sábado, 30 de junho de 2007

E nada a despropósito

Urge dotar os partidos políticos portugueses de mecanismos de controlo democrático, que permitam combater as infiltrações anti-democráticas e varrê-las sem piedade:
No presente caso, importa que o Partido Socialista pare para pensar. Que reflicta. Que dê um banho de rua e de common people a Sócrates. E que elimine os bufos, os candidatos a bufos e os pequenos coronéis que ameaçam a integridade de um partido que, como diz Vasco Pulido Valente, os portugueses se habituaram a ver como o defensor da liberdade e da democracia.

E nada a despropósito

Urge dotar os partidos políticos portugueses de mecanismos de controlo democrático, que permitam combater as infiltrações anti-democráticas e varrê-las sem piedade:
No presente caso, importa que o Partido Socialista pare para pensar. Que reflicta. Que dê um banho de rua e de common people a Sócrates. E que elimine os bufos, os candidatos a bufos e os pequenos coronéis que ameaçam a integridade de um partido que, como diz Vasco Pulido Valente, os portugueses se habituaram a ver como o defensor da liberdade e da democracia.

Ainda a propósito

Nem o eng. Sócrates nem o dr. Cavaco manifestamente compreendem que a repressão da dissidência e da crítica começa a corromper o regime e torna inevitável o futuro "saneamento" dos "saneadores". O silêncio de cima encoraja o miserável trabalho de baixo. Em Portugal, a colaboração do Estado com os pequenos pides do PS já não é uma vergonha.
Vasco Pulido Valente, no Público de hoje (30/06)

Ainda a propósito

Nem o eng. Sócrates nem o dr. Cavaco manifestamente compreendem que a repressão da dissidência e da crítica começa a corromper o regime e torna inevitável o futuro "saneamento" dos "saneadores". O silêncio de cima encoraja o miserável trabalho de baixo. Em Portugal, a colaboração do Estado com os pequenos pides do PS já não é uma vergonha.
Vasco Pulido Valente, no Público de hoje (30/06)

sexta-feira, 29 de junho de 2007

A propósito


Quando os que mandam perdem a vergonha,

os que obedecem perdem o respeito.

Jean François Paul de Gondi

Cardeal de Retz

(1613-1679)

A propósito


Quando os que mandam perdem a vergonha,

os que obedecem perdem o respeito.

Jean François Paul de Gondi

Cardeal de Retz

(1613-1679)

o Diário da República é uma treta?

O novo director do centro de saúde de Vieira do Minho acaba de dizer, na TSF, que a razão essencial da exoneração da ex-directora não está no Despacho, acusando Manuel Alegre de ter comentado deficientemente o assunto, uma vez que apenas o fez com base no que foi publicado no Diário da República.
Quanto aos caros leitores não sei, mas como cidadão sou obrigado a acreditar no que está publicado no Diário da República, ou será que o Despacho de nomeação do actual Director também não contém a razão essencial da sua escolha?

o Diário da República é uma treta?

O novo director do centro de saúde de Vieira do Minho acaba de dizer, na TSF, que a razão essencial da exoneração da ex-directora não está no Despacho, acusando Manuel Alegre de ter comentado deficientemente o assunto, uma vez que apenas o fez com base no que foi publicado no Diário da República.
Quanto aos caros leitores não sei, mas como cidadão sou obrigado a acreditar no que está publicado no Diário da República, ou será que o Despacho de nomeação do actual Director também não contém a razão essencial da sua escolha?

Despacho de exoneração

Aqui está o despacho de exoneração da directora do centro de saúde de Vieira do Minho (o original pode ser consultado aqui).O que me surpreende neste caso já não é a susceptibilidade perante o humor (curiosamente o despacho foi publicado no mesmo dia em que Correia de Campos respondeu de forma jocosa a uma provocação), que tem ressuscitado nas chefias de topo da administração pública uma atitude que se julgava varrida para o caixote do lixo da História (que cliché tão estafado, eu sei, eu sei...). O que me surpreende é que tenham sido deputados do partido socialista os primeiros a apontar o dedo acusador e a transformar um facto obscuro de há quase sete meses numa notícia fresquinha:
à falta de oposição, o único controlo do Governo são os deputados socialistas. A lenta mas segura ascensão de sucessores de Sócrates começa a ver a luz do sol?

Despacho de exoneração

Aqui está o despacho de exoneração da directora do centro de saúde de Vieira do Minho (o original pode ser consultado aqui).O que me surpreende neste caso já não é a susceptibilidade perante o humor (curiosamente o despacho foi publicado no mesmo dia em que Correia de Campos respondeu de forma jocosa a uma provocação), que tem ressuscitado nas chefias de topo da administração pública uma atitude que se julgava varrida para o caixote do lixo da História (que cliché tão estafado, eu sei, eu sei...). O que me surpreende é que tenham sido deputados do partido socialista os primeiros a apontar o dedo acusador e a transformar um facto obscuro de há quase sete meses numa notícia fresquinha:
à falta de oposição, o único controlo do Governo são os deputados socialistas. A lenta mas segura ascensão de sucessores de Sócrates começa a ver a luz do sol?

PALETA DE PALAVRAS LXII

"I don't really think, I just walk."
Paris Hilton

Verdade ou consequência?

PALETA DE PALAVRAS LXII

"I don't really think, I just walk."
Paris Hilton

Verdade ou consequência?

quinta-feira, 28 de junho de 2007

7 Maravilhas da Blogosfera

Corre por esta bolha fora uma popular votação promovida por este blogue (link), com regulamento e tudo (link). E o Arcádia ruborizou valentemente ao ser considerado pela Ana (link) uma das 7 Maravilhas da Blogosfera.
Como em regra, nestas coisas, vigora o costume “passa a outro e não ao mesmo” aqui ficam as minhas 7 Maravilhas da Blogosfera:
Ondas
E Deus Criou a Mulher
Corta-fitas
Combustões
Portugal dos Pequeninos
Bloguitica
The Dynamics of a Particle

7 Maravilhas da Blogosfera

Corre por esta bolha fora uma popular votação promovida por este blogue (link), com regulamento e tudo (link). E o Arcádia ruborizou valentemente ao ser considerado pela Ana (link) uma das 7 Maravilhas da Blogosfera.
Como em regra, nestas coisas, vigora o costume “passa a outro e não ao mesmo” aqui ficam as minhas 7 Maravilhas da Blogosfera:
Ondas
E Deus Criou a Mulher
Corta-fitas
Combustões
Portugal dos Pequeninos
Bloguitica
The Dynamics of a Particle

Porque ouvido é bem pior do que lido

Porque ouvido é bem pior do que lido

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Campeões de Futsal somos nós!!!

[E não só de futsal…]
Compromissos académicos têm-me mantido longe da rede. É como se os dois primeiros dias da semana não tivessem existido…
O Nuno já fez a breve referência que se impunha (link). Mas em meu entender não chega.
Quem ocupou os inícios da noite do passado fim-de-semana a gritar e sofrer junto dos nossos atletas ainda não esqueceu a sua bravura. E a consequente alegria de ver o nosso querido clube a bater o eterno rival fazendo o pleno nas competições internas.
Entretanto a PSL TV (link) orgulha-se de apresentar três vídeos de qualidade mega-manhosa (o rapaz sem nome de serviço à câmara percebe tanto daquilo como eu de chouriços) da festa benfiquista de domingo à noite. Fica infra o mais divertido que não por certo o mais significativo:



Se gostaram – o que duvido - podem ver mais aqui e aqui.

Aproveito ainda a ocasião para agradecer o excelente acolhimento que tive no V Jantar de bloggers benfiquistas (promovido, entre outros, pela tertúlia benfiquista) realizado no passado sábado na catedral da cerveja – em boa verdade não fui bem jantar, pois havia futsal nessa noite…, mas enfim. Um forte abraço a todos em especial ao João Gonçalves, ao Pedro F. Ferreira, ao S.L.B. e, enfim, ao Quetzal Guzman.
Para a próxima prometo tentar arrastar os meus colegas cá da casa.

PSL

Campeões de Futsal somos nós!!!

[E não só de futsal…]
Compromissos académicos têm-me mantido longe da rede. É como se os dois primeiros dias da semana não tivessem existido…
O Nuno já fez a breve referência que se impunha (link). Mas em meu entender não chega.
Quem ocupou os inícios da noite do passado fim-de-semana a gritar e sofrer junto dos nossos atletas ainda não esqueceu a sua bravura. E a consequente alegria de ver o nosso querido clube a bater o eterno rival fazendo o pleno nas competições internas.
Entretanto a PSL TV (link) orgulha-se de apresentar três vídeos de qualidade mega-manhosa (o rapaz sem nome de serviço à câmara percebe tanto daquilo como eu de chouriços) da festa benfiquista de domingo à noite. Fica infra o mais divertido que não por certo o mais significativo:



Se gostaram – o que duvido - podem ver mais aqui e aqui.

Aproveito ainda a ocasião para agradecer o excelente acolhimento que tive no V Jantar de bloggers benfiquistas (promovido, entre outros, pela tertúlia benfiquista) realizado no passado sábado na catedral da cerveja – em boa verdade não fui bem jantar, pois havia futsal nessa noite…, mas enfim. Um forte abraço a todos em especial ao João Gonçalves, ao Pedro F. Ferreira, ao S.L.B. e, enfim, ao Quetzal Guzman.
Para a próxima prometo tentar arrastar os meus colegas cá da casa.

PSL

Da liberdade

Alinho com aqueles que olham estupefactos para o (ainda) ténue movimento censório que avança sobre a blogosfera e que agora é personificado em José Pacheco Pereira.
É evidente que a elite "devorista" dos dias de hoje convive mal com a possibilidade de acesso da opinião do "povo" ao espaço público...

Da liberdade

Alinho com aqueles que olham estupefactos para o (ainda) ténue movimento censório que avança sobre a blogosfera e que agora é personificado em José Pacheco Pereira.
É evidente que a elite "devorista" dos dias de hoje convive mal com a possibilidade de acesso da opinião do "povo" ao espaço público...

CRONOS XV

"Goodbye to you" - Scandal (1982)


Adivinharam quem canta?
Pois é, a popeira/rockeira/folkeira, percursora (sobretudo a nível intelectual, na minha opinião) do movimento punk norte-americano feminino, Patti Smith (Patricia Lee Smith) que, com John McEnroe, formou um dos casais com mais adrenalina da história tenista-musical:-)
Na verdade, até a adrenalina envelhece, as coisas começam, as coisas mudam, e ficam diferentes, como todos sabemos. Embora pense que, em geral, há uma grande fidelidade quanto aos tipos de música que se gosta e se ouve.
Vejam os Scandal (que terminaram em 1985) outra vez, passados uns aninhos, por altura da morte do seu guitarrista:

CRONOS XV

"Goodbye to you" - Scandal (1982)


Adivinharam quem canta?
Pois é, a popeira/rockeira/folkeira, percursora (sobretudo a nível intelectual, na minha opinião) do movimento punk norte-americano feminino, Patti Smith (Patricia Lee Smith) que, com John McEnroe, formou um dos casais com mais adrenalina da história tenista-musical:-)
Na verdade, até a adrenalina envelhece, as coisas começam, as coisas mudam, e ficam diferentes, como todos sabemos. Embora pense que, em geral, há uma grande fidelidade quanto aos tipos de música que se gosta e se ouve.
Vejam os Scandal (que terminaram em 1985) outra vez, passados uns aninhos, por altura da morte do seu guitarrista:

mercado vs. pessoas

Foi hoje noticiado (i.e., como se tem feito, atira-se o barro à parede a ver se cola) que a comissão que estuda (mais um estudo) a revisão do Código do Trabalho propõe o fim dos limites diários à prestação de trabalho (com limites semanais), a redução do subsídio de férias, a redução do período de férias, a redução do salário em situações de mobilidade funcional e o despedimento por incompetência.
A incompetência parece-me um bom motivo para um despedimento, mas, ao fim de quanto tempo é que a incompetência se manifesta? Sim, é que os períodos experimentais foram alargados no presente Código, pelo que me parece estranho que a incompetência só se manifeste após esse período. Além do mais, como é sabido, as empresas abusam do recurso à contratação a termo certo, pelo que - na prática - de seis em seis meses têm possibilidade de despedir trabalhadores. Além do mais, é facílimo despedir em Portugal, no mercado privado conhecem alguém que tenha sido despedido e que tenha sido reintegrado? E que mesmo tendo sido reintegrado tenha aguentado a "prova da secretária virada para a parede junto às casas de banho"?
Por outro lado, há alguma explicação para a a redução do período de férias? Ainda por cima conciliado com o fim dos limites diários? Quantas pessoas conhecem os pacientes leitores deste blogue que trabalham só o horário estipulado? E das que trabalham normalmente para "além da hora" quantas recebem remuneração (como decerto defenderão os liberais...) por isso?
Por fim, e se essas medidas forem mesmo aprovadas, e que tal regras que protejam os trabalhadores dos excessos das entidades patronais? Que tal regras criminais contra o assédio moral? Que tal regras criminais contra o incumprimento das normas referentes a salários e períodos de descanso?
Dito isto, o mercado não se pode constituir como a medida de aferição das regras da nossa sociedade: essa medida são as pessoas. Caso contrário, entraremos numa nova deriva totalitária: a do mercado.

mercado vs. pessoas

Foi hoje noticiado (i.e., como se tem feito, atira-se o barro à parede a ver se cola) que a comissão que estuda (mais um estudo) a revisão do Código do Trabalho propõe o fim dos limites diários à prestação de trabalho (com limites semanais), a redução do subsídio de férias, a redução do período de férias, a redução do salário em situações de mobilidade funcional e o despedimento por incompetência.
A incompetência parece-me um bom motivo para um despedimento, mas, ao fim de quanto tempo é que a incompetência se manifesta? Sim, é que os períodos experimentais foram alargados no presente Código, pelo que me parece estranho que a incompetência só se manifeste após esse período. Além do mais, como é sabido, as empresas abusam do recurso à contratação a termo certo, pelo que - na prática - de seis em seis meses têm possibilidade de despedir trabalhadores. Além do mais, é facílimo despedir em Portugal, no mercado privado conhecem alguém que tenha sido despedido e que tenha sido reintegrado? E que mesmo tendo sido reintegrado tenha aguentado a "prova da secretária virada para a parede junto às casas de banho"?
Por outro lado, há alguma explicação para a a redução do período de férias? Ainda por cima conciliado com o fim dos limites diários? Quantas pessoas conhecem os pacientes leitores deste blogue que trabalham só o horário estipulado? E das que trabalham normalmente para "além da hora" quantas recebem remuneração (como decerto defenderão os liberais...) por isso?
Por fim, e se essas medidas forem mesmo aprovadas, e que tal regras que protejam os trabalhadores dos excessos das entidades patronais? Que tal regras criminais contra o assédio moral? Que tal regras criminais contra o incumprimento das normas referentes a salários e períodos de descanso?
Dito isto, o mercado não se pode constituir como a medida de aferição das regras da nossa sociedade: essa medida são as pessoas. Caso contrário, entraremos numa nova deriva totalitária: a do mercado.

momento blasfémias

Decreto-Lei n.º 248/2007 : Estabelece as medidas de controlo fitossanitário a adoptar em relação à bactéria Clavibacter michiganensis (Smith) Davis et al. ssp. sepedonicus (Spieckerman et Kottoff) Davis et al., causadora da podridão anelar da batateira.

momento blasfémias

Decreto-Lei n.º 248/2007 : Estabelece as medidas de controlo fitossanitário a adoptar em relação à bactéria Clavibacter michiganensis (Smith) Davis et al. ssp. sepedonicus (Spieckerman et Kottoff) Davis et al., causadora da podridão anelar da batateira.

Berardo

Estranho a reacção de alguns cortesãos às palavras de Joe Berardo em relação a Mega Ferreira. É que um dos defeitos que frequentemente nos apontamos como portugueses é o de sermos incapazes de clareza e objectividade, refugiando-nos em circunlóquios que não nos comprometem com nada.
Joe Berardo tem a opinião que Mega Ferreira pouco terá feito em benefício da exposição? Pois disse-o, não mandou recados por ninguém.
Ai esta mentalidade cortesã...

Berardo

Estranho a reacção de alguns cortesãos às palavras de Joe Berardo em relação a Mega Ferreira. É que um dos defeitos que frequentemente nos apontamos como portugueses é o de sermos incapazes de clareza e objectividade, refugiando-nos em circunlóquios que não nos comprometem com nada.
Joe Berardo tem a opinião que Mega Ferreira pouco terá feito em benefício da exposição? Pois disse-o, não mandou recados por ninguém.
Ai esta mentalidade cortesã...

terça-feira, 26 de junho de 2007

N MÚSICAS XIX

Um boa surpresa matinal. Persigam a guitarra:

"Rest My Chemistry" - Interpol


Esta guitarra lembra-me tempos idos... e os Pixies.

Do recente álbum:

"Our Love To Admire".

N MÚSICAS XIX

Um boa surpresa matinal. Persigam a guitarra:

"Rest My Chemistry" - Interpol


Esta guitarra lembra-me tempos idos... e os Pixies.

Do recente álbum:

"Our Love To Admire".

Para os professores do ensino público...

...e não só.
"Chalk" é um filme sobre o ensino público: os professores, os alunos, o público. Escrito por Mike Akel e Chris Mass (ambos ex-professores do ensino público) e dirigido por Mike Akel.

Ao ler as referências e ver o trailer, veio-me à cabeça aquela frase de O'Brien do Big Brother ("1984") de Orwell:

«If you want a vision of the future, Winston, imagine a boot stamping on a human face forever.»

Para os professores do ensino público...

...e não só.
"Chalk" é um filme sobre o ensino público: os professores, os alunos, o público. Escrito por Mike Akel e Chris Mass (ambos ex-professores do ensino público) e dirigido por Mike Akel.

Ao ler as referências e ver o trailer, veio-me à cabeça aquela frase de O'Brien do Big Brother ("1984") de Orwell:

«If you want a vision of the future, Winston, imagine a boot stamping on a human face forever.»

Como destruir uma candidatura em pouco mais de 2 minutos

Fernando Negrão defende a extinção do IPPAR confundindo-o com a EPUL, e confunde a EPUL com a EPAL. O jornalista ainda o tenta safar. Mas Negrão não desarma e salta da ponte para uma queda tão grande que nem Marques Mendes o poderá apanhar...
Ouça tudo aqui.

Como destruir uma candidatura em pouco mais de 2 minutos

Fernando Negrão defende a extinção do IPPAR confundindo-o com a EPUL, e confunde a EPUL com a EPAL. O jornalista ainda o tenta safar. Mas Negrão não desarma e salta da ponte para uma queda tão grande que nem Marques Mendes o poderá apanhar...
Ouça tudo aqui.

Culto de personalidade

José Sá Fernandes tornou-se num caso sério de culto de personalidade. A sua intifada contra tudo o que o que mexe em Lisboa (e nem tudo o que mexe é mau) levou-o a ser convidado (e a aceitar o convite) para encabeçar a lista do Bloco de Esquerda em duas eleições para a Câmara Municipal desta cidade: as primeiras há dois anos, e agora as segundas, sendo claro que ele foi o principal causador destas eleições, por causa do mal explicado affaire Bragaparques, em que os irmãos Sá Fernandes acusam a empresa da "Roma portuguesa" de tentativa de corrupção, e a empresa os acusa do mesmo, para obter financiamento para a campanha eleitoral do Bloco de Esquerda.
Para além da queda de Carmona, o que é já conseguiu Sá Fernandes? Encareceu o túnel do Marquês, que não obstante está aberto e a funcionar. Não impediu a "reconversão" do Convento dos Inglesinhos num condomínio privado. Não devolveu a Praça do Comércio à cidade.
Nestas eleições assistimos, por outro lado, ao crescimento do culto ao "Sántinho":
Primeiro vieram os cartazes dizendo que "o Zé faz falta". Depois, de uma forma inacreditável, este menino-guerreiro distribuiu manjericos com as seguintes quadras:
"A Bragaparques assentou
em Lisboa os arraiais
Mas Sá Fernandes denunciou
os seus negócios ilegais
Cada um sacava o seu,
Era um fartar vilanagem
Ninguém dobrou ou venceu
O vereador da coragem"
Agora estão por aí os novos cartazes da candidatura, dizendo: "houvesse mais Zés e haveria menos Bragaparques": afinal, o homem é candidato à Presidência da Câmara Municipal de Lisboa, ou pretende apenas usar o poder de uma eventual reeleição como vereador para continuar uma guerra pessoal contra uma empresa?
Sá Fernandes construiu a imagem de um paladino contra os poderosos, mas - a pouco e pouco - vai-se-lhe colando a imagem de um mero "bota-abaixo" sedento de protagonismo.
E esse Zé não faz falta nenhuma.

Culto de personalidade

José Sá Fernandes tornou-se num caso sério de culto de personalidade. A sua intifada contra tudo o que o que mexe em Lisboa (e nem tudo o que mexe é mau) levou-o a ser convidado (e a aceitar o convite) para encabeçar a lista do Bloco de Esquerda em duas eleições para a Câmara Municipal desta cidade: as primeiras há dois anos, e agora as segundas, sendo claro que ele foi o principal causador destas eleições, por causa do mal explicado affaire Bragaparques, em que os irmãos Sá Fernandes acusam a empresa da "Roma portuguesa" de tentativa de corrupção, e a empresa os acusa do mesmo, para obter financiamento para a campanha eleitoral do Bloco de Esquerda.
Para além da queda de Carmona, o que é já conseguiu Sá Fernandes? Encareceu o túnel do Marquês, que não obstante está aberto e a funcionar. Não impediu a "reconversão" do Convento dos Inglesinhos num condomínio privado. Não devolveu a Praça do Comércio à cidade.
Nestas eleições assistimos, por outro lado, ao crescimento do culto ao "Sántinho":
Primeiro vieram os cartazes dizendo que "o Zé faz falta". Depois, de uma forma inacreditável, este menino-guerreiro distribuiu manjericos com as seguintes quadras:
"A Bragaparques assentou
em Lisboa os arraiais
Mas Sá Fernandes denunciou
os seus negócios ilegais
Cada um sacava o seu,
Era um fartar vilanagem
Ninguém dobrou ou venceu
O vereador da coragem"
Agora estão por aí os novos cartazes da candidatura, dizendo: "houvesse mais Zés e haveria menos Bragaparques": afinal, o homem é candidato à Presidência da Câmara Municipal de Lisboa, ou pretende apenas usar o poder de uma eventual reeleição como vereador para continuar uma guerra pessoal contra uma empresa?
Sá Fernandes construiu a imagem de um paladino contra os poderosos, mas - a pouco e pouco - vai-se-lhe colando a imagem de um mero "bota-abaixo" sedento de protagonismo.
E esse Zé não faz falta nenhuma.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

N PERGUNTAS XXXIII

O que é a justiça? O que significa ser justo? Quando somos justos? Qual a opção mais justa a tomar? Porque existe a palavra justiça com o sentido que tem?
Não sei, mas também ninguém sabe absolutamente. Ou será que sim...que se sabe que é na pergunta que está o caminho da resposta?

Michael J. Sandel na Universidade de Harvard

N PERGUNTAS XXXIII

O que é a justiça? O que significa ser justo? Quando somos justos? Qual a opção mais justa a tomar? Porque existe a palavra justiça com o sentido que tem?
Não sei, mas também ninguém sabe absolutamente. Ou será que sim...que se sabe que é na pergunta que está o caminho da resposta?

Michael J. Sandel na Universidade de Harvard

Uma vitória em futebol sénior, em 2007

Uma vitória em futebol sénior, em 2007

N MÚSICAS XVIII

"Kunsten At Slippe Taget" - ENTAKT

N MÚSICAS XVIII

"Kunsten At Slippe Taget" - ENTAKT

sábado, 23 de junho de 2007

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Campo Contra Campo (LXXXVIII)

Genial! Genial! Genial!
Assim cheio de exclamações – e que se lixem os snob’s que dizem da exclamação ser um sinal arrogante de escrita arrogante. Genial!
Eu já adorava estas raparigas. Agora que descobri aqui (link) o vídeo de "What's a Girl To Do"… adoro-as, vá lá, um bocadinho mais. Porque este clip representa uma fantástica (fantástica, mesmo) farsa monumental. O mito do plano único travestido de engodo perfeito e digital.
Um vídeo com dignidade cinematográfica como hoje poucos conseguem. Por isso merecem as Bat for Lashes ascender ao “Olimpo” do Campo Contra Campo.
Deliciem-se…

Campo Contra Campo (LXXXVIII)

Genial! Genial! Genial!
Assim cheio de exclamações – e que se lixem os snob’s que dizem da exclamação ser um sinal arrogante de escrita arrogante. Genial!
Eu já adorava estas raparigas. Agora que descobri aqui (link) o vídeo de "What's a Girl To Do"… adoro-as, vá lá, um bocadinho mais. Porque este clip representa uma fantástica (fantástica, mesmo) farsa monumental. O mito do plano único travestido de engodo perfeito e digital.
Um vídeo com dignidade cinematográfica como hoje poucos conseguem. Por isso merecem as Bat for Lashes ascender ao “Olimpo” do Campo Contra Campo.
Deliciem-se…

Base de dados de perfis de DNA para fins civis e criminais (Actualizado)

Paulo Gorjão chama a nossa atenção para esta noticia do Sol ( Base dados ADN: Conselho de Ética diz que nova proposta do Governo «vai longe demais») comentando, vagamente, estarmos perante mais um sinal claro da “pulsão para o controlo absoluto” por parte deste Governo.
Quem teve de estudar a Proposta legislativa rapidamente chegou à mesma conclusão mas foi, inevitavelmente, mais longe: em nenhum país da União Europeia, com excepção Britânica, está legalmente prevista uma base de dados de perfis de DNA para fins civis. Tal potencialidade conduzirá a uma brutal afectação de recursos que importa aferir a quem aproveita. A aberração agora aprovada pela maioria pode vir a tornar-se um novo, grande e anafado elefante branco. Emblemático da governação socialista.

Entretanto…, o Ministro Costa (agora há só um) continua a mentira todos nós: Alberto Costa realçou que o diploma em causa "não é uma inovação portuguesa", uma vez que "há vários países da Europa que têm bases de dados de ADN", pretendendo apenas Portugal estar "no pelotão da frente" nesta matéria.

Base de dados de perfis de DNA para fins civis e criminais (Actualizado)

Paulo Gorjão chama a nossa atenção para esta noticia do Sol ( Base dados ADN: Conselho de Ética diz que nova proposta do Governo «vai longe demais») comentando, vagamente, estarmos perante mais um sinal claro da “pulsão para o controlo absoluto” por parte deste Governo.
Quem teve de estudar a Proposta legislativa rapidamente chegou à mesma conclusão mas foi, inevitavelmente, mais longe: em nenhum país da União Europeia, com excepção Britânica, está legalmente prevista uma base de dados de perfis de DNA para fins civis. Tal potencialidade conduzirá a uma brutal afectação de recursos que importa aferir a quem aproveita. A aberração agora aprovada pela maioria pode vir a tornar-se um novo, grande e anafado elefante branco. Emblemático da governação socialista.

Entretanto…, o Ministro Costa (agora há só um) continua a mentira todos nós: Alberto Costa realçou que o diploma em causa "não é uma inovação portuguesa", uma vez que "há vários países da Europa que têm bases de dados de ADN", pretendendo apenas Portugal estar "no pelotão da frente" nesta matéria.

Uma veronha

O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem condenou hoje o Estado Português por “múltiplas violações” da Convenção Europeia dos Direitos do Homem na Comarca de Oliveira de Azeméis e na Relação do Porto. Saiba porquê (link).

Uma veronha

O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem condenou hoje o Estado Português por “múltiplas violações” da Convenção Europeia dos Direitos do Homem na Comarca de Oliveira de Azeméis e na Relação do Porto. Saiba porquê (link).

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Já cá tínhamos doze palhaços…

…faltava o decimo terceiro. Saber mais (link).

Já cá tínhamos doze palhaços…

…faltava o decimo terceiro. Saber mais (link).

Regionalização

Passando pelo Kontratempos, vejo que este blogue sanciona a ideia segundo a qual a derrota da regionalização no respectivo referendo foi uma derrota do Norte.
Pois é pá, enquanto no "Norte" continuarem a ver as coisas a preto e branco, e que o "Norte" tem um destino especial face ao resto do país, as regionalizações continuarão a ser derrotadas: é que - em primeiro lugar - não há "Norte", nem "Sul". Quando muito existe um "Oeste", informal, ganhando em dinamismo o que o "Norte" perde com lamúrias. Já viram algum alentejano dizer que é do "Sul"? Ou um algarvio? Ou um lisboeta? E mesmo em relação ao "Oeste", já viram alguém de Leiria, Torres Vedras, Fátima ou Pombal dizer que é do "Oeste"? Mais, já viram algum minhoto ou transmontano dizer que é do "Norte"?
É que - em segundo lugar - a ideia de "Norte" nasceu à boleia de construções do eixo futebol/autarquias/empreiteiros, centrada na cidade do Porto e como forma de combate a "Lisboa" (ignorando que a maioria dos políticos de "Lisboa" são do "Norte" e das Beiras...). Por isso é que um bracarense ou um brigantino só pode ser contra a regionalização que os Fernandos Gomes e Valentins Loureiros da vida pretendem: a criação de um "sub-estado" centralizado no Porto (ou em Gaia, dependendo da margem que ganhar a "guerra").
Por fim, parece-se continuar a confundir investimentos avultados feitos na zona de Lisboa com o interesse das próprias pessoas de Lisboa: quem ganharia com o aeroporto de Lisboa transferido para a Ota? Os lisboetas? Não me parece... Quem ganhou com a construção da Ponte Vasco da Gama ligando Moscavide ao Montijo? Os lisboetas? As pessoas que todos os dias atravessam a ponte 25 de Abril? Também não me parece...

Regionalização

Passando pelo Kontratempos, vejo que este blogue sanciona a ideia segundo a qual a derrota da regionalização no respectivo referendo foi uma derrota do Norte.
Pois é pá, enquanto no "Norte" continuarem a ver as coisas a preto e branco, e que o "Norte" tem um destino especial face ao resto do país, as regionalizações continuarão a ser derrotadas: é que - em primeiro lugar - não há "Norte", nem "Sul". Quando muito existe um "Oeste", informal, ganhando em dinamismo o que o "Norte" perde com lamúrias. Já viram algum alentejano dizer que é do "Sul"? Ou um algarvio? Ou um lisboeta? E mesmo em relação ao "Oeste", já viram alguém de Leiria, Torres Vedras, Fátima ou Pombal dizer que é do "Oeste"? Mais, já viram algum minhoto ou transmontano dizer que é do "Norte"?
É que - em segundo lugar - a ideia de "Norte" nasceu à boleia de construções do eixo futebol/autarquias/empreiteiros, centrada na cidade do Porto e como forma de combate a "Lisboa" (ignorando que a maioria dos políticos de "Lisboa" são do "Norte" e das Beiras...). Por isso é que um bracarense ou um brigantino só pode ser contra a regionalização que os Fernandos Gomes e Valentins Loureiros da vida pretendem: a criação de um "sub-estado" centralizado no Porto (ou em Gaia, dependendo da margem que ganhar a "guerra").
Por fim, parece-se continuar a confundir investimentos avultados feitos na zona de Lisboa com o interesse das próprias pessoas de Lisboa: quem ganharia com o aeroporto de Lisboa transferido para a Ota? Os lisboetas? Não me parece... Quem ganhou com a construção da Ponte Vasco da Gama ligando Moscavide ao Montijo? Os lisboetas? As pessoas que todos os dias atravessam a ponte 25 de Abril? Também não me parece...

O que é verdadeiramente importante?

O que é verdadeiramente importante?

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Separados à nascença

Separados à nascença

Rapidamente

José Sócrates tem de esclarecer rapidamente se apresentou ou não uma queixa contra Balbino Caldeira, sob pena de poder começar a ser visto como uma "Margarida Moreira".

Rapidamente

José Sócrates tem de esclarecer rapidamente se apresentou ou não uma queixa contra Balbino Caldeira, sob pena de poder começar a ser visto como uma "Margarida Moreira".

Helena Roseta no debate da SIC Notícias


Helena Roseta no debate da SIC Notícias


Um tipo (muito) corajoso


Um tipo (muito) corajoso


Por uma cidade-aeroportuária

"É bem mais fácil passar do agora existente ao óptimo, que do herdado ao que já temos"
Duarte Pacheco, Exposição de Obras Públicas, Lisboa, 1948.

A discussão à volta da localização do novo aeroporto internacional de Lisboa (NAIL) é contemporaneamente decisiva e fundamental para a melhor solução política a concretizar pelo Governo português. É sempre difícil tomar uma decisão estratégica, é uma decisão para um longo-prazo, um futuro onde ninguém consegue prever com exactidão, e convencer todos os outros dessa previsão, o que na realidade acontecerá nesse período da posteridade. Aliás, se a estratégia fosse uma acção e reflexão fáceis, não teria surgido somente, em força, nos anos 90 (!) a literatura da Estratégia em Gestão, oferecendo aos seus gurus pódios oficiais e púlpitos de autoridade em matéria da melhor administração dos recursos. Portanto, quem quer reflectir sobre o NAIL, não pode, não deve, pensar com a realidade do passado, nem do presente, antes sobre a realidade do potencial, do futuro, numa base racional, íntegra, sem preconceitos e, até, visionária.
O problema, como a História avisa para quem quer saber, é que, por vezes, nem sempre é assim, e outras vezes, poucas, acontece e faz-se, mas com imensas e importantes vozes discordantes e críticas, quando não demolidoramente críticas. Neste último caso, basta atentarmos ao século XX, o século das grandes obras públicas portuguesas, e mundiais de uma forma geral. No início do século, veja-se a discussão em torno da introdução de carros eléctricos (1902), da construção do Palácio de Cristal, do Elevador de Santa Justa, da Moagem do caramujo, dos Portos de Lisboa e de Sines (todas das primeiras décadas do século), passando também essa mesma discussão crítica (e bem) pela Marginal Lisboa-Cascais (1937), o Viaduto Duarte Pacheco (1944), a Ponte de Arrábida sobre o Douro, de Edgar Cardoso (1963), até às obras públicas mais recentes como o CCB (1992), a Expo 98, a ponte Vasco da Gama (1998), a Casa da Música (2001) ou a Barragem do Alqueva (2002), contanto que, naturalmente, todas elas tenham subjacentes críticas especificas e respectivos fundamentos diversos.
Não quero afirmar a ideia de que os «modernistas ou vanguardistas» têm sempre razão ou que se deve acolher todas as ideias que tenham essa feição. Aqueles breves exemplos históricos servem apenas para reconhecermos que nenhuma grande obra pública é pacífica na mobilização e unívoca na argumentação, e ainda bem, pois, mais não seja, trata-se da aplicação de dinheiros e recursos públicos. Mas também quero dizer, com honestidade, que tenho alguma tendência, e simpatia, para aderir a projectos que pareçam, no presente, megalómanos ou demasiado arriscados do ponto de vista estético ou espacial e, assim, do investimento estruturante e geracional. E, por falar em tendências, o sobrecitado e breve enquadramento histórico também nos permite concluir que, habitualmente, os autores e decisores dos grandes projectos de obras públicas têm razão ou, se preferirem, não têm razão no seu tempo. Repito, habitualmente.
Nestes termos, e voltando ao NAIL, devo dizer que considero a sua discussão fundamental para se encontrar a melhor solução para o país (não me enganei, não é Lisboa, é país) e, também, para mais tarde se clarificar quem estava certo e quem estava errado, e se fazer justiça aos próprios. Porque o risco do erro deve fazer parte, e faz (ao contrário do que julgam alguns), da decisão política. Aliás, é inerente à própria estratégia. Sem risco do erro, não há estratégia.
Ora, parece-me que a discussão à volta do NAIL está a ser muito limitada pela actualidade, estreitada pelo seu contexto local (delimitado à “capital”), amordaçada a uma óptica de mera despesa (em vez de a prevalecer como investimento) e circunscrita a uma visão (em rigor, é uma vista, e curta) meramente táctica, conjugada com interesses pessoais ou políticos. E tal considero deplorável. Basta fazer-se o exercício da prova dos nove, substituído pelos respectivos argumentos, e veja-se o maior denominador comum de cada um.
Por isso, considero que a discussão ideal sobre o NAIL deve fazer referência e uma análise profunda aos seguintes pontos.
Em primeiro lugar, deve ter-se uma pré-compreensão estratégica, construtiva e intelectualmente séria sobre a discussão e busca da melhor localização para o NAIL. Deve estar-se aberto a novas ideias e a arriscar numa visão sustentável para o futuro, ainda que não sustentada no curto-prazo.
Em segundo lugar, o NAIL, não obstante ser em Lisboa, não é para os cidadãos de Lisboa. O NAIL é uma obra pública nacional, que deve ter em conta o seu contexto regional, nacional, europeu e mundial. Pensar que um aeroporto de biliões (americanos, i.e., em ordem dos mil milhões) é para usufruto exclusivo de Lisboa, quando a esmagadora maioria dos seus utilizadores não é lisboeta, é como ver o céu de dia e dizer que não há estrelas.
Em terceiro lugar, o NAIL deve ter em conta a economia mundial, as estratégias e novas tendências de competitividade dos países em ascensão e que são ou podem ou devem ser potenciais clientes (como os chineses, indianos, russos, norte-americanos, brasileiros, entre outros). Aqui exige-se especial astúcia e dimensão visionária, visto que, nunca como agora, é tão elevada e célere a mutação das economias e do comércio internacional, fruto da globalização. Ou seja, quem daqui a dez, quinze anos está a liderar em termos económicos e comercias (importante, por causa do turismo) o Mundo? Quem são, e serão os novos actores da mobilidade e dos transportes, em todas as suas áreas? Consequentemente, que infra-estruturas e estratégias de desenvolvimento e crescimento, nesse sentido, deve possuir e seguir Portugal?
Em quarto lugar, perceber o que é hoje, na Europa e no mundo, a Portela e se pode enfrentar os desafios e os objectivos que Portugal deve ter. Sabe-se que, neste momento, a Portela, ou seja, Portugal, está a perder transporte de carga e prevê-se, para breve, perder passageiros. Segundo um estudo internacional e especializado de 2004, o fluxo total nacional de transporte era de 55,4%, um dos mais baixos valores das capitais europeias, comparado, por exemplo, com Praga (95,2%), Amesterdão, (94,9%), Helsínquia (90,1%), Copenhaga (89,4%), Viena (80,3%), Estocolmo (74,9%) e Atenas (46,3%), que está em ascensão.
Em quinto lugar, a construção do NAIL deve constituir uma oportunidade para fazer progredir estrutural e ambientalmente o país, modernizando alguma das suas infra-estruturas e serviços, harmonizando as acessibilidades e mobilidades, consagrar a intermodalidade e interoperabilidade dos transportes, conciliando soluções de coesão social e de ordem económica e ordenando o território da região, da área metropolitana de Lisboa. Estes objectivos terão um efeito multiplicador também na formação e qualificação dos recursos humanos e, assim, na produtividade regional e nacional.
Por último, e em sexto lugar, deve discutir-se o NAIL com o objectivo de o tornar maior e melhor, com referências europeias e mundiais, segundo modelos de gestão expansionistas, abertos e participados, optimizadores dos recursos naturais, humanos e materiais, de excelência nos serviços e grandeza no bem-estar e na qualidade dos seus beneficiados.
Assim, sou defensor de um NAIL, único, sem Portela, de preferência construindo-se uma cidade aeroportuária.
Presentemente, vivemos um tempo de oportunidade para construir um aeroporto do futuro, contextualizado (local, regional e mundialmente), congregador de todos os “actores” aeroportuários (incluindo a população local), ordenado e ordenando o nosso território, uma oportunidade para melhorar as acessibilidades, os transportes, o ambiente urbano (sobretudo o de Lisboa), o desenvolvimento regional, a formação e a qualificação profissional entre outras ferramentas de oportunidade.
Numa palavra, há que não ter medo de raciocinar sustentavelmente em grande e para o futuro, em nome de uma defesa íntegra e determinada de Portugal nesta terceira grande guerra chamada globalização.
Só assim se fica na História, só assim se não fica pelo histórico.

Por uma cidade-aeroportuária

"É bem mais fácil passar do agora existente ao óptimo, que do herdado ao que já temos"
Duarte Pacheco, Exposição de Obras Públicas, Lisboa, 1948.

A discussão à volta da localização do novo aeroporto internacional de Lisboa (NAIL) é contemporaneamente decisiva e fundamental para a melhor solução política a concretizar pelo Governo português. É sempre difícil tomar uma decisão estratégica, é uma decisão para um longo-prazo, um futuro onde ninguém consegue prever com exactidão, e convencer todos os outros dessa previsão, o que na realidade acontecerá nesse período da posteridade. Aliás, se a estratégia fosse uma acção e reflexão fáceis, não teria surgido somente, em força, nos anos 90 (!) a literatura da Estratégia em Gestão, oferecendo aos seus gurus pódios oficiais e púlpitos de autoridade em matéria da melhor administração dos recursos. Portanto, quem quer reflectir sobre o NAIL, não pode, não deve, pensar com a realidade do passado, nem do presente, antes sobre a realidade do potencial, do futuro, numa base racional, íntegra, sem preconceitos e, até, visionária.
O problema, como a História avisa para quem quer saber, é que, por vezes, nem sempre é assim, e outras vezes, poucas, acontece e faz-se, mas com imensas e importantes vozes discordantes e críticas, quando não demolidoramente críticas. Neste último caso, basta atentarmos ao século XX, o século das grandes obras públicas portuguesas, e mundiais de uma forma geral. No início do século, veja-se a discussão em torno da introdução de carros eléctricos (1902), da construção do Palácio de Cristal, do Elevador de Santa Justa, da Moagem do caramujo, dos Portos de Lisboa e de Sines (todas das primeiras décadas do século), passando também essa mesma discussão crítica (e bem) pela Marginal Lisboa-Cascais (1937), o Viaduto Duarte Pacheco (1944), a Ponte de Arrábida sobre o Douro, de Edgar Cardoso (1963), até às obras públicas mais recentes como o CCB (1992), a Expo 98, a ponte Vasco da Gama (1998), a Casa da Música (2001) ou a Barragem do Alqueva (2002), contanto que, naturalmente, todas elas tenham subjacentes críticas especificas e respectivos fundamentos diversos.
Não quero afirmar a ideia de que os «modernistas ou vanguardistas» têm sempre razão ou que se deve acolher todas as ideias que tenham essa feição. Aqueles breves exemplos históricos servem apenas para reconhecermos que nenhuma grande obra pública é pacífica na mobilização e unívoca na argumentação, e ainda bem, pois, mais não seja, trata-se da aplicação de dinheiros e recursos públicos. Mas também quero dizer, com honestidade, que tenho alguma tendência, e simpatia, para aderir a projectos que pareçam, no presente, megalómanos ou demasiado arriscados do ponto de vista estético ou espacial e, assim, do investimento estruturante e geracional. E, por falar em tendências, o sobrecitado e breve enquadramento histórico também nos permite concluir que, habitualmente, os autores e decisores dos grandes projectos de obras públicas têm razão ou, se preferirem, não têm razão no seu tempo. Repito, habitualmente.
Nestes termos, e voltando ao NAIL, devo dizer que considero a sua discussão fundamental para se encontrar a melhor solução para o país (não me enganei, não é Lisboa, é país) e, também, para mais tarde se clarificar quem estava certo e quem estava errado, e se fazer justiça aos próprios. Porque o risco do erro deve fazer parte, e faz (ao contrário do que julgam alguns), da decisão política. Aliás, é inerente à própria estratégia. Sem risco do erro, não há estratégia.
Ora, parece-me que a discussão à volta do NAIL está a ser muito limitada pela actualidade, estreitada pelo seu contexto local (delimitado à “capital”), amordaçada a uma óptica de mera despesa (em vez de a prevalecer como investimento) e circunscrita a uma visão (em rigor, é uma vista, e curta) meramente táctica, conjugada com interesses pessoais ou políticos. E tal considero deplorável. Basta fazer-se o exercício da prova dos nove, substituído pelos respectivos argumentos, e veja-se o maior denominador comum de cada um.
Por isso, considero que a discussão ideal sobre o NAIL deve fazer referência e uma análise profunda aos seguintes pontos.
Em primeiro lugar, deve ter-se uma pré-compreensão estratégica, construtiva e intelectualmente séria sobre a discussão e busca da melhor localização para o NAIL. Deve estar-se aberto a novas ideias e a arriscar numa visão sustentável para o futuro, ainda que não sustentada no curto-prazo.
Em segundo lugar, o NAIL, não obstante ser em Lisboa, não é para os cidadãos de Lisboa. O NAIL é uma obra pública nacional, que deve ter em conta o seu contexto regional, nacional, europeu e mundial. Pensar que um aeroporto de biliões (americanos, i.e., em ordem dos mil milhões) é para usufruto exclusivo de Lisboa, quando a esmagadora maioria dos seus utilizadores não é lisboeta, é como ver o céu de dia e dizer que não há estrelas.
Em terceiro lugar, o NAIL deve ter em conta a economia mundial, as estratégias e novas tendências de competitividade dos países em ascensão e que são ou podem ou devem ser potenciais clientes (como os chineses, indianos, russos, norte-americanos, brasileiros, entre outros). Aqui exige-se especial astúcia e dimensão visionária, visto que, nunca como agora, é tão elevada e célere a mutação das economias e do comércio internacional, fruto da globalização. Ou seja, quem daqui a dez, quinze anos está a liderar em termos económicos e comercias (importante, por causa do turismo) o Mundo? Quem são, e serão os novos actores da mobilidade e dos transportes, em todas as suas áreas? Consequentemente, que infra-estruturas e estratégias de desenvolvimento e crescimento, nesse sentido, deve possuir e seguir Portugal?
Em quarto lugar, perceber o que é hoje, na Europa e no mundo, a Portela e se pode enfrentar os desafios e os objectivos que Portugal deve ter. Sabe-se que, neste momento, a Portela, ou seja, Portugal, está a perder transporte de carga e prevê-se, para breve, perder passageiros. Segundo um estudo internacional e especializado de 2004, o fluxo total nacional de transporte era de 55,4%, um dos mais baixos valores das capitais europeias, comparado, por exemplo, com Praga (95,2%), Amesterdão, (94,9%), Helsínquia (90,1%), Copenhaga (89,4%), Viena (80,3%), Estocolmo (74,9%) e Atenas (46,3%), que está em ascensão.
Em quinto lugar, a construção do NAIL deve constituir uma oportunidade para fazer progredir estrutural e ambientalmente o país, modernizando alguma das suas infra-estruturas e serviços, harmonizando as acessibilidades e mobilidades, consagrar a intermodalidade e interoperabilidade dos transportes, conciliando soluções de coesão social e de ordem económica e ordenando o território da região, da área metropolitana de Lisboa. Estes objectivos terão um efeito multiplicador também na formação e qualificação dos recursos humanos e, assim, na produtividade regional e nacional.
Por último, e em sexto lugar, deve discutir-se o NAIL com o objectivo de o tornar maior e melhor, com referências europeias e mundiais, segundo modelos de gestão expansionistas, abertos e participados, optimizadores dos recursos naturais, humanos e materiais, de excelência nos serviços e grandeza no bem-estar e na qualidade dos seus beneficiados.
Assim, sou defensor de um NAIL, único, sem Portela, de preferência construindo-se uma cidade aeroportuária.
Presentemente, vivemos um tempo de oportunidade para construir um aeroporto do futuro, contextualizado (local, regional e mundialmente), congregador de todos os “actores” aeroportuários (incluindo a população local), ordenado e ordenando o nosso território, uma oportunidade para melhorar as acessibilidades, os transportes, o ambiente urbano (sobretudo o de Lisboa), o desenvolvimento regional, a formação e a qualificação profissional entre outras ferramentas de oportunidade.
Numa palavra, há que não ter medo de raciocinar sustentavelmente em grande e para o futuro, em nome de uma defesa íntegra e determinada de Portugal nesta terceira grande guerra chamada globalização.
Só assim se fica na História, só assim se não fica pelo histórico.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Começa a cheirar mal 4

O ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, afirmou esta terça-feira que «do nosso ponto de vista essa solução [«Portela+1»] não é uma solução viável. Não tenho nenhum estudo, nenhum trabalho feito por pessoas com credibilidade e devidamente fundamentado que prove o contrário». O ministro disse ainda que só conhece «documentos, estudos que foram feitos por especialistas, alguns até de nível internacional, que não recomendam que vamos por essa solução, que não é viável nem do ponto de vista operacional nem do ponto de vista económico financeiro» (sublinhado nosso).
  • "Não recomendam que vamos por essa solução" é diferente de dizer que "recomendam que não vamos por essa solução" não é?;
  • Já agora, que estudos é que afastam a ainda-mais-barata-que-Alcochete solução Portela+1? Estão disponíveis nalgum sítio?
  • Conhece Lino as opiniões de quem defende que a operação Portela+1 é possível, como no caso de Alverca?

Começa a cheirar mal 4

O ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, afirmou esta terça-feira que «do nosso ponto de vista essa solução [«Portela+1»] não é uma solução viável. Não tenho nenhum estudo, nenhum trabalho feito por pessoas com credibilidade e devidamente fundamentado que prove o contrário». O ministro disse ainda que só conhece «documentos, estudos que foram feitos por especialistas, alguns até de nível internacional, que não recomendam que vamos por essa solução, que não é viável nem do ponto de vista operacional nem do ponto de vista económico financeiro» (sublinhado nosso).
  • "Não recomendam que vamos por essa solução" é diferente de dizer que "recomendam que não vamos por essa solução" não é?;
  • Já agora, que estudos é que afastam a ainda-mais-barata-que-Alcochete solução Portela+1? Estão disponíveis nalgum sítio?
  • Conhece Lino as opiniões de quem defende que a operação Portela+1 é possível, como no caso de Alverca?

N MÚSICAS XVII

"Going to a town" - Rufus Wainwright


Esta música está a tornar-se um caso sério na minha rotina actual. Passo a vida a cantá-la, vindo do nada, de mim ou desta cidade, sei lá. Lisboa é um caso de amor e de ódio, como todos os grandes amores. Em vez de estar farto da América, como diz Rufus na canção, eu estou farto de Lisboa. Num misto de necessidade de férias e de rotina claustrofóbica, vou seguindo, nesta cidade, com este atrelado, cantado por Rufus de quem não gostei muito no concerto que deu no Coliseu há dois anos.

N MÚSICAS XVII

"Going to a town" - Rufus Wainwright


Esta música está a tornar-se um caso sério na minha rotina actual. Passo a vida a cantá-la, vindo do nada, de mim ou desta cidade, sei lá. Lisboa é um caso de amor e de ódio, como todos os grandes amores. Em vez de estar farto da América, como diz Rufus na canção, eu estou farto de Lisboa. Num misto de necessidade de férias e de rotina claustrofóbica, vou seguindo, nesta cidade, com este atrelado, cantado por Rufus de quem não gostei muito no concerto que deu no Coliseu há dois anos.

Pina Manique reencarnou...

... então era ele que ela me fazia lembrar...
Os soviéticos procediam da mesma forma: isolar, repreender e suspender funções durante tempo indeterminado até vergar os contestatários. Suspender um funcionário por 240 dias quer simplesmente dizer tirar-lhe o salário durante 8 meses, impedi-lo de manter as obrigações do pagamento da renda da casa, a conta do telefone, as compras para a despensa, o pagamento da água, do gás e da electricidade. O Professor Charrua vai contrair empréstimos a amigos - os bancos não emprestam dinheiro a proscritos - e compelido a vender tudo o que de valor tiver em casa: os livros, o computador, os electrodomésticos, uma peça, um móvel, umas libras de ouro, um terreno. É assim que se submetem as pessoas. Que eu saiba - salvo três excepções, uma delas sem motivos políticos, mas moralões - nem o Estado Novo praticou com tamanha crueldade esta política de cortes calóricos aos funcionários públicos mais rebeldes.

Pina Manique reencarnou...

... então era ele que ela me fazia lembrar...
Os soviéticos procediam da mesma forma: isolar, repreender e suspender funções durante tempo indeterminado até vergar os contestatários. Suspender um funcionário por 240 dias quer simplesmente dizer tirar-lhe o salário durante 8 meses, impedi-lo de manter as obrigações do pagamento da renda da casa, a conta do telefone, as compras para a despensa, o pagamento da água, do gás e da electricidade. O Professor Charrua vai contrair empréstimos a amigos - os bancos não emprestam dinheiro a proscritos - e compelido a vender tudo o que de valor tiver em casa: os livros, o computador, os electrodomésticos, uma peça, um móvel, umas libras de ouro, um terreno. É assim que se submetem as pessoas. Que eu saiba - salvo três excepções, uma delas sem motivos políticos, mas moralões - nem o Estado Novo praticou com tamanha crueldade esta política de cortes calóricos aos funcionários públicos mais rebeldes.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Será que dá para pôr aviões?

Será que dá para pôr aviões?

Começa a cheirar mal 3

Segundo Rui Moreira, a estimativa do custo do estudo sobre o novo aeroporto era de 500.000 euros.

Começa a cheirar mal 3

Segundo Rui Moreira, a estimativa do custo do estudo sobre o novo aeroporto era de 500.000 euros.

O alibi manhoso do moribundo Pinto da Costa

Esta coisa das sessões de julgamento na praça publica, por vezes, têm a sua piada. Hoje, nas paginas do Público, podemos assistir a mais um lamentável episódio da eterna novela "A Justiça para o povo".
Nas paginas do Público, Pinto da Costa surge fora de forma. Titubeante, já nem as piadas giras de antigamente sabe fazer. Está velhote. Levanta o clássico chavão "há uma perseguição ao FC Porto e ao Norte em geral" uma vez mais, mas esta é uma bandeira de trapo. Gasta e sem tinta. Não alegra.
Mas o que mete mais dó é o alibi que Pinto da Costa tem para a "fruta". Então não queiram ver que "fruta" significou na tal conversa uma divida que o FC Porto tinha para com António Araújo?
Pinto da Costa nada tem de estúpido e muito menos de parvo. Estará senil? Ou é um radical da língua portuguesa?
Talvez seja esta segunda opção. Pinto da Costa é um poeta urbano pós-moderno.
Por exemplo já viram a fruta que os portugueses devem ao banco? E a fruta que vários clubes da primeira Liga devem aos seus jogadores? Há também por ai fabricas que devem toneladas de frutas aos seu funcionários. E até o Estado, no que toca à fruta, é uma vergonha.
Anda para ai um amigo meu a chamar-me caloteiro por eu ainda não lhe ter pago oito euros e tal de uma "vaquinha" que um grupo de amigos fez. A esse meu amigo só lhe quero dizer uma coisa: espera lá por melhor oportunidade que já te dou a fruta.

PSL

O alibi manhoso do moribundo Pinto da Costa

Esta coisa das sessões de julgamento na praça publica, por vezes, têm a sua piada. Hoje, nas paginas do Público, podemos assistir a mais um lamentável episódio da eterna novela "A Justiça para o povo".
Nas paginas do Público, Pinto da Costa surge fora de forma. Titubeante, já nem as piadas giras de antigamente sabe fazer. Está velhote. Levanta o clássico chavão "há uma perseguição ao FC Porto e ao Norte em geral" uma vez mais, mas esta é uma bandeira de trapo. Gasta e sem tinta. Não alegra.
Mas o que mete mais dó é o alibi que Pinto da Costa tem para a "fruta". Então não queiram ver que "fruta" significou na tal conversa uma divida que o FC Porto tinha para com António Araújo?
Pinto da Costa nada tem de estúpido e muito menos de parvo. Estará senil? Ou é um radical da língua portuguesa?
Talvez seja esta segunda opção. Pinto da Costa é um poeta urbano pós-moderno.
Por exemplo já viram a fruta que os portugueses devem ao banco? E a fruta que vários clubes da primeira Liga devem aos seus jogadores? Há também por ai fabricas que devem toneladas de frutas aos seu funcionários. E até o Estado, no que toca à fruta, é uma vergonha.
Anda para ai um amigo meu a chamar-me caloteiro por eu ainda não lhe ter pago oito euros e tal de uma "vaquinha" que um grupo de amigos fez. A esse meu amigo só lhe quero dizer uma coisa: espera lá por melhor oportunidade que já te dou a fruta.

PSL

Começa a cheirar mal 2

Começa a cheirar mal 2

Começa a cheirar mail 1

Começa a cheirar mail 1

Na TV mando eu!

Na TV mando eu!

N ARIANES II

"Braveheart" 1995


A primeira parte deste videotube é, para mim, uma das cenas mais fortes e memoráveis jamais produzida no cinema. É uma cena cheia de cenas, que, por muitas vezes que a veja, e não são poucas no cômputo geral, não deixa de me comover e de reflectir sobre o mais digno sentido da vida. Julgo mesmo não haver cena igual a esta em outros filmes, se é que isso é possível. E refiro-me à igualdade na força, dimensão e conteúdo da mensagem que sublinha e transmite, na arte que representa, na emoção que desperta. Tudo junto, é um quadro completo de grande beleza e profunda admiração.
Notem bem no culminar daquele suplício voluntarioso, naquele grito cavernoso, que só parece ter uma razão possível (o amor a uma causa) e um sentido improvável (a sua libertação para além do presente e da memória).
É uma cena, e um filme, com a música e a letra da força e da coragem, com as vozes inimigas e amigas a suplicarem misericórdia; uma cena a puxar por uma palavra de perdão e gritada por outra, epílogada de Liberdade. Não há cena e final como estes, há esmeradas tentativas, e apenas isso.
E como todas as obras humanas, a história de Wallace está cheia de paradoxos e contradições. Gosto especialmente de uma, para não vos maçar, que a traduzo através de uma interrogação: como pode a morte de uma pessoa, cujo corpo foi desmembrado, decapitado, despedaçado, com os genitais arrancados, distribuídos pela terra do inimigo, e o coração queimado numa fogueira em 1305 (no filme é mais tarde) ser a primeira e última razão de união de um povo ainda no século XXI?
Assim, é possível universalmente dizer, mas não será absolutamente para todos, morrer como Wallace é provavelmente viver para sempre.

Todavia, é apenas uma cena, de um filme... que não morrerá antes do seu cinema.

N ARIANES II

"Braveheart" 1995


A primeira parte deste videotube é, para mim, uma das cenas mais fortes e memoráveis jamais produzida no cinema. É uma cena cheia de cenas, que, por muitas vezes que a veja, e não são poucas no cômputo geral, não deixa de me comover e de reflectir sobre o mais digno sentido da vida. Julgo mesmo não haver cena igual a esta em outros filmes, se é que isso é possível. E refiro-me à igualdade na força, dimensão e conteúdo da mensagem que sublinha e transmite, na arte que representa, na emoção que desperta. Tudo junto, é um quadro completo de grande beleza e profunda admiração.
Notem bem no culminar daquele suplício voluntarioso, naquele grito cavernoso, que só parece ter uma razão possível (o amor a uma causa) e um sentido improvável (a sua libertação para além do presente e da memória).
É uma cena, e um filme, com a música e a letra da força e da coragem, com as vozes inimigas e amigas a suplicarem misericórdia; uma cena a puxar por uma palavra de perdão e gritada por outra, epílogada de Liberdade. Não há cena e final como estes, há esmeradas tentativas, e apenas isso.
E como todas as obras humanas, a história de Wallace está cheia de paradoxos e contradições. Gosto especialmente de uma, para não vos maçar, que a traduzo através de uma interrogação: como pode a morte de uma pessoa, cujo corpo foi desmembrado, decapitado, despedaçado, com os genitais arrancados, distribuídos pela terra do inimigo, e o coração queimado numa fogueira em 1305 (no filme é mais tarde) ser a primeira e última razão de união de um povo ainda no século XXI?
Assim, é possível universalmente dizer, mas não será absolutamente para todos, morrer como Wallace é provavelmente viver para sempre.

Todavia, é apenas uma cena, de um filme... que não morrerá antes do seu cinema.

Será o rio atravessado?

in: Bloguítica

Será o rio atravessado?

in: Bloguítica

A frase

«Somos governados por uma cambada de vigaristas e o chefe deles todos é um filho da puta».
Conhecida a frase, será interessante conhecer os depoimentos dos bons colegas de Charrua. É que não só o homem não estava a falar sozinho, como o instrutor do processo apenas pôde estabelecer a existência de um ilícito disciplinar porque os bons colegas de Charrua concluiram que este se referia ao Primeiro Ministro e não, por exemplo, à primeira figura do Estado (e por conseguinte o chefe): o Presidente da República.
Assim, é verdade que o insulto a um superior hierárquico (como ao dono de uma empresa privada onde se trabalha) constitui um ilícito disciplinar.
Porém, será que o dever de respeito na Administração Pública se deve manter no nível do Primeiro Ministro? Aceito que o dever de respeito é evidente para com os responsáveis máximos dos diferentes organismos do Estado (por exemplo para com o Director-Geral, ou o Presidente do Instituto Público, mas manter esse dever para com o Primeiro Ministro parece-me um excesso orgânico inadmissível e uma herança pesada da velha "democracia orgânica"...

A frase

«Somos governados por uma cambada de vigaristas e o chefe deles todos é um filho da puta».
Conhecida a frase, será interessante conhecer os depoimentos dos bons colegas de Charrua. É que não só o homem não estava a falar sozinho, como o instrutor do processo apenas pôde estabelecer a existência de um ilícito disciplinar porque os bons colegas de Charrua concluiram que este se referia ao Primeiro Ministro e não, por exemplo, à primeira figura do Estado (e por conseguinte o chefe): o Presidente da República.
Assim, é verdade que o insulto a um superior hierárquico (como ao dono de uma empresa privada onde se trabalha) constitui um ilícito disciplinar.
Porém, será que o dever de respeito na Administração Pública se deve manter no nível do Primeiro Ministro? Aceito que o dever de respeito é evidente para com os responsáveis máximos dos diferentes organismos do Estado (por exemplo para com o Director-Geral, ou o Presidente do Instituto Público, mas manter esse dever para com o Primeiro Ministro parece-me um excesso orgânico inadmissível e uma herança pesada da velha "democracia orgânica"...

domingo, 17 de junho de 2007

N MÚSICAS XVI

Depois dos Ornatos Violeta, continuo na excelência da música portuguesa, desta vez com os Toranja. O seu primeiro álbum, "esquissos", ainda não teve o reconhecimento que merece, pelo menos no número de vendas e de audições na rádio. Um fantástico álbum com soberba manipulação da instrumentação e uma poderosa qualidade das letras, culminando numa composição que é digna de um jovem top five português de sempre. Merece destaque Tiago Bettencourt, o compositor e vocalista do grupo; é difícil escolher o seu maior atributo: se a capacidade interpretativa ou a sua veia poética. Para mim, é uma espécie de Jorge Palma contemporâneo, mas o melhor é mesmo ouvi-lo e ao álbum todo.
Ao contrário do Karaoke, este álbum devia ter uma versão somente letrista. A minha música preferida é "Lados Errados", mas não a encontrei em videotube. Assim, ficam com a (minha) segunda escolha, baseada sobretudo pelo critério da letra, porquanto o fim da linha deste álbum são mesmo segundas escolhas. Todo ele é de comprar para mais tarde ouvir e regozijar por constar da vossa cdteca.
O fundo escuro prevalecente do video adequa-se à merecedora e qualitativa postura na audição da música.

N MÚSICAS XVI

Depois dos Ornatos Violeta, continuo na excelência da música portuguesa, desta vez com os Toranja. O seu primeiro álbum, "esquissos", ainda não teve o reconhecimento que merece, pelo menos no número de vendas e de audições na rádio. Um fantástico álbum com soberba manipulação da instrumentação e uma poderosa qualidade das letras, culminando numa composição que é digna de um jovem top five português de sempre. Merece destaque Tiago Bettencourt, o compositor e vocalista do grupo; é difícil escolher o seu maior atributo: se a capacidade interpretativa ou a sua veia poética. Para mim, é uma espécie de Jorge Palma contemporâneo, mas o melhor é mesmo ouvi-lo e ao álbum todo.
Ao contrário do Karaoke, este álbum devia ter uma versão somente letrista. A minha música preferida é "Lados Errados", mas não a encontrei em videotube. Assim, ficam com a (minha) segunda escolha, baseada sobretudo pelo critério da letra, porquanto o fim da linha deste álbum são mesmo segundas escolhas. Todo ele é de comprar para mais tarde ouvir e regozijar por constar da vossa cdteca.
O fundo escuro prevalecente do video adequa-se à merecedora e qualitativa postura na audição da música.

O Arcádia no Público

Andam atentos os editores do P2.
Parte significativa deste (link) post vem citada (link) na edição de hoje do melhor jornal cá do burgo.
O ARCÁDIA agradece a simpática referência.

PSL

O Arcádia no Público

Andam atentos os editores do P2.
Parte significativa deste (link) post vem citada (link) na edição de hoje do melhor jornal cá do burgo.
O ARCÁDIA agradece a simpática referência.

PSL

Há Liberdade (LXX)

carcavelos2007_vieiradafonseca
Carcavelos 2007 por Vieira da Fonseca

Há Liberdade (LXX)

carcavelos2007_vieiradafonseca
Carcavelos 2007 por Vieira da Fonseca

sexta-feira, 15 de junho de 2007

A OPA de Joe Berardo à Benfica SAD

Olha João (link), para já o único comentário que a OPA me merece é simples: claramente Berardo está a oferecer muito pouco por tanto Benfica, como alias facilmente se prova pela espectacular subida do papel durante a sessão de hoje da Bolsa.
Alias, Berardo fez fortuna assim: comprando ao preço da uva mijona, criando valor, e vendendo caro. Assim, não é de estranhar que apareça uma contra OPA ou que rapidamente Berardo tente rever o preço da oferta em alta.
No entanto é muito cedo para análises maniqueístas, binárias e Luhmaniannas (bom/mau, certo/errado). Vamos esperar tendo fé que a SAD se saiba acessoriar correctamente para uma operação inédita e provavelmente inimaginável na cabeça de Vieira e companhia.
Para Benfiquistas empedernidos como nós João, existe ainda outro problema. Dificilmente em todo este longo processo despoletado hoje conseguiremos separar a razão da Paixão.
Relembro o que disse de Berardo supra. Ele compra barato e vende caro. Porque cria valor. Não se lhe reconhecendo negócios feitos com o coração.