são pretos).
O fundamentalismo e a doença mental tem muitas formas de expressão. Ver o mundo a preto e branco é apenas uma delas.
As vezes ainda me espanto
Ouvir José Falcão ou um fundamentalista islâmico educado numa qualquer madrasa do Afeganistão é a mesma coisa. Quem ouve o rapazola fica com a ideia da necessidade de prender todos os maus (os brancos fascistas, os brancos que gostam de futebol, quem não gosta de pretos, amarelos e de imigrantes) e soltar todos os bons (os pretos que traficam droga, os pretos que roubam e matam, os pretos que são pretos).
O fundamentalismo e a doença mental tem muitas formas de expressão. Ver o mundo a preto e branco é apenas uma delas.
quinta-feira, 19 de abril de 2007
Só a guerra faz heróis...
Liviu Librescu (18 de Agosto de 1930 – 16 de Abril de 2007)
«At age 76, Librescu was among the thirty-two people who were murdered in the Virginia Tech massacre on April 16, 2007. He was killed during a class in the Norris Hall Engineering Building by a student (Cho Seung-hui, 23). Librescu held the door of his classroom shut while Cho was attempting to enter it; although he was shot through the door, he was able to prevent the gunman from entering the classroom until his students had escaped through the windows.[9][10] A number of Librescu's students have called him a hero because of his actions, with one student, Asael Arad, saying that all the professor's students "lived because of him".[11] Librescu's son, Joe, said he had received e-mails from several students who said he had saved their lives and regarded him as a hero whilst many newspapers also reported him as the hero of the massacre. His death came the day after Yom Hashoah (the Holocaust Remembrance Day) in Israel and Judaism. He will be buried in Israel, where his son Arieh lives, according to his family wishes.
On Wednesday, April 18, 2007, three days after the massacre and Yom HaShoah, U.S. President George Bush honoured Librescu saying, “That day we saw horror, but we also saw quiet acts of courage," at a memorial service held at the US Holocaust Museum to a crowd that included many Holocaust survivors. He went on to say, "We saw this courage in a teacher named Liviu Librescu. With the gunman set to enter his class, this brave professor blocked the door with his body while his students fled to safety. On the Day of Remembrance, this Holocaust survivor gave his own life so that others may live. And this morning we honor his memory and we take strength from his example. " (fonte. wikipédia)
Só a guerra faz heróis...
Liviu Librescu (18 de Agosto de 1930 – 16 de Abril de 2007)
«At age 76, Librescu was among the thirty-two people who were murdered in the Virginia Tech massacre on April 16, 2007. He was killed during a class in the Norris Hall Engineering Building by a student (Cho Seung-hui, 23). Librescu held the door of his classroom shut while Cho was attempting to enter it; although he was shot through the door, he was able to prevent the gunman from entering the classroom until his students had escaped through the windows.[9][10] A number of Librescu's students have called him a hero because of his actions, with one student, Asael Arad, saying that all the professor's students "lived because of him".[11] Librescu's son, Joe, said he had received e-mails from several students who said he had saved their lives and regarded him as a hero whilst many newspapers also reported him as the hero of the massacre. His death came the day after Yom Hashoah (the Holocaust Remembrance Day) in Israel and Judaism. He will be buried in Israel, where his son Arieh lives, according to his family wishes.
On Wednesday, April 18, 2007, three days after the massacre and Yom HaShoah, U.S. President George Bush honoured Librescu saying, “That day we saw horror, but we also saw quiet acts of courage," at a memorial service held at the US Holocaust Museum to a crowd that included many Holocaust survivors. He went on to say, "We saw this courage in a teacher named Liviu Librescu. With the gunman set to enter his class, this brave professor blocked the door with his body while his students fled to safety. On the Day of Remembrance, this Holocaust survivor gave his own life so that others may live. And this morning we honor his memory and we take strength from his example. " (fonte. wikipédia)
"Um acontecimento mediático de cariz lúdico"...
"Um acontecimento mediático de cariz lúdico"...
É levar-lhe tabaco
É levar-lhe tabaco
quarta-feira, 18 de abril de 2007
...e ainda dizem eles que não há teoria da conspiração
Via Combustões
Posso confirmar que é verdade. Esses criminosos já foram todos condenados pelo Tribunal Internacional de YHaia.
...e ainda dizem eles que não há teoria da conspiração
Via Combustões
Posso confirmar que é verdade. Esses criminosos já foram todos condenados pelo Tribunal Internacional de YHaia.
Portugal tem o primeiro-ministro que merece ter (II)
(…)Torna-se claro e inequívoco que Sócrates é um vigaro; um tuga igual a tanto outros tugas que não se coíbe de viver e crescer alimentando-se de expedientes. Portugal tem um primeiro-ministro à sua imagem. Portugal tem o primeiro-ministro que merece ter(...).
Na passada segunda-feira de manhã, quando via Graça Franco a comentar os jornais na RTPN não quis acreditar no que ouvia. A comentadora defendia que a partir de Domingo tudo seria diferente no Sócratesgate, pois as rábulas do Gato Fedoreto do passado domingo fariam mais pela queda em desgraça de Sócrates do que tudo o que tinha sido feito pela comunicação social até então.
Certo é que nos diferentes círculos em que me movi nesse dia todos tratavam todos por Sr. Eng.. E a piada dura, dura…, dura….!
Não resta pedra sobre pedra. Já (quase) todos sabem que o chefe do executivo, a quarta figura da Nação é um salafrário, sucateiro e “aldrabilhas”. Sim “aldrabilhas” porque nem jeito para aldrabão tem.
As olheiras ontem, em Rabat, não deixam duvidas. Sócrates sabe que caiu em desgraça. Mas tambem sabe que vai manter-se, estoicamente, na liderança do governo. De olheiras e orelhas de burro. Mas estoicamente lá.
Portugal tem o primeiro-ministro que merece ter.
Portugal tem o primeiro-ministro que merece ter (II)
(…)Torna-se claro e inequívoco que Sócrates é um vigaro; um tuga igual a tanto outros tugas que não se coíbe de viver e crescer alimentando-se de expedientes. Portugal tem um primeiro-ministro à sua imagem. Portugal tem o primeiro-ministro que merece ter(...).
Na passada segunda-feira de manhã, quando via Graça Franco a comentar os jornais na RTPN não quis acreditar no que ouvia. A comentadora defendia que a partir de Domingo tudo seria diferente no Sócratesgate, pois as rábulas do Gato Fedoreto do passado domingo fariam mais pela queda em desgraça de Sócrates do que tudo o que tinha sido feito pela comunicação social até então.
Certo é que nos diferentes círculos em que me movi nesse dia todos tratavam todos por Sr. Eng.. E a piada dura, dura…, dura….!
Não resta pedra sobre pedra. Já (quase) todos sabem que o chefe do executivo, a quarta figura da Nação é um salafrário, sucateiro e “aldrabilhas”. Sim “aldrabilhas” porque nem jeito para aldrabão tem.
As olheiras ontem, em Rabat, não deixam duvidas. Sócrates sabe que caiu em desgraça. Mas tambem sabe que vai manter-se, estoicamente, na liderança do governo. De olheiras e orelhas de burro. Mas estoicamente lá.
Portugal tem o primeiro-ministro que merece ter.