quinta-feira, 29 de novembro de 2007

As virgens suicidas

…passado o desvario do post anterior…

Imaculada como o destino, a musica não dá tréguas. Quando a nossa ingenuidade teima em pensar que o nosso ouvido já tudo escutou, as sete notas do universo, montadas no cavalo branco do apocalipse, lá nos fazem descer à terra; lá nos fazem subir ao céu. Como já alguém deve ter dito, a pop electrónica destas três raparigas de vozes sussurradas mas celestiais é melancólica, íntima, delicada, doce, confortável e cintilante. Apaixonante, pois claro. Mesmo. Como escreveu aqui (link) Nuno Galopim ao seu redor evoluem filigranas digitais de espantosa fragilidade.
Diz o mito urbano que o nome desta banda que vem do outro lado do Oceano deriva de uma fala de uma personagem menor de um filme obscuro de Tim Burton. Diz o mesmo mito que esta é a banda preferida de um tal David Lynch. Certo é que estas três meninas andaram em passeio europeu a fazer a primeira parte de uma banda francesa chamada Air e chegam agora ao ponto onde a terra acaba e o caminho de regresso a casa começa. Au Revoir Simone, despidas de preconceitos, sensuais até ao desespero, tocam na semana que vem em Braga e em Lisboa. É nestas coisas que devemos ser egocêntricos: nós merecemo-las. Mas até no egocentrismo podemos ser solidários. Apesar da minha preferida ser Through The Backyards, convido-vos a sonhar com um passeio no paraíso abraçados a elas ao som de Fallen Snow.

As virgens suicidas

…passado o desvario do post anterior…

Imaculada como o destino, a musica não dá tréguas. Quando a nossa ingenuidade teima em pensar que o nosso ouvido já tudo escutou, as sete notas do universo, montadas no cavalo branco do apocalipse, lá nos fazem descer à terra; lá nos fazem subir ao céu. Como já alguém deve ter dito, a pop electrónica destas três raparigas de vozes sussurradas mas celestiais é melancólica, íntima, delicada, doce, confortável e cintilante. Apaixonante, pois claro. Mesmo. Como escreveu aqui (link) Nuno Galopim ao seu redor evoluem filigranas digitais de espantosa fragilidade.
Diz o mito urbano que o nome desta banda que vem do outro lado do Oceano deriva de uma fala de uma personagem menor de um filme obscuro de Tim Burton. Diz o mesmo mito que esta é a banda preferida de um tal David Lynch. Certo é que estas três meninas andaram em passeio europeu a fazer a primeira parte de uma banda francesa chamada Air e chegam agora ao ponto onde a terra acaba e o caminho de regresso a casa começa. Au Revoir Simone, despidas de preconceitos, sensuais até ao desespero, tocam na semana que vem em Braga e em Lisboa. É nestas coisas que devemos ser egocêntricos: nós merecemo-las. Mas até no egocentrismo podemos ser solidários. Apesar da minha preferida ser Through The Backyards, convido-vos a sonhar com um passeio no paraíso abraçados a elas ao som de Fallen Snow.

E se de repente, no meio do passeio blogosférico da noite, alguém lhe oferecer flores

Há coisas giras. Ando longe das pistas faz uns tempos – uma vergonha; mas tenho me cruzado com esta musica meia volta, volta e meia, em especial quando ao andar de automovel tenho o azar de carregar no botão do rádio e vou parar a uma estação cá da nossa terrinha que se chama orbital e só passa remixes chungas até dizer chega…
…mas agora que vejo o vídeo da coisa…, então não é que existe aqui um groove do cacete?
É chunga mas diverte. E tem uma enorme vantagem, Diz que é uma espécie de música kleenex. Ouve-se três vezes e deita-se fora. Não está estragada mas enjoa que se farta. [Com a devida vénia à Sara, a culpada deste post]

E se de repente, no meio do passeio blogosférico da noite, alguém lhe oferecer flores

Há coisas giras. Ando longe das pistas faz uns tempos – uma vergonha; mas tenho me cruzado com esta musica meia volta, volta e meia, em especial quando ao andar de automovel tenho o azar de carregar no botão do rádio e vou parar a uma estação cá da nossa terrinha que se chama orbital e só passa remixes chungas até dizer chega…
…mas agora que vejo o vídeo da coisa…, então não é que existe aqui um groove do cacete?
É chunga mas diverte. E tem uma enorme vantagem, Diz que é uma espécie de música kleenex. Ouve-se três vezes e deita-se fora. Não está estragada mas enjoa que se farta. [Com a devida vénia à Sara, a culpada deste post]

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Aos vinte comunista, aos trinta socialista, aos quarenta social-democrata?

Com que então casinha nova, eihnnn Daniel. Bonita. Um luxo. T5 duplex com vidros duplos de 5mm, aquecimento central por caldeira, lareira e ar condicionado. Vários lugares de garagem - deve ser para lá meter essa enorme scotter, não? Soalho em carvalho e aquele plasma da moda. Bela vida de burguês, eihnnnn Daniel.

Aos vinte comunista, aos trinta socialista, aos quarenta social-democrata?

Com que então casinha nova, eihnnn Daniel. Bonita. Um luxo. T5 duplex com vidros duplos de 5mm, aquecimento central por caldeira, lareira e ar condicionado. Vários lugares de garagem - deve ser para lá meter essa enorme scotter, não? Soalho em carvalho e aquele plasma da moda. Bela vida de burguês, eihnnnn Daniel.

Então e por este moço ninguém coloca a bandeirinha à janela?

Silvano Lourenço que ilustrou assim (link) o nosso Há Liberdade #78 acabou de se sagrar Campeão Europeu de Bodyboard, mantendo assim o título em Portugal. Aliás, nos últimos cinco anos só por uma vez o ceptro fugiu aos marujos lusos e nos últimos dez por seis vezes atletas cá do nosso mar acabaram no mais alto lugar desse desejado podium. É assim o bodyboard português na Europa: o melhor! Mas não se pense que é tudo facilidades. Silvano, este nosso amigo de Peniche que anda lá fora a lutar pela vida, vê-se e deseja-se para pedinchar uns trocos à indústria da modalidade e levantar no fim a bandeira das quinas; obviamente sem qualquer apoio ou subsidio do Estado. Vence e não reclama às autoridades estatutos especiais, locais para treinar ou, sei lá, que pelo menos limpem decentemente as praias onde diariamente treina ou não estraguem (mais) a costa portuguesa. Enquanto isso, para os milionários do pontapé na bola, e outros que tais…, é o que se sabe.
Parabéns Silvano, vence por nós!

Então e por este moço ninguém coloca a bandeirinha à janela?

Silvano Lourenço que ilustrou assim (link) o nosso Há Liberdade #78 acabou de se sagrar Campeão Europeu de Bodyboard, mantendo assim o título em Portugal. Aliás, nos últimos cinco anos só por uma vez o ceptro fugiu aos marujos lusos e nos últimos dez por seis vezes atletas cá do nosso mar acabaram no mais alto lugar desse desejado podium. É assim o bodyboard português na Europa: o melhor! Mas não se pense que é tudo facilidades. Silvano, este nosso amigo de Peniche que anda lá fora a lutar pela vida, vê-se e deseja-se para pedinchar uns trocos à indústria da modalidade e levantar no fim a bandeira das quinas; obviamente sem qualquer apoio ou subsidio do Estado. Vence e não reclama às autoridades estatutos especiais, locais para treinar ou, sei lá, que pelo menos limpem decentemente as praias onde diariamente treina ou não estraguem (mais) a costa portuguesa. Enquanto isso, para os milionários do pontapé na bola, e outros que tais…, é o que se sabe.
Parabéns Silvano, vence por nós!

PALETA DE PALAVRAS LXIV

«A Internet é a maior colecção de insultos, mexericos, boatos e disparates alguma vez reunida na história da humanidade. Existem também coisas excelentes, belas e grandiosas, com uma qualidade única e inovadora. Mas não há dúvida que numa grande parte dos blogs, mensagens, comentários e sites de debate dominam o pedantismo e a grosseria, maldade e despeito, vacuidade e a mais pura e prístina estupidez.

Qual a razão do facto? Podia dizer-se que a Net atrai pessoas de mau carácter, mas todos os sinais são contrários. É evidente que quem frequenta as novas tecnologias da comunicação ainda pertence a uma elite favorecida, com mais formação e conhecimentos que a média. Por muito que se tenha popularizado, a sociedade virtual é dominada pelos mais educados e sofisticados de um país como Portugal.

Assim a explicação mais plausível tem de ser outra: a Net tende a trazer ao de cima os instintos mais baixos dos que a frequentam. Uma prova desse facto é que muita gente põe em blogs e e-mails coisas que teria vergonha de dizer ao telefone, escrever numa carta ou publicar em jornais ou livros. Aliás vê-se que, interpelado ou confrontado com o que escreveu, frequentemente o autor cai em si e admite ter-se deixado levar pelo meio. O que prova que existe algo nessa forma de comunicação que motiva o dislate.»

João César das Neves, in Diário de Notícias, ontem, 26-11.

PALETA DE PALAVRAS LXIV

«A Internet é a maior colecção de insultos, mexericos, boatos e disparates alguma vez reunida na história da humanidade. Existem também coisas excelentes, belas e grandiosas, com uma qualidade única e inovadora. Mas não há dúvida que numa grande parte dos blogs, mensagens, comentários e sites de debate dominam o pedantismo e a grosseria, maldade e despeito, vacuidade e a mais pura e prístina estupidez.

Qual a razão do facto? Podia dizer-se que a Net atrai pessoas de mau carácter, mas todos os sinais são contrários. É evidente que quem frequenta as novas tecnologias da comunicação ainda pertence a uma elite favorecida, com mais formação e conhecimentos que a média. Por muito que se tenha popularizado, a sociedade virtual é dominada pelos mais educados e sofisticados de um país como Portugal.

Assim a explicação mais plausível tem de ser outra: a Net tende a trazer ao de cima os instintos mais baixos dos que a frequentam. Uma prova desse facto é que muita gente põe em blogs e e-mails coisas que teria vergonha de dizer ao telefone, escrever numa carta ou publicar em jornais ou livros. Aliás vê-se que, interpelado ou confrontado com o que escreveu, frequentemente o autor cai em si e admite ter-se deixado levar pelo meio. O que prova que existe algo nessa forma de comunicação que motiva o dislate.»

João César das Neves, in Diário de Notícias, ontem, 26-11.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Da série: “olha que grande novidade!"

Da série: “olha que grande novidade!"

A única geração de jeito é a que teve 15 anos em 1990

Afirma a rititi numa série de postais a não perder, aqui, aqui e aqui. E explica porquê, por exemplo, assim: gostaria eu de ver os putos de agora a marmelar com os slows de Rick Asley (ou o que é bastante mais asqueroso: ao som dos inenarráveis Trovante, arrrrg...) enquanto bebem aquela bebida radioactiva chamada pisangambom. Também eu.
Mas diz mais: os que nasceram antes de 1970 são uns cotas que deveriam deixar de invejar-nos e tentar ser felizes com a maturidade e a calvície. (…) Os que nasceram depois de 1980 são uns pintelhos insignificantes ao nosso lado.
Apoiado. Eu, fiquei tão perturbado por ter crescido nessa época que ainda hoje sonho diariamente com o clip (que na altura via no Vivámusica do Jorge Pego) do clássico One Night In Bangkok de Murray Head. Quem?, perguntas tu rititi. Pois é. Só tinhas oito ou nove anitos à época, não era? É que, bem feitas as contas, a única geração de jeito é a que teve 17/18 anos em 1990. Esses, sim. São os heróis, com tudo o que tiveram que aturar na adolescência
Acho que só passando uma noite em Bangkok para exrorcizar os meus fantasmas. Uma, não. Varias. Passagem de ano incluída. Que se fodam, pois, os anos 80!

A única geração de jeito é a que teve 15 anos em 1990

Afirma a rititi numa série de postais a não perder, aqui, aqui e aqui. E explica porquê, por exemplo, assim: gostaria eu de ver os putos de agora a marmelar com os slows de Rick Asley (ou o que é bastante mais asqueroso: ao som dos inenarráveis Trovante, arrrrg...) enquanto bebem aquela bebida radioactiva chamada pisangambom. Também eu.
Mas diz mais: os que nasceram antes de 1970 são uns cotas que deveriam deixar de invejar-nos e tentar ser felizes com a maturidade e a calvície. (…) Os que nasceram depois de 1980 são uns pintelhos insignificantes ao nosso lado.
Apoiado. Eu, fiquei tão perturbado por ter crescido nessa época que ainda hoje sonho diariamente com o clip (que na altura via no Vivámusica do Jorge Pego) do clássico One Night In Bangkok de Murray Head. Quem?, perguntas tu rititi. Pois é. Só tinhas oito ou nove anitos à época, não era? É que, bem feitas as contas, a única geração de jeito é a que teve 17/18 anos em 1990. Esses, sim. São os heróis, com tudo o que tiveram que aturar na adolescência
Acho que só passando uma noite em Bangkok para exrorcizar os meus fantasmas. Uma, não. Varias. Passagem de ano incluída. Que se fodam, pois, os anos 80!

Sumol Nazaré Special Edition adiado

Nem tudo é medíocre em Portugal. Ainda há quem procure a excelência. E quem a procura merece ser aplaudido, mesmo que o nosso egoísmo fique descontente com a decisão: O Sumol Nazaré Special Edition não é um campeonato normal: só participam atletas de topo e as ondas têm de estar perfeitas. O elevado grau de exigência tem os seus custos e, em vez de baixar os padrões de qualidade do campeonato, a organização preferiu adiar a competição. Durante Novembro, a Praia do Norte nunca demonstrou toda a sua força e agora, a provar a qualidade do grupo, mais de metade dos atletas convocados estão a caminho do Mundial de BB a disputar nas Canárias até dia 8 de Dezembro. A organização deseja-lhes boa sorte e bom treino para o Sumol Nazaré Special Edition. O novo período de espera está marcado entre 10 e 31 de Dezembro. Haverá melhor maneira de fechar o ano?

Sumol Nazaré Special Edition adiado

Nem tudo é medíocre em Portugal. Ainda há quem procure a excelência. E quem a procura merece ser aplaudido, mesmo que o nosso egoísmo fique descontente com a decisão: O Sumol Nazaré Special Edition não é um campeonato normal: só participam atletas de topo e as ondas têm de estar perfeitas. O elevado grau de exigência tem os seus custos e, em vez de baixar os padrões de qualidade do campeonato, a organização preferiu adiar a competição. Durante Novembro, a Praia do Norte nunca demonstrou toda a sua força e agora, a provar a qualidade do grupo, mais de metade dos atletas convocados estão a caminho do Mundial de BB a disputar nas Canárias até dia 8 de Dezembro. A organização deseja-lhes boa sorte e bom treino para o Sumol Nazaré Special Edition. O novo período de espera está marcado entre 10 e 31 de Dezembro. Haverá melhor maneira de fechar o ano?

Os Gato Fedorento ao pé desta rapaziada são uns meros aprendizes

Quem vos avisa vosso amigo é: como diz o outro olhem que vale bem a pena…, vale, vale.

Os Gato Fedorento ao pé desta rapaziada são uns meros aprendizes

Quem vos avisa vosso amigo é: como diz o outro olhem que vale bem a pena…, vale, vale.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Há Liberdade (LXXXVIII)

Bruuu por Mickey Smith

Há Liberdade (LXXXVIII)

Bruuu por Mickey Smith

Entrevista do Inspector-Geral da Administração Interna ao Expresso

Clemente Lima, juiz desembargador de carreira, deu esta semana uma entrevista ao Expresso e não deixou pedra sobre pedra no trabalho das polícias portuguesas com especial destaque para a PSP e a GNR. Os “bófias” estão zangados e sentem-se injustiçados. Vale-lhes a caixa de comentários da notícia no sítio do jornal (link) cuja leitura é um bom passatempo enquanto se faz a digestão do almoço por essas esquadras e quartéis fora. Mas o melhor da entrevista está nas entrelinhas. Clemente Lima, claramente sem grande cuidado nas palavras, compara a investigação criminal da PSP e da GNR ao velho Oeste Americano dizendo que tais agentes “trabalham com um certo espírito de Cowboy, agente da PJ, infiltrado”. Assim, sem mais nem menos, se arrasa de uma penada a investigação criminal em Portugal, pois indirectamente os próprios inspectores da PJ são comparados a cowboys e infiltrados. Está bonito, isto.

Entrevista do Inspector-Geral da Administração Interna ao Expresso

Clemente Lima, juiz desembargador de carreira, deu esta semana uma entrevista ao Expresso e não deixou pedra sobre pedra no trabalho das polícias portuguesas com especial destaque para a PSP e a GNR. Os “bófias” estão zangados e sentem-se injustiçados. Vale-lhes a caixa de comentários da notícia no sítio do jornal (link) cuja leitura é um bom passatempo enquanto se faz a digestão do almoço por essas esquadras e quartéis fora. Mas o melhor da entrevista está nas entrelinhas. Clemente Lima, claramente sem grande cuidado nas palavras, compara a investigação criminal da PSP e da GNR ao velho Oeste Americano dizendo que tais agentes “trabalham com um certo espírito de Cowboy, agente da PJ, infiltrado”. Assim, sem mais nem menos, se arrasa de uma penada a investigação criminal em Portugal, pois indirectamente os próprios inspectores da PJ são comparados a cowboys e infiltrados. Está bonito, isto.

domingo, 25 de novembro de 2007

Valente & Barreto

Há dias assim. O Público de hoje vem com duas crónicas fabulosas:
"Despotismo iluminado"
Vasco Pulido Valente

"Eles estão doidos"

António Barreto

Valente & Barreto

Há dias assim. O Público de hoje vem com duas crónicas fabulosas:
"Despotismo iluminado"
Vasco Pulido Valente

"Eles estão doidos"

António Barreto

Efervescências (XIII) - A caminho da Africa do Sul?

Portugal não teve azar no sorteio da qualificação para o Mundial 2010. Na rota Lusa vamos encontrar no Grupo 1: Suécia, Dinamarca, Hungria, Albania e Malta. Os nórdicos não são papões e evitamos as aborrecidas deslocações ao Leste. Podia ter sido bem pior. O primeiro classificado tem apuramento directo, os oito melhores segundos jogam entre si um play-off. Curiosidade: Os ingleses vão encontrar de novo o carrasco croata. Bem feito!

Efervescências (XIII) - A caminho da Africa do Sul?

Portugal não teve azar no sorteio da qualificação para o Mundial 2010. Na rota Lusa vamos encontrar no Grupo 1: Suécia, Dinamarca, Hungria, Albania e Malta. Os nórdicos não são papões e evitamos as aborrecidas deslocações ao Leste. Podia ter sido bem pior. O primeiro classificado tem apuramento directo, os oito melhores segundos jogam entre si um play-off. Curiosidade: Os ingleses vão encontrar de novo o carrasco croata. Bem feito!

Coimbra tem mais encanto vestida de encarnado e branco

Não sei se dou sorte, Nuno. Para mim esta foi apenas a terceira "saida" da época e foi a primeira vez que trouxe a vitória no saco (empate com o Leixões no Bessa e derrota em Setúbal para a Taça da Liga). Mas, naturalmente, não posso recusar o teu amável convite.

1. Nesta jornada comecei por ver muita coisa ainda estava em Lisboa. Vi, por exemplo, Luís Filipe Vieira reconhecer o obvio - irra, mais vale tarde que nunca. Disse o líder encarnado, na sexta feira passada, que o Benfica não tem claques mas sim sócios. Ponto final parágrafo.

2. Já em Coimbra, num local que antigamente se chamava Calhabé, vi o grupo de sócios sem nome invadir um sector inteiro no topo sul do estádio. Foram seguramente mais de quinhentos rapazes e raparigas (muitas!) sem nome que durante quase todo o jogo silenciaram o resto do estádio. Não há palavras para descrever o amor desta gente ao nosso querido clube. Com eles (e elas) o Benfica é imensamente mais rico […e cada vez seremos mais!].

3. Mas vi também coisas que parece que mais ninguém viu. Por exemplo, no primeiro golo do Benfica, devemos creditar meio tento ao Nuno Gomes. As imagens da televisão não mostram, a imprensa escrita de hoje não fala nisso (estou para perceber parque é que insisto em comprar A Bola ainda que de vez em quando). Aquando da marcação do livre pensei para mim mesmo que "aquilo não ia dar nada" pois havia gente a mais entre a bola e a baliza. O Nuno ocupou um lugar na barreira mas assim que o lance se inicia corre em direcção bola e de forma pouco ortodoxa lança-se para o chão abrindo um rombo imenso por onde a bola viaja até às redes adversária. Com aquele movimento o Nuno tapou o angulo de visão a Ricardo até ao ultimo segundo possível. Foi golo!

4. Vi também um Benfica por vezes pouco pressionante para tão pouca Académica (equipa organizadinha mas sem génio em qualquer dos sectores). Mas vi ainda uma equipa técnica que dá uma confiança incrível a todo o grupo de trabalho mantendo a pressão no nível certo até ao apito final. E foi assim que pela primeira vez um dos torpedos lançados por Binya para o centro da área teve sucesso - parece que também ninguém reparou no pormenor. Bynia lança a bola como ninguém o faz em Portugal. Os adversários não estão preparados para defender este tipo de lances e a experiência de Luisão fez o resto. Foi golo!

5. Foi golo ainda de Adu. Porque o jovem norte americano está cada vez mais seguro, maduro , concentrado e será um grande trunfo do Benfica do futuro.

6. Vi finalmente a equipa dirigir-se após o apito final ao topo sul do calhabé. Mais de dez mil apoiantes do nosso querido clube deram-lhe um abraço gigante. E eles retribuíram. Um uníssono inédito esta época, jogos na Luz inclusive. Mas estes momentos são para mim e para quem esteve no estádio, Nuno. Porque infelizmente a comunicação social portuguesa teima em compreender que quando se fala em Benfica deve falar-se sempre, no principio e no fim, daqueles que são a verdadeira alma Benfiquista; os incansáveis obreiros da mística Benfiquista.

7. Força Benfica vence, cada vez queremos mais!

Coimbra tem mais encanto vestida de encarnado e branco

Não sei se dou sorte, Nuno. Para mim esta foi apenas a terceira "saida" da época e foi a primeira vez que trouxe a vitória no saco (empate com o Leixões no Bessa e derrota em Setúbal para a Taça da Liga). Mas, naturalmente, não posso recusar o teu amável convite.

1. Nesta jornada comecei por ver muita coisa ainda estava em Lisboa. Vi, por exemplo, Luís Filipe Vieira reconhecer o obvio - irra, mais vale tarde que nunca. Disse o líder encarnado, na sexta feira passada, que o Benfica não tem claques mas sim sócios. Ponto final parágrafo.

2. Já em Coimbra, num local que antigamente se chamava Calhabé, vi o grupo de sócios sem nome invadir um sector inteiro no topo sul do estádio. Foram seguramente mais de quinhentos rapazes e raparigas (muitas!) sem nome que durante quase todo o jogo silenciaram o resto do estádio. Não há palavras para descrever o amor desta gente ao nosso querido clube. Com eles (e elas) o Benfica é imensamente mais rico […e cada vez seremos mais!].

3. Mas vi também coisas que parece que mais ninguém viu. Por exemplo, no primeiro golo do Benfica, devemos creditar meio tento ao Nuno Gomes. As imagens da televisão não mostram, a imprensa escrita de hoje não fala nisso (estou para perceber parque é que insisto em comprar A Bola ainda que de vez em quando). Aquando da marcação do livre pensei para mim mesmo que "aquilo não ia dar nada" pois havia gente a mais entre a bola e a baliza. O Nuno ocupou um lugar na barreira mas assim que o lance se inicia corre em direcção bola e de forma pouco ortodoxa lança-se para o chão abrindo um rombo imenso por onde a bola viaja até às redes adversária. Com aquele movimento o Nuno tapou o angulo de visão a Ricardo até ao ultimo segundo possível. Foi golo!

4. Vi também um Benfica por vezes pouco pressionante para tão pouca Académica (equipa organizadinha mas sem génio em qualquer dos sectores). Mas vi ainda uma equipa técnica que dá uma confiança incrível a todo o grupo de trabalho mantendo a pressão no nível certo até ao apito final. E foi assim que pela primeira vez um dos torpedos lançados por Binya para o centro da área teve sucesso - parece que também ninguém reparou no pormenor. Bynia lança a bola como ninguém o faz em Portugal. Os adversários não estão preparados para defender este tipo de lances e a experiência de Luisão fez o resto. Foi golo!

5. Foi golo ainda de Adu. Porque o jovem norte americano está cada vez mais seguro, maduro , concentrado e será um grande trunfo do Benfica do futuro.

6. Vi finalmente a equipa dirigir-se após o apito final ao topo sul do calhabé. Mais de dez mil apoiantes do nosso querido clube deram-lhe um abraço gigante. E eles retribuíram. Um uníssono inédito esta época, jogos na Luz inclusive. Mas estes momentos são para mim e para quem esteve no estádio, Nuno. Porque infelizmente a comunicação social portuguesa teima em compreender que quando se fala em Benfica deve falar-se sempre, no principio e no fim, daqueles que são a verdadeira alma Benfiquista; os incansáveis obreiros da mística Benfiquista.

7. Força Benfica vence, cada vez queremos mais!

sábado, 24 de novembro de 2007

Pedro, tu dás sorte!

O Pedro foi a Coimbra ver o Glorioso defrontar a Briosa. E viu uma equipa a saber combater a adversidade, com a perda de um jogador por lesão logo no início do jogo, enviando bolas ao poste, vendo-lhe ser negado um penalty claro e sofrendo um golo através de uma "assistência" de Luís Filipe.
Viu Camacho a virar a equipa do avesso, sacrificando Nuno Gomes e Katsouranis, substituições que, se o jogo tivesse corrido mal, seriam dardos enviados contra si.
Viu o David Luís a fazer de Léo e a empurrar a equipa para a frente, viu o Luisão a fazer de Nuno Gomes e marcar com classe, e viu o Freddy Adu a ser de novo o talismã da equipa: Adu só entra quando a equipa está a perder ou empatada. Mas sempre que entra, o Benfica consegue marcar o golo de empate ou o da vitória.
Mas quero que ele explique por si o que todos vimos... por isso anda depressa Pedro, vem contar o que viste!

Pedro, tu dás sorte!

O Pedro foi a Coimbra ver o Glorioso defrontar a Briosa. E viu uma equipa a saber combater a adversidade, com a perda de um jogador por lesão logo no início do jogo, enviando bolas ao poste, vendo-lhe ser negado um penalty claro e sofrendo um golo através de uma "assistência" de Luís Filipe.
Viu Camacho a virar a equipa do avesso, sacrificando Nuno Gomes e Katsouranis, substituições que, se o jogo tivesse corrido mal, seriam dardos enviados contra si.
Viu o David Luís a fazer de Léo e a empurrar a equipa para a frente, viu o Luisão a fazer de Nuno Gomes e marcar com classe, e viu o Freddy Adu a ser de novo o talismã da equipa: Adu só entra quando a equipa está a perder ou empatada. Mas sempre que entra, o Benfica consegue marcar o golo de empate ou o da vitória.
Mas quero que ele explique por si o que todos vimos... por isso anda depressa Pedro, vem contar o que viste!

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Todos querem saber, quem nós somos

Perguntaram-me há pouco porque é que este sábado à noite vou a Coimbra de mota, sozinho, seguramente com uma temperatura inferior a dez graus. A quem quer saber a resposta aconselho vivamente o visionamento atento destes quatro minutos. Talvez fique com uma pequena ideia das razões da minha escolha.


[AVISO: este video não é aconselhável a adeptos benfiquistas de lágrima fácil]

Todos querem saber, quem nós somos

Perguntaram-me há pouco porque é que este sábado à noite vou a Coimbra de mota, sozinho, seguramente com uma temperatura inferior a dez graus. A quem quer saber a resposta aconselho vivamente o visionamento atento destes quatro minutos. Talvez fique com uma pequena ideia das razões da minha escolha.


[AVISO: este video não é aconselhável a adeptos benfiquistas de lágrima fácil]

Natal 1

Fiquei preocupado com este post do Pedro, onde ele toca (com sal) na ferida: é bem possível que a comercialização e banalização do Natal tenha destruído o espírito da época e o nosso envolvimento colectivo no simbolismo riquíssimo, tanto cristão como pagão, que nos dias de hoje tem como veículo duplo o menino Jesus e o Pai Natal.
Vai daí, lembrei-me "- e porque não puxar das memórias de algumas coisas boas que nos transportam imediatamente para o Natal?" Sempre é melhor que a música de elevador que anda por aí em todo o lado, não é?
Ora aqui vai já uma música com 20 anos. É o "Fairytale of New York" dos "The Pogues" (com Kirsty MacColl), e é uma delícia...

Natal 1

Fiquei preocupado com este post do Pedro, onde ele toca (com sal) na ferida: é bem possível que a comercialização e banalização do Natal tenha destruído o espírito da época e o nosso envolvimento colectivo no simbolismo riquíssimo, tanto cristão como pagão, que nos dias de hoje tem como veículo duplo o menino Jesus e o Pai Natal.
Vai daí, lembrei-me "- e porque não puxar das memórias de algumas coisas boas que nos transportam imediatamente para o Natal?" Sempre é melhor que a música de elevador que anda por aí em todo o lado, não é?
Ora aqui vai já uma música com 20 anos. É o "Fairytale of New York" dos "The Pogues" (com Kirsty MacColl), e é uma delícia...

Pa-Che-Co

Pa-Che-Co

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

N ARIANES IX

Cena de Larry e Anna - em "Closer" (2004), de Mike Nichols



Esta cena é digna, para mim, de constar aqui no N ARIANES, mas por razões que ainda não são muito seguras e reflectidas, confesso. O que é facto é que marcou-me. Não pela excepcional interpretação de ambos, pois Julia Roberts teve num nível, diria, razoável e o Clive Owen no muito bom, como é seu apanágio.
A cena marca, julgo eu, porque em "filme ao estilo hollywood" nunca vi, ou não me recordo, de se falar sobre uma relação sexual, entre um casal, tão descritivamente condensada e intensivamente sentida, no domínio dramático e "linguístico" (no seu sentido corrente).
Portanto, sem portantos, é uma cena com simplicidade, mas que entra e fica. Como tantas outras cenas que, com ou sem especial explicação racional, perfilhamos na nossa vivência arcadiana.

N ARIANES IX

Cena de Larry e Anna - em "Closer" (2004), de Mike Nichols



Esta cena é digna, para mim, de constar aqui no N ARIANES, mas por razões que ainda não são muito seguras e reflectidas, confesso. O que é facto é que marcou-me. Não pela excepcional interpretação de ambos, pois Julia Roberts teve num nível, diria, razoável e o Clive Owen no muito bom, como é seu apanágio.
A cena marca, julgo eu, porque em "filme ao estilo hollywood" nunca vi, ou não me recordo, de se falar sobre uma relação sexual, entre um casal, tão descritivamente condensada e intensivamente sentida, no domínio dramático e "linguístico" (no seu sentido corrente).
Portanto, sem portantos, é uma cena com simplicidade, mas que entra e fica. Como tantas outras cenas que, com ou sem especial explicação racional, perfilhamos na nossa vivência arcadiana.

N DIAGONAIS XIX

O futuro dos parlamentos

N DIAGONAIS XIX

O futuro dos parlamentos

Libertem os Pais Natais, por favor

De vez em quando há que abastecer a adega. E como o hipermercado da esquina tem muita escolha e bons preços lá fui sujeito ao primeiro “jingle bells” da época – um som vagamente irritante cuspido de umas colunas afónicas. Há pouco no Atrium Saldanha, o belo piano que nos aquece os ouvidos e o coração ao fim da tarde também não resistiu ao momento e lá tive de levar com o primeiro “white christmas” da season.
As montras já há muito que estão engalanadas, as ruas mais ou menos iluminadas e as vias saturadas de automóveis. Os Pais Natais, desde, pelo menos, o São Martinho, já estão pendurados às janelas, presos e bem presos (como o de uma das minhas vizinhas que podem conhecer na foto). Aproximam-se os jantares “das empresas” e dos variados grupos de amigos que acabam invariavelmente em mais um whisky na discoteca da moda ou numa qualquer casa de putas manhosa – pois neste país de merda nem as putas escapam, fugindo do “cantinho à beira mar plantado” como o Diabo foge da cruz).
É assim o Natal pós-moderno, minha gente. E confesso que a “este natal” mundano adiro sem reservas. Não é dele que me queixo. Queixo-me que a tudo isto valia a pena juntar uma pitada, uma pitadinha vá, de sentido e valor. Que se corra freneticamente pela posta de bacalhau mais desejada do ano, mas que não se corra apenas pela dita cuja.
Por esta se muitas outras que não vêem agora ao caso fartei-me da época que se avizinha vai para um par de anos. Assim, pelo segundo ano consecutivo, preparo-me para me pôr a andar daqui para fora (rapidamente e em força) para não ter de aturar o oco “espírito da época” – Indochina meu amor, não partas agora que eu estou quase a chegar.
Deixo apenas um desejo: libertem os Pais Natais, por favor!

Libertem os Pais Natais, por favor

De vez em quando há que abastecer a adega. E como o hipermercado da esquina tem muita escolha e bons preços lá fui sujeito ao primeiro “jingle bells” da época – um som vagamente irritante cuspido de umas colunas afónicas. Há pouco no Atrium Saldanha, o belo piano que nos aquece os ouvidos e o coração ao fim da tarde também não resistiu ao momento e lá tive de levar com o primeiro “white christmas” da season.
As montras já há muito que estão engalanadas, as ruas mais ou menos iluminadas e as vias saturadas de automóveis. Os Pais Natais, desde, pelo menos, o São Martinho, já estão pendurados às janelas, presos e bem presos (como o de uma das minhas vizinhas que podem conhecer na foto). Aproximam-se os jantares “das empresas” e dos variados grupos de amigos que acabam invariavelmente em mais um whisky na discoteca da moda ou numa qualquer casa de putas manhosa – pois neste país de merda nem as putas escapam, fugindo do “cantinho à beira mar plantado” como o Diabo foge da cruz).
É assim o Natal pós-moderno, minha gente. E confesso que a “este natal” mundano adiro sem reservas. Não é dele que me queixo. Queixo-me que a tudo isto valia a pena juntar uma pitada, uma pitadinha vá, de sentido e valor. Que se corra freneticamente pela posta de bacalhau mais desejada do ano, mas que não se corra apenas pela dita cuja.
Por esta se muitas outras que não vêem agora ao caso fartei-me da época que se avizinha vai para um par de anos. Assim, pelo segundo ano consecutivo, preparo-me para me pôr a andar daqui para fora (rapidamente e em força) para não ter de aturar o oco “espírito da época” – Indochina meu amor, não partas agora que eu estou quase a chegar.
Deixo apenas um desejo: libertem os Pais Natais, por favor!

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Estamos lá e o resto é conversa

Numa longínqua sexta-feira, dia 27 de Janeiro de 2006 deixava aqui (link) no Arcádia o meu desejo de dar uma “voltinha” de mota pela Europa Central no verão de 2008. E se não fosse pedir muito, desejava também uma qualificação de Portugal para o campeonato europeu de futebol que por lá se irá jogar no próximo Junho. Juntando o útil ao agradável…
Ora, os nossos “mininos” mimados, à rasquinha, lá me fizeram a vontade. Resta pois “orientar uns trocos” para gasolina e meter a tenda em cima da top-case. Mas…, falta um pequeno pormenor: bilhetes para a bola. É que os senhores da UEFA já venderam antecipadamente cerca de trinta por cento dos ingressos para o torneio e agora os “Zés povinhos” por essa Europa fora que se desunhem com o que resta. É assim o futebol moderno. É bom, mas não é para todos. A minha sorte é que as curvas alpinas não fogem. E não é preciso tirar bilhete para lá passear.

Estamos lá e o resto é conversa

Numa longínqua sexta-feira, dia 27 de Janeiro de 2006 deixava aqui (link) no Arcádia o meu desejo de dar uma “voltinha” de mota pela Europa Central no verão de 2008. E se não fosse pedir muito, desejava também uma qualificação de Portugal para o campeonato europeu de futebol que por lá se irá jogar no próximo Junho. Juntando o útil ao agradável…
Ora, os nossos “mininos” mimados, à rasquinha, lá me fizeram a vontade. Resta pois “orientar uns trocos” para gasolina e meter a tenda em cima da top-case. Mas…, falta um pequeno pormenor: bilhetes para a bola. É que os senhores da UEFA já venderam antecipadamente cerca de trinta por cento dos ingressos para o torneio e agora os “Zés povinhos” por essa Europa fora que se desunhem com o que resta. É assim o futebol moderno. É bom, mas não é para todos. A minha sorte é que as curvas alpinas não fogem. E não é preciso tirar bilhete para lá passear.

N PERGUNTAS XXXVI



Será que o Arcádia chega aos 100.000 "page views" ainda este ano?

N PERGUNTAS XXXVI



Será que o Arcádia chega aos 100.000 "page views" ainda este ano?

Maçarico e maçaricos

Há uma ave que pode inviabilizar a construção do futuro Aeroporto Internacional de Lisboa em Alcochete. Chama-se maçarico-de-bico-direito e alimenta-se em arrozais próximos de uma das duas localizações que estão a ser estudadas pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).

Maçarico e maçaricos

Há uma ave que pode inviabilizar a construção do futuro Aeroporto Internacional de Lisboa em Alcochete. Chama-se maçarico-de-bico-direito e alimenta-se em arrozais próximos de uma das duas localizações que estão a ser estudadas pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Cada um tem o que merece

Tarde e a más horas a blogosfera acordou para algumas palavras patéticas de Pacheco Pereira escritas aqui e já por mim comentadas aqui. Mas mais vale tarde que nunca e vai dai o Zero e o Arrastão estão a promover uma Acção Global pelo Abrupto. É justo. Cheira me que a coisa ainda vai dar muito que falar. Ou não.

Cada um tem o que merece

Tarde e a más horas a blogosfera acordou para algumas palavras patéticas de Pacheco Pereira escritas aqui e já por mim comentadas aqui. Mas mais vale tarde que nunca e vai dai o Zero e o Arrastão estão a promover uma Acção Global pelo Abrupto. É justo. Cheira me que a coisa ainda vai dar muito que falar. Ou não.

Estamos velhos e gostamos

Uma das minhas baias de paragem diária na blogosfera portuguesa faz hoje quatro anos. Caramba, quatro anos. Como as ondas passam…
Um destes dias à beira mar plantados, eu e o Pedro Adão e Silva conversava-mos um pouco. Entre outras coisas mais, dizia-me ele que o Ondas não é propriamente um blogue. Não sei se concordo inteiramente. Sei sim que independentemente dos demais projectos (blogosféricos ou não) dos autores desse swell perfeito que diariamente dá à costa dos nossos computadores, tal energia reconfortante e retemperadora não pode parar.
Caros amigos, como bem sabem tudo o que atinge algum sucesso no nosso país é invejado e “apedrejado”. O Ondas, apesar da harmonia que produz não poderia ser excepção. Longa vida pois ao Ondas e aos seus destemidos marujos.

Imagem: Live stile por Stuart Thomas que também é o autor deste outro belo momento que por esquecimento meu não estava creditado.

Estamos velhos e gostamos

Uma das minhas baias de paragem diária na blogosfera portuguesa faz hoje quatro anos. Caramba, quatro anos. Como as ondas passam…
Um destes dias à beira mar plantados, eu e o Pedro Adão e Silva conversava-mos um pouco. Entre outras coisas mais, dizia-me ele que o Ondas não é propriamente um blogue. Não sei se concordo inteiramente. Sei sim que independentemente dos demais projectos (blogosféricos ou não) dos autores desse swell perfeito que diariamente dá à costa dos nossos computadores, tal energia reconfortante e retemperadora não pode parar.
Caros amigos, como bem sabem tudo o que atinge algum sucesso no nosso país é invejado e “apedrejado”. O Ondas, apesar da harmonia que produz não poderia ser excepção. Longa vida pois ao Ondas e aos seus destemidos marujos.

Imagem: Live stile por Stuart Thomas que também é o autor deste outro belo momento que por esquecimento meu não estava creditado.

Juan Carlos, Chávez, Soares e Fidel

Há uns anos, julgo que numa cimeira Ibero-Americana, Mário Soares insultou Fidel Castro:
chamou-lhe "dinossauro".
Na altura Soares foi aplaudido, por Castro ser ditador & comunista, pese embora ninguém de bom senso tenha acreditado que o português quisesse mesmo dizer que o cubano era um sáurio: tratava-se de uma metáfora à longevidade - sem eleições - de Castro no poder. ~
Saldou-se assim a situação: um insulto, uma metáfora, um chefe de estado eleito e um não eleito.
Vem isto a propósito dos dois insultos ocorridos na última reunião cimeira Ibero-Americana:
Chávez insultou Aznar, chamando-lhe "fascista". Chávez foi condenado, por Aznar não ser ditador & fascista (estará - espero eu - tão longe do fascismo como Zapatero do comunismo), tendo-se entendido (pelos menos os comentadores) que Chávez não é inteligente o suficiente para usar metáforas, pelo que não se estaria a referir à participação espanhola no golpe de estado de 2002. Porém, julgo que Chávez estaria mesmo a insultar Aznar, e como não se pode insultar ninguém com a realidade, o venezuelano sabe mesmo que Aznar não é fascista.
Saldou-se assim a situação: um insulto, uma metáfora, e dois chefes de estado eleitos.
Logo depois, o rei espanhol, João Carlos, dirigiu as seguintes palavras a Chávez: "por que não te calas?". João Carlos foi aplaudido, por Chávez ser um proto-ditador & comunista. Ora, entre chefes de estado, uma afirmação destas não pode deixar de ser considerado um insulto. Parece-me que aqui o monarca espanhol usou o verbo "calar" com o seu sentido estrito (preservar o silêncio), mas também se poderia encontrar aqui uma metáfora (afinal, João Carlos será pelo menos tão inteligente quanto Soares e Chávez): Chávez calar-se-á quando sair do poder.
Saldou-se assim a situação: um insulto, uma metáfora, um chefe de estado eleito e um não eleito.
Serve tudo isto para dizer que não podemos apreciar situações objectivas consoante gostemos ou não dos respectivos intervenientes: isso não é honesto.
A hombridade aqui está em repudiar todos os insultos entre chefes de estado, e não só aqueles proferidos pelos chefes de estado de que não gostamos.

Juan Carlos, Chávez, Soares e Fidel

Há uns anos, julgo que numa cimeira Ibero-Americana, Mário Soares insultou Fidel Castro:
chamou-lhe "dinossauro".
Na altura Soares foi aplaudido, por Castro ser ditador & comunista, pese embora ninguém de bom senso tenha acreditado que o português quisesse mesmo dizer que o cubano era um sáurio: tratava-se de uma metáfora à longevidade - sem eleições - de Castro no poder. ~
Saldou-se assim a situação: um insulto, uma metáfora, um chefe de estado eleito e um não eleito.
Vem isto a propósito dos dois insultos ocorridos na última reunião cimeira Ibero-Americana:
Chávez insultou Aznar, chamando-lhe "fascista". Chávez foi condenado, por Aznar não ser ditador & fascista (estará - espero eu - tão longe do fascismo como Zapatero do comunismo), tendo-se entendido (pelos menos os comentadores) que Chávez não é inteligente o suficiente para usar metáforas, pelo que não se estaria a referir à participação espanhola no golpe de estado de 2002. Porém, julgo que Chávez estaria mesmo a insultar Aznar, e como não se pode insultar ninguém com a realidade, o venezuelano sabe mesmo que Aznar não é fascista.
Saldou-se assim a situação: um insulto, uma metáfora, e dois chefes de estado eleitos.
Logo depois, o rei espanhol, João Carlos, dirigiu as seguintes palavras a Chávez: "por que não te calas?". João Carlos foi aplaudido, por Chávez ser um proto-ditador & comunista. Ora, entre chefes de estado, uma afirmação destas não pode deixar de ser considerado um insulto. Parece-me que aqui o monarca espanhol usou o verbo "calar" com o seu sentido estrito (preservar o silêncio), mas também se poderia encontrar aqui uma metáfora (afinal, João Carlos será pelo menos tão inteligente quanto Soares e Chávez): Chávez calar-se-á quando sair do poder.
Saldou-se assim a situação: um insulto, uma metáfora, um chefe de estado eleito e um não eleito.
Serve tudo isto para dizer que não podemos apreciar situações objectivas consoante gostemos ou não dos respectivos intervenientes: isso não é honesto.
A hombridade aqui está em repudiar todos os insultos entre chefes de estado, e não só aqueles proferidos pelos chefes de estado de que não gostamos.

N MÚSICAS XLIII

Quero partilhar convosco esta notável música de Peter Von Poehl, como tantas outras do álbum (julgo de 2006) "Going To Where The Tea Trees Are", que é absolutamente fantástico.

Não sou apreciador do tom de marcha, sugerido pela bateria, mas não há regra sem excepção. A partir do minuto e vinte e três esta música descola para um ritmo notável de crescendo e estranha euforia, como se partisse de vez deixando para trás alguma comemoração heróica. Ou, mesmo, fúnebre.
Aliás, numa das dezenas e dezenas de vezes que a ouvi, já pensei nela como sendo a marcha ideal para um funeral. Bom, para ser sincero, o meu próprio. Isto não tem nada de tétrico ou de deprimido, bem pelo contrário. É tão natural morrer que acontece a todos. Ao contrário das habituais e aparentes interpretações sobre quem fala da morte, considero este exercício um excelente ânimo para o estado de espírito e um reconhecimento da vida. Provavelmente, uma das maiores inspirações para a vida, são os exemplos vivenciados, heróicos, terminados ou não na morte. Por exemplo, a morte do protagonista (não tem que ser herói) de um filme. A mim, transmite-me autenticidade, verdade, força, prova de vida. E a causa, o motivo, é a morte. É também a morte. Com ou sem marcha.
Escutem a música e descubram o que ela vos transmite.

"The Bell Tolls Five"

N MÚSICAS XLIII

Quero partilhar convosco esta notável música de Peter Von Poehl, como tantas outras do álbum (julgo de 2006) "Going To Where The Tea Trees Are", que é absolutamente fantástico.

Não sou apreciador do tom de marcha, sugerido pela bateria, mas não há regra sem excepção. A partir do minuto e vinte e três esta música descola para um ritmo notável de crescendo e estranha euforia, como se partisse de vez deixando para trás alguma comemoração heróica. Ou, mesmo, fúnebre.
Aliás, numa das dezenas e dezenas de vezes que a ouvi, já pensei nela como sendo a marcha ideal para um funeral. Bom, para ser sincero, o meu próprio. Isto não tem nada de tétrico ou de deprimido, bem pelo contrário. É tão natural morrer que acontece a todos. Ao contrário das habituais e aparentes interpretações sobre quem fala da morte, considero este exercício um excelente ânimo para o estado de espírito e um reconhecimento da vida. Provavelmente, uma das maiores inspirações para a vida, são os exemplos vivenciados, heróicos, terminados ou não na morte. Por exemplo, a morte do protagonista (não tem que ser herói) de um filme. A mim, transmite-me autenticidade, verdade, força, prova de vida. E a causa, o motivo, é a morte. É também a morte. Com ou sem marcha.
Escutem a música e descubram o que ela vos transmite.

"The Bell Tolls Five"

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

ASAE: Por qué no te callas?

Confirma-se que ler blogues só faz mal à saúde. Irritei-me e soltei um sonoro “pró caralho” ao ler no Zero de Conduta que a ASAE, na sua cruzada prolixa e bacteriologicamente perfeita, encerrou a Ginjinha do Rossio. A notícia refere ainda que um outro estabelecimento da zona também foi encerrado pelos mesmos motivos. Provavelmente foi a “Ginjinha Sem Rival” na mítica Rua das Portas de Santo Antão, único local do mundo e arredores onde se vende o Eduardino, uma bebida mil vezes mais saborosa e digestiva que a ginjinha que todos os pategos conhecem. É curioso que ainda há dias por lá tinha passando e entre os convivas brindámos a que aquele não fosse o ultimo eduardino que beberíamos pois era certo e sabido que se a nova policia dos costumes por lá passasse iria encerrar a casa.
Puta que pariu este novo Portugal de merda e quem nele manda. Deixem me por favor emigrar pró Burundi!
Gente mais calma do que eu: reparo agora que a indignação já se espalhou por essas esferas fora. A ler a crónica de Francisco José Viegas no JN bem como as notas de Tomas Vasques e de João Villalobos.

ASAE: Por qué no te callas?

Confirma-se que ler blogues só faz mal à saúde. Irritei-me e soltei um sonoro “pró caralho” ao ler no Zero de Conduta que a ASAE, na sua cruzada prolixa e bacteriologicamente perfeita, encerrou a Ginjinha do Rossio. A notícia refere ainda que um outro estabelecimento da zona também foi encerrado pelos mesmos motivos. Provavelmente foi a “Ginjinha Sem Rival” na mítica Rua das Portas de Santo Antão, único local do mundo e arredores onde se vende o Eduardino, uma bebida mil vezes mais saborosa e digestiva que a ginjinha que todos os pategos conhecem. É curioso que ainda há dias por lá tinha passando e entre os convivas brindámos a que aquele não fosse o ultimo eduardino que beberíamos pois era certo e sabido que se a nova policia dos costumes por lá passasse iria encerrar a casa.
Puta que pariu este novo Portugal de merda e quem nele manda. Deixem me por favor emigrar pró Burundi!
Gente mais calma do que eu: reparo agora que a indignação já se espalhou por essas esferas fora. A ler a crónica de Francisco José Viegas no JN bem como as notas de Tomas Vasques e de João Villalobos.

domingo, 18 de novembro de 2007

Água d'Antigamente

Quantos aviões apanhamos. Quantos malas carregamos. Quantos quilómetros calcorreamos. Quantos continentes visitamos. Quanto pó comemos. E os segredos da nossa terra, conhecemos?
Esta é a crónica de uma tarde de Domingo que seria igual a tantas outras não fora o facto de no passeio matutino de bicicleta na manhã anterior, ter reparado num cartaz que por mero acaso comigo se cruzou.
O Parque de Monsanto está diferente. Não sei se já repararam. Monsanto convida ao lazer e à descoberta. Tantas vezes passamos por ele (às vezes diariamente) e teimamos em dele fugir. Porquê?
Água d'Antigamente é um passeio promovido pela Divisão de Educação e Sensibilização do Ambiente (DESA) da Câmara Municipal de Lisboa que percorre em cerca de três horas (seis a sete quilómetros a pé) alguns dos segredos mais bem guardados do Parque de Monsanto, bem como grande parte do único e imponente Aqueduto das Águas Livres - apenas o seu nome deveria obrigar-nos a baixar a cabeça em sinal de respeito. Apenas a visita a este ícone arquitectónico mundial bastaria para nos entreter. Mas os responsáveis da DESA dão-nos muito mais. A possibilidade de nos encantarmos com um local bucólico onde facilmente nos esquecemos que estamos na nossa casa e rapidamente somos levados a essa condição mítica da sociedade pós-moderna a que chamam turista.
Mas este post não serve apenas para vos contar mais uma historia da carochinha muito cool ou para vos dar conta de como é fácil escapar ao lugar comum em que fatalmente a nossa vida se torna. Este post serve, acima de tudo, para sublinhar que nesta Lisboa cada dia mais descaracterizada ainda há carolas. Carolas são aqueles como o Rui, que tão bem nos guiou pelos seus jardins secretos. Funcionários miseravelmente pagos por uma administração pública autista que ainda assim empenham os seus tempos livres a compartilhar as suas paixões, a sua visão do mundo, e nos ensinam com carinho e divertimento como podemos ser mais felizes aqui na nossa terra tantas vezes blasfemada.
A DESA promete que em Dezembro haverá mais Água d'Antigamente para quem com ela quiser saciar a sede. Enquanto isso consultem aqui (link) o seu programa de actividades no magnifico e salubre Parque de Monsanto. E estejam atentos, pois prometem-nos muitas e boas novidades. Eu fiquei fan incondicional.
Obrigado a todos!

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Água d'Antigamente

Quantos aviões apanhamos. Quantos malas carregamos. Quantos quilómetros calcorreamos. Quantos continentes visitamos. Quanto pó comemos. E os segredos da nossa terra, conhecemos?
Esta é a crónica de uma tarde de Domingo que seria igual a tantas outras não fora o facto de no passeio matutino de bicicleta na manhã anterior, ter reparado num cartaz que por mero acaso comigo se cruzou.
O Parque de Monsanto está diferente. Não sei se já repararam. Monsanto convida ao lazer e à descoberta. Tantas vezes passamos por ele (às vezes diariamente) e teimamos em dele fugir. Porquê?
Água d'Antigamente é um passeio promovido pela Divisão de Educação e Sensibilização do Ambiente (DESA) da Câmara Municipal de Lisboa que percorre em cerca de três horas (seis a sete quilómetros a pé) alguns dos segredos mais bem guardados do Parque de Monsanto, bem como grande parte do único e imponente Aqueduto das Águas Livres - apenas o seu nome deveria obrigar-nos a baixar a cabeça em sinal de respeito. Apenas a visita a este ícone arquitectónico mundial bastaria para nos entreter. Mas os responsáveis da DESA dão-nos muito mais. A possibilidade de nos encantarmos com um local bucólico onde facilmente nos esquecemos que estamos na nossa casa e rapidamente somos levados a essa condição mítica da sociedade pós-moderna a que chamam turista.
Mas este post não serve apenas para vos contar mais uma historia da carochinha muito cool ou para vos dar conta de como é fácil escapar ao lugar comum em que fatalmente a nossa vida se torna. Este post serve, acima de tudo, para sublinhar que nesta Lisboa cada dia mais descaracterizada ainda há carolas. Carolas são aqueles como o Rui, que tão bem nos guiou pelos seus jardins secretos. Funcionários miseravelmente pagos por uma administração pública autista que ainda assim empenham os seus tempos livres a compartilhar as suas paixões, a sua visão do mundo, e nos ensinam com carinho e divertimento como podemos ser mais felizes aqui na nossa terra tantas vezes blasfemada.
A DESA promete que em Dezembro haverá mais Água d'Antigamente para quem com ela quiser saciar a sede. Enquanto isso consultem aqui (link) o seu programa de actividades no magnifico e salubre Parque de Monsanto. E estejam atentos, pois prometem-nos muitas e boas novidades. Eu fiquei fan incondicional.
Obrigado a todos!

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