segunda-feira, 30 de abril de 2007

Esta tudo dito...

Dizem me nesta terra de onde vos escrevo que a grande referencia - perdoem o meu frances - que de momento tem de Portugal e a Floribella.

Esta tudo dito...

Dizem me nesta terra de onde vos escrevo que a grande referencia - perdoem o meu frances - que de momento tem de Portugal e a Floribella.

Haka (-algias)

Nunca dancei a haka, o máximo contacto antes de um jogo de rugby na adolescência de que me lembro (entre 1987 e 1991), é de uns abraços laterais, reunidos em círculo, ombro a ombro, de cabeça para baixo dirigida às mãos unidas ao centro prefigurando uma falsa mêlée. Recordo-me também de alguém muito endiabrado da equipa do Benfica ter uma dança maldosa (bem podia ser apelidade de Hakana) e que, infelizmente me custou um dos dois dentes levados pelos punhos adversários, apesar do uso permanente da boqueira. Deste modo, pode dizer-se que o rugby português também tem as suas danças, não menos ou mais do que nos outros países é certo.
Ter saudades do rugby, em termos físicos, não é um estado muito animador, pois significa lembrar os end-off (murros) na cabeça e no tronco, as dolorosas e, muitas vezes, 'invisíveis' gravatas (paragem, ou tentativa de, do adversário pelo pescoço- conduta sujeita a penalização), os pontapés nas pernas, os apertos nos tomates, as pisadelas maldosas. Como em tudo, há sempre um lado positivo, por isso as coisas boas eram mesmo muito boas, como a satisfação 'orgásmica' de marcar um ensaio após várias fintas corporais assentes nos pés, a sensação de coragem dos embates físicos, o controlo necessário para não se perder o domínio da bola e da jogada, a camaradagem como condição essencial para a vitória, o cheiro da terra húmida, o som dos pitons, a evasão da terra nos cantos mais recônditos do corpo através de um banho celestial e purificador e, por fim, ou talvez não, a festa na noite do jogo. O rugby afastou-me muito do futebol, do jogado e do visto. Nos fins-de-semana, de espectador no estádio da Luz (desde quase bébé) passei a jogador nos seus respectivos campos anexos e de outros, sobretudo no estádio universitário e nacional. Em vez de um jogo de futebol, preferia mil vezes ver um de rugby. Preterindo um jogo de rugby, que nos finais dos anos 80 só se via na RTP 2 ( aos Sábados e Domingos à tarde, onde a emissão, de manhã à noite, era dominada pelo desporto), só mesmo imagens e (raríssimas) reportagens sobre surf (o bodyboard nestes tempos não tinha ainda visibilidade relevante). Velhos tempos. Hoje, reina o futebol. Diria mais, absolutiza. Naqueles tempos, era slogan na comunidade do rugby dizer-se que «a diferença entre o futebol e o rugby é que o futebol é um jogo de cavalheiros jogado por brutos, enquanto o rugby é um jogo de brutos jogado por cavalheiros». Tempos finais ou sinal dos tempos?

Por todas estas lembranças levou-me esta dança, que tem tanto de bela, quanto de misteriosa e invisível.



A História está aqui e aqui.

Para apreciarem e terem um cheirinho do aqui vos disse, vejam esta parte de um jogo brilhante, aqui.

Haka (-algias)

Nunca dancei a haka, o máximo contacto antes de um jogo de rugby na adolescência de que me lembro (entre 1987 e 1991), é de uns abraços laterais, reunidos em círculo, ombro a ombro, de cabeça para baixo dirigida às mãos unidas ao centro prefigurando uma falsa mêlée. Recordo-me também de alguém muito endiabrado da equipa do Benfica ter uma dança maldosa (bem podia ser apelidade de Hakana) e que, infelizmente me custou um dos dois dentes levados pelos punhos adversários, apesar do uso permanente da boqueira. Deste modo, pode dizer-se que o rugby português também tem as suas danças, não menos ou mais do que nos outros países é certo.
Ter saudades do rugby, em termos físicos, não é um estado muito animador, pois significa lembrar os end-off (murros) na cabeça e no tronco, as dolorosas e, muitas vezes, 'invisíveis' gravatas (paragem, ou tentativa de, do adversário pelo pescoço- conduta sujeita a penalização), os pontapés nas pernas, os apertos nos tomates, as pisadelas maldosas. Como em tudo, há sempre um lado positivo, por isso as coisas boas eram mesmo muito boas, como a satisfação 'orgásmica' de marcar um ensaio após várias fintas corporais assentes nos pés, a sensação de coragem dos embates físicos, o controlo necessário para não se perder o domínio da bola e da jogada, a camaradagem como condição essencial para a vitória, o cheiro da terra húmida, o som dos pitons, a evasão da terra nos cantos mais recônditos do corpo através de um banho celestial e purificador e, por fim, ou talvez não, a festa na noite do jogo. O rugby afastou-me muito do futebol, do jogado e do visto. Nos fins-de-semana, de espectador no estádio da Luz (desde quase bébé) passei a jogador nos seus respectivos campos anexos e de outros, sobretudo no estádio universitário e nacional. Em vez de um jogo de futebol, preferia mil vezes ver um de rugby. Preterindo um jogo de rugby, que nos finais dos anos 80 só se via na RTP 2 ( aos Sábados e Domingos à tarde, onde a emissão, de manhã à noite, era dominada pelo desporto), só mesmo imagens e (raríssimas) reportagens sobre surf (o bodyboard nestes tempos não tinha ainda visibilidade relevante). Velhos tempos. Hoje, reina o futebol. Diria mais, absolutiza. Naqueles tempos, era slogan na comunidade do rugby dizer-se que «a diferença entre o futebol e o rugby é que o futebol é um jogo de cavalheiros jogado por brutos, enquanto o rugby é um jogo de brutos jogado por cavalheiros». Tempos finais ou sinal dos tempos?

Por todas estas lembranças levou-me esta dança, que tem tanto de bela, quanto de misteriosa e invisível.



A História está aqui e aqui.

Para apreciarem e terem um cheirinho do aqui vos disse, vejam esta parte de um jogo brilhante, aqui.

sábado, 28 de abril de 2007

Escrita Livre e Crítica com rosto

Porque dizem de uma imagem valer mais do que mil palavras. Porque o anonimato na blogosfera para alem de ser coisa feia está out. Porque somos "muita" lindos, pelo menos para as nossas queridas mãezinhas. Porque sim...
O Nuno (Cunha Rolo) já lá está - no canto superior direito. O outro Nuno e eu vamos a caminho...

Escrita Livre e Crítica com rosto

Porque dizem de uma imagem valer mais do que mil palavras. Porque o anonimato na blogosfera para alem de ser coisa feia está out. Porque somos "muita" lindos, pelo menos para as nossas queridas mãezinhas. Porque sim...
O Nuno (Cunha Rolo) já lá está - no canto superior direito. O outro Nuno e eu vamos a caminho...

Campo Contra Campo (LXXXVII)

Ao longo de mais de uma semana o IndieLisboa constituiu para mim (sempre!) uma enorme surpresa. Os vencedores acabam de ser anunciados. E as surpresas continuam...
Ver aqui (link) todos os premiados.

Campo Contra Campo (LXXXVII)

Ao longo de mais de uma semana o IndieLisboa constituiu para mim (sempre!) uma enorme surpresa. Os vencedores acabam de ser anunciados. E as surpresas continuam...
Ver aqui (link) todos os premiados.

Campo Contra Campo (LXXXVI)

E agora, para variar..., algo totalmente normal. Ou nem tanto.

Sunshine - Missão Solar, ***

"No fundo, todo o cinema se resume ao contraste entre luz e escuridão". Quem o afirma compreende na plenitude a essência do cinema. Quem o afirma é o realizador de Missão Solar, Danny Boyle. No imenso deserto escuro que é neste momento a exibição cinematográfica em Portugal - com excepção da programação do IndieLisboa - existe uma estrela que brilha "fininho"; o suficiente, ainda, para iluminar o céu da nossa noite.
Gostei bastante de Missão Solar. Gostei da cinematografia de Boyle, da forma como dança no sabor dos contrates da luz solar, não fazendo letra morta da afirmação que abre este post. Também gostei do ritmo da acção, da transposição de emoções e do assumido "sampling" que faz de outras obras (das primas às de serie B). Mas gostei, mais do que tudo, da coragem de trazer a filosofia para os 70mm. O episódio do "ultimo homem" que marca indelevelmente este filme não se trata de uma vitoria cinematográfica da ciência sobre a religião como erradamente afirmam alguns críticos da nossa praça. Nem de perto. Muito menos de longe. Aquilo é questionar radicalmente a razão de ser, estar e viver do homem e da humanidade. É a questão fundamental. Questão metafísica; para lá da ciência, para lá da religião. Só isto bastaria para vos convidar a verem Missão Solar.

PSL

Campo Contra Campo (LXXXVI)

E agora, para variar..., algo totalmente normal. Ou nem tanto.

Sunshine - Missão Solar, ***

"No fundo, todo o cinema se resume ao contraste entre luz e escuridão". Quem o afirma compreende na plenitude a essência do cinema. Quem o afirma é o realizador de Missão Solar, Danny Boyle. No imenso deserto escuro que é neste momento a exibição cinematográfica em Portugal - com excepção da programação do IndieLisboa - existe uma estrela que brilha "fininho"; o suficiente, ainda, para iluminar o céu da nossa noite.
Gostei bastante de Missão Solar. Gostei da cinematografia de Boyle, da forma como dança no sabor dos contrates da luz solar, não fazendo letra morta da afirmação que abre este post. Também gostei do ritmo da acção, da transposição de emoções e do assumido "sampling" que faz de outras obras (das primas às de serie B). Mas gostei, mais do que tudo, da coragem de trazer a filosofia para os 70mm. O episódio do "ultimo homem" que marca indelevelmente este filme não se trata de uma vitoria cinematográfica da ciência sobre a religião como erradamente afirmam alguns críticos da nossa praça. Nem de perto. Muito menos de longe. Aquilo é questionar radicalmente a razão de ser, estar e viver do homem e da humanidade. É a questão fundamental. Questão metafísica; para lá da ciência, para lá da religião. Só isto bastaria para vos convidar a verem Missão Solar.

PSL

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Estrelas de pó



«Into Dust
Still falling
Breathless and on again
Inside today
Beside me today
Around broken in two
'Till you eyes shed
Into dust
Like two strangers
Turning into dust
'Till my hand shook with the way I fear
I could possibly be fading
Or have something more to gain
I could feel myself growing colder
I could feel myself under your fate
Under your fate
It was you breathless and tall
I could feel my eyes turning into dust
And two strangers turning into dust
Turning into dust
»

músicas e músicas e músicas que nos libertam das rotinas e agonias do dia-a-dia, que nos fazem sonhar para além de uma noite bem dormida, para além dos desejos feitos no primeiro dia do ano, dos sentimentos que sentimos e desejávamos possuir, de preferência recíprocos. Os dias passam pela vida, por todos os dias-a-dias, percorrem-nos vorazmente até à coroa de flores última no relvado funerário mais perto de casa. E o que não é nada incrível reconhecer é que estes dias, cheios de flores e de companhia, podem ser os dias mais importantes da nossa vida, porque são decisivos para valorizar o passado e começar o futuro. Antes do pó.

Estrelas de pó



«Into Dust
Still falling
Breathless and on again
Inside today
Beside me today
Around broken in two
'Till you eyes shed
Into dust
Like two strangers
Turning into dust
'Till my hand shook with the way I fear
I could possibly be fading
Or have something more to gain
I could feel myself growing colder
I could feel myself under your fate
Under your fate
It was you breathless and tall
I could feel my eyes turning into dust
And two strangers turning into dust
Turning into dust
»

músicas e músicas e músicas que nos libertam das rotinas e agonias do dia-a-dia, que nos fazem sonhar para além de uma noite bem dormida, para além dos desejos feitos no primeiro dia do ano, dos sentimentos que sentimos e desejávamos possuir, de preferência recíprocos. Os dias passam pela vida, por todos os dias-a-dias, percorrem-nos vorazmente até à coroa de flores última no relvado funerário mais perto de casa. E o que não é nada incrível reconhecer é que estes dias, cheios de flores e de companhia, podem ser os dias mais importantes da nossa vida, porque são decisivos para valorizar o passado e começar o futuro. Antes do pó.

Parece que é um "pilas"

Doze semanas e tal and counting...

Parece que é um "pilas"

Doze semanas e tal and counting...

As mãos que escrevem este blogue

Caríssimos leitores do Arcádia:

Em vésperas do dia da Liberdade, realizou-se a grande convenção arcadiana, onde foi decidido revelar ao mundo a nossa aparência física. Como o Blogger tem regras muito rígidas em relação a imagens chocantes, decidimos apenas exibir as nossas mãos, mas mesmo assim, ficámo-nos apenas por metade delas: 3, uma por cada um, que é para não haver problemas...

As mãos que escrevem este blogue

Caríssimos leitores do Arcádia:

Em vésperas do dia da Liberdade, realizou-se a grande convenção arcadiana, onde foi decidido revelar ao mundo a nossa aparência física. Como o Blogger tem regras muito rígidas em relação a imagens chocantes, decidimos apenas exibir as nossas mãos, mas mesmo assim, ficámo-nos apenas por metade delas: 3, uma por cada um, que é para não haver problemas...

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Campo Contra Campo (LXXXV)

Já tinha visto de quase tudo no IndieLisboa. Faltavam aqueles tesourinhos (não deprimentes) que nos transformam uma ida ao cinema em algo inesquecível. Em boa hora decidi dedicar o "tempo de cinema" da passada quarta-feira às curtas em competição. Enfim, achei o pote de moedas de ouro no fim do arco-íris. E compreendi porque é que no voto do público, em média, as curtas estão mais bem votadas do que as longas. Não podendo falar de todas - ao todo vi na nove curtas - nem sequer de todas os que me impressionaram, aqui fica uma selecção; com os defeitos e virtudes de todas as selecções:

Zeep, *****

A historia de um velho e simpático camponês ("agora chamam-lhes agricultores") Alemão que perde a mulher nas vésperas da sua viagem de sonho à Islândia e decide empreender uma "cruzada" para encontrar uma substituta para a defunta. Moritz Laube, o realizador, não esconde a influencia Lynchiana de "Uma historia simples". E ainda bem. O que encanta nesta curta é a maturidade de todos os elementos, da direcção de actores à realização. O produto final é linear mas grandioso. Emocionante e desconcertante. Vai ganhar alguma coisa neste festival.

Plac, ****

Uma curta experimental de apenas dez minutos que chega da Croácia e nos mostra um dia no mercado de Zagreb. Não há muito a dizer: montagem perfeita num filme que está a meio caminho da instalação. Delicioso.

Kitty & Júlio, *****

Da jovem realizadora portuguesa Claudia Rita Oliveira esta é também uma curta experimental que parte do pressuposto metodológico separação temporal de som e imagem. O som é Kitty (e Praga). A imagem é Júlio (e Praga). E estava difícil o reencontro… Apelando aos sentidos é surpreendente e quase perfeito. Melhor compreendido por quem já viveu os sons curiosos da capital Checa.

Voyage en sol majeur, *****

Provavelmente o filme mais emotivo do festival. Na quarta feira foi recebido com duas enormes salvas de palmas e muito assoar típico da lagrima ao canto do olho. Georgi Lazarevski com uma pequena câmara de vídeo filma o sonho nonagenário do seu avô: uma viagem de carro a Marrocos. A avó, já meia "maluquinha", fica em casa; mas funciona como a antítese perfeita de uma tese de noventa e um anos. Nesta viagem, o que falta em cinematografia há de sobra em pragmatismo. "Se eu acreditasse no paraíso desejaria que ele fosse um palmeiral". Soberbo!

Duas notas finais. Quem não viu dificilmente poderá ver estes filmes a não ser que esteja muito atento à programação do Onda Curta da 2:. As cinco estrelas que em regra nestes "Campo Contra Campo" guardo apenas para as obras-primas devem aqui ser entendidas "cum grano salis"; pois estamos perante obras de jovens estudantes de cinema que normalmente filmam sem orçamento e com o que vão encontrando no seu percurso como aprendizes de feiticeiro.

Campo Contra Campo (LXXXV)

Já tinha visto de quase tudo no IndieLisboa. Faltavam aqueles tesourinhos (não deprimentes) que nos transformam uma ida ao cinema em algo inesquecível. Em boa hora decidi dedicar o "tempo de cinema" da passada quarta-feira às curtas em competição. Enfim, achei o pote de moedas de ouro no fim do arco-íris. E compreendi porque é que no voto do público, em média, as curtas estão mais bem votadas do que as longas. Não podendo falar de todas - ao todo vi na nove curtas - nem sequer de todas os que me impressionaram, aqui fica uma selecção; com os defeitos e virtudes de todas as selecções:

Zeep, *****

A historia de um velho e simpático camponês ("agora chamam-lhes agricultores") Alemão que perde a mulher nas vésperas da sua viagem de sonho à Islândia e decide empreender uma "cruzada" para encontrar uma substituta para a defunta. Moritz Laube, o realizador, não esconde a influencia Lynchiana de "Uma historia simples". E ainda bem. O que encanta nesta curta é a maturidade de todos os elementos, da direcção de actores à realização. O produto final é linear mas grandioso. Emocionante e desconcertante. Vai ganhar alguma coisa neste festival.

Plac, ****

Uma curta experimental de apenas dez minutos que chega da Croácia e nos mostra um dia no mercado de Zagreb. Não há muito a dizer: montagem perfeita num filme que está a meio caminho da instalação. Delicioso.

Kitty & Júlio, *****

Da jovem realizadora portuguesa Claudia Rita Oliveira esta é também uma curta experimental que parte do pressuposto metodológico separação temporal de som e imagem. O som é Kitty (e Praga). A imagem é Júlio (e Praga). E estava difícil o reencontro… Apelando aos sentidos é surpreendente e quase perfeito. Melhor compreendido por quem já viveu os sons curiosos da capital Checa.

Voyage en sol majeur, *****

Provavelmente o filme mais emotivo do festival. Na quarta feira foi recebido com duas enormes salvas de palmas e muito assoar típico da lagrima ao canto do olho. Georgi Lazarevski com uma pequena câmara de vídeo filma o sonho nonagenário do seu avô: uma viagem de carro a Marrocos. A avó, já meia "maluquinha", fica em casa; mas funciona como a antítese perfeita de uma tese de noventa e um anos. Nesta viagem, o que falta em cinematografia há de sobra em pragmatismo. "Se eu acreditasse no paraíso desejaria que ele fosse um palmeiral". Soberbo!

Duas notas finais. Quem não viu dificilmente poderá ver estes filmes a não ser que esteja muito atento à programação do Onda Curta da 2:. As cinco estrelas que em regra nestes "Campo Contra Campo" guardo apenas para as obras-primas devem aqui ser entendidas "cum grano salis"; pois estamos perante obras de jovens estudantes de cinema que normalmente filmam sem orçamento e com o que vão encontrando no seu percurso como aprendizes de feiticeiro.

PALETA DE PALAVRAS LX

Quem me dera ser católico!

«Antes também já referi, arriscando a minha reputação e talvez pecando por frivolidade, que este é um país frequentemente hipócrita. Levamos quase um mês a discutir o título académico de Sócrates e as eventuais irregularidades que rodeiam a sua licenciatura, despendendo bastante mais energia do que a necessária. Portugal é um país católico. Os políticos mentem mais do que falam - como se comenta em Espanha. Mas a nossa religião já resolveu este dilema. Primeiro mente-se, depois confessamo-nos fazendo actos de contrição, e o padre absolve-nos dos nossos pecados livrando-nos da penitência; se formos perseverantes comungamos, e depois voltamos a mentir porque a natureza humana não tem remédio, gozando a política de uma insanidade muito maior. Com tudo isto pretendo dizer que em Portugal, à semelhança do que acontece em Espanha, a mentira é um pecado venial e perfeitamente corrigível - uma situação completamente diferente da que se vive no mundo anglo-saxónico.»

Miguel Angel Belloso, in Diário Económico, aqui.

PALETA DE PALAVRAS LX

Quem me dera ser católico!

«Antes também já referi, arriscando a minha reputação e talvez pecando por frivolidade, que este é um país frequentemente hipócrita. Levamos quase um mês a discutir o título académico de Sócrates e as eventuais irregularidades que rodeiam a sua licenciatura, despendendo bastante mais energia do que a necessária. Portugal é um país católico. Os políticos mentem mais do que falam - como se comenta em Espanha. Mas a nossa religião já resolveu este dilema. Primeiro mente-se, depois confessamo-nos fazendo actos de contrição, e o padre absolve-nos dos nossos pecados livrando-nos da penitência; se formos perseverantes comungamos, e depois voltamos a mentir porque a natureza humana não tem remédio, gozando a política de uma insanidade muito maior. Com tudo isto pretendo dizer que em Portugal, à semelhança do que acontece em Espanha, a mentira é um pecado venial e perfeitamente corrigível - uma situação completamente diferente da que se vive no mundo anglo-saxónico.»

Miguel Angel Belloso, in Diário Económico, aqui.

A Liberdade na crise da meia idade? (II)

A Liberdade não está na crise da meia idade. A liberdade é crise.
É fio da navalha. É olhar antes de se pôr o pé. É pensar antes de votar.
É um bonsai que exige atenção e mimos permanentes: a Liberdade está sempre em perigo de definhar e morrer.

A Liberdade na crise da meia idade? (II)

A Liberdade não está na crise da meia idade. A liberdade é crise.
É fio da navalha. É olhar antes de se pôr o pé. É pensar antes de votar.
É um bonsai que exige atenção e mimos permanentes: a Liberdade está sempre em perigo de definhar e morrer.

A Liberdade na crise da meia idade?

1. Comemorou-se ontem dia 25 de Abril de 2007, o trigésimo aniversario de um momento que viria a concorrer para o estado actual das coisas. O 25 de Abril de 1974 devolveu Portugal ao Mundo e foi momento re-fundador (ou terá sido fundador?) das mais elementares liberdades. Liberdade de expressão, liberdade de comunicação, liberdade de circulação, liberdade de manifestação. Liberdade é liberdade. Liberdade não é livre arbítrio.

2. Ontem, dia 25 de Abril de 2007, um autocarro com marginais foi impedido de entrar na cidade de Lisboa. Os seus ocupantes fazem parte de um grupo organizado de arruaceiros e putativos criminosos denominado super-dragões que desejava assistir a um jogo de hóquei em patins. Parados às portas da cidade, foram obrigados a regressar a casa como se fazia na idade média como bandos de pulhas e desordeiros

3. Ontem, dia 25 de Abril de 2007, um grupo de bandidos pós-modernos recorrendo às novas tecnologias da comunicação decidiu organizar uma marcha Chiado acima com propósitos anti-fascistas. Como de fazia na idade média foram corridos à paulada (hoje bastonada) pelas tropas de choque do principie (hoje a policia de segurança publica).

4. Ontem, dia 25 de Abril de 2007, um deputado da oposição (Paulo Rangel) fazendo-se valer do seu estatuto, gritou bem alto do púlpito parlamentar que Portugal vive tempo de "claustrofobia democrática" e num "ambiente de condicionamento da liberdade".
Hoje, podemos ver nas paginas 2 e 3 do Público o que o príncipe pensa destas palavras. Sócrates e o seu pagem António Costa sorriem perante as palavras de Rangel. É uma foto magnifica, um daqueles registos que faz juz ao chavão que diz valer mais uma imagem do que mil palavras. Sócrates e Costa deixam escapar um ar de desdém, de escárnio, de gozo. Sócrates e Costa mais não representam nessa imagem do que os canalhas, os sacanas, os calhordas que diariamente ajudam a destruir o que de maravilhoso tem uma sociedade demo-liberal.

5. Liberdade é liberdade, liberdade não é livre arbítrio como tão bem ensinou Kant. Liberdade não é livre arbítrio para viajar trezentos quilómetros e ao chegar a outra cidade fazer tudo para alterar a ordem publica. Liberdade não é livre arbítrio para combinar uma desordem violenta em tempo real via sms e destruir tudo à volta. Liberdade não é livre arbítrio para na posse de uma maioria parlamentar concentrar a força policial nas mãos do primeiro ministro, tentar abafar as vozes dissonantes da sociedade civil, e tentar controlar os meios de comunicação social.

6. Portugal enfrenta hoje uma preocupante deriva ilebral sem precedentes na nossa historia recente. A democracia não é fundadora ou garante da liberdade. É sim da liberdade que nasce a democracia. É sim a liberdade que garante a democracia.

7. A liberdade em Portugal não entrou (nem está) na crise da meia idade. A liberdade em Portugal entrou em coma profundo.

8. O regime democrático constitucional erguido após 1975 está em colapso eminente. Só não vê quem não quer.

PSL

A Liberdade na crise da meia idade?

1. Comemorou-se ontem dia 25 de Abril de 2007, o trigésimo aniversario de um momento que viria a concorrer para o estado actual das coisas. O 25 de Abril de 1974 devolveu Portugal ao Mundo e foi momento re-fundador (ou terá sido fundador?) das mais elementares liberdades. Liberdade de expressão, liberdade de comunicação, liberdade de circulação, liberdade de manifestação. Liberdade é liberdade. Liberdade não é livre arbítrio.

2. Ontem, dia 25 de Abril de 2007, um autocarro com marginais foi impedido de entrar na cidade de Lisboa. Os seus ocupantes fazem parte de um grupo organizado de arruaceiros e putativos criminosos denominado super-dragões que desejava assistir a um jogo de hóquei em patins. Parados às portas da cidade, foram obrigados a regressar a casa como se fazia na idade média como bandos de pulhas e desordeiros

3. Ontem, dia 25 de Abril de 2007, um grupo de bandidos pós-modernos recorrendo às novas tecnologias da comunicação decidiu organizar uma marcha Chiado acima com propósitos anti-fascistas. Como de fazia na idade média foram corridos à paulada (hoje bastonada) pelas tropas de choque do principie (hoje a policia de segurança publica).

4. Ontem, dia 25 de Abril de 2007, um deputado da oposição (Paulo Rangel) fazendo-se valer do seu estatuto, gritou bem alto do púlpito parlamentar que Portugal vive tempo de "claustrofobia democrática" e num "ambiente de condicionamento da liberdade".
Hoje, podemos ver nas paginas 2 e 3 do Público o que o príncipe pensa destas palavras. Sócrates e o seu pagem António Costa sorriem perante as palavras de Rangel. É uma foto magnifica, um daqueles registos que faz juz ao chavão que diz valer mais uma imagem do que mil palavras. Sócrates e Costa deixam escapar um ar de desdém, de escárnio, de gozo. Sócrates e Costa mais não representam nessa imagem do que os canalhas, os sacanas, os calhordas que diariamente ajudam a destruir o que de maravilhoso tem uma sociedade demo-liberal.

5. Liberdade é liberdade, liberdade não é livre arbítrio como tão bem ensinou Kant. Liberdade não é livre arbítrio para viajar trezentos quilómetros e ao chegar a outra cidade fazer tudo para alterar a ordem publica. Liberdade não é livre arbítrio para combinar uma desordem violenta em tempo real via sms e destruir tudo à volta. Liberdade não é livre arbítrio para na posse de uma maioria parlamentar concentrar a força policial nas mãos do primeiro ministro, tentar abafar as vozes dissonantes da sociedade civil, e tentar controlar os meios de comunicação social.

6. Portugal enfrenta hoje uma preocupante deriva ilebral sem precedentes na nossa historia recente. A democracia não é fundadora ou garante da liberdade. É sim da liberdade que nasce a democracia. É sim a liberdade que garante a democracia.

7. A liberdade em Portugal não entrou (nem está) na crise da meia idade. A liberdade em Portugal entrou em coma profundo.

8. O regime democrático constitucional erguido após 1975 está em colapso eminente. Só não vê quem não quer.

PSL

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quarta-feira, 25 de abril de 2007

CRONOS XIII

"Der Kommissar" (1982) - Falco



Para os menos familiarizados, ver outras músicas, ambas de 1985: Rock Me Amadeus ou Jeanny (que foi um grande escândalo musical na época, devido à letra mencionar uma intenção de violação).


CRONOS XIII

"Der Kommissar" (1982) - Falco



Para os menos familiarizados, ver outras músicas, ambas de 1985: Rock Me Amadeus ou Jeanny (que foi um grande escândalo musical na época, devido à letra mencionar uma intenção de violação).


Campo Contra Campo (LXXXIV)

Summer 04, ***

Mais um filme da competição oficial. Realizado na Alemanha por Stefan Krohmer, Summer 04, pareceu-me fortemente inspirado por uma obra maior do Austríaco Michel Hanecke - o magnifico "Funny Games". Ao nível do argumento está lá quase tudo: um tempo de ferias junto a um lago, o vento e as velas, uma família da classe media surpreendida por visitas inesperadas, as partidas da vida que se sucedem. Falta contudo a tensão e o drama profundo magnificamente encenado e filmado pelo Austríaco. Summer 04 fica-se pelo (improvável?) drama de um mulher sensual na casa dos quarenta e por meia dúzia de sequenciais bem dirigidas e filmadas nos frios lagos do verão germânico. Repete hoje às 17h45 e sexta às 22, sempre no King.

Campo Contra Campo (LXXXIV)

Summer 04, ***

Mais um filme da competição oficial. Realizado na Alemanha por Stefan Krohmer, Summer 04, pareceu-me fortemente inspirado por uma obra maior do Austríaco Michel Hanecke - o magnifico "Funny Games". Ao nível do argumento está lá quase tudo: um tempo de ferias junto a um lago, o vento e as velas, uma família da classe media surpreendida por visitas inesperadas, as partidas da vida que se sucedem. Falta contudo a tensão e o drama profundo magnificamente encenado e filmado pelo Austríaco. Summer 04 fica-se pelo (improvável?) drama de um mulher sensual na casa dos quarenta e por meia dúzia de sequenciais bem dirigidas e filmadas nos frios lagos do verão germânico. Repete hoje às 17h45 e sexta às 22, sempre no King.

Discursos no 25 de Abril

  1. Verdes, Comunistas e Bloquistas iguais a si mesmos: está tudo mal e não têm culpa nenhuma;
  2. Populares iguais a si mesmos: estaria tudo melhor se não fossem os gajos indicados em "1.";
  3. Social-democratas diferentes do costume: com um discurso muito bom, pecando aqui e ali por alfinetadas pessoais a Sócrates;
  4. Socialistas diferentes do costume: com um discurso fraquinho, fraquinho, fraquinho, um imenso vazio decorado com toneladas de citações;
  5. Um cidadão estrangeiro (ao que parece, brasileiro), que não conseguiu discursar até ao fim.

Todos os discursos formais, cheios de fórmulas bafientas: dirigem-se primeiro ao Presidente da República, depois chegam ao dirigente de uma religião do médio oriente, e por fim aos portugueses e portuguesas, ou caros concidadãos.

É sempre a mesma coisa: parecem esquecer que o 25 de Abril foi feito para os portugueses, contra o Presidente da República, contra o Presidente do Conselho e contra o Cardeal Patriarca.

Parecem esquecer que o 25 de Abril foi feito contra Comités Centrais de comunas e fachos, contra mangas de alpaca e capatazes.

Parecem esquecer o 25 de Abril.

Discursos no 25 de Abril

  1. Verdes, Comunistas e Bloquistas iguais a si mesmos: está tudo mal e não têm culpa nenhuma;
  2. Populares iguais a si mesmos: estaria tudo melhor se não fossem os gajos indicados em "1.";
  3. Social-democratas diferentes do costume: com um discurso muito bom, pecando aqui e ali por alfinetadas pessoais a Sócrates;
  4. Socialistas diferentes do costume: com um discurso fraquinho, fraquinho, fraquinho, um imenso vazio decorado com toneladas de citações;
  5. Um cidadão estrangeiro (ao que parece, brasileiro), que não conseguiu discursar até ao fim.

Todos os discursos formais, cheios de fórmulas bafientas: dirigem-se primeiro ao Presidente da República, depois chegam ao dirigente de uma religião do médio oriente, e por fim aos portugueses e portuguesas, ou caros concidadãos.

É sempre a mesma coisa: parecem esquecer que o 25 de Abril foi feito para os portugueses, contra o Presidente da República, contra o Presidente do Conselho e contra o Cardeal Patriarca.

Parecem esquecer que o 25 de Abril foi feito contra Comités Centrais de comunas e fachos, contra mangas de alpaca e capatazes.

Parecem esquecer o 25 de Abril.

terça-feira, 24 de abril de 2007

Campo Contra Campo (LXXXIII)

Electroma, ***
Afinal eles vivem!
Ontem, pelas dez da noite aterrou um ovni bem no centro de Lisboa, na Avenida da Liberdade. E foi visto, calculo eu a olhometro, por mais de uma centena de pessoas.
Devo conhecer pouco de cinema…, pois a única interpretação que tenho para o filme minimal de Thomas Bangalter e de Guy-Manuel de Homem-Christo (sim esses, os Daft Punk) aponta para um manifesto estético irrepreensível.
Sem diálogos; com muita boa musica; misto de "road movie" e "desert movie" (se é que isto existe) Electroma bate com a mesma alma que a musica do duo francês. Complexo, genial a espaços. Absurdo também e até banal, o filme destaca-se por algumas cenas de antologia que não chegam, contudo, para fazer dele uma obra maior. Uma obra estranha, mas que se entranha. Rapazes, não desistam. Continuem a fazer os "trabalhos de casa". Depois logo de verá o que dá.

Campo Contra Campo (LXXXIII)

Electroma, ***
Afinal eles vivem!
Ontem, pelas dez da noite aterrou um ovni bem no centro de Lisboa, na Avenida da Liberdade. E foi visto, calculo eu a olhometro, por mais de uma centena de pessoas.
Devo conhecer pouco de cinema…, pois a única interpretação que tenho para o filme minimal de Thomas Bangalter e de Guy-Manuel de Homem-Christo (sim esses, os Daft Punk) aponta para um manifesto estético irrepreensível.
Sem diálogos; com muita boa musica; misto de "road movie" e "desert movie" (se é que isto existe) Electroma bate com a mesma alma que a musica do duo francês. Complexo, genial a espaços. Absurdo também e até banal, o filme destaca-se por algumas cenas de antologia que não chegam, contudo, para fazer dele uma obra maior. Uma obra estranha, mas que se entranha. Rapazes, não desistam. Continuem a fazer os "trabalhos de casa". Depois logo de verá o que dá.

Incoerência

É de uma brutal incoerência. Segundo o Público, a avaliação dos dirigentes superiores está isenta de quotas para as notas máximas, ao contrário do que sucede com os trabalhadores e com os dirigentes de base. É inadmissível, e ao mesmo tempo um sinal muito mau.

Incoerência

É de uma brutal incoerência. Segundo o Público, a avaliação dos dirigentes superiores está isenta de quotas para as notas máximas, ao contrário do que sucede com os trabalhadores e com os dirigentes de base. É inadmissível, e ao mesmo tempo um sinal muito mau.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

o gangue do prepúcio


O Blasfémias e o Insurgente deram origem a (mais) um renascimento das discussões sobre a conspiração judaica mundial.

Já disse que acho que a melhor conspiração é dizer que não há conspiração, mas há tipos que se pelam pelos clássicos: os maçons, os jesuítas, os filmes subliminares da Disney...

o gangue do prepúcio


O Blasfémias e o Insurgente deram origem a (mais) um renascimento das discussões sobre a conspiração judaica mundial.

Já disse que acho que a melhor conspiração é dizer que não há conspiração, mas há tipos que se pelam pelos clássicos: os maçons, os jesuítas, os filmes subliminares da Disney...

Campo Contra Campo (LXXXII)

Começo a ficar rendido ao IndieLisboa. Lá me vou orientando no vasto programa e nesse maravilhoso mundo das diferente secções que um festival de cinema pode conter. È estranho assistir a um filme junto do seu realizador e mais estranho ainda bem do lado da cadeira do júri. E não é que as palmas no final da sessão (coisa praticamente impossível numa ida "normal" ao cinema) transmitem uma ideia do que público achou da película?

Excursão, ****

Em 24 minutos Leonor Noivo oferece-nos uma viagem documental ao passado. Ou não. Leonor atira-nos para o seio de um grupo de reformados excursionista que pagou cerca de quinze euros por duas refeições e uma sessão de venda de "banha da cobra". E com este singelo truque faz-nos embarcar numa viagem que nunca faríamos, que desconhecemos de todo, mas que está lá, existe. E o que está lá também é Portugal. É parte do país real. É Portugal de 2006 mas podia ser o de 1976 ou mesmo de 1946. Mais bem arreado, é certo. Sendo certo também que a "banha da cobra" vem hoje com sotaque tropical. E evangélico. Um retracto confrangedor, triste. Quase angustiante. Mas que talvez ajude a compreender muito do que somos. Leonor conhece o cinema. Sabe o que é filmar. Fiquem atentos.

""EX"", ***

Outro retracto documental de um país desconhecido. O alvo de Miguel Clara Vasconcelos são aqueles que dizem ver (ou gostariam de…) objectos voadores não identificados. Há mesmo quem jure - e apresente documentos probatórios - que foi raptado por aliens. Entre o tom serio e o tom à beira da doença mental há de tudo. Sendo que esse tudo está junto à nossa porta. O realizador arrisca muito na recolha dos depoimentos, em especial no ultimo com estrutura para abalar a fé de milhões (?). Mas a câmara não acompanha a palavra. Chega a ser banal, quase de reportagem para o "jornal das oito". Esperávamos mais, depois de ouvir o realizador no sábado passado no "Fala com ela" da Radar.

Analog Days, ****

Na competição Internacional esta primeira longa do norte americano Mike Ott surpreende pela frescura. Um grupo de amigos de varias idades mas todos na complexa fronteira da adolescência para a idade adulta é filmado com classe clássica mas dinâmica e bem disposta. São varias as boas surpresas: excelente fotografia, "indie" banda sonora mas sobretudo a forma de harmónio como o filme chega até nós. Aqui Ott apresenta uma maturidade cinematográfica rara mas vigorosa. Gostei muito.
Repete quarta-feira às 19h. no Fórum Lisboa.

PSL

Campo Contra Campo (LXXXII)

Começo a ficar rendido ao IndieLisboa. Lá me vou orientando no vasto programa e nesse maravilhoso mundo das diferente secções que um festival de cinema pode conter. È estranho assistir a um filme junto do seu realizador e mais estranho ainda bem do lado da cadeira do júri. E não é que as palmas no final da sessão (coisa praticamente impossível numa ida "normal" ao cinema) transmitem uma ideia do que público achou da película?

Excursão, ****

Em 24 minutos Leonor Noivo oferece-nos uma viagem documental ao passado. Ou não. Leonor atira-nos para o seio de um grupo de reformados excursionista que pagou cerca de quinze euros por duas refeições e uma sessão de venda de "banha da cobra". E com este singelo truque faz-nos embarcar numa viagem que nunca faríamos, que desconhecemos de todo, mas que está lá, existe. E o que está lá também é Portugal. É parte do país real. É Portugal de 2006 mas podia ser o de 1976 ou mesmo de 1946. Mais bem arreado, é certo. Sendo certo também que a "banha da cobra" vem hoje com sotaque tropical. E evangélico. Um retracto confrangedor, triste. Quase angustiante. Mas que talvez ajude a compreender muito do que somos. Leonor conhece o cinema. Sabe o que é filmar. Fiquem atentos.

""EX"", ***

Outro retracto documental de um país desconhecido. O alvo de Miguel Clara Vasconcelos são aqueles que dizem ver (ou gostariam de…) objectos voadores não identificados. Há mesmo quem jure - e apresente documentos probatórios - que foi raptado por aliens. Entre o tom serio e o tom à beira da doença mental há de tudo. Sendo que esse tudo está junto à nossa porta. O realizador arrisca muito na recolha dos depoimentos, em especial no ultimo com estrutura para abalar a fé de milhões (?). Mas a câmara não acompanha a palavra. Chega a ser banal, quase de reportagem para o "jornal das oito". Esperávamos mais, depois de ouvir o realizador no sábado passado no "Fala com ela" da Radar.

Analog Days, ****

Na competição Internacional esta primeira longa do norte americano Mike Ott surpreende pela frescura. Um grupo de amigos de varias idades mas todos na complexa fronteira da adolescência para a idade adulta é filmado com classe clássica mas dinâmica e bem disposta. São varias as boas surpresas: excelente fotografia, "indie" banda sonora mas sobretudo a forma de harmónio como o filme chega até nós. Aqui Ott apresenta uma maturidade cinematográfica rara mas vigorosa. Gostei muito.
Repete quarta-feira às 19h. no Fórum Lisboa.

PSL

Esta sim, é a questão

Começo por confessar o meu total desinteresse nas eleições francesas. Dito isto, assumindo que seria possível responder, a única questão que me interessa, ainda que vagamente, é a seguinte: do ponto de vista do nosso interesse nacional, seria mais benéfica a eleição de Nicolas Sarkozy ou de Ségolène Royal?

Esta sim, é a questão

Começo por confessar o meu total desinteresse nas eleições francesas. Dito isto, assumindo que seria possível responder, a única questão que me interessa, ainda que vagamente, é a seguinte: do ponto de vista do nosso interesse nacional, seria mais benéfica a eleição de Nicolas Sarkozy ou de Ségolène Royal?

Avaliação de desempenho e mobilidade

A avaliação do desempenho dos trabalhadores da administração pública é, na sua essência, um procedimento político. Todos os sabemos, quase todos o previmos. As consequências dessa natureza, é que não devem ter sido vistas logo à partida...
Um dos exemplos mais caricatos da perversidade deste tipo de regras vem do ministério da Agricultura, onde os funcionários estão a ser colocados em listas de despedimento (há quem lhes chame de mobilidade, o que faz sentido pois será mobilidade para o “olho da rua”) com base no seu desempenho nos anos anteriores. Só que naquele ministério (o tal onde o actual secretário de Estado dos Assuntos Fiscais se fez assessor do ministro da Agricultura de Santana Lopes num tempo em que ficou sem cargo de importância) o PSD reinava e abusava. Resultado: aqueles que o PSD avaliou negativamente por serem do PS são agora os candidatos ao despedimento. Ou seja, o PSD está a tratar o cão com o pêlo do próprio cão, em Santiago do Cacém os homens daquele partido que chefiam os serviços locais do ministério da Agricultura vão para a cervejaria divertir-se porque graças ao Sócrates vão despedir os do PS, incluindo o único presidente de uma junta de freguesia do PS naquele concelho.

Avaliação de desempenho e mobilidade

A avaliação do desempenho dos trabalhadores da administração pública é, na sua essência, um procedimento político. Todos os sabemos, quase todos o previmos. As consequências dessa natureza, é que não devem ter sido vistas logo à partida...
Um dos exemplos mais caricatos da perversidade deste tipo de regras vem do ministério da Agricultura, onde os funcionários estão a ser colocados em listas de despedimento (há quem lhes chame de mobilidade, o que faz sentido pois será mobilidade para o “olho da rua”) com base no seu desempenho nos anos anteriores. Só que naquele ministério (o tal onde o actual secretário de Estado dos Assuntos Fiscais se fez assessor do ministro da Agricultura de Santana Lopes num tempo em que ficou sem cargo de importância) o PSD reinava e abusava. Resultado: aqueles que o PSD avaliou negativamente por serem do PS são agora os candidatos ao despedimento. Ou seja, o PSD está a tratar o cão com o pêlo do próprio cão, em Santiago do Cacém os homens daquele partido que chefiam os serviços locais do ministério da Agricultura vão para a cervejaria divertir-se porque graças ao Sócrates vão despedir os do PS, incluindo o único presidente de uma junta de freguesia do PS naquele concelho.

Em busca da Esmeralda perdida

O casal de raptores adulados pelas TVIs da vida já anunciou que vai continuar a fazer pouco da Justiça portuguesa:
depois de anos a fugir ao pai biológico, agora que o raptor está devidamente preso, simularam aceitar uma espécie de guarda conjunta. A poucos dias do primeiro contacto entre pai e filha, pedem a nulidade do acordo que haviam assinado para impedir tal facto.
Pergunta-se: por que espera o Tribunal para actuar?

Em busca da Esmeralda perdida

O casal de raptores adulados pelas TVIs da vida já anunciou que vai continuar a fazer pouco da Justiça portuguesa:
depois de anos a fugir ao pai biológico, agora que o raptor está devidamente preso, simularam aceitar uma espécie de guarda conjunta. A poucos dias do primeiro contacto entre pai e filha, pedem a nulidade do acordo que haviam assinado para impedir tal facto.
Pergunta-se: por que espera o Tribunal para actuar?

domingo, 22 de abril de 2007

Campo Contra Campo (LXXXI)

Poderá uma pessoa ser apelidada de cinéfilo se nunca frequentou um festival de cinema? Não faço ideia.
A única coisa que sei a este respeito é que sempre disse que Lisboa merecia ter um. Lisboa tem salas, tem dias e noites. Bom clima. E público. Lisboa tem público até para um festival internacional de cinema independente.
Razões muitas fizeram-me ignorar durante três anos o IndieLisboa. Finalmente à quarta edição pude saber o que é um festival de cinema. Confesso que foi com alguma emoção infantil que ontem comprei os meus primeiros bilhetes para um festival de cinema. E logo para uma sessão no São Jorge, uma sala (onde não ia seguramente há mais de uma década) que faz parte da minha infância e adolescência. Estava tudo a correr tão bem…

Day Night Day Night, **

Decidi oferecer-me uma estreia em grande. Logo assim, de repetente, directamente à cabeça que é como quem diz com um filme que luta na competição oficial.
A provar que a coisa absorve em pleno o espirito "independente" a sessão saiu prejudicada devido à copia em 35mm ter ficado retida na…, Macedonia. Ficámos por uma versão beta com um som medíocre.
Day Night Day Night é um filme escrito e realizado pela Americana Julia Loktev e tenta retractar uma jovem (de que nada saberemos, nem sequer o nome) que decide imolar-se em plena Times Square.
A tentativa (?) de dialogo com "O Paraíso Agora!" de Hany Abu-Assad falha. E falha, porque é mais do mesmo. Loktev tenta jogar com o absurdo iminente. Quem vai morrer? Quando? Porquê? Poderíamos ser nós uma das vitimas. Pois podíamos, já sabemos. Sabemos também que a próxima tragédia do género pode ser agora, amanhã ou depois. Matar é matar, não importa a raça ou credo do assassino. Também já nos tinham dito.
Day Night Day Night repete amanhã às 16h15 no mesmo local e vale pelo trabalho debutante e prometedor (perfeito!) de Luisa Williams. Ainda haveremos de ouvir falar dela.

Entretanto…
Vou continuar a "encher a barrigudinha" com o IndieLisboa. Hoje há excursões e OVNI´s, made in Portugal, para ver na competição curtas e outro filme da competição oficial. Nos próximos dias haverá muito, muito mais. Gostava de vos falar um pouco de cada filme que verei…, mas será difícil. O IndieLisboa dura até ao próximo domingo e ainda podem escolher entre uns cento e cinquenta filmes. Vão ao Indie, pois ele merece. Para casa, trazem uma historia para contar. Bons filmes

Campo Contra Campo (LXXXI)

Poderá uma pessoa ser apelidada de cinéfilo se nunca frequentou um festival de cinema? Não faço ideia.
A única coisa que sei a este respeito é que sempre disse que Lisboa merecia ter um. Lisboa tem salas, tem dias e noites. Bom clima. E público. Lisboa tem público até para um festival internacional de cinema independente.
Razões muitas fizeram-me ignorar durante três anos o IndieLisboa. Finalmente à quarta edição pude saber o que é um festival de cinema. Confesso que foi com alguma emoção infantil que ontem comprei os meus primeiros bilhetes para um festival de cinema. E logo para uma sessão no São Jorge, uma sala (onde não ia seguramente há mais de uma década) que faz parte da minha infância e adolescência. Estava tudo a correr tão bem…

Day Night Day Night, **

Decidi oferecer-me uma estreia em grande. Logo assim, de repetente, directamente à cabeça que é como quem diz com um filme que luta na competição oficial.
A provar que a coisa absorve em pleno o espirito "independente" a sessão saiu prejudicada devido à copia em 35mm ter ficado retida na…, Macedonia. Ficámos por uma versão beta com um som medíocre.
Day Night Day Night é um filme escrito e realizado pela Americana Julia Loktev e tenta retractar uma jovem (de que nada saberemos, nem sequer o nome) que decide imolar-se em plena Times Square.
A tentativa (?) de dialogo com "O Paraíso Agora!" de Hany Abu-Assad falha. E falha, porque é mais do mesmo. Loktev tenta jogar com o absurdo iminente. Quem vai morrer? Quando? Porquê? Poderíamos ser nós uma das vitimas. Pois podíamos, já sabemos. Sabemos também que a próxima tragédia do género pode ser agora, amanhã ou depois. Matar é matar, não importa a raça ou credo do assassino. Também já nos tinham dito.
Day Night Day Night repete amanhã às 16h15 no mesmo local e vale pelo trabalho debutante e prometedor (perfeito!) de Luisa Williams. Ainda haveremos de ouvir falar dela.

Entretanto…
Vou continuar a "encher a barrigudinha" com o IndieLisboa. Hoje há excursões e OVNI´s, made in Portugal, para ver na competição curtas e outro filme da competição oficial. Nos próximos dias haverá muito, muito mais. Gostava de vos falar um pouco de cada filme que verei…, mas será difícil. O IndieLisboa dura até ao próximo domingo e ainda podem escolher entre uns cento e cinquenta filmes. Vão ao Indie, pois ele merece. Para casa, trazem uma historia para contar. Bons filmes

Post dominical 4

Nas promoções da TVI à eleição das sete maravilhas portuguesas, Almourol aparece como "Almorol". Parece que a ortografia não é uma das maravilhas da TVI...

Post dominical 4

Nas promoções da TVI à eleição das sete maravilhas portuguesas, Almourol aparece como "Almorol". Parece que a ortografia não é uma das maravilhas da TVI...

Post dominical 3

Será que a TVI, agora que vai passar para o sistema da Prisa, passará a ser tão isenta na política como a RTP-Porto é isenta quanto ao futebol?

Post dominical 3

Será que a TVI, agora que vai passar para o sistema da Prisa, passará a ser tão isenta na política como a RTP-Porto é isenta quanto ao futebol?

Post dominical 2

CDS-PP(R)

Post dominical 2

CDS-PP(R)

Post Dominical 1

A lenda vive

Post Dominical 1

A lenda vive

sábado, 21 de abril de 2007

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Nesta altura era tudo mais simples



Lá em cima há planícies sem fim Há estrelas que parecem correr Há o Sol e o dia a nascer E nós aqui sem parar numa Terra a girar

Lá em cima há um céu de cetim Há cometas, há planetas sem fim Galileu teve um sonho assim Há uma nave no espaço a subir passo a passo

Lá em cima pode ser o futuro Alegria, vamos saltar o Mundo E a rir, unidos num abraço Vamos contar uma história Era uma vez o Espaço

Lá em cima já não há sentinelas Sinfonia toda feita em estrelas Uma casa sem portas nem janelas É estender um braço e tu estás no Espaço!

Nesta altura era tudo mais simples



Lá em cima há planícies sem fim Há estrelas que parecem correr Há o Sol e o dia a nascer E nós aqui sem parar numa Terra a girar

Lá em cima há um céu de cetim Há cometas, há planetas sem fim Galileu teve um sonho assim Há uma nave no espaço a subir passo a passo

Lá em cima pode ser o futuro Alegria, vamos saltar o Mundo E a rir, unidos num abraço Vamos contar uma história Era uma vez o Espaço

Lá em cima já não há sentinelas Sinfonia toda feita em estrelas Uma casa sem portas nem janelas É estender um braço e tu estás no Espaço!

De derrota em derrota…

O cancelamento do encontro de amanhã da ultra direita é ao mesmo tempo uma derrota para o Estado de Direito Democrático e uma vitoria para o Estado de Policia jacobino e totalitário-repúblicano.
Boa cama faz que nela se há-de deitar…

De derrota em derrota…

O cancelamento do encontro de amanhã da ultra direita é ao mesmo tempo uma derrota para o Estado de Direito Democrático e uma vitoria para o Estado de Policia jacobino e totalitário-repúblicano.
Boa cama faz que nela se há-de deitar…

Sócrates não sabe chorar

Assistimos ontem à noite a uma das mais tristemente ridículas encenações político-partidárias dos últimos anos em Portugal.
O PS, hoje, já não é apenas um partido fragilizado É um partido assustado e diminuído. Quem diria, passados que estão pouco mais de dois anos da esmagadora vitoria absoluta.
No ano passado, para comemorar o seu trigésimo aniversário, o PS fez uma “private party”; pudera, andava inchado como um balão de hidrogénio e não fazia sentido perder altitude. Ontem, para comemorar o trigésimo quarto aniversário, o PS tentou fazer uma festa de arromba. Os pobres militantes, sempre prontos para aparecerem nas fotos ao redor do seu querido líder encheram a casa.
O “paizinho” Soares foi convidado a discursar. Com o peso da derrota “dez por cento” Soares lá foi debitando palermices. Comparou o “Sócratesgate” ao “caso casa pia”, Sócrates a Ferro Rodrigues. A direita odiada pelo “paizinho” agradeceu o tiro no pé. Venham mais cinco…
Com a mão trémula da idade que não perdoa, o cadáver político em que Soares se tornou, directamente do caixote do lixo da Historia, lá continuou a debitar o arrazoado do costume, que já ninguém ouve e muito menos acredita. E ninguém é ninguém. Sócrates inclusive. Este, bem tentou verter uma lágrima. Bem tentou emocionar-se. Nada. Zero. Sócrates não sabe chorar. Limitou-se a falar em decência…
Hoje ao PS resta-lhe uma maioria. E uma maioria, uma hipocrisia. Uma maioria absoluta, uma absoluta hipocrisia.

PSL

Sócrates não sabe chorar

Assistimos ontem à noite a uma das mais tristemente ridículas encenações político-partidárias dos últimos anos em Portugal.
O PS, hoje, já não é apenas um partido fragilizado É um partido assustado e diminuído. Quem diria, passados que estão pouco mais de dois anos da esmagadora vitoria absoluta.
No ano passado, para comemorar o seu trigésimo aniversário, o PS fez uma “private party”; pudera, andava inchado como um balão de hidrogénio e não fazia sentido perder altitude. Ontem, para comemorar o trigésimo quarto aniversário, o PS tentou fazer uma festa de arromba. Os pobres militantes, sempre prontos para aparecerem nas fotos ao redor do seu querido líder encheram a casa.
O “paizinho” Soares foi convidado a discursar. Com o peso da derrota “dez por cento” Soares lá foi debitando palermices. Comparou o “Sócratesgate” ao “caso casa pia”, Sócrates a Ferro Rodrigues. A direita odiada pelo “paizinho” agradeceu o tiro no pé. Venham mais cinco…
Com a mão trémula da idade que não perdoa, o cadáver político em que Soares se tornou, directamente do caixote do lixo da Historia, lá continuou a debitar o arrazoado do costume, que já ninguém ouve e muito menos acredita. E ninguém é ninguém. Sócrates inclusive. Este, bem tentou verter uma lágrima. Bem tentou emocionar-se. Nada. Zero. Sócrates não sabe chorar. Limitou-se a falar em decência…
Hoje ao PS resta-lhe uma maioria. E uma maioria, uma hipocrisia. Uma maioria absoluta, uma absoluta hipocrisia.

PSL

extrema-direita

É preocupante a utilização da Justiça para tentar impedir ou prejudicar a realização de um evento político em Portugal. Não importa que tal evento seja de extrema-direita: cada um tem o direito de expressar livremente as suas opiniões (e nisto discordo das limitações impostas pela nossa Constituição), seja um fascista ou o seu espelho, um comunista.
Como é claro, as actividades criminosas em que estejam envolvidos quaisquer cidadãos devem ser perseguidas pelos órgãos de polícia criminal:
  • há suspeita de skinheads envolvidos em tráfico ilegal de armas? Investigue-se;
  • há suspeita de membros do bloco de esquerda envolvidos em tráfico de droga? Investigue-se;
  • há suspeita de comunistas propagarem ideologias totalitárias? Investigue-se;
  • há suspeita de grupos de brancos e grupos de pretos defenderem violência racial? Investigue-se!
É que o Estado de Direito não pode ter uma Justiça a la carte, sob pena de começar a ser vista, não como Justiça, mas somente como opressão.

extrema-direita

É preocupante a utilização da Justiça para tentar impedir ou prejudicar a realização de um evento político em Portugal. Não importa que tal evento seja de extrema-direita: cada um tem o direito de expressar livremente as suas opiniões (e nisto discordo das limitações impostas pela nossa Constituição), seja um fascista ou o seu espelho, um comunista.
Como é claro, as actividades criminosas em que estejam envolvidos quaisquer cidadãos devem ser perseguidas pelos órgãos de polícia criminal:
  • há suspeita de skinheads envolvidos em tráfico ilegal de armas? Investigue-se;
  • há suspeita de membros do bloco de esquerda envolvidos em tráfico de droga? Investigue-se;
  • há suspeita de comunistas propagarem ideologias totalitárias? Investigue-se;
  • há suspeita de grupos de brancos e grupos de pretos defenderem violência racial? Investigue-se!
É que o Estado de Direito não pode ter uma Justiça a la carte, sob pena de começar a ser vista, não como Justiça, mas somente como opressão.

As vezes ainda me espanto

Já tinha acontecido ontem na manhã da RTPN. Voltou a acontecer hoje na manhã da SICN. Como é possível que órgãos de comunicação social de referência continuem a dar voz a figuras como José Falcão, dirigente do SOS racismo?
Ouvir José Falcão ou um fundamentalista islâmico educado numa qualquer madrasa do Afeganistão é a mesma coisa. Quem ouve o rapazola fica com a ideia da necessidade de prender todos os maus (os brancos fascistas, os brancos que gostam de futebol, quem não gosta de pretos, amarelos e de imigrantes) e soltar todos os bons (os pretos que traficam droga, os pretos que roubam e matam, os pretos que são pretos).
O fundamentalismo e a doença mental tem muitas formas de expressão. Ver o mundo a preto e branco é apenas uma delas.

As vezes ainda me espanto

Já tinha acontecido ontem na manhã da RTPN. Voltou a acontecer hoje na manhã da SICN. Como é possível que órgãos de comunicação social de referência continuem a dar voz a figuras como José Falcão, dirigente do SOS racismo?
Ouvir José Falcão ou um fundamentalista islâmico educado numa qualquer madrasa do Afeganistão é a mesma coisa. Quem ouve o rapazola fica com a ideia da necessidade de prender todos os maus (os brancos fascistas, os brancos que gostam de futebol, quem não gosta de pretos, amarelos e de imigrantes) e soltar todos os bons (os pretos que traficam droga, os pretos que roubam e matam, os pretos que são pretos).
O fundamentalismo e a doença mental tem muitas formas de expressão. Ver o mundo a preto e branco é apenas uma delas.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Só a guerra faz heróis...


Liviu Librescu (18 de Agosto de 1930 – 16 de Abril de 2007)

«At age 76, Librescu was among the thirty-two people who were murdered in the Virginia Tech massacre on April 16, 2007. He was killed during a class in the Norris Hall Engineering Building by a student (Cho Seung-hui, 23). Librescu held the door of his classroom shut while Cho was attempting to enter it; although he was shot through the door, he was able to prevent the gunman from entering the classroom until his students had escaped through the windows.[9][10] A number of Librescu's students have called him a hero because of his actions, with one student, Asael Arad, saying that all the professor's students "lived because of him".[11] Librescu's son, Joe, said he had received e-mails from several students who said he had saved their lives and regarded him as a hero whilst many newspapers also reported him as the hero of the massacre. His death came the day after Yom Hashoah (the Holocaust Remembrance Day) in Israel and Judaism. He will be buried in Israel, where his son Arieh lives, according to his family wishes.

On Wednesday, April 18, 2007, three days after the massacre and Yom HaShoah, U.S. President George Bush honoured Librescu saying, “That day we saw horror, but we also saw quiet acts of courage," at a memorial service held at the US Holocaust Museum to a crowd that included many Holocaust survivors. He went on to say, "We saw this courage in a teacher named Liviu Librescu. With the gunman set to enter his class, this brave professor blocked the door with his body while his students fled to safety. On the Day of Remembrance, this Holocaust survivor gave his own life so that others may live. And this morning we honor his memory and we take strength from his example. " (fonte. wikipédia)

Só a guerra faz heróis...


Liviu Librescu (18 de Agosto de 1930 – 16 de Abril de 2007)

«At age 76, Librescu was among the thirty-two people who were murdered in the Virginia Tech massacre on April 16, 2007. He was killed during a class in the Norris Hall Engineering Building by a student (Cho Seung-hui, 23). Librescu held the door of his classroom shut while Cho was attempting to enter it; although he was shot through the door, he was able to prevent the gunman from entering the classroom until his students had escaped through the windows.[9][10] A number of Librescu's students have called him a hero because of his actions, with one student, Asael Arad, saying that all the professor's students "lived because of him".[11] Librescu's son, Joe, said he had received e-mails from several students who said he had saved their lives and regarded him as a hero whilst many newspapers also reported him as the hero of the massacre. His death came the day after Yom Hashoah (the Holocaust Remembrance Day) in Israel and Judaism. He will be buried in Israel, where his son Arieh lives, according to his family wishes.

On Wednesday, April 18, 2007, three days after the massacre and Yom HaShoah, U.S. President George Bush honoured Librescu saying, “That day we saw horror, but we also saw quiet acts of courage," at a memorial service held at the US Holocaust Museum to a crowd that included many Holocaust survivors. He went on to say, "We saw this courage in a teacher named Liviu Librescu. With the gunman set to enter his class, this brave professor blocked the door with his body while his students fled to safety. On the Day of Remembrance, this Holocaust survivor gave his own life so that others may live. And this morning we honor his memory and we take strength from his example. " (fonte. wikipédia)

"Um acontecimento mediático de cariz lúdico"...

...ou como se pode tornar patético e anedótico o jornalismo em directo.

"Um acontecimento mediático de cariz lúdico"...

...ou como se pode tornar patético e anedótico o jornalismo em directo.

É levar-lhe tabaco

Pina Moura na prisa*. *"media capital", para ser mais preciso, e não "prisa"; mas vai dar ao mesmo...

É levar-lhe tabaco

Pina Moura na prisa*. *"media capital", para ser mais preciso, e não "prisa"; mas vai dar ao mesmo...

quarta-feira, 18 de abril de 2007

...e ainda dizem eles que não há teoria da conspiração


Via Combustões

Posso confirmar que é verdade. Esses criminosos já foram todos condenados pelo Tribunal Internacional de YHaia.

...e ainda dizem eles que não há teoria da conspiração


Via Combustões

Posso confirmar que é verdade. Esses criminosos já foram todos condenados pelo Tribunal Internacional de YHaia.

Portugal tem o primeiro-ministro que merece ter (II)

No passado dia 22, quando a novela Sócrtaesgate ainda era uma miragem e apenas alguns tolos da blogosfera ligavam ao assunto escrevi aqui (link) qualquer coisa como: Sócrates não agiu sempre de forma limpa, leal e legal. Mas sim suja, desleal e ilegal.
(…)Torna-se claro e inequívoco que Sócrates é um vigaro; um tuga igual a tanto outros tugas que não se coíbe de viver e crescer alimentando-se de expedientes. Portugal tem um primeiro-ministro à sua imagem. Portugal tem o primeiro-ministro que merece ter(...).

Na passada segunda-feira de manhã, quando via Graça Franco a comentar os jornais na RTPN não quis acreditar no que ouvia. A comentadora defendia que a partir de Domingo tudo seria diferente no Sócratesgate, pois as rábulas do Gato Fedoreto do passado domingo fariam mais pela queda em desgraça de Sócrates do que tudo o que tinha sido feito pela comunicação social até então.
Certo é que nos diferentes círculos em que me movi nesse dia todos tratavam todos por Sr. Eng.. E a piada dura, dura…, dura….!
Não resta pedra sobre pedra. Já (quase) todos sabem que o chefe do executivo, a quarta figura da Nação é um salafrário, sucateiro e “aldrabilhas”. Sim “aldrabilhas” porque nem jeito para aldrabão tem.
As olheiras ontem, em Rabat, não deixam duvidas. Sócrates sabe que caiu em desgraça. Mas tambem sabe que vai manter-se, estoicamente, na liderança do governo. De olheiras e orelhas de burro. Mas estoicamente lá.
Portugal tem o primeiro-ministro que merece ter.

Portugal tem o primeiro-ministro que merece ter (II)

No passado dia 22, quando a novela Sócrtaesgate ainda era uma miragem e apenas alguns tolos da blogosfera ligavam ao assunto escrevi aqui (link) qualquer coisa como: Sócrates não agiu sempre de forma limpa, leal e legal. Mas sim suja, desleal e ilegal.
(…)Torna-se claro e inequívoco que Sócrates é um vigaro; um tuga igual a tanto outros tugas que não se coíbe de viver e crescer alimentando-se de expedientes. Portugal tem um primeiro-ministro à sua imagem. Portugal tem o primeiro-ministro que merece ter(...).

Na passada segunda-feira de manhã, quando via Graça Franco a comentar os jornais na RTPN não quis acreditar no que ouvia. A comentadora defendia que a partir de Domingo tudo seria diferente no Sócratesgate, pois as rábulas do Gato Fedoreto do passado domingo fariam mais pela queda em desgraça de Sócrates do que tudo o que tinha sido feito pela comunicação social até então.
Certo é que nos diferentes círculos em que me movi nesse dia todos tratavam todos por Sr. Eng.. E a piada dura, dura…, dura….!
Não resta pedra sobre pedra. Já (quase) todos sabem que o chefe do executivo, a quarta figura da Nação é um salafrário, sucateiro e “aldrabilhas”. Sim “aldrabilhas” porque nem jeito para aldrabão tem.
As olheiras ontem, em Rabat, não deixam duvidas. Sócrates sabe que caiu em desgraça. Mas tambem sabe que vai manter-se, estoicamente, na liderança do governo. De olheiras e orelhas de burro. Mas estoicamente lá.
Portugal tem o primeiro-ministro que merece ter.

Há manhãs gloriosas*




*Ou será que…, há manhas gloriosas. Ou então: amanhãs gloriosos?
Força Marítimo, tu és a nossa fé!

Há manhãs gloriosas*




*Ou será que…, há manhas gloriosas. Ou então: amanhãs gloriosos?
Força Marítimo, tu és a nossa fé!

o delírio

A embriaguez das corporações afectadas por este Governo conduziu a um estado delirante. O blogue de uma dessas corporações apresenta agora uma correcção alternativa (mais desfavorável, claro!) a uma prova realizada quase há 11 anos.
Que se seguirá agora? A medição do nível de fumo no gabinete , para ver se o homem fuma às escondidas? A análise da água da sanita, para ver se o homem bebeu um copo a mais? Não há por aí uma foto de Sócrates a coçar os tomates?
É o delírio...

o delírio

A embriaguez das corporações afectadas por este Governo conduziu a um estado delirante. O blogue de uma dessas corporações apresenta agora uma correcção alternativa (mais desfavorável, claro!) a uma prova realizada quase há 11 anos.
Que se seguirá agora? A medição do nível de fumo no gabinete , para ver se o homem fuma às escondidas? A análise da água da sanita, para ver se o homem bebeu um copo a mais? Não há por aí uma foto de Sócrates a coçar os tomates?
É o delírio...